As duas notícias vindas dos EUA que estão trazendo turbulência para o mercado nesta segunda-feira

Dia promete ser de baixa liquidez por conta do feriado nos Estados Unidos

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – O Ibovespa recuava 1,04%, aos 75.265 pontos, às 12h51 (horário de Brasília) desta segunda-feira (9), em dia marcado pelo aumento de aversão ao risco por conta das tensões envolvendo Turquia e Estados Unidos, além de novas declarações de Trump ameaçando a Coreia do Norte no final de semana, o que resulta na alta dos juros futuros e dólar. Vale destacar que o pregão promete ser de baixa liquidez, já que é feriado de Dia do Colombo nos EUA, apesar das bolsas abrirem por lá.

A embaixada dos Estados Unidos na Turquia anunciou no último domingo (8) que suspenderá temporariamente a emissão de vistos para viagens com o objetivo de minimizar o número de visitantes em suas sedes diplomáticas nesse país por motivos de segurança. “Os fatos recentes forçaram o governo dos EUA a reavaliar o compromisso do governo da Turquia com a segurança das sedes diplomáticas americanas e seu pessoal”, comunicou a embaixada norte-americana.

Além disso, no sábado (7), Donald Trump voltou a adotar um tom ameaçador contra a Coreia do Norte pelo Twitter. O presidente dos EUA falou sobre as tentativas de diálogo no passado com o país, garantindo que não há mais o que tratar com o regime de Kim Jong-un. Segundo ele, “só uma coisa funcionará”, sem especificar qual a medida a ser adotada.

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Por conta deste cenário de maior aversão ao risco, o dólar comercial registrava valorização de 0,98%, cotado a R$ 3,19 na venda, enquanto os juros futuros com vencimento em janeiro de 2019 registravam alta 4 pontos-base, cotados a 7,38%, ao passo com vencimento de 2021 operam em alta de 10 pontos, negociados a 9,02%, respectivamente.

Destaques do mercado

Em um dia de baixo volume na bolsa, as ações do setor de educação, que subiram forte ao longo de setembro, sofrem ligeira correção. Do outro lado, Sabesp dispara com revisão tarifária (veja mais aqui).

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 ESTC3 ESTACIO PARTON 31,88 -1,85 +105,28 6,44M
 KROT3 KROTON ON 19,96 -1,82 +52,91 7,48M
 BRML3 BR MALLS PARON 13,62 -1,30 +31,81 7,63M
 BBDC3 BRADESCO ON EJ 34,41 -1,29 +31,38 1,79M
 JBSS3 JBS ON 8,46 -1,28 -25,55 7,04M

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 SBSP3 SABESP ON 35,18 +4,02 +26,85 14,20M
 FIBR3 FIBRIA ON 47,79 +2,71 +53,54 17,15M
 SUZB5 SUZANO PAPELPNA 19,96 +1,17 +44,33 9,88M
 CSAN3 COSAN ON 38,26 +1,03 +2,87 11,46M
 RAIL3 RUMO S.A. ON 12,25 +0,82 +99,51 5,18M
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

Agenda de indicadores

Na semana, o destaque fica para a divulgação da ata da última reunião do Fomc (Federal Open Market Committee) — marcada para quarta-feira, às 15h (horário de Brasília) — e a inflação oficial de setembro nos Estados Unidos — às 9h30 da sexta-feira –, após feriado no país nesta segunda-feira (Dia de Colombo). As entrelinhas do documento do Federal Reserve e os dados de preços poderão reforçar as expectativas de que os juros na maior economia do mundo deverão subir em dezembro.

Na China, depois de uma semana de feriado, serão divulgados dados da balança comercial na quinta-feira. Também no exterior, os investidores deverão acompanhar com atenção aos desdobramentos do conturbado momento político espanhol, em meio à possibilidade de o governo da Catalunha declarar unilateralmente sua independência.

No plano doméstico, às 9h00 da quarta-feira será divulgada a Pesquisa Mensal do Comércio, que deve dar mais sinais de retomada da atividade já vistos em outros indicadores do mês. A semana também contará com os dados inflacionários de IGP-DI, IPC-S e IPC-Fipe, além do possível discurso do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado. Vale destacar que haverá feriado dia 12 de outubro, na quinta-feira, não havendo negócios na B3.

Eleições de 2018

As movimentações para 2018 continuam. No noticiário do final de semana, chamam a atenção a pesquisa Datafolha sobre a avaliação do prefeito de São Paulo, João Doria, cuja aprovação caiu de 41% para 32% conforme pesquisa realizada entre 4 e 5 de outubro. Além disso, os paulistanos preferem o governador Geraldo Alckmin como o candidato à Presidência pelo partido em 2018. Para 45%, ele é o melhor nome, enquanto 31% apontam Doria como o preferido, o que deve apimentar a discussão pela indicação do PSDB. Descartam ambos 20% dos ouvidos. 

Na manhã do domingo, o prefeito culpou diretamente a gestão do antecessor, Fernando Haddad, sobre a queda de aprovação: “estamos com nove meses de gestão à frente da Prefeitura de São Paulo, sem recursos. Temos R$ 7,5 bilhões de deficit no orçamento da prefeitura [em relação à receita prevista pela gestão anterior]. Que foi herança do PT, que nos deixou esse rombo”, disse Doria. 

Enquanto isso, bem posicionado nas últimas pesquisas eleitorais, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ),  pré-candidato à Presidência, ensaia movimento ao centro no debate econômico, adotando um discurso simpático aos investidores do mercado financeiro. Poucos dias antes de voar para os EUA, onde desembarcou neste domingo (7), o parlamentar defendeu em conversa com a Folha de S. Paulo a independência do Banco Central, “com regras e mandato fixo”, e criticou subsídios à indústria nacional.

  • Bolsas mundiais

    A semana se inicia com leves variações para os índices europeus, na volta do feriado da China e em dia de feriado nos Estados Unidos. A bolsa e os preços dos títulos espanhóis registravam leve alta com manifestações contra separatismo da Catalunha no país, mas alívio nos mercados é pontual.

  • Na Ásia, as bolsas da China fecharam em alta nesta segunda-feira, animadas pela perspectiva de expansão do crédito para o setor corporativo refletindo a decisão do BC da China em reduzir os compulsórios na semana passada, na volta de um feriado de uma semana. A alta dos bancos deixou em segundo plano os números decepcionantes de atividade da China.
  • Divulgada no fim da noite da véspera, o PMI chinês de serviços elaborado pelos institutos IHS Markit e Caixin Media caiu de 52,7 em agosto para 50,6 em setembro, atingindo o menor nível em 21 meses. Já o PMI composto, que também engloba indústria, recuou de 52,4 para 51,4 no mesmo período, o menor patamar em três meses.

Às 12h51, este era o desempenho dos principais índices:

*Dow Jones (EUA) -0,01%

*S&P 500 (EUA) -0,02%

*Nasdaq (EUA) +0,07%

*CAC-40 (França) +0,11%

*FTSE (Reino Unido) -0,20%

*DAX (Alemanha) +0,11% 

*Hang Seng (Hong Kong) -0,46% (fechado)

*Xangai (China) +0,77% (fechado)

*Petróleo WTI +0,34%, a US$ 49,46 o barril

*Petróleo brent +0,04%, a US$ 55,64 o barril

*Minério de ferro spot (à vista) no porto de Qingdao, na China, +0,69%, a US$ 62,67  a tonelada

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian -1,99%, a 443 iuanes