Ibovespa futuro se recupera após três sessões consecutivas de queda

Dia promete ser de baixa liquidez por conta do feriado nos Estados Unidos; dólar futuro sobe

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Os contratos futuros de Ibovespa com vencimento em outubro avançam 0,32%, aos 76.400 pontos, às 9h04 (horário de Brasília) desta segunda-feira (9), recuperando-se após três sessões consecutivas de queda e refletindo o minério de ferro no porto de Qingdao, que registrou alta após a semana de feriado na China. Vale destacar que o dia promete ser de baixa liquidez, já que nos Estados Unidos é feriado de Dia do Colombo, apesar das bolsas abrirem por lá.

Na volta do feriado da China, o minério de ferro negociado no porto de Qingdao com 62% de pureza, um dos mais acompanhados pelo mercado, subiu 0,69% e encerrou o dia cotado a US$ 62,67 por tonelada. Entretanto, os contratos futuros de minério de ferro negociados na Bolsa de Mercadorias de Dalian registraram queda de 1,99%, encerrando o pregão cotados a US$ 66,91 (443 iuanes), refletindo os números decepcionantes de atividade da China.

Divulgada no fim da noite da véspera, o PMI chinês de serviços elaborado pelos institutos IHS Markit e Caixin Media caiu de 52,7 em agosto para 50,6 em setembro, atingindo o menor nível em 21 meses. Já o PMI composto, que também engloba indústria, recuou de 52,4 para 51,4 no mesmo período, o menor patamar em três meses.

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No mesmo momento, o dólar futuro com vencimento em novembro registrava valorização de 0,16%, aos 3.170 pontos, enquanto os juros futuros com vencimento em janeiro de 2019 e 2021 operam próximos da estabilidade, negociados a 7,34% e 8,93%, respectivamente.

Às 9h04, este era o desempenho dos principais índices:

*CAC-40 (França) +0,05%

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*FTSE (Reino Unido) -0,24%

*DAX (Alemanha) +0,08% 

*Hang Seng (Hong Kong) -0,46% (fechado)

*Xangai (China) +0,77% (fechado)

*Petróleo WTI +0,12%, a US$ 49,35 o barril

*Petróleo brent -0,47%, a US$ 55,36 o barril

*Minério de ferro spot (à vista) no porto de Qingdao, na China, +0,69%, a US$ 62,67  a tonelada

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian -1,99%, a 443 iuanes

Agenda de indicadores

Na semana, o destaque fica para a divulgação da ata da última reunião do Fomc (Federal Open Market Committee) — marcada para quarta-feira, às 15h (horário de Brasília) — e a inflação oficial de setembro nos Estados Unidos — às 9h30 da sexta-feira –, após feriado no país nesta segunda-feira (Dia de Colombo). As entrelinhas do documento do Federal Reserve e os dados de preços poderão reforçar as expectativas de que os juros na maior economia do mundo deverão subir em dezembro. Na última sexta-feira, os dados do payroll de setembro vieram muito abaixo do esperado, mas a elevação acima do previsto para os ganhos salariais ofuscou o resultado, levando o dólar a um movimento de valorização nas principais economias do mundo.

Na China, depois de uma semana de feriado, serão divulgados dados da balança comercial na quinta-feira. Também no exterior, os investidores deverão acompanhar com atenção os desdobramentos do conturbado momento político espanhol, em meio à possibilidade de o governo da Catalunha declarar unilateralmente sua independência, que não deve ser reconhecida pelo governo central nem pelos pares europeus, mas pode provocar um nível maior de instabilidade ao país.

No plano doméstico, após o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de setembro superar as estimativas com menor deflação dos alimentos, a agenda econômica tem nos dados do setor varejista como destaque. Marcada para às 9h da quarta-feira, a Pesquisa Mensal do Comércio, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), deve dar mais sinais de retomada da atividade já vistos em outros indicadores do mês. A semana também contará com os dados inflacionários de IGP-DI, IPC-S e IPC-Fipe, além do possível discurso do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado. Vale destacar que haverá feriado dia 12 de outubro, na quinta-feira, que manterá a B3 fechada para negociações.

STF x Senado e segunda denúncia contra Temer

Em meio à crise interna no PSDB e à disputa entre os Poderes da República, o pleno do Supremo Tribunal Federal poderá deliberar, na quarta-feira, se o parlamento precisa ratificar decisões tomadas pela corte envolvendo os membros das casas legislativas. O resultado desta votação será decisivo para o futuro do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que tende a recuperar suas funções legislativas.

Ainda em destaque nesta semana, a Câmara dos Deputados começará a análise da segunda denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer pelos crimes de obstrução da justiça e organização criminosa. A primeira reunião da comissão está marcada para a próxima terça-feira (10), a partir das 10h, quando está prevista a leitura do parecer elaborado pelo relator Bonifácio de Andrada (PSDB-MG). Após a apresentação do parecer, ainda na terça-feira, os advogados dos três acusados poderão se manifestar oralmente para expor os argumentos de defesa contra a denúncia. 

Eleições de 2018

As movimentações para 2018 continuam. No noticiário do final de semana, chamam a atenção a pesquisa Datafolha sobre a avaliação do prefeito de São Paulo, João Doria, A aprovação ao prefeito caiu, passando de 41% para 32%,  de acordo com a pesquisa, realizada entre 4 e 5 de outubro. Além disso, os paulistanos preferem o governador Geraldo Alckmin como o candidato à Presidência pelo partido em 2018. Para 45%, ele é o melhor nome, enquanto 31% apontam Doria como o preferido, o que deve apimentar a discussão pela indicação do PSDB. Descartam ambos 20% dos ouvidos. 

Na manhã do domingo, o prefeito culpou diretamente a gestão do antecessor, Fernando Haddad, sobre a queda de aprovação: “estamos com nove meses de gestão à frente da Prefeitura de São Paulo, sem recursos. Temos R$ 7,5 bilhões de deficit no orçamento da prefeitura [em relação à receita prevista pela gestão anterior]. Que foi herança do PT, que nos deixou esse rombo”, disse Doria. 

Enquanto isso, bem posicionado nas últimas pesquisas eleitorais, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ),  pré-candidato à Presidência, ensaia movimento ao centro no debate econômico, adotando um discurso simpático aos investidores do mercado financeiro. Poucos dias antes de voar para os EUA, onde desembarcou neste domingo (7), o parlamentar defendeu em conversa com a Folha de S. Paulo a independência do Banco Central, “com regras e mandato fixo”, e criticou subsídios à indústria nacional. 

Por fim, atenção às movimentações do PT. O partido, após ser isolado pelo processo de impeachment de Dilma Rousseff, pretende abrir mão de lançar candidatos a governador em até 16 estados em 2018 para apoiar nomes de outros partidos, destaca o jornal Folha de S. Paulo deste final de semana. Em troca, os petistas querem espaço em palanques regionais fortes para sua chapa presidencial – encabeçada, até o momento, pelo ex-presidente Lula. Dirigentes do PT estudam até mesmo se aliar a legendas que trabalharam pela queda da então presidente Dilma, como PMDB, PTB e PSB.

Noticiário corporativo

De acordo com fontes ouvidas pela Bloomberg, a Vale contratou um banco de investimento para vender fatia em Nova Caledônia. No radar de recomendações, a Biosev foi rebaixada de outperform para neutra pelo Credit Suisse, enquanto a Cosan foi elevada de neutra para outperform pelo mesmo banco. A Gafisa divulgou prévia operacional, informando que os lançamentos no terceiro trimestre cresceram 12,9%, para R$ 463,8 milhões. O jornal O Globo informa que o governo conta com proposta chinesa para a Oi.

A Sabesp divulgou o resultado da 2ª Revisão Tarifária, que autoriza reajuste de 7,8888% e os analistas do Santander esperam uma reação positiva do mercado, já que a nova tarifa reduz riscos para o fluxo de caixa da Sabesp em 2017 e 2018. Por falar do banco, o Estadão informa que o Santander pode ofertar ações para saída do Qatar.

Por fim, no InfoTrade, destaque para o Dólar Futuro, que está em um ponto decisivo no curtíssimo prazo, e um alerta para os comprados em Hypermarcas (HYPE3). – confira a análise completa.

O Ibovespa Futuro é um bom termômetro de como será o pregão, mas nem sempre prevê adequadamente movimentos na Bolsa a partir do sino de abertura.