Bilionário egípcio não quer mais a Oi; 5 notícias de Petrobras, recomendações e outros 13 destaques no radar

Confira os destaques do noticiário corporativo desta quinta-feira (5)

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO –  Nos destaques desta quinta-feira, a Braskem anunciou captação de US$ 1,75 bilhão, enquanto outras empresas pretendem fazer captação. Já a Gerdau acertou a venda de 100% da operação no Chile, a Petrobras anunciou dois reajustes de preços entre ontem e hoje (um válido para hoje e outro para sexta). O setor educacional também está no radar com as revisões do Bradesco BBI. Confira no que se atentar:

Petrobras (PETR3; PETR4)
A Petrobras anunciou novas reduções nos preços dos combustíveis no início da noite de ontem e na manhã de hoje. Válido para essa quinta, o diesel teve um corte de 1,3% e a gasolina teve corte de 0,3%. Já na manhã desta quinta, a companhia anunciou corte de 0,7% na gasolina e elevação de diesel em 0,5% válidos a partir de sexta-feira. 

Ainda sobre a empresa, O Globo informa que o  governo federal quer que a Petrobras volte a fornecer gás para a usina térmica do grupo J&F, controlador da JBS, em Cuiabá. O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) — órgão que inclui o Ministério de Minas e Energia e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) — informou nesta quarta-feira que vai enviar “correspondência à Petrobras solicitando gestão da empresa no sentido de viabilizar o fornecimento de combustível” a essa e mais três usinas. 

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Já em entrevista ao Financial Times, o presidente da Petrobras Pedro Parente afirmou que o IPO (oferta pública inicial de ações) da BR Distribuidora deve acontecer “o mais rapidamente possível”, para que a Petrobras aproveite as condições favoráveis do mercado. Parente, porém, disse que não poderia confirmar as expectativas do mercado de que a operação vai acontecer até o fim deste ano, nem que a oferta vai avaliar a BR entre R$ 30 bilhões e R$ 40 bilhões.

Por fim, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) acatou parcialmente o pedido de perdão pelo não cumprimento dos compromissos de conteúdo local (“waiver”) da plataforma de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos. O órgão regulador rejeitou o pleito do consórcio, operado pela Petrobras, de isenção para todo o projeto, mas decidiu conceder o perdão para alguns itens e reduzir as exigências de compra de outros bens e serviços nacionais.

Gerdau (GGBR4)
A Gerdau acertou a venda da totalidade de sua operação no Chile para os grupos familiares locais Matco e Ingeniería e Inversiones por US$ 154 milhões. 

Continua depois da publicidade

Segundo a siderúrgica, os ativos incluídos na venda são unidades industriais de aços longos, com capacidade anual instalada de aço de 520 mil toneladas. A conclusão da transação ainda depende da aprovação do órgão de defesa de concorrência chileno. 

O movimento está alinhado ao processo de otimização de ativos da companhia, com foco em rentabilidade e na redução de sua alavancagem financeira, disse a Gerdau. 

Eletropaulo (ELPL4) e Eletrobras (ELET3;ELET6)

A Eletropaulo informa que celebrou um Memorando de Entendimentos (MoU) com a Eletrobras, com o objetivo de estabelecer os critérios para a instauração de um procedimento de mediação para negociar as bases para um eventual acordo visando encerrar a disputa judicial (processo judicial nº 001002119.1989.8.19.0001) que envolve a Eletrobras e Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP) quanto à responsabilidade pelo pagamento do saldo do empréstimo concedido em 1986 pela estatal à empresa que posteriormente foi cindida e criada a atual Eletropaulo e Cteep.

Em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa explica que no âmbito do MoU celebrado, Eletropaulo e Eletrobras solicitarão a suspensão do Processo Judicial mencionado pelo prazo de 60 dias a contar da data do despacho do juiz que assentir com o pedido, com o objetivo de concluírem, durante este período, o processo de mediação.

“Não obstante os assessores legais da companhia manterem inalteradas as chances de êxito do caso – classificadas como possível – a companhia entende que ao encerrar a disputa judicial contra a Eletrobras estará contribuindo para sua estratégia de recuperação de valor”, diz.

A Eletropaulo reforça que a assinatura do MoU não produz qualquer impacto imediato nos resultados da empresa, uma vez que a efetivação de eventual acordo estará ainda sujeita a determinadas condições precedentes, inclusive as aprovações societárias necessárias.

Braskem (BRKM5)
A Braskem confirmou na noite de ontem uma captação de US$ 1,75 bilhão em uma emissão de bônus de cinco e dez anos. Segundo a petroquímica, a demanda superou em 8,2 vezes o volume da captação esperado pela companhia, com as ordens alcançando um montante superior a US$ 8 bilhões, de cerca de 360 investidores.

Dada a forte demanda, a captação total aumentou para US$ 1,75 bilhão em duas tranches, disse a companhia. A tranche de 5 anos teve precificação de 3,7%, para US$ 500 milhões, e a tranche de 10 anos teve volume de US$ 1,25 bilhão, com custo de 4,625%. 

Iochpe-Maxion (MYPK3)
Na mesma linha, a Iochpe-Maxion informou esta noite que avalia uma potencial captação de recursos no exterior, com o objetivo de alongar o prazo médio de sua dívida e reduzir seu custo. 

A realização da operação está sujeita à futura análise e aprovação pela administração da companhia e às condições de mercado, diz a companhia. 

Banco do Brasil (BBAS3)

O Banco do Brasil também pretende lançar títulos no mercado internacional, ao passo que a estatal tem planos de levantar, pelo menos, US$ 750 milhões em bônus de até dez anos. A notícia, que já tinha sido aventada pelo Valor Econômico no final do mês passado, voltou a ganhar forças neste começo de mês em meio às captações da Petrobras e outras companhias. 

Pão de Açúcar (PCAR4) e Via Varejo (VVAR11)

O Grupo Pão de Açúcar (GPA) informa que o colegiado da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) decidiu, por unanimidade, entender que não pode estender a indenização proporcional paga à Morzan aos acionistas da Globex Utilidades (atual Via Varejo).

Em sessão do dia 3 de outubro, a CVM apreciou recurso do GPA contra decisão da superintendência da autarquia, que determinava que a companhia fizesse o pagamento de valor adicional de 80% do pago à Morzan a título de indenização aos demais acionistas da Globex Utilidades, que aderiram ao contrato de compra de ações que culminou na alienação do controle, conforme edital da oferta pública de aquisição (OPA) da Via Varejo, realizada em 4 de janeiro de 2010.

“O colegiado decidiu, por unanimidade, pela reforma integral da Decisão SRE, por entender que a CVM não poderia estender a indenização prevista na Sentença Arbitral aos acionistas minoritários da Globex, conforme prevê o Código de Processo Civil, em sintonia com as garantias constitucionais do devido processo legal e do contraditório”, informou a empresa, em fato relevante enviado à CVM.

Assim, o GPA informa que foi encerrada perante a CVM qualquer discussão sobre eventual extensão aos minoritários da Via Varejo de valor adicional proporcional ao pago à Morzan.

Educacionais

O Bradesco BBI revisou as ações do setor educacional, reduzindo a recomendação para Estácio (ESTC3) de outperform para neutra, com preço-alvo sendo elevado de R$ 20 para R$ 38, elevando recomendação de Anima (ANIM3)  de  neutra para outperform (subindo o preço-alvo de R$ 18 para R$ 30), e iniciando cobertura para Ser (SEER3) com recomendação outperform, com preço-alvo de R$ 42. Kroton (KROT3) seguiu com recomendação neutra, com preço-alvo passando de R$ 16 para R$ 23.

“Após uma temporada de resultados relativamente positiva do segundo trimestre, as empresas de educação superaram o Ibovespa entre 20-80% desde meados de agosto de 2017. Apesar da coincidência do período, acreditamos que os resultados operacionais do primeiro semestre não foram o principal motivo dessa alta. Na verdade, acreditamos que os investidores estão mudando seu foco para o crescimento de longo prazo, e estão aceitando comprar ações de forma antecipada por isso”, afirmam. Para eles, os investidores com essa mentalidade serão recompensados ??com um novo ciclo de crescimento que deve gerar uma reavaliação do setor por alguns anos.

“Nessa perspectiva, preferimos players menores como SEER3 e ANIM3, que possuem maior potencial de crescimento. Nós mudamos ESTC3 para neutro por falta de visibilidade em seu turnaround e permanecemos neutros em KROT3, que já é muito grande e pouco provável que cresça tanto como seus pares de mercado”, avaliam. 

Oi (OIBR4)
Muitas notícias agitam a Oi nesta sessão. Em destaque, o bilionário egípcio Naguib Sawiris, que figurou entre os interessados em investir na Oi, disse que está desencorajado em fazer isso agora por causa da má administração e das disputas internas na operadora brasileira. Sawiris teria condições financeiras para comprar uma participação na operadora e ainda pode fazer isso, embora seja improvável, disse ele em entrevista quinta-feira em Capri, na Itália, para a Bloomberg.

Sawiris, que detém participação majoritária na egípcia Orascom Telecom Media e Technology Holding SAE, disse que está desapontado com o  comportamento das partes interessadas que desperdiçaram tempo tentando encontrar uma solução para salvar a Oi. “A empresa perdeu valor por causa da falta de investimentos, falta de boa gestão, falta de mudanças estruturais – e para um investidor individual isso é ruim”, disse ele

Já a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) marcou para hoje, às 14h, a reunião para debater a situação econômico-financeira da Oi. Em processo de recuperação judicial, a operadora acumula dívidas de R$ 65,4 bilhões em bônus, dívidas bancárias e responsabilidades operacionais. Na semana passada, a Anatel decidiu adiar a reunião para analisar a abertura de processo para cassar as concessões e autorizações da Oi para operar os serviço de telefonia fixa, celular, banda larga e TV por assinatura.

A agência reguladora adiou o debate após a Justiça autorizar o adiamento da assembleia geral de credores que avaliará o plano de recuperação da empresa. A Justiça acatou o pedido da Oi e adiou para o próximo dia 23 a assembleia, inicialmente marcada para o dia 9.deste mês.

A Anatel e a Oi travam uma batalha judicial em torno das dívidas da empresa junto à agência reguladora. O centro da disputa é a inserção do valor das multas, conseguido na Justiça pela Oi, no endividamento total da companhia. O montante é estimado em mais de R$ 11 bilhões.

Ainda sobre a companhia, José Felix, presidente da Claro Brasil, afirmou que a Claro não tem o menor interesse em adquirir a Oi no momento, uma vez que ela precisa primeiro resolver a recuperação judicial. Porém, segundo ele, o setor de telecomunicações no Brasil precisa de consolidação. A receita das teles não cresce há muitos trimestres, disse ele, segundo informações da Bloomberg. 

Rumo (RAIL3)

O Conselho de Administração da Rumo aprovou preço por ação de R$ 12,00 no âmbito da oferta pública primária de ações ON, que elevará o capital da empresa em R$ 2,64 bilhões, para R$ 9,65 bilhões, dividido em 1,56 bilhões de ações ON, segundo fato relevante.

A oferta contou com esforços restritos de colocação. As novas ações passarão a ser negociadas na B3 em 6 de outubro; a liquidação física e financeira das ações ocorrerá em 10 de outubro. A controladora Cosan Logística subscreveu e integralizará ações em quantidade equivalente à totalidade de seu direito de prioridade.

Gol (GOLL4)

A Gol espera uma margem operacional de 12%-12,5% para o terceiro trimestre deste ano, acima dos 9,1% do mesmo período de 2016, excluindo resultados não recorrentes, segundo comunicado divulgado nesta quinta-feira. A receita unitária de passageiro para o trimestre aumentou entre 6%-6,5% comparada ao mesmo período do ano passado, à medida que a disciplina de capacidade e as estratégias de gerenciamento de receita da Gol continuam beneficiando os resultados, segundo a empresa. Os custos unitários ex-combustíveis, excluindo despesas não recorrentes, deverão apresentar uma redução de aproximadamente 6% comparativamente ao segundo trimestre de 2017, e deverão aumentar aproximadamente 3% em relação ao mesmo período do ano anterior. A companhia reduziu sua dívida total, incluindo arrendamento financeiros e operacionais, em aproximadamente R$ 285 milhões no trimestre, totalizando R$ 5 bilhões em redução de dívida nos últimos 21 meses.

Natura (NATU3)

O Carf manteve a autuação fiscal recebida pela companhia por amortização de ágio realizada nos anos 2000. De acordo com o BTG Pactual, embora a autuação represente cerca de 50% do EBITDA reportado pela empresa em 2016, os analistas do banco não esperam que esse valor seja provisionado no curto prazo, visto que ainda cabe à Natura recorrer à instâncias superiores. “Seguimos com uma visão mais cautelosa no papel, com recomendação neutra, dado que mesmo com sinais gradualmente melhores no Brasil (sobretudo para a categoria de perfumaria), a Natura deve lidar no curto prazo com o complexo processo de integração/turnaround da operação da Body Shop, além da alavancagem crescente”, apontam.

Cosan e São Martinho

A Raízen Energia, joint venture entre Cosan (CSAN3) e Shell, e o grupo São Martinho (SMTO3) tiveram um recurso negado em segunda instância no qual pediam a redução de uma multa por danos ambientais de R$ 25 milhões para R$ 100 mil. As duas empresas são processadas pelo Ministério Público (MPF) por danos ambientais diretos e indiretos provocados pela queima da palha de cana-de-açúcar em Piracicaba entre 2007 e 2011.

(Com Agência Brasil, Bloomberg e Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.