8 ações reagem a recomendações; ex-OGX salta até 10% e estatal despenca com possível oferta de ações

Confira os destaques da bolsa na sessão desta quarta-feira (4)

Lara Rizério

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Petrobras (PETR3, R$ 16,51, -0,78%; PETR4, R$ 15,84, -0,88%)
A Petrobras registra queda após a disparada da véspera, quando os papéis repercutiram positivamente (apesar da negativa contundente) a fala do ministro de minas e energia Fernando Coelho Filho apontando uma possível privatização da Petrobras no futuro, mas que é sem cogitação no momento (para saber mais, clique aqui). Após a divulgação dos dados de estoque de petróleo semanais, pouco mudou para as ações da companhia, em meio à queda de 6 milhões de barris. O WTI registra leves ganhos de 0,08%, a US$ 50,46, enquanto o brent tem baixa de 0,07%, a US$ 55,96 o barril. 

No radar da empresa, ela anunciou na noite de ontem que reajustou para baixo os preços dos combustíveis. O diesel caiu em 3,6%, enquanto a gasolina recuou em 2,3%. Os novos preços passam a valer para as refinarias a partir desta quarta, segundo informações da empresa. 

Além disso, a Petrobras anunciou que iniciou fase vinculante da cessão do Campo de Maromba. Nesta fase do projeto, são emitidas cartas-convite para os interessados habilitados na fase anterior, com as instruções sobre o processo de desinvestimento, incluindo as orientações para a realização de due diligence e para o envio das propostas vinculantes, diz a estatal em comunicado.

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Segundo a companhia, nesse projeto não está prevista realização da fase não vinculante. A Petrobras tem 70% de participação no Campo de Maromba, na Bacia de Campos, e Chevron detém 30%. 

o Valor Econômico informa que a “arbitragem coletiva” aberta por investidores contra a Petrobras na Câmara de Arbitragem do Mercado (CAM), da B3, tem o potencial de pleitear até R$ 20 bilhões da estatal em indenizações, caso os principais fundos de pensão que já tiveram ações da companhia resolvam aderir ao processo. O escritório de advocacia Modesto Carvalhosa entrou com o processo representando um grupo de investidores, mas aceitará adesões de quem negociou ações da companhia entre janeiro de 2010 e julho de 2015. A ideia é replicar algo como a ação coletiva movida contra a estatal nos Estados Unidos. O processo é por conta de alegadas ações da Petrobras que violaram as leis do mercado de capitais, como atraso na publicação de balanços e divulgação de informações falsas ao mercado.

Em comunicado, a Petrobras afirmou que nenhum fundo de pensão compõe a lista de requerentes e que se trata de procedimento movido por uma pessoa jurídica e um reduzido grupo de pessoas físicas. Os valores mencionados na reportagem não constam no pedido de instauração de arbitragem, que não quantifica o valor da disputa, contrariamente ao que dispõe o regulamento da Câmara de Arbitragem da B3. “A Petrobras considera que a legislação não respalda essa iniciativa, inclusive porque a Companhia é vítima dos atos desvendados pela Operação Lava Jato, conforme reconhecido em todas as instâncias do Poder Judiciário que se pronunciaram sobre o tema, incluindo o Supremo Tribunal Federal. Nesse sentido, a Petrobras já recebeu, até o momento, R$ 716 milhões, recuperados pelas autoridades brasileiras, provenientes de companhias e indivíduos envolvidos em práticas criminosas que prejudicaram a companhia”, informou a empresa. Ela destacou ainda que, no prazo devido, a  apresentará sua resposta, na qual também apontará erros formais graves no requerimento de arbitragem.

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Vale (VALE3, R$ 32,66, -0,03%; VALE5, R$ 30,04, +0,13%)
Em mais um dia com os mercados chineses fechados e com o desempenho misto dos metais, a Vale oscila entre leves perdas e ganhos na bolsa. Em destaque no noticiário da mineradora, a  Fitch elevou o rating para “BBB+”, com perspectiva estável. O rating é resultado da aplicação do novo critério da agência atualizado em 2017, que indica que mineradora não ficará limitada pelo rating soberano do país, de BB+, já que as operações da companhia no Canadá geram Ebitda suficiente pra cobrir despesas de juros em moeda forte, diz o relatório da Fitch. Já a perspectiva em moeda estrangeira, de negativa para estável, está alinhada ao novo critério relacionado ao país. A perspectiva estável também reflete aumento de volumes com menor custo de minério de ferro, somado a maior capex. A menor alavancagem projetada da companhia também reforça classificação sólida em relação aos pares, diz a agência. 

Recomendações

Diversas ações reagem às recomendações feitas por casas de análise entre a noite de ontem e esta quarta-feira. Em destaque, o Bradesco BBI reduziu a recomendação para Gerdau (GGBR4, R$ 11,26, -1,23%) de compra para neutra, reduzindo o preço-alvo para R$ 13,00. “Vemos vários ventos contrários que podem dificultar a recuperação de margens e pressionar as ações nos próximos 12 a 18 meses”, afirmam os analistas. A recomendação para Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 5,50, -2,14%) também foi reduzida para neutra, com preço alvo passando de R$ 9,20 para R$ 6,50. Os analistas mantiveram a Usiminas (USIM5, R$ 8,77, +1,27%) como a principal recomendação do setor, elevando o preço-alvo de R$ 10 para R$ 12. Após a disparada da véspera, as ações ficam praticamente estáveis. 

Já o BTG Pactual reduziu a recomendação para Multiplus (MPLU3, R$ 39,51, -1,84%) para neutra devido ao (i) contexto difícil para crescimento de billings; (ii) momentum para lucro mais fraco; e (iii) risco de desvalorização ante o consenso para 2018. O novo preço-alvo foi de R$ 41,50 (ante R$ 43). 

Outras recomendações estão no radar: a BR Malls (BRML3, R$ 14,22, -1,18%) foi rebaixada de compra para manutenção pelo Santander, enquanto Metal Leve (LEVE3, R$ 20,62, +4,30%) e Randon (RAPT4, R$ 7,51, +1,90%) foram elevadas de venda para manutenção pelo UBS. O Safra, por sua vez, elevou a recomendação da empresa de educação Anima (ANIM3, R$ 24,29, +1,84%)  para outperform.

Camil (CAML3, R$ 8,64, -3,57%)

A Camil vê suas ações em forte queda nesta sessão. A empresa de alimentos que recentemente estreou na Bolsa brasileira, informou que recebeu da Receita Federal auto de infração questionando a amortização, para fins fiscais, nos exercícios de 2011 a 2015 do ágio gerado por incorporação de empresas. São elas: Femepe em 01/11/2011, Canadá em 31/12/2011, GIF Codajas em 01/12/2012 e Docelar em 31/12/2012.

Os valores são de R$ 198.398.801,33 em Imposto de Renda (IRPJ) e R$ 71.718.795,99 em Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), com multas e juros. O auto de infração refere-se a uma suposta diminuição indevida das bases de cálculo desses tributos por força do valor atribuído ao ágio, explica a Camil.

Em fato relevante, a companhia afirma que “apresentará impugnação ao referido auto de infração no prazo regulamentar e reafirma seu entendimento de que o ágio foi constituído regularmente, em estrita conformidade com a legislação fiscal”, e que continuará a amortizar o ágio na forma da legislação vigente.

Banrisul (BRSR6, R$ 15,95, -8,28%)

O governo do Rio Grande do Sul informou ao banco estatal Banrisul que tem interesse em realizar oferta de ações envolvendo excedente de controle, segundo fato relevante. A oferta abrangerá ações ordinárias até o limite da manutenção do controle acionário e ações preferenciais. 

Conforme aponta o Itaú BBA, considerando o preço das ações sem direito a voto do Banrisul  como proxy de todas essas ações, o tamanho da oferta potencial é de R$ 2,3 bilhões (R$ 500 milhões das ações sem direito a voto e R$ 1,8 bilhão das ações com direito a voto). Segundo os analistas do banco, a oferta deve melhorar um pouco a condição fiscal do estado do Rio Grande do Sul, reduzindo a pressão para a privatização. 

Ecorodovias (ECOR3, R$ 11,63, +0,78%)

De acordo com a Coluna do Broad, do jornal O Estado de S. Paulo, a Ecorodovias fechou contrato de exclusividade para a compra da MGO Rodovias, que administra a BR-050 entre Minas Gerais e Goiás. A candidata apresentou a melhor proposta em termos de preço e agora tem em mãos uma exclusividade com duração de 30 dias. O processo está sendo competitivo: além da Ecorodovias, olham também o ativo players chineses, a CCR, o fundo Pátria e a Roadis, do PSP Investments. Procuradas, Ecorodovias e MGO não comentaram.

Dommo (DMMO3, R$ 1,64, +9,33%)

Antiga OGX, a Dommo Energia vê suas ações subirem forte nesta sessão, chegando a subir mais de 10%. A companhia informou medidas para reestruturação de seu passivo mediante capitalização dos créditos e a substituição de seu Conselho de Administração. 

Pedro de Moraes Borba, Julio Alfredo Klein Junior e Paulo Narcélio Simões Amaral renunciaram aos seus respectivos cargos no Conselho de Administração da Companhia e foram eleitos, Conrado Lamastra Pacheco, Roderick Fraser e Lauren Krueger. Paulo Narcélio Simões Amaral continuará exercendo suas funções na Diretoria da Companhia.

Quer saber mais sobre como a OGX virou a Dommo? Clique aqui

B2W (BTOW3, R$ 25,58, +3,60%)

As ações da B2W não sabem o que é queda há seis pregões, acumulando alta no período superior a 31%.  No radar, o BTG Pactual divulgou um relatório nesta semana apontando que um momento positivo para a ação, afirmando que a empresa está em uma nova fase. A recomendação do banco é de compra e o preço-alvo foi elevado de R$ 17 para R$ 29. 

“A B2W esteve sob escrutínio dos investidores nos últimos anos, após a forte queima de caixa, seguidos prejuízos e vários aumentos de capital. Mais recentemente, a mudança de alguns categorias do B2C para o mercado trouxe mais incerteza sobre o modelo de negócios da B2W, uma vez que a queima de caixa acelerou no primeiro trimestre e as margens permaneceram sob pressão. No entanto, no segundo trimestre, a empresa mostrou sinais mais encorajadores de que está no caminho para se tornar rentável de forma sustentável. O risco de execução ainda pode impedir o sucesso rápido da estratégia da B2W, mas vemos a empresa como uma das potenciais vencedoras para se beneficiar do crescimento secular do e-commerce no Brasil nos próximos anos”, apontam os analistas do banco. 

Além disso, vale menção que o analista Fernado Góes, da Clear Corretora, recomendou a compra das ações da B2W no programa “Visão Técnica”, da InfoMoneyTV, da última sexta-feira (veja aqui). Na ocasião, ele comentou que acredita que a ação pode buscar pelo menos os R$ 27,00 no curto prazo, o que representa um potencial de valorização de 9% frente ao patamar atual.

A ação foi mencionada também hoje pelo estrategista-chefe da Eleven Financial, Adeodato Volpi Netto, no programa “Comprar ou Vender”, da InfoMoneyTV. Clique aqui para assistir. 

(Com Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.