Euforia na bolsa: Usiminas salta 9%, Eletrobras avança 7%, BB sobe 3% e Petrobras avança apesar de negativa sobre privatização

Confira os destaques da B3 na sessão desta terça-feira (3)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A sessão é de euforia para o Ibovespa que, com valorização  de 2,95%, aos 76.553 pontos, às 15h38 (horário de Brasília) desta terça-feira (3), superou a máxima cravada em 20 de setembro nos 76.419 pontos. Apenas uma ação do Ibovespa está no negativo e, mesmo assim, perto da estabilidade. Trata-se da Suzano (SUZB5, R$ 18,67, -0,05%). Confira os motivos para essa euforia clicando aqui e os destaques do mercado logo abaixo:  

Petrobras (PETR3, R$ 16,54, +4,03%;PETR4, R$ 15,85, +2,92%)
O noticiário sobre a Petrobras é movimentado, com destaque para as falas do ministro de minas e energia, Fernando Coelho Filho. Ontem, nem entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, afirmou que a privatização da Petrobras deve acontecer. Contudo, salientou que o movimento está  “fora de cogitação” no momento. “Acho que vai acontecer, é um caminho, mas não dá para tocar todas as agendas”, avaliou. Confira a matéria clicando aqui. 

 Já nesta terça, o ministro disse que o governo Temer não vai nem sequer iniciar os processos de estudos ou discussões a respeito da possibilidade de privatização da Petrobras. Indagado sobre o assunto após participação de uma audiência pública realizada no Senado, Coelho Filho disse que o governo vai se concentrar exclusivamente no processo de privatização do Grupo Eletrobras e que nada será tratado sobre a oferta da petroleira para a iniciativa privada
O ministro disse, segundo o Estado, que o que falou no programa Roda Viva, da TV Cultura, é que um debate a respeito poderia ser iniciado no futuro, mas que está fora de cogitação no momento.  Analistas destacaram que o ministro deixou claro que não há nada de concreto para ser implementado. Contudo, conforme aponta o UBS, o simples comentário de um ministro em um programa de TV sobre o assunto é inegavelmente um primeiro passo para esta direção. 

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Além disso, ontem, ao comentar a oferta pública inicial de ações (IPO) da BR Distribuidora, o CEO Pedro Parente disse que o objetivo é realizar o processo o mais rápido possível, mas ressaltou que não pode garantir que será feito em 2017. “Não podemos precisar data e providências que não dependem da gente e das condições de mercado. Sabemos que a nova governança da BR está sendo bem recebida e trabalhamos de forma dedicada para fazer o mais cedo possível… se for em 2017 ótimo, mas não posso garantir isso”, declarou.

Já o Santander fez um relatório positivo sobre a Petrobras, afirmando que ela terá melhores preços e maior fatia mercado na segunda metade deste ano. “A administração reiterou que os recentes ajustes de preços de combustíveis anunciados estão em linha com as diretrizes de política de preço de combustíveis; especificamente, no rali mais recente (devido ao furacão Harvey, que aumentou significativamente os preços), a empresa examinou sua participação no mercado interno para determinar os ajustes dos preços de combustíveis, mantendo margens positivas”, apontou. 

Por fim, a Petrobras afirmou que atrasou o 1º óleo de Libra em 4 meses, para novembro. O atraso se deve a falha em guincho sem o qual a plataforma não pode operar, segundo a Petrobras. O cabo do guincho caiu no mar por uma falha no equipamento, incidente aconteceu em julho durante operação de conexão de linhas de um poço de produção à plataforma pioneira de Libra. ”As ações necessárias à recuperação do sistema do FPSO Pioneiro de Libra estão sendo finalizadas. Com isso, a Petrobras pretende iniciar a produção em Libra em novembro de 2017″, disse a empresa.

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Eletrobras (ELET3,R$ 21,52, +4,77%; ELET6, R$ 25,00, +5,62%)

As ações da Eletrobras também avançam, em meio a notícias sobre o modelo de privatização. As distribuidoras da Eletrobras serão vendidas por um valor simbólico no processo de privatização, mas os compradores terão uma obrigação de investimento para melhoria da qualidade do serviço, disse o presidente da companhia, Wilson Ferreira Junior, ao jornal Valor. Além disso, será definida uma nova tarifa para cada uma das distribuidoras nos seus novos contratos de concessão, considerando os esforços para reequilíbrio das empresas. Já o ministro Fernando Coelho Filho afirmou que o governo vai encaminhar ao Congresso, ainda em outubro, a proposta de privatização do Grupo Eletrobras.

Vale destacar que ontem Wilson Ferreira Junior disse que a companhia deve abrir em breve um Programa de Demissão Voluntária (PDV), com expectativa de adesão de até 2,4 mil funcionários. O programa se segue ao Programa de Aposentadoria Incentivada (PAI), que recebeu a adesão de 2,1 mil pessoas, numa economia estimada em cerca de R$ 900 milhões por ano.

O novo programa tem como base o início da operação do Centro de Serviços Compartilhados (CSC), que deve entrar em operação em janeiro do ano que vem. “Sabemos que temos mais pessoas do que precisaremos com base nos novos processos estabelecidos e ofereceremos isso agora para esses empregados, para que a saída ocorra a partir de janeiro, tal qual a implementação”, disse. Ele lembrou que os funcionários que aderiram ao PAI ainda estão em fase de desligamento, com a saída de 15 por dia. O último grupo deve se desligar em 15 de dezembro.

Vale (VALE3, R$ 32,54, +2,01%;VALE5, R$ 29,93, +1,70%)

A Vale registrou oscilação no início do pregão, mas voltou a registrar ganhos acompanhando o movimento positivo da bolsa brasileira e também seguindo o ânimo dos mercados com as commodities, apesar da liquidez comprometida em meio ao feriado chinês. Por volta das 7h20 (de Brasília), o cobre para três meses negociado na London Metal Exchange (LME) subia 0,33%, a US$ 6.514,50 por tonelada. Entre outros metais na LME, os ganhos eram generalizados: o zinco avançava 0,76% no horário indicado acima, a US$ 3.226,50 por tonelada; o alumínio subia 1%, a US$ 2.124,50 por tonelada; o estanho tinha ligeira alta de 0,07%, a US$ 20.700,00 por tonelada; o níquel saltava 2,53%, a US$ 10.725,00 por tonelada; e o chumbo aumentava 0,08%, a US$ 2.527,00 por tonelada.

Apesar do feriado na China, os mercados repercutem o anúncio do fim de semana do banco central chinês (PBoC) que irá reduzir o compulsório bancário entre 0,5 e 1 ponto porcentual a partir de 2018, em seu primeiro corte desde março de 2016, com o objetivo de incentivar empréstimos para pequenas empresas.

A Vale ainda informou que o seu relatório de produção do terceiro trimestre de 2017 será divulgado em 19 de outubro; já o balanço do período será divulgado no dia 26 de outubro, às 6h da manhã. No mesmo dia 26 de outubro, será realizada conferência telefônica/webcast em português, com tradução simultânea para o inglês, que ocorrerá às 11h.

Mais do que para a Vale, a sessão é de ganhos para siderúrgicas: Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 5,59, +4,88%), CSN (CSNA3, R$ 10,73, +8,60%), Usiminas (USIM5, R$ 8,60, +9%) e Gerdau (GGBR4, R$ 11,53, +4,82%) saltam até 9%. 

As ações de siderúrgicas registraram forte valorização também na esteira dos dados da Fenabrave de vendas de veículos, que mostraram alta de 24,6% em setembro na comparação anual. Para o setor como um todo, Fenabrave estima alta de
2,2% em 2017, contra uma projeção anterior de retração de 1,9%. 

Via Varejo (VVAR11, R$ 24,88, +5,47%)

A Via Varejo sobe após ter a recomendação elevada de market perform para outperform pelo Itaú BBA, rolando o preço-justo de R$ 11,60 em 2017 para R$ 30,00 em 2018. “Em poucas palavras, concluímos que o setor é altamente pró-cíclico, tendendo a superar o mercado quando a economia está crescendo. Dado o nosso cenário de recuperação gradual do PIB, inflação controlada e baixas taxas de juros, prevemos o forte crescimento para o setor”, apontam os analistas.

B2W (BTOW3, R$ 24,26, +6,40%)

A B2W já avança quase 15% em dois pregões. No radar, o BTG Pactual divulgou um relatório na véspera apontando que um momento positivo para a ação, afirmando que a empresa está em uma nova fase. A recomendação do banco é de compra e o preço-alvo foi elevado de R$ 17 para R$ 29.  

“A B2W esteve sob escrutínio dos investidores nos últimos anos, após a forte queima de caixa, seguidos prejuízos e vários aumentos de capital. Mais recentemente, a mudança de alguns categorias do B2C para o mercado trouxe mais incerteza sobre o modelo de negócios da B2W, uma vez que a queima de caixa acelerou no primeiro trimestre e as margens permaneceram sob pressão. No entanto, no segundo trimestre, a empresa mostrou sinais mais encorajadores de que está no caminho para se tornar rentável de forma sustentável. O risco de execução ainda pode impedir o sucesso rápido da estratégia da B2W, mas vemos a empresa como uma das potenciais vencedoras para se beneficiar do crescimento secular do e-commerce no Brasil nos próximos anos”, apontam os analistas do banco. 

Além disso, vale menção que o analista Fernado Góes, da Clear Corretora, recomendou a compra das ações da B2W no programa “Visão Técnica”, da InfoMoneyTV, da última sexta-feira (veja aqui). Na ocasião, ele comentou que acredita que a ação pode buscar pelo menos os R$ 27,00 no curto prazo, o que representa um potencial de valorização de 20% frente ao patamar atual. 

Bancos

As ações dos bancos, após abrirem praticamente estáveis, ganham forças nesta sessão. Em destaque, Banco do Brasil (BBAS3, R$ 36,21, +3,61%) avança 2%, enquanto Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 44,60, +2,79%) e Bradesco (BBDC4, R$ 36,65, +3,58%) sobem entre 2% e 4%.

Em destaque para o setor, além do ânimo do mercado, está a notícia do jornal O Globo de que o Banco Central estuda reduzir compulsório de depósitos a prazo para adequar o mercado brasileiro a padrões internacionais de economias maduras. Segundo a notícia, nada deve ser feito “na correria”, muito menos, por motivos conjunturais. O jornal acrescenta, citando uma alta fonte a par dos estudos, que está sendo feita uma revisão, e que não deve haver nenhum grande anúncio. Na avaliação da fonte, níveis são altos e é natural pensar em convergência de médio e longo prazos, que será devagar e de forma bem previsível.

Kroton (KROT3, R$ 20,81, +4,99%)

As ações da Kroton sobem após a companhia anunciar ontem  que está em fases avançadas de negociação para aquisição de três empresas de educação básica e duas delas já estão, inclusive, em processo final de negociação. A informação consta de uma apresentação feita a investidores durante um evento no banco UBS e disponibilizada pela empresa por meio de comunicado ao mercado.

 Qualicorp (QUAL3, R$ 37,36, +0,59%)
A Qualicorp exerceu opção de compra de 25% do capital da Aliança Administradora de Benefícios de Saúde e da GA Corretora de Seguros, Consultoria, Administração e Serviços, segundo fato relevante divulgado ao mercado nesta noite.

A empresa já era detentora de 75% do capital social das duas companhias, em operações realizadas em 23 de maio de 2012 e em 01 de setembro de 2014, respectivamente. O fundador, Elon Gomes de Almeida, deixará de exercer as funções de diretor presidente da Aliança Administradora e da GA Corretora. 

TIM Participações (TIMP3, R$ 11,87, +2,68%)

A TIM anunciou a aprovação do programa de recompra de até 2,35 milhões de ações ordinárias em 1 ano. 

 

 (Com Agência Brasil, Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.