Banco brasileiro lidera lista de rentabilidade ao acionista e comprova que “tamanho não é documento”

Estudo do Economatica revela que bancos com menor quantidade de ativos possuem melhor ROE

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Quando um analista fundamentalista vai avaliar uma empresa via múltiplos, ou até mesmo um investidor quando vai elaborar uma carteira de investimentos, o ROE (Retorno sobre Patrimônio Líquido) é um dos indicadores com presença garantida na análise, já que, em poucos palavras, expressa percentualmente como a empresa está remunerando cada real investido por seus acionistas. No caso dos bancos, como grande parte dos ativos e passivos são líquidos, portanto, tem um valor mais próximo da realidade já que são “marcados a mercado” na maioria das vezes, o ROE ganha ainda mais importância.

Muitos investidores acreditam que quanto maior um banco em termos de ativos, maior será sua rentabilidade ao acionista, já que seu tamanho está ligado à capacidade da instituição financeira em expandir sua presença no mercado e aumentar seu lucro. Porém, um estudo elaborado pelo Economatica revela que “tamanho não é documento”, ou seja, bancos com menor quantidade de ativos possuem melhor ROE; inclusive, com o Itaú Unibanco (ITUB4) liderando a lista.

Considerando 466 bancos de 20 países, sendo 80% de instituições financeiras dos Estados Unidos, o estudo apontou que o banco japonês Mitsubishi UFJ possui a maior base de ativos entre as instituições financeiras selecionadas, com US$ 2,67 trilhões considerando o balanço apresentado no primeiro trimestre. Na segunda posição está o norte-americano JPMorgan, acumulando US$ 2,56 trilhões com base ao reportado até 30 de junho, enquanto o inglês HSBC aparece na terceira posição com US$ 2,49 trilhões.

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Entre os 30 maiores bancos da América Latina e que possuem ADRs (American Depositary Receipt), que são recibos de ações emitidos nos EUA para que empresas de fora do país negociem seus papéis na bolsa de Nova York, os bancos brasileiros aparecem na 23ª, 24ª e 28ª posição, representados, respectivamente, por Itaú Unibanco (US$ 437,80 bilhões), Banco do Brasil (US$ 436,98 bilhões) e Bradesco (US$ 359,45 bilhões).

“Tamanho não é documento”

Contudo, ao comparar quanto de lucro a companhia gerou com o dinheiro investido pelos acionistas, ou seja, Lucro Líquido / Patrimônio Líquido, o tamanho da instituição financeira não garante a melhor rentabilidade para o investidor, como revela a amostra elaborada pelo Economatica considerando somente os bancos com ativos totais acima de US$ 100 bilhões.

Em vigésimo terceiro colocado em termos de ativos totais, o Itaú Unibanco está na primeira colocação em termos de ROE, com 18% considerando o balanço publicado no segundo trimestre. Na lista ainda aparecem o Bradesco na 5ª posição, com 14,62%, além do Banco do Brasil (11,37%) e Santander Brasil (11,08%), na 9ª e 11ª, respectivamente.

Para comprovar a tese, o banco japonês Mitsubishi UFJ, que possui a maior base de ativos entre as instituições financeiras selecionadas, nem mesmo aparece na lista dos 25 maiores bancos por ROE, enquanto o JPMorgan aparece na 14ª posição, com 10,37%. Na realidade, entre as instituições selecionadas com melhor rentabilidade aos seus acionistas, somente JP e Wells Fargo possuem ativos superiores a US$ 1 trilhão.

Melhores pagadores de dividendos

Considerando as ações mais líquidas de cada banco e entre com ativos totais acima de US$ 100 bilhões, o Santander Brasil (SANB11) apresentou o segundo melhor dividend yield (dividendo pago por ação dividido pela cotação do papel) nos últimos 12 meses (entre 28 de setembro de 2016 e 29 de setembro de 2017), com percentual de 6,99%. A primeira colocação ficou para o banco austriliano Westpac Banking, com 9,20%.

Na lista das 25 ações que melhor remuneram os acionistas constam ainda outras três ações de bancos brasileiros: Itaú Unibanco na 5ª posição com 5,71%; Bradesco na 10ª posição com 4,52%; e Banco do Brasil na 12ª posição com 3,64%.