Ibovespa Futuro sobe e juros recuam com mercado à espera da “super-quarta” do Fed

Investidores aguardam as sinalizações de Janet Yellen sobre o futuro da política monetária

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Seguindo com o movimento de alta dos últimos dias, os contratos futuros de Ibovespa com vencimento em outubro registravam alta 0,35%, aos 76.720 pontos, às 9h18 (horário de Brasília) desta terça-feira (19), com os investidores no aguardo pela reunião de política monetária do Federal Reserve. No front doméstico, atenção aos desdobramentos políticos em meio às sequenciais renovações de máxima histórica do Ibovespa, que chegou na última sessão à quinta nova máxima histórica em seis pregões.

A reunião do Fomc irá ocorrer na próxima quarta-feira (20) às 15h00, contando também com as novas projeções econômicas dos membros do BC. Às 15h30, Janet Yellen fará uma coletiva para comentar a decisão, o que alimenta a expectativa de novos indícios sobre o futuro da política monetária sejam anunciados. A expectativa é de que será sinalizada a redução gradual do balanço patrimonial – política de compra de títulos – e reforçado que o aumento dos juros deve ocorrer somente ano que vem.

No mesmo momento, os juros futuros com vencimento em janeiro de 2019 registravam baixa de 3 pontos-base, cotados a 7,41%, enquanto os contratos de janeiro de 2021 recuavam 4 pontos-base, negociados a 8,88%. O dólar futuro com vencimento em outubro registrava valorização de 0,29%, aos 3.134 pontos, à espera pela rolagem de 12.000 contratos de swap cambial pelo BC a partir das 11h30.

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Bolsas mundiais

Na China, a sessão foi de baixa com a cautela prevalecendo diante do potencial aperto de liquidez antes do feriado do Dia Nacional e também em meio à baixa do minério de ferro: tanto em Dalian quanto em Qingdao, a sessão foi de baixa após a Austrália advertir sobre o excesso de oferta da commodity. Já o petróleo sobe e passa de US$ 50 após o Iraque ampliar a perspectiva de nova ação da Opep para reduzir oferta global.

Às 9h03, este era o desempenho dos principais índices:

*CAC-40 (França) +0,10%

*FTSE (Reino Unido) +0,35%

*DAX (Alemanha) -0,14% 

*Hang Seng (Hong Kong) -0,38% (fechado)

*Xangai (China) (fechado) -0,18% (fechado)

*Petróleo WTI +0,72%, a US$ 50,17 o barril

*Petróleo brent +0,34%, a US$ 55,67 o barril

*Minério de ferro spot (à vista) no porto de Qingdao, na China, -4,05%, a US$ 68,85 a tonelada

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian -1,39%, a 498 iuanes

Agenda de indicadores e risco fiscal

A agenda desta terça-feira é esvaziada no Brasil, mas o mercado segue de olho nos indicadores que vão sair nesta semana. Dois novos dados de agosto previstos para sair nos próximos dias podem reforçar sentimento de melhora gradual da economia, conforme aponta a Bloomberg. O Caged tem estimativa de criação de 60 mil empregos, no que seria o quinto mês positivo seguido, enquanto a arrecadação tem estimativa de R$ 98,5 bilhões, abaixo dos R$ 109,9 bilhões de julho, mas 7,3% acima dos R$ 91,8 bilhões de agosto de 2017.

Contudo, apesar dos sinais de melhora da economia, o jornal O Globo informa que a equipe econômica já vê risco de não cumprir nova meta fiscal deste ano. O maior problema continua sendo o leilão de usinas da Cemig, alvo de disputa judicial entre União e governo de Minas Gerais, diz o jornal. 

Cenário político

Na agenda política, a Câmara dos Deputados tentará mais uma vez avançar na discussão das propostas de reforma política que tramitam na Casa. Nesta terça-feira, o plenário volta a analisar a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 77/03, que institui um novo sistema eleitoral e um fundo público para financiar as campanhas.  A proposta já está há algumas semanas no plenário, mas não encontra consenso entre as principais bancadas. 

Na agenda de Temer, o presidente  faz hoje o discurso de abertura da 72ª Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York, seguindo a tradição de o Brasil ser o primeiro a ter a palavra desde 1947. Ainda falando sobre o presidente, segundo a colunista Mônica Bergamo, da Folha, o STF estuda enviar denúncia contra Temer de volta à PGR. Se isso ocorrer, caberá à nova procuradora-geral, Raquel Dodge, revisar o trabalho de Rodrigo Janot.

Pesquisa de popularidade de Temer e eleições de 2018
Em destaque, a CNT (Confederação Nacional do Transporte) divulgará às 11h00 pesquisa realizada em conjunto com a MDA com avaliações do governo federal e cenários sobre as eleições de 2018, além da opinião dos pesquisados sobre a reforma política e a operação Lava Jato. 

Noticiário corporativo

O noticiário corporativo é movimentado com destaque, mais uma vez, para a JBS. A companhia nomeou Gilberto Tomazoni para COO e Wesley Filho para operações América do Sul. Segundo o Estadão, a Sabesp contratou o Itaú BBA para vender 49% da holding em negócio que pode girar R$ 5 bilhões. A Vale afirmou que as revisões do Código de Mineração são difíceis de passar em meio à crise, enquanto a Petrobras confirmou a precificação de títulos no exterior e a sanção ao diretor João Elek Júnior foi revertida por Comissão de Ética. No radar das educacionais, a Somos Educação negocia venda de até 30% das escolas, segundo o Valor. Entre as recomendações, a Multiplan foi rebaixada para neutra pelo Bradesco BBI.

Por fim, no InfoTrade de hoje, um alerta para os comprados em BB Seguridade (BBSE3(confira clicando aqui). 

O Ibovespa Futuro é um bom termômetro de como será o pregão, mas nem sempre prevê adequadamente movimentos na Bolsa a partir do sino de abertura.