Petrobras precifica US$ 2 bi em títulos; patriarca da JBS faz primeiros atos como CEO e mais 9 empresas no radar

Confira os destaques do noticiário corporativo desta terça-feira (19)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo desta terça-feira segue tendo como destaque a JBS em meio à luta dos Batistas para continuarem no comando da companhia. A Petrobras também está no noticiário, assim como outras estatais como Cemig e Sabesp. Confira os destaques:

JBS (JBSS3)

O presidente da JBS, José Batista Sobrinho, tomou na segunda-feira as suas primeiras medidas no cargo, informou a empresa. Houve a criação da função de COO (Chief Operating Officer) Global e a designação de Gilberto Tomazoni para a posição. Tomazoni está na empresa desde 2013 e foi presidente da divisão de aves, presidente da Seara e presidente global de operações. Ele tem mais de 30 anos em posições de liderança no setor de alimentos e também é presidente do Conselho de Administração da Pilgrims Pride Corporation.

  • Além disso, Wesley Batista Filho foi nomeado presidente das operações da JBS na América do Sul, reportando-se a Gilberto Tomazoni. Batista Filho era até hoje presidente da divisão de carne bovina da JBS USA, após ter ocupado cargos de liderança na JBS em cinco países desde 2010. Ele eleito diretor estatutário da JBS em reunião do Conselho de Administração no último sábado (16). José Batista Sobrinho manteve o executivo André Nogueira como presidente da JBS USA, função que já ocupa desde 2012 e que inclui o comando de todas as operações na América do Norte e na Austrália. Nogueira também se reportará ao COO.

    “A criação do cargo de COO e a nova estrutura de gestão possibilitará a entrega de resultados cada vez mais robustos”, afirma, em nota, José Batista Sobrinho. “São executivos experientes, com todas as qualificações necessárias para manter a JBS no seu caminho de sucesso”, ressalta.

    De acordo com a XP Investimentos, o anúncio de Tomazoni como COO é positiva. “Tomazoni é um nome bastante conhecido, com vasta experiência no setor (cerca de 27 anos de Sadia antes de entrar na JBS), devendo tal notícia ser bem recebida pelo mercado no pregão de hoje”, afirma.

  • Vale (VALE3)

    De acordo com Clovis Torres, diretor executivo da Vale, as revisões no código de mineração são difíceis de passar em meio à turbulência política e longa lista de prioridades como fatores. Isso deve reduzir as chances de aprovação das mudanças propostas ao código da mineração pelo Congresso.

    Torres menciona pendências do Governo, como reforma da Previdência e recentes denúncias sobre líderes, inclusive Michel Temer, complicando a disponibilidade do Congresso de aprovar as três mudanças para reformar o antigo código de mineração. Tito Martins, presidente da Votorantim Metais, diz que a proposta de revisão ao código irá aumentar custos e impedir que mineradoras estrangeiras queiram investir no Brasil.

  • O governo propõe a fixação de 5 faixas de tributação minério ferro. Uma das medidas mais delicadas é sobre aumento de royalty, que pode forçar produtoras de minério de ferro a pagar mais com a alta dos preços. Aproximadamente 500 emendas já foram sugeridas às três medidas enviadas ao Congresso, sendo 58% delas consideradas de custo negativo à indústria, de acordo com a advogada da Vale, Solange Costa. Caso o Congresso não aprove as medidas até o fim de novembro, elas perdem validade e terão de enfrentar novos desafios, segundo ela afirmou à Bloomberg. 

  • A coluna do Broad, do Estadão, ainda informou que o ex-diretor da Vale, Roberto Castello Branco, vai entrar no páreo por uma das vagas na primeira eleição de conselheiros independentes da mineradora, marcada para 18 de outubro. O economista está sendo indicado por um pequeno investidor, por isso seu nome não consta do boletim de voto à distância publicado pela companhia, destaca a coluna.

     

    Petrobras (PETR3;PETR4)

    A Petrobras anunciou em comunicado a precificação de US$ 2 bilhões de dólares em títulos emitidos em duas tranches no mercado internacional, definindo rendimentos finais de 5,3% para os papéis com vencimento em 2025 e de 6% para 2028. 

    A conclusão da operação está prevista para 27 de setembro e os recursos obtidos com as emissões serão destinados “prioritariamente” ao pré-pagamento de dívidas existentes. 

  • Além disso, a sanção ao diretor de compliance da Petrobras, João Elek Júnior, foi revertida pela Comissão de Ética. “A comissão reviu seu posicionamento, acolheu o pedido de reconsideração considerando que, pela inexistência de provas, não seria possível aplicar essa sanção, afirmou o presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência, Mauro Menezes. 
  • A advertência foi aplicada porque a filha do diretor estava em processo seletivo da empresa Deloitte na época da contratação de serviços pela diretoria de compliance da Petrobras. “Houve pedido de reconsideração por parte do diretor, ao pressuposto de que ele não teria conhecimento de que sua filha estava fazendo um processo seletivo para a empresa Deloitte”. 
  • Por fim, a estatal informou que elevará na próxima quarta-feira em 1,4% o preço da gasolina e cortará o diesel em 2,3% nas refinarias. 
  • Somos Educação (SEDU3)

    De acordo com o Valor Econômico, a Somos Educação está negociando com fundos a venda de uma fatia de até 30% do seu braço de negócio formado por colégios, como Anglo e pH, e pela escola de inglês Red Balloon. A transação pode movimentar entre R$ 540 milhões e R$ 720 milhões, que devem ser usados para expansão da companhia, segundo apuração do jornal. 

  • Sabesp (SBSP3)

    Segundo a coluna do Broad, do jornal O Estado de S. Paulo, a Sabesp contratou o Itaú BBA para a venda de 49% da holding que controla a empresa, em um negócio que pode girar em torno de R$ 5 bilhões. O movimento ocorre dias após o governo de São Paulo sancionar lei para a criação de uma holding de saneamento básico, que além da estatal reunirá outras empresas subsidiárias. 

  • Multiplan (MULT3)

    O Bradesco BBI reduziu a recomendação para as ações da Multiplan de outperform (desempenho acima da média do mercado) para neutra, com preço-alvo de R$ 77,00. 

  • CCR (CCRO3)

    De acordo com o jornal Valor Econômico, a BH Airport, empresa controlada pelo grupo CCR e que opera o aeroporto de Confins (MG), tem um grande e bilionário problema pela frente. O contrato de concessão exige o início da construção de uma segunda pista de pousos e decolagens nos próximos meses, mas a movimentação de passageiros está longe das estimativas originais e não existe demanda suficiente para a obra, orçada em pelo menos R$ 800 milhões. Em meio a esse cenário, a CCR abriu negociações com o governo para adiar a nova infraestrutura. Desta forma, a abertura da segunda pista – um dos principais investimentos do contrato – deve atrasar entre três e cinco anos.

  • Ainda sobre o setor de concessões, uma notícia positiva. O Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira traz a Medida Provisória 800/2017, que estabelece as diretrizes para a reprogramação de investimentos em concessões rodoviárias federais. Bastante aguardada pelo setor, depois de demorada negociação, a MP foi assinada ontem pelo presidente Michel Temer antes de seu embarque aos Estados Unidos. A medida pode “salvar” pelo menos quatro concessões que, juntas, prometem investimentos aproximados de R$ 20 bilhões. Pelos contratos originais, as duplicações teriam de ser concluídas entre o fim de 2018 e início de 2019. Agora, os investimentos poderão ser realizados conforme o crescimento da demanda, até o limite de 14 anos.

     

  • Santander (SANB11)

     O governo federal avalia que é de seu interesse a participação estrangeira no capital social da instituição financeira que será formada por meio de uma parceria entre o Santander e a montadora Hyundai, de acordo com publicação no Diário Oficial da União desta terça-feira. Santander e Hyundai formam banco para financiamento de automóveis e corretagem de seguros para consumidores e concessionárias da marca automotiva no Brasil.

  • “É do interesse do governo brasileiro a participação estrangeira de até cem por cento no capital social de instituição financeira a ser constituída pelos Grupos Hyundai e Santander, sediados na Coreia do Sul e Espanha, respectivamente”, afirma o decreto. O Banco Central adotará as providências para a execução do determinado no decreto.

    Cemig (CMIG4) e Light (LIGT3)

    Os italianos da Ampla e os portugueses da EDP manifestaram interesse em comprar a Light, segundo Ancelmo Gois, colunista de O Globo, sem revelar como obteve a informação.  Em 28 de agosto, a Cemig abriu data room por até 30 dias sobre Grupo Light. 

  • Ainda sobre a Cemig, além da expectativa em torno do leilão das usinas, no dia 27, a Cemig recebeu na última sexta-feira notificações de intenção de exercício de opção de venda do BB-Banco de Investimento, BV Financeira e do Santander, comunicando o exercício, em caráter irrevogável e irretratável, do seu direito em vender a totalidade de suas ações ordinárias e preferenciais de todas suas participações acionárias na Luce Empreendimentos e Participações S.A. (Lepsa) e RME – Rio Minas Energia Participações. A aquisição das ações deverá ocorrer até o dia 30 de novembro pela Cemig ou por um terceiro por ela indicado. Em agosto, o superintendente de Relações com Investidores da Cemig, Antonio Velez, reforçou que a intenção da companhia é pagar a PUT com recursos oriundos da própria venda da empresa. A estimativa da Cemig é que a operação custe cerca de R$ 1,5 bilhão.
  • Oi (OIBR4)
  • O China Development Bank (CDB), um dos bancos credores da Oi, quer que a companhia avance no plano de reestruturação para negociar apoio e participação no aumento de capital. O banco chinês, que recentemente entrou em uma briga jurídica com a Oi, acredita que para participar de aporte é preciso que o plano esteja aprovado.

    (Com Bloomberg e Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.