Ibovespa renova maior fechamento na história, CDS tem mínima em 3 anos, mas dólar sobe para R$ 3,13

Índice chegou a superar os 76 mil pontos, mas não conseguiu se manter e acabou fechando com ganhos mais amenos após a forte disparada recente

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Depois de iniciar o dia em queda, o mercado retomou o caminho dos ganhos, chegando a subir 0,85% na máxima do dia, para 76.403 pontos, em sua nova máxima histórica. Ajuda no bom humor do mercado o desempenho das bolsas no exterior e as revisões na edição semanal no Boletim Focus do Banco Central, apontando menor inflação e Selic a 7% em 2018.

O benchmark da bolsa brasileira fechou com alta de 0,31%, aos 75.990 pontos em dia de vencimento de opções sobre ações puxando o volume financeiro para R$ 14,499 bilhões. O dólar comercial, por sua vez, teve valorização de 0,67%, cotado a R$ 3,1356 na venda. Já o dólar futuro com vencimento em outubro registrou alta de 0,74%, a R$ 3,141. Já o Risco Brasil medido pelo CDS de 5 anos teve a 2ª queda seguida e ficou no menor nível desde dezembro de 2014.

Com a valorização registrada, renovando a máxima histórica, o índice tem o caminho aberto para buscar os 80 mil pontos no curto prazo, segundo as projeções de Fernando Góes, analista técnico da Clear Corretora, no programa Visão Técnica da última sexta-feira (15). Segundo Góes, eventuais correções podem surgir, mas a tendência principal é de alta – confira o programa completo neste link.

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DIs em queda

Não consta mais nas expectativas do mercado uma alta na taxa básica de juros em 2018. Conforme mostra a mais recente edição do Relatório Focus, os economistas consultados semanalmente pela autoridade monetária agora esperam que a Selic, já prevista para encerrar este ano a 7%, permaneça neste patamar no ano seguinte.

Do lado da inflação oficial, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), a mediana das projeções apontou para um recuo de 3,14% para 3,08% em 2017 e de 4,15% para 4,12% em 2018.

Por conta dessa sinalização, os juros futuros com vencimento em janeiro de 2018 recuaram 2 pontos-base, a 7,58%, enquanto os contratos com vencimento em janeiro de 2021 caíram 3 pontos-base, cotados a 8,94%. 

Destaques do mercado

Na ponta positiva, destaque para as ações da Cemig, que subiram com interesse da chinesa State Power pelas usinas da empresa de energia elétrica. Do outro lado, os papéis da JBS recuaram diante do imbróglio sobre o futuro da presidência da companhia (veja mais aqui).

As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 USIM5 USIMINAS PNA 9,30 +7,14 +126,83 253,80M
 PCAR4 P.ACUCAR-CBDPN 78,30 +4,11 +43,01 83,57M
 CSNA3 SID NACIONALON 11,22 +3,41 +3,41 96,71M
 WEGE3 WEG ON 23,63 +3,28 +54,49 38,09M
 RAIL3 RUMO S.A. ON 10,50 +2,94 +71,01 248,55M

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 JBSS3 JBS ON 8,50 -3,95 -25,20 190,46M
 MULT3 MULTIPLAN ON N2 77,26 -2,36 +31,21 52,76M
 ENBR3 ENERGIAS BR ON 15,77 -2,05 +17,69 16,16M
 CCRO3 CCR SA ON 18,85 -1,93 +19,45 72,68M
 CSAN3 COSAN ON 38,63 -1,85 +3,87 53,93M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 PETR4 PETROBRAS PN 15,04 0,00 709,93M 575,84M 38.318 
 VALE3 VALE ON 34,25 +1,33 633,91M 674,60M 35.814 
 ITUB4 ITAUUNIBANCOPN 43,94 +0,71 396,17M 346,64M 19.456 
 BBDC4 BRADESCO PN 36,20 +0,86 323,52M 310,61M 21.731 
 ABEV3 AMBEV S/A ON 21,20 -1,21 295,42M 239,12M 15.102 
 USIM5 USIMINAS PNA 9,30 +7,14 253,80M 131,29M 19.255 
 RAIL3 RUMO S.A. ON 10,50 +2,94 248,55M 77,38M 18.553 
 BBAS3 BRASIL ON EJ 34,58 +1,38 233,23M 243,85M 17.743 
 JBSS3 JBS ON 8,50 -3,95 190,46M 102,68M 36.412 
 FIBR3 FIBRIA ON 41,35 -0,48 172,06M 56,76M 6.684 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
IBOVESPA

Raquel Dodge e o futuro da Previdência
Logo pela manhã, Raquel Dodge tomou posse da Procuradoria-Geral da República e a presidência do Conselho Nacional do Ministério Público. Em seu discurso de posse, Dodge disse que o Ministério Público tem “o dever de cobrar dos que gerenciam o gasto público que o façam de modo honesto, eficiente e probo, ao ponto de restabelecer a confiança das pessoas nas instituições de governança”. Ela substitui Rodrigo Janot, que deixa o cargo após quatro anos na chefia do MPF (Ministério Público Federal).

Em sua carta de despedida, Janot mandou a última mensagem aos procuradores, na qual afirma que “escroques” ainda ocupam cargos no país: “espero que a semente plantada germine, frutifique e que esse trabalho coletivo de combate à corrupção sirva como inspiração para a atual e futuras gerações brasileiros honrados e honestos”, afirmou.

No final da última semana, Janot apresentou a segunda denúncia contra Temer, mas o mercado não está preocupado com a cassação do presidente, mas se a tramitação poderá atrapalhar a agenda de reformas. A visão geral é de que o governo não deve ter dificuldades para derrotar esta segunda denúncia, mas o ritmo da apreciação pode ser determinante para atender o desejo da Fazenda de votar a reforma da Previdência ainda em outubro. Segundo alguns jornais, a denúncia deve demorar entre 15 e 20 dias para a análise, podendo ser votada em 13 de outubro.

A área econômica já fala em maio de 2018 como um “prazo fatal” para a aprovação da reforma da Previdência no Congresso, segundo notícia do ‘Estadão/Broadcast’. O limite leva em conta o fato de que depois há as festas juninas (período de tradicional retorno dos parlamentares às suas bases eleitorais), a Copa do Mundo e o período de campanha para as próximas eleições, tornando as articulações muito mais difíceis.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.