Parceria entre Petrobras e Shell, venda da Moy Park, ofensivas de Braskem e Embraer na China e mais 5 notícias

Confira os principais destaques de ações desta segunda-feira

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Após uma semana marcada de surpresas e movimentações importantes na Bolsa, a segunda-feira começa com um noticiário agitado do lado corporativo. Confira os principais destaques no radar das empresas:

JBS (JBSS3)
A prisão de Joesley Batista e Ricardo Saud, efetuada neste fim de semana por determinação do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, coloca em risco o acordo de delação de executivos do grupo J&F e o acordo de leniência firmado com o poder público, o que pode prejudicar os planos de venda de ativos da companhia.

Ainda no noticiário da companhia, a Pilgrim’s Pride — segundo maior produtor de frango dos Estados Unidos — está perto de um acordo para comprar a britânica Moy Park, disseram pessoas com conhecimento do assunto. Um acordo pode ser anunciado ainda nesta semana. A processadora de carnes brasileira é a maior acionista de ambas as companhias. A Moy Park foi comprada pela JBS em 2015, por cerca de US$ 1,5 bilhões, incluindo dívidas.

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Embraer (EMBR3)
A companhia não descarta a possibilidade de abrir uma unidade para produzir jatos comerciais na China daqui a dois anos, disse o CEO, Paulo Cesar de Souza e Silva, em entrevista  em Singapura, sinalizando uma eventual mudança na estratégia da empresa, depois do fechamento de uma unidade que fabricava jatos
executivos no país asiático em 2016.

Ainda na entrevista, o executivo informou que a companhia vai esperar a primeira entrega do novo jato E-195-E2, prevista para 2019, para depois avaliar uma planta na China. Esta seria a primeira planta internacional da companhia a construir aeronaves comerciais. Uma planta na China se justificaria pela grande demanda que
deve vir do país asiático nas próximas décadas.

Segundo o CEO, há potencial para produzir pouco mais de mil aviões regionais, do tamanho das que a Embraer produz, nos próximos 20 anos na China. Segundo ele, a companhia tem 80% deste mercado. Sobre o avião de transporte militar KC-390 está em negociações com Portugal. Ainda há conversas com Nova Zelândia e cinco países na Europa e América Latina.

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Petrobras (PETR3; PETR4)
A estatal firmou uma parceria com a Shell Exploration Company de “colaboração mútua de longo prazo, com foco operacional, em ativos nos quais as duas empresas atuam em parceria”, informou em comunicado ao mercado assinado pelo presidente Pedro Parente e por Ben Van Beurden, CEO da Shell. Segundo o texto, o “objetivo principal do memorando é o compartilhamento de experiências e melhores práticas, visando redução de custos nas atividades de construção de poços, logística e segurança de aviação”. Como parte do acordo, será formado um comitê de representantes de ambas as empresas, visando avaliar conjuntamente atividades que permitam o desenvolvimento contínuo de processos operacionais.Atualmente, Petrobras e Shell são parceiras em 10 consórcios de exploração e produção, sendo cada uma operadora em 5 blocos, segundo o comunicado.

Ainda no noticiário da estatal, destaque para um acordo firmado com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) pela Liquigás para encerrar as investigações sobre um cartel formado no mercado de distribuição no Nordeste e no Distrito Federal. A companhia aceitou pagar R$ 65,6 milhões de reais como compensação.

Eletrobras (ELET6)
A companhia, mesmo com a privatização, terá de se manter como mandatária brasileira da binacional hidrelétrica de Itaipu. Conforme conta reportagem do jornal Valor Econômico, o governo não privatizará a usina, mas, ainda assim, a Eletrobras terá de continuar sendo a entidade jurídica à qual Itaipu estará abaixo, segundo o presidente da parte brasileira da hidrelétrica, Luiz Fernando Vianna. Segundo ele, a complexidade pode ser solucionado por meio de uma “golden share”, que daria à União poder de veto no conselho da companhia em questões relativas à usina.

Braskem (BRKM5)
A companhia acertou uma parceria com Pegasus Polymers, para distribuir Polietileno Ultra High Molecular Weight na China, segundo comunicado. A companhia com a qual o acordo foi firmado tem escritórios de vendas e centros de distribuição espalhados pela China e é uma divisão do Ravago — número um no suprimento de serviços para o mercado global para plásticos, borracha e produtos químicos.

Natura (NATU3)
A empresa tomou a decisão de substituir o CEO da The Body Shop, Jeremy Schwartz, disse Guilherme Leal, co-presidente do conselho da companhia brasileira ao Financial Times. O executivo não deu mais detalhes sobre quem ocuparia o cargo. Em 8 de setembro, a Natura concluiu a aquisição de 100% das ações da The Body Shop.

Recomendações

As ações do Bradesco (BBDC3; BBDC4) foram elevadas de avaliação “neutra” para “compra” pelo Goldman Sachs, mesmo movimento visto nos papéis da IMC (MEAL3) pelos analistas do BTG Pactual.

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.