Os 5 assuntos que vão agitar os mercados nesta sexta-feira

Confira em que se atentar na abertura do mercado brasileiro

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Após um dia sem negociações na B3, por conta do feriado do dia da Independência, o mercado acionário brasileiro volta a funcionar nesta sexta-feira (8), com os investidores digerindo o movimento positivo dos principais ADRs de companhias nacionais negociados em Wall Street, o agitado noticiário político, os desdobramentos da já esperada decisão do Copom de cortar a Selic para 8,25% ao ano e os movimentos do mercado internacional.

Confira ao que se atentar neste pregão:

1. Bolsas mundiais

O dia é de queda para os principais índices acionários na Europa e Ásia. No velho continente, os investidores seguem digerindo as palavras do presidente do BCE (Banco Central Europeu), Mario Draghi, que disse que a autoridade monetária está monitorando como a força da moeda está afetando a inflação e o crescimento. Muitos vêem a apreciação do euro como uma das principais razões pelas quais o BCE se absteve de anunciar a redução dos estímulos à economia ontem, o que levou a moeda a uma nova disparada em relação ao dólar. Na Ásia, a sessão foi de leves perdas, mesmo com dados melhores que o esperado na China. As exportações da segunda maior economia do mundo cresceram 5,5% na comparação anual, tendo como referência o dólar.

Às 8h10 (horário de Brasília), este era o desempenho dos principais índices:

*CAC-40 (França) -0,27%

*FTSE (Reino Unido) -0,46%

*DAX (Alemanha) +0,03% 

*Hang Seng (Hong Kong) +0,53 (fechado)

*Xangai (China) (fechado) 0,00% (fechado)

*Nikkei (Japão) -0,63% (fechado)

*Petróleo WTI -0,31%, a US$ 48,94 o barril

*Petróleo brent +0,40%, a US$ 54,71 o barril

2. ADRs sinalizam Ibovespa na máxima

Em uma quinta-feira (7) em que a B3 permaneceu fechada por conta do feriado de Independência do Brasil, o índice Brazil Titans 20, que reúne os principais ADRs (American Depositary Receipt) de empresas nacionais negociados em Wall Street, fechou em alta, o que pode indicar a continuidade do movimento positivo do Ibovespa, com a expectativa de finalmente o índice superar seu maior fechamento histórico 73.516 pontos. Na quarta-feira, véspera do feriado, o índice subiu forte e chegou a operar acima desse patamar. 

O principal índice de ADRs registrou alta de 0,57%, aos 23.822 pontos, descolando-se do movimento registrado nas bolsas dos EUA, que ficaram próximas da estabilidade, e mais próximo da alta vista na Europa após a fala do presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, sobre a força do euro e os estímulos à economia.

3. Agenda econômica

A sexta-feira é marcada por poucos indicadores econômicos para guiar os investidores. O destaque do dia fica por conta dos dados de inflação na China em agosto, a serem apresentados às 22h30 (horário de Brasília), e das vendas e estoques do setor atacadista norte-americano em julho, às 11h.

4. Radar político

O mercado também deverá digerir o depoimento do ex-ministro Antonio Palocci, que disse que Lula firmou um “pacto de sangue” com os executivos da Odebrecht, que consistia no pagamento de propinas e outras vantagens indevidas. A defesa do petista sustenta que o depoente não assumiu compromisso em falar a verdade na ocasião e que suas falas confrontam depoimento dado por ele anteriormente, o que sinalizaria um interesse em apresentar um discurso que facilitasse a efetivação de um acordo de colaboração premiada. Também sobre o ex-presidente, chama atenção a nova denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que também envolveu a ex-presidente Dilma Rousseff e o ex-ministro Aloizio Mercadante em uma suposta tentativa de obstruir as investigações da Lava Jato.

Outra notícia que merece destaque é a esperada revogação da imunidade concedida ao empresário Joesley Batista, após a entrega de novos áudios à PGR, no âmbito do acordo de colaboração firmado previamente. A despeito da ofensiva contra os executivos do grupo J&F, Janot deverá fazer de tudo para manter vivas as provas obtidas nesse processo, que embasaram denúncias como a apresentada contra o presidente Michel Temer.

Atenção também para a prisão preventiva do ex-ministro Geddel Vieira Lima, após descoberto em seu apartamento R$ 51 milhões. A prisão foi determinada pelo juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, o mesmo que autorizou a Operação Tesouro Perdido. A PF também cumpre mandado de prisão contra Gustavo Ferraz, assessor do ex-ministro, como também realiza outros três de busca e apreensão.

5. Radar corporativo

O anúncio de mais um corte na Selic fez os bancos Itaú, Bradesco, BB  Santander reduzirem suas taxas. Em meio ao terremoto que assolou a empresa após a revelação de novos áudios de conversas entre seus executivos, a JBS aderiu ao acordo de leniência celebrado pela holding J&F. Do lado da Petrobras, destaque para a decisão do TRF-5, que manteve a venda da Termo Bahia. A Marcopolo ampliou a suspensão de atividades até 15 de setembro, enquanto a Natura anunciou a conclusão da aquisição de 100% das ações da Body Shop.

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.