Apostando que Brasil seguirá com reformas, banco eleva projeção do Ibovespa para 78.000 pontos este ano

Revisando para cima sua projeção para bolsa, Bradesco BBI vê chance de 80% de que o Brasil siga com a agenda fiscal após a eleição de 2018

Paula Barra

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SÃO PAULO – Vendo 80% de chance do Brasil seguir com as reformas fiscais após a eleição de 2018, os analistas do Bradesco BBI elevaram na manhã desta quarta-feira (6) a projeção para o Ibovespa de 73.000 pontos para 78.000 pontos ao final de 2017 – o que implica em um potencial de alta de 6% frente ao patamar atual. 

Segundo os analistas André Carvalho e Marina Valle, que assinam o relatório do Bradesco BBI, considerando um cenário de continuidade do ajuste fiscal no ano que vem, o provável é que o Ibovespa rume para patamares ainda mais elevados. Nesse caso, eles incluem dois fatores para uma nova projeção: 1) uma antecipação pelos investidores do crescimento do lucro das empresas nos próximos dois anos e meio ou até 2019, o que poderia levar o índice para a casa dos 83.000 pontos; e 2) uma queda no prêmio de risco das ações brasileiras. Atualmente, esse prêmio é de 4,9 p.p., um pouco acima da média histórica de 4,6 p.p.. De acordo com eles, se cair para apenas 1 p.p. abaixo da média histórica, o Ibovespa poderia chegar a 87.000 pontos.

Os dois cenários possíveis para 2018:
Na tese de investimentos do banco, os analistas assumem dois cenários: 1) nenhum ajuste fiscal após a eleição presidencial (20% de chance); e 2) continuidade da agenda (80% de chance). Os dois somados indicam o Ibovespa a 78.000 pontos ao final deste ano. Mas vamos a análise separada: 

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1) Nenhum ajuste fiscal após a eleição presidencial
Segundo os analistas do banco, esse cenário seria de grande decepção para o nível atual do mercado e o rali que visto recentemente. Como o Brasil está em um ponto de inflexão na política macroeconômica e com o ajuste fiscal apenas começando, o cenário de não continuidade no ajuste fiscal a partir de 2019 provavelmente aumentaria o medo da relação da dívida pública/PIB acima de 100%. Nesse caso, o Ibovespa deve sofrer uma 
compressão significativa do múltiplo P/L, levando-o para a casa dos 50.000 pontos.

2) Continuidade o ajuste fiscal
Eles comentam que, nesse cenário, poderia ocorrer uma reavaliação significativa dos múltiplos (de volta ao seu pico histórico de 14,0 vezes o P/L) e/ou uma compressão do prêmio de risco das ações brasileiras para 1 p.p. abaixo da média histórica. Nesse caso, comentam, o Ibovespa poderia alcançar 85.000 pontos, considerando uma média das projeções listadas acima (83.000 pontos + 87.000 pontos).

Diante dessa perspectiva, os analistas do banco revisaram hoje seu portfólio para o Brasil, incluindo as ações da CVC e removendo os papéis da Rumo. A alteração deve-se à visão positiva para o setor cíclico doméstico e a percepção de que a CVC irá se beneficiar do cenário de recuperação econômica e que as recentes aquisições são um precedente positivo para que a empresa continue atuando como consolidadora do mercado no Brasil. 

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As demais ações que compõem o portfólio para o Brasil do banco são: Banco ABC Brasil, Banco do Brasil, Itaú Unibanco, B3, Duratex, Klabin, Usiminas, Iochpe-Maxion e Petrobras.