Magazine Luiza dispara 10% com desdobramento de ações; siderúrgicas e Smiles saltam entre 5% e 8%

Confira os principais destaques de ações desta segunda-feira

Paula Barra

(Divulgação)

Publicidade

SÃO PAULO – Apesar do teste nuclear da Coreia do Norte, que poderia gerar maior pânico no mercado, o Ibovespa subiu 0,28%, a 72.123 pontos, nesta segunda-feira (4), com os investidores na expectativa pela enxurrada de indicadores econômicos que serão publicados ao longo da semana. Além disso, o feriado do Dia do Trabalho nos EUA reduziu  consideravelmente a volatilidade no mercado brasileiro.

Das maiores altas, as siderúrgicas voltaram a chamar atenção, com Usiminas liderando os ganhos do índice. Essa foi a sexta alta seguida da USIM5, período em que acumula ganhos de 26%. Em relatório, o BTG Pactual apontou os 5 fatores por que ficar mais otimista com siderúrgicas do que mineração (veja abaixo), destacando Gerdau e Metalúrgica Gerdau como suas “top picks” no setor, uma vez que o banco vê mais visibilidade um cenário de normalização. Vale menção que – fora das ações de commodities – os papéis da empresa de programas de fidelidade Smiles também foram destacados em relatório matinal do BTG e figuraram como a segunda maior alta do Ibovespa hoje. 

Do outro lado, as maiores quedas ficaram com as ações da Rumo, Pão de Açúcar e Embraer, com perdas entre 1% e 2,5% nesta sessão. 

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Confira abaixo os principais destaques da bolsa desta segunda-feira:

Papel e Celulose

Após semanas de boatos sobre quem iria adquirir a Eldorado Celulose, a J&F, dos empresários Joesley e Welsey Batista, anunciou, no sábado, a venda da empresa para o grupo holandês Paper Excellence por R$ 15 bilhões. Segundo comunicado, o contrato de compra e venda foi assinado hoje e estabelece a transferência de até 100% das ações, com previsão de finalização da operação em até 12 meses. A Eldorado produz cerca de 1,7 milhão de toneladas de celulose de eucalipto por ano. De acordo com a Paper Excellence, a aquisição é importante porque inclui no seu portfolio ativos de produção de celulose de eucalipto.

Na avaliação do Bradesco BBI, a compra pela Paper Excellence representa uma perda estratégica para a Fibria (FIBR3, R$ 43,20, +1,05%). Em relatório enviado a clientes, o analista Thiago Lofiego diz que foi um desdobramento negativo para a Fibria, já que a companhia era compradora natural, tendo em vista as sinergias consideráveis entre as empresas. No entanto, o desfecho também mostra que a Fibria não entrou em uma guerra pela Eldorado, o que mostra disciplina na gestão do capital e foco na criação de valor para o acionista. As ações FIBR3 continuam com recomendação neutra, mas o preço-alvo foi elevado de R$ 41 para R$ 43,  já que anteriormente banco considerava um beta mais elevado ao cálculo de WACC, considerando os riscos  entrar em uma guerra que não se materializou.

Para o Itaú BBA, a Fibria manteve sua promessa de ser racional e não pagar valor exagerado pela Eldorado. No entanto, os analistas Marcos Assumpção, Daniel Sasson e Carlos Eduardo Schmidt esperam uma reação negativa para a ação FIBR3, uma vez que o acordo traz um concorrente novo e financeiramente forte. Uma resposta defensiva dos produtores locais Fibria e Suzano seria a de unir forças e extrair sinergias para se tornarem ainda mais competitivas contra o novo concorrente no Brasil, observaram em relatório enviado a clientes.

JBS (JBSS3, R$ 8,58, -0,69%)
As ações da JBS caíram apesar de suas notícias positivas: sua controladora, a J&F, confirmou a venda da Eldorado para a Paper Excellence; e dados bons da Secex para o mês de agosto, confirmando uma tendência positiva para o segundo semestre do ano. 

Em aves, o mês de agosto foi atípico em volume de exportação, com aumento de 16% na comparação anual. “Acreditamos que os 2 principais pontos que justificam tal performance são: i) condições climátivas desfavoráveis em Maio e Junho o que postergou embarques e aumentou volumes nos últimos 2 meses, e ii) maior demanda por aves em alguns mercados específicos. Por outro lado, os preços aumentaram 4% na comparação mensal e sugerem uma melhora versus julho (melhor mix). Vendas totais aumentaram 16% na comparação anual e atingiram US$ 27 milhões com spreads nos níveis históricos mais altos”, comentaram os analistas do BTG Pactual. Do lado de bovinos, eles comentaram que continuam vendo uma reversão de ciclo in place e volumes de exportação cresceram 49% na comparação anual (maior oferta de gado + normalização de abate por players brasileiros). Preços seguem estáveis confirmando que o mercado segue firme para carne brasileira. Spreads caíram 8% mês a mês, principalmente por um aumento de 13% no preço de gado no mês como resultado de uma normalização da atividade de abate, disseram.

Em meio aos dados, os analistas reiteraram recomendação de compra para BRF (BRFS3, R$ 44,39, +1,79%) e Minerva (BEEF3, R$ 11,52, -0,52%), e acreditamos que Marfrig (MRFG3, r$ 7,26, +1,11%) e JBS, em menor escala, também devem se beneficiar de tal cenário. 

Educacionais

As ações das educacionais Kroton (KROT3, R$ 17,88, -0,50%) e Estácio (ESTC3, R$ 26,52, +0,49%) caíram nesta segunda-feira em meio a dados ruins do setor. O número de matrículas no ensino superior privado caiu 0,1% entre 2015 e 2016 ao passar de 6,076 milhões para 6,068 milhões no ano passado, segundo informações do MEC (Ministério da Educação). Essa foi a primeira queda desse indicador em 25 anos.  

Petrobras (PETR3, R$ 14,72, +0,82%; PETR4 R$ 14,17, +1,07%)
Na contramão do desempenho do petróleo, as ações da Petrobras fecharam em alta nesta sessão. Em Londres, os contratos futuros do Brent registravam queda de 1,04%, a US$ 52,20 o barril, após teste nuclear da Coreia do Norte, o que aumentou a tensão nos mercados internacionais, levando investidores a buscarem ativos mais seguros. 

No radar da estatal, a Petrobras está trabalhando para iniciar o processo de venda de sua participação na Braskem ainda neste ano. Segundo fontes ouvidas pelo jornal Valor Econômico, a Odebrecht e a petrolífera, que são co-controladoras da petroquímica, têm avançado nas conversas acerca de um novo acordo de acionistas, importante para que a operação avance.  Ainda segundo o veículo, uma das alternativas em estudo é a possibilidade de o novo acordo ser formalizado em duas etapas — o que agradaria à empreiteira.

Ainda no noticiário da estatal, destaque para a notícia de que a companhia e o Banco de Desenvolvimento da China assinaram um memorando de entendimento que inclui a exploração “de oportunidades no mercado financeiro chinês, e discutir implementar novas opções de financiamento que inclui uma nova linha de US$ 5 bilhões com latro em explorações de petróleo para a China”.

Vale (VALE3, R$ 36,10, +1,21%; VALE5, R$ 33,25, +0,54%)
Após queda de mais de 1% no intraday, as ações da Vale viraram para alta se descolando do movimento do minério de ferro. A commodity negociada no porto de Qingdao, na China, recuou 1,33% nesta sessão, a US$ 77,86 a tonelada, enquanto os contratos futuros do minério negociados na bolsa chinesa de Dalian registraram queda de 2,08%, a 566 iuanes. 

Acompanharam o desempenho positivo os papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 27,75, +0,87%) – holding que detém participação na Vale. 

Siderúrgicas

Não foi apenas Vale: as siderúrgicas também se distanciaram da commodity hoje, marcando uma alta ainda mais expressiva, com Gerdau (GGBR4, R$ 12,91, +2,54%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 6,27, +5,03%), CSN (CSNA3, R$ 9,46, +2,05%) e Usiminas (USIM5, R$ 8,20, +7,89%). 

Em relatório nesta manhã, analistas do BTG Pactual apontaram os 5 fatores que mostram por que preferem o setor de siderurgia ao invés de mineração. São eles: 1) a China está efetivamente cortando capacidade de aço (eles estimam que 150 milhões de tonelada de capacidade foi cortada nos últimos 3 a 4 anos e deve continuar); 2) preços de aço no Brasil seguem aumentando na esteira do movimento na China e mais importante, os aumentos estão emplacando; 3) há cerca de 40% de excesso de capacidade no Brasil e os volumes estão prestes a se recuperar; 4) os  formadores do aço estão altamente alavancados e o processo de desalavancagem deve começar; 5) melhora da última linha do balanço (lucro/prejuízo líquido).

Em meio a isso, eles reiteraram recomendação de compra para o setor, destacando Gerdau e Metalúrgica Gerdau como suas “top picks”. Os analistas reconheceram que perderam o call em Usiminas (após o papel ter andado cerca de 34% em um mês e mais de 60% no ano) e que em CSN seguem aguardando a tão necessária desalavancagem. 

Além disso, no radar, debenturistas da quinta emissão da CSN aprovaram o não vencimento antecipado e a prorrogação do prazo para divulgação do resultado de 2016, que “deverá ocorrer impreterivelmente até 31 de outubro de 2017”, diz a CSN em comunicado ao mercado. Waiver condicionado ao pagamento de prêmio de 0,10% sobre o valor nominal unitário das debêntures acrescido da respectiva remuneração.

Magazine Luiza (MGLU3, R$ 621,79, +10,22%)
As ações da Magazine Luiza fecharam na máxima do dia, em meio ao desdobramento dos papéis. Nesta tarde, informa o Valor, a varejsta aprovou o desdobramento das ações ONs na proporção de um para oito. O processo, que deve ajudar a aumentar a liquidez dos papéis, acontece sem alteração no valor do capital social da varejista. De setembro de 2015 pra cá, a empresa já ganhou 3.837% de valor de mercado. 

Em entrevista ao InfoMoney, o departamento de RI da Magazine Luiza disse que tem como meta ver as ações da varejista ingressar no Ibovespa (leia a entrevista completa clicando aqui).

Clique aqui e veja os 4 gráficos que dizem por que seguir otimista com Magazine Luiza

Smiles (SMLE3, R$ 75,15, +5,77%)
Os analistas do BTG Pactual atualizaram as estimativas para Smiles, reiterando a recomendação de compra e novo preço-alvo de R$ 85,00 para o papel (versus R$ 73,00). “Vimos no 2° trimestre as companhias acelerando o crescimento de billings em parceiros não-aéreos com a Smiles subindo 14% e Multiplus, 8,5%, enquanto a Tudo Azul cresceu mais de 40%”, comentaram.

A expectativa, dizem os analistas, é que Smiles siga crescendo billings impulsionado por um aumento nos gastos com cartão de crédito, novas fontes de accrual e o ramp-up do Smiles & Money. “Vemos o billings da Smiles crescendo no segundo semestre, trazendo um potencial de alta para o consenso de 2018. Após incorporarmos os resultados do 2° trimestre, nossa nova projeção de Ebitda está em R$ 766 milhões para 2018 (ou 7,5% acima consenso)”, destacaram. Apesar da performance recente (+58% no acumulado do ano), eles optaram por reiterar compra na ação.

Eletrobras (ELET3, R$ 18,01, +2,04%; ELET6, R$ 20,95, +1,21%)
O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, reafirmou que a intenção do governo ao privatizar a companhia é pulverizar as ações. Para evitar que a estatal fique concentrada nas mãos de grupos estrangeiros, o governo estuda criar uma cota para a aquisição de parte da empresa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. “Estamos pensando em limitar com um porcentual de participação máxima”, disse o ministro.

Prumo (PRML3, R$ 11,34, -0,70%)
A empresa recebeu uma carta da Shell recusando o cumprimento de suas obrigações contratuais, incluindo o pagamento de faturas devidas por faturas devidas por serviços prestados. No entendimento da Prumo, a companhia viola as obrigações de “take-or-pay” estabelecidas no serviço de transbordo de petróleo assinadas em 3 de junho de 2015.

Light (LIGT3, R$ 21,00, +0,67%)
A companhia elétrica planeja emitir R$ 400 milhões em debêntures.

Alliar (AALR3, R$ 16,30, -0,18%)
O executivo Fernando Henrique Pereira renunciou ao cargo de CFO (Chief Financial Officer) da companhia.