Petrobras trava disputa de US$ 30 bi com governo; lista de ações do Itaú BBA e mais 8 notícias no radar

Confira os destaques do noticiário corporativo desta sexta-feira

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A disputa da Petrobras com o governo em torno da revisão do contrato de cessão onerosa, as recomendações do Itaú BBA, a elevação dos preços de aço da Usiminas e mais notícias são destaques desta sexta-feira (18). Confira: 

Petrobras (PETR3;PETR4)

O jornal Valor Econômico destaca que a Petrobras e o governo travam, no momento, uma disputa em torno da revisão do contrato de cessão onerosa de exploração de 5 bilhões de barris de petróleo na área do pré-sal, feito pela União com a estatal em 2010.

A Petrobras alega que é credora de US$ 30 bilhões, em sua demanda máxima, mas os ministérios da Fazenda e do Planejamento consideram que é a empresa que deve o mesmo montante ao governo, de acordo com duas fontes da área econômica ouvidas pelo Valor. “Existe uma pequena diferença de entendimento em torno de valores”, ironizou uma fonte.

Além disso, a Petrobras reajustou o preço dos combustíveis, com novos valores válidos para refinarias no próximo sábado (19). A gasolina teve o preço cortado em 1,4%, enquanto o diesel teve o preço-alvo elevado em 0,4%. 

B2W (BTOW3)

A B2W teve a recomendação elevada de venda para neutra pelo UBS, com o preço-alvo sendo elevado de R$ 9,77 para R$ 18,00. 

Recomendações do Itaú BBA

A MRV (MRVE3) e a BRF (BRFS3) substituem Vivo (VIVT4) e Suzano (SUZB5) em Brazil Buy List do Itaú BBA. Isso porque “um ambiente global benigno para os preços dos ativos substituiu o cenário econômico doméstico ainda incerto como motor das ações nos últimos dois meses”, segundo relatório do Itaú BBA. Segundo o banco, as opções de escolha de ações tornaram-se mais escassas, após o Ibovespa se aproximar da marca de 69.000 pontos. “Nós buscamos retardatárias de mercado que poderiam se beneficiar com a melhoria de dados macro. Nos últimos meses, mudamos gradualmente a composição do nosso portfólio de um call defensivo,  essencialmente ‘top-down’ em meados de maio, para histórias ‘top-bottom’ que oferecem valor”.

A Suzano e Telefônica Brasil foram incluídas em meados de maio como uma proteção (hedge) para a volatilidade do mercado na época. O portfólio recomendado superou o Ibovespa em 4.6 pontos desde meados de maio, “com algum ajuste fino ao longo do caminho”. As ações que compõem a Brazil Buy List: Bradesco, BRF, Cosan, Energias do Brasil, GPA, Minerva, MRV, Petrobras, Sabesp,
Ultrapar.

BRF (BRFS3)

A BRF informou que concluiu a compra das ações detidas pelos acionistas minoritários na turca Banvit através da TBQ Foods, sua subsidiária de aves na Turquia. Assim, a BRF passou a deter 91,71% das ações da Banvit, ante participação de 79,4%. A BRF também informou que concluiu a venda de 12.134.300 ações antes mantidas em tesouraria, assim como as operações de “total return swap”. 

Cemig (CMIG4)

Em entrevista ao Valor Econômico, o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), disse que a longa disputa travada pela Cemig e a União pelo controle de três hidrelétricas no Estado poderia ser resolvida se o governo federal flexibilizasse a conta a ser pagar pelas usinas. O governador disse ao jornal que a empresa aceitaria pagar -sem que precisasse haver leilão – o que a União quer receber. “Pode até ser os R$ 11 bilhões, mas diluídos no tempo”, afirmou. Essa “flexibilização” por parte do governo federal, como ele definiu, seria uma saída para atender a interesses dos dois lados. O governo federal, porém, descarta “flexibilizar” as regras de pagamento. 

Eletrobras (ELET6)

A Eletrobras vai recorrer da decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de cobrar R$ 2,998 bilhões por conta de cobranças supostamente irregulares feitas nos últimos anos, para compra e distribuição de gás que abastecem usinas da Amazonas Energia, controlada pela estatal, afirmou o diretor financeiro e de relações com investidores da companhia, Armando Casado. As cobranças envolvem dívidas que estavam sendo bancadas com repasses da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), encargo cobrado na conta de luz.

O montante, informado pela Aneel em publicação no seu site na internet no fim da tarde de quarta-feira, 16, foi apurado após a agência colher argumentos e provas da Eletrobras, o que reduziu o valor inicialmente calculado. Em março, técnicos da Aneel informaram que a empresa teria recebido indevidamente R$ 3,7 bilhões dos consumidores de energia de todo o País, entre julho de 2009 e junho de 2016. A cifra de R$ 2,998 bilhões já foi atualizada até julho de 2017. Ainda assim, segundo Casado, nas contas da Eletrobras, a companhia não deve nada. Pelo contrário, tem R$ 2 bilhões a receber. Por isso, a estatal recorrerá da decisão, afirmou o executivo.

“Tem uma diferença significativa nas partes do gás e dos tributos. Vamos recorrer disso, primeiro na esfera administrativa, com um efeito suspensivo na Aneel, e, num segundo movimento, até na esfera judicial”, afirmou Casado, pouco antes de participar de reunião com investidores organizada pela Apimec, no Rio.

Segundo o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira, o problema está na interpretação que a Aneel está dando a resoluções. “Inclusive a gente já teve, em primeira instância, decisões judiciais que pediram para afastar a Resolução 427 e obedecer a Lei 12.111”, completou Casado.

Ferreira disse que a empresa não foi notificada da decisão da Aneel, embora ela tenha sido publicada no Diário Oficial da União. “Não estamos considerando essa hipótese (de pagar os R$ 3 bilhões). Temos o direito judicial. Existe uma decisão, que não é preliminar, é de primeira instância, só olhando para o elemento da diferença do gás, que reforça o procedimento dado pela Eletrobras. Não é uma coisa que estamos inventando”, disse Ferreira.

A diferença do gás tem a ver com pagamentos de dívidas que a Amazonas Energia tinha com a Petrobras, principal fornecedora de gás para a empresa. A estatal amazonense vinha pagando cerca de R$ 50 milhões por mês para a Petrobras, conforme um “contrato de confissão de dívida” firmado entre as empresas. Essas dívidas estavam sendo bancadas com repasses da CCC. A decisão da Aneel paralisa esses repasses. Caberá à Amazonas Energia e a Eletrobras, portanto, definir outro caminho para quitar as dívidas com a Petrobras. Segundo a área técnica da Aneel, a Amazonas Energia chegou a bancar cerca de R$ 1 bilhão dessa conta com recursos da CCC.

Vale (VALE3)

Segundo o Valor, os quatro sócios controladores da Vale – Litel, que reúne fundos de pensão estatais, BNDESPar, Bradespar e Mitsui – descartam vender ações da mineradora a curto prazo. Eles ficaram com 44,3% dos papéis da Vale após a operação de conversão de ações preferenciais em ordinárias e assinaram um acordo de acionistas válido até 2020, que vincula apenas 20% das ações detidas por eles. Os outros 24,3% estarão livres para venda em fevereiro. 

Estácio (ESTC3)

A gestora de private equity Advent passou a deter 8,67% da Estácio. Ontem, a gestora comprou ações do empresário Chaim Zaher que reduziu fortemente sua participação de cerca de 10% para 1,25%, segundo informou o Valor Econômico. Uma parte dos papéis foi adquirida na bolsa e o restante numa transação privada, de acordo com o jornal. 

Oi (OIBR4)

Segundo a coluna do Broad, do jornal O Estado de S. Paulo, a Oi negocia com Anatel e Congresso carência, desconto na primeira parcela e flexibilização no juro para o pagamento de dívidas de empresas em recuperação judicial por meio do Programa de Regularização de Débitos não Tributários (PRG). As conversas têm por objetivo fazer com que a conta da tele com o regulador caiba em seu plano de recuperação judicial. 

Usiminas (USIM5)

A coluna do Broad também informa que, um mês depois de anunciar um aumento de preços de mais de 10%, a Usiminas acaba de promover um novo reajuste, apoiada na valorização do aço no mercado externo. Dessa vez, o aumento é de 13,1% para a rede de distribuição e valerá a partir de 1.º de setembro. Procurada pela coluna, a Usiminas confirmou o ajuste.

 

(Com Bloomberg e Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.