7 resultados que surpreenderam (por bem ou por mal) os analistas nesta quinta-feira

Ultrapar decepciona as estimativas, enquanto Rumo confirma a expectativa positiva

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – A temporada de resultados do segundo trimestre está chegando ao fim e com isso uma série de empresas estão divulgando seus balanços. Estima-se que mais de 100 companhias de capital aberto apresentarão seus números aos investidores ao longo desta semana, inclusive Petrobras (PETR3; PETR4), que divulgará após o fechamento do mercado.

Como é quase impossível para uma pessoa só analisar todos esses resultados, o InfoMoney vai te dar uma ajuda: compilamos as análises feitas hoje pelas equipes de Itaú BBA, BTG Pactual, Credit Suisse e BofA (Bank of America Merrill Lynch). Apresentaremos abaixo quais balanços que surpreenderam positivamente e quais decepcionaram estes analistas nesta quinta-feira (10). Confira:

Ultrapar (UGPA3)

A empresa que administra os postos Ipiranga, que tem um histórico de apresentar bons resultados, no segundo trimestre decepcionou o mercado. A queda de 22% do Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) frente ao ano passado e de 33% do lucro líquido, em vista da queda das margens, motivaram os analistas de Credit Suisse e BofA rebaixarem a recomendação e o preço-alvo para as ações. 

No caso do banco suíço, a recomendação passou de outperform (expectativa de desempenho acima da média do mercado) para neutro, assim como foi reduzido o preço-alvo de R$ 89,00 para R$ 78,00 por conta das diversas dúvidas sobre qual é o nível de margem sustentável da empresa que permita a continuidade de recuperação da fatia de mercado. Já o BofA reduziu sua recomendação de neutro para underperform (expectativa de desempenho abaixo da média do mercado), enquanto o preço-alvo passou de R$ 77,00 para R$ 75,00.

Banco do Brasil (BBAS3)

O crescimento de 47% do lucro líquido frente ao segundo trimestre do ano passado, que somou R$ 2,65 bilhões, não surpreendeu os analistas, mas a linha de custo foi bastante elogiada. Para o time do Credit Suisse, o principal destaque positivo foi a despesa de provisão que veio melhor do que o esperado, enquanto os analistas do BTG destacaram a queda do Opex (despesas com ativos operacionais).

Rumo (RAIL3)

Conforme o esperado, a empresa que administra malhas ferroviárias foi favorecida pelo crescimento da safra de grãos brasileira e a queda da taxa de juros, que reduz as despesas financeiras. Receita líquida cresceu 9,5% frente ao segundo trimestre do ano passado, enquanto Ebitda 23,5%. A fim de incorporar os números fortes e na expectativa pela manutenção desta tendência nos próximos trimestres, os analistas do Credit Suisse elevaram o preço-alvo para as ações de R$ 11,00 para R$ 13,50.

MRV (MRVE3)

Com fortes vendas e uma base consolidada de lançamentos, a receita líquida da construtora subiu 11% frente ao trimestre passado, enquanto o Ebitda saltou 20% nesta mesma base de comparação. Contudo, a empresa mais uma vez teve dificuldades para controlar os custos e isso limitou uma melhor performance no segundo trimestre. Porém, segundo os analistas do Credit Suisse, o bom resultado já está precificado pelo mercado, que vive a expectativa pelos próximos lançamentos do ano.

Randon (RAPT4)

A fabricante de implementos e veículos rodoviários surpreendeu positivamente no segundo trimestre e arrancou elogios dos analistas. O Ebitda de R$ 87 milhões, que ficou 11% acima do esperado pelo mercado, foi impulsionado pelo sólido volume de vendas tanto no mercado interno, quanto no externo, avaliou o Credit Suisse, principalmente pelo segmento de veículos, onde houve uma expansão significativa de margem. Porém, essa melhora de resultado já está precificada nas ações, alerta o BTG, que segue com a recomendação de neutro para o papel por conta do valuation já esticado.

CVC (CVCB3)

Com crescimento de 14% nas reservas confirmadas e 56% do lucro líquidos frente ao segundo trimestre do ano passado, a empresa apresentou forte resultado na avaliação do BTG, impulsionado pelo crescimento em vendas, diluição de custos e melhora nas condições de negociação com fornecedores. Assim, os analistas do banco reforçaram a visão positiva com o case, sendo que a empresa ainda deve captar as sinergias das empresas recentemente adquiridas e consolidar sua posição de liderança no mercado de turismo.

Oi (OIBR4)

A empresa reportou mais um fraco resultado no segundo trimestre, avaliam os analistas do Credit Suisse, com receita de telefonia móvel e residencial recuando 3% e 6% frente ao mesmo período do ano passado, respectivamente. A companhia foi afetada negativamente pelo aumento do ICMS que levou a um aumento de preço, mas impactou indiretamente a demanda pelos serviços. Apesar da empresa estar bastante pressionada pelas finanças, as ações devem sofrer já que o crescimento de receita é fundamental para um Ebitda sustentável.