Lucrando na queda: as ações mais “shorteadas” pelos investidores na Bovespa

Setor de construção civil lidera a lista

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Em tempos de crise, quando o mercado engatilha uma tendência de baixa, uma alternativa de investimento bastante procurada pelos investidores é a operação de venda. Para realizar este tipo de operação o trader recorre ao BTC (Banco de Títulos e Custódia), onde os investidores que estão comprados em ativos disponibilizam suas ações para aluguel e em troca disto recebem um percentual pelo período que a mesma for utilizada. Além de ser uma alternativa muito interessante para rentabilizar a carteira, o mercado de aluguel oferece informações valiosas sobre a percepção dos investidores.

Conforme dados publicados pelo Economatica com base no fechamento da última segunda-feria (7), Tecnisa (TCSA3) é o papel com o maior percentual de posições vendidas em relação ao número de ações em circulação no mercado, seguido por Eztec (EZTC3) e Ecorodovias (ECOR3). Segundo as informações coletadas, 11,52% do Free Float de Tecnisa estão nas mãos dos vendidos, enquanto seu par em bolsa possui 10,80% e a empresa de concessão rodoviária 9,32%. Apesar da expectativa de queda dos juros, que ajuda na estrutura de custo do setor de construção, as perspectivas de fracos resultados no segundo trimestre justificam esse ceticismo. 

Percentual de posições vendidas em relação ao número de ações em circulação no mercado
Fonte: Economatica

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Para evitar um colapso do mercado e manobras especulativas, a B3 delimita em 20% o percentual de posições vendidas em relação ao número de ações em circulação no mercado. Porém, tivemos casos especiais em que a B3 precisou aumentar o limite de tolerância pela alta demanda dos investidores, como em outubro de 2013 com as ações ordinárias da OGX (OGXP3). Com o pedido de recuperação judicial da empresa, os investidores correram para vender o papel e o volume do total alugado sobre o Free Float precisou ser elevado para 50%.

Short squeeze

Outra informação que os investidores capturam do mercado de aluguel e que utilizam nas estratégias de trading é o número de dias úteis para “zerar” as posições vendidas de uma determinada ação. Neste caso, a ideia é identificar possíveis explosões de volatilidade com a corrida dos vendidos para cobrir suas posições “contra” a empresa – entre outras palavras, o famoso “short squeeze”.

Pelo levantamento do Economatica e utilizando como filtro a liquidez das ações, o grande destaque ficou por conta dos papéis de Klabin (KLBN11) e Weg (WEGE3), com 37,9 e 27 dias de cobertura das posições vendidas, respectivamente. Em termos práticos, como existe uma forte concentração de venda, uma eventual alta das ações poderia gerar uma corrida para a cobertura das posições na ponta da vendedora e isso impulsionaria ainda mais os papéis. Por serem empresas dolarizadas e em vista da queda da moeda norte-americana, os investidores elevaram as apostas na venda para as duas companhias.

Dias úteis para “zerar” as posições vendidas


Fonte: Economatica