Lucro da Eletropaulo sobe 9 vezes e outros 8 balanços; Santander diz que bancos precisam repensar modelos e mais no radar

Confira os destaques do noticiário corporativo da sessão desta terça-feira (8)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A temporada de resultados do segundo trimestre é o grande destaque do noticiário corporativo, com destaque para os números da Marcopolo e da M. Dias Branco, Eletropaulo e AES Tietê, enquanto a Natura anunciou a captação de R$ 3,7 bilhões em notas promissórias. Recomendações também estão no radar. Confira os destaques:

Eletropaulo (ELPL4)

A AES Eletropaulo, responsável pela distribuição de energia na região metropolitana de São Paulo, registrou lucro líquido de R$ 31,4 milhões no segundo trimestre deste ano, número nove vezes maior que os R$ 3,5 milhões reportados no mesmo período do ano passado. Com isso, no acumulado em seis meses a distribuidora anota um lucro de R$ 44 milhões, montante 29,3% maior que o reportado em igual etapa de 2016.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) da companhia somou R$ 262,2 milhões entre abril e junho, alta de 37,5% em relação ao reportado nos mesmos meses do exercício anterior. A margem Ebitda subiu 2 pontos porcentuais e passou de 6,8% para 8,8%. No semestre, o Ebitda soma R$ 498,3 milhões, alta de 34%, com margem de 8,5%, o que corresponde a um avanço também de dois pontos porcentuais.

A companhia também divulgou o Ebitda ajustado, no qual são consideradas questões como ativos possivelmente inexistentes e fundo de pensão. Nesse caso, a distribuidora registrou um Ebitda de R$ 360,2 milhões, 58% acima dos R$ 228 milhões anotados no mesmo intervalo do ano passado. A margem Ebitda ajustado subiu 3,9 p.p., para 12%. No acumulado do ano, o Ebitda ajustado avançou 56%, para R$ 694,4 milhões, com margem 4 p.p. maior, de 11,8%.

A receita líquida da distribuidora totalizou R$ 2,99 bilhões no abril a junho, alta de 6,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Em seis meses, a receita somou R$ 5,866 bilhões, alta de 3,3%. O resultado financeiro representou uma despesa de R$ 79,3 milhões no segundo trimestre, ante uma despesa de R$ 58 milhões anotada um ano antes. A piora nessa linha se deve principalmente à variação cambial de Itaipu, com impacto negativo de R$ 32,9 milhões.

A Eletropaulo divulgou ainda atualizações de suas projeções de sobrecontratação e do Programa de Produtividade, que visa reduzir os custos operacionais. Para este ano, a previsão de sobrecontratação feita pela companhia passou dos 105,8% divulgados em maio para 104,2%. Para 2018, a expectativa foi revista de 104,8% para 105,1%.

Segundo a Eletropaulo, para 2017, além da participação nos leilões de Mecanismo de Compensação de Sobras e Déficits (MCSD), a projeção da sobrecontratação foi revista por conta do crescimento esperado em seu mercado para o ano, que estava em um intervalo de 0,8% a 1,2%, e passou para algo entre 0,6% e 1%. No que diz respeito ao programa de redução de custos, a Eletropaulo espera um corte de R$ 200 milhões neste ano, dos quais R$ 70 milhões realizados no segundo trimestre, R$ 80 milhões no terceiro trimestre e os R$ 50 milhões restantes nos últimos três meses do ano.  

AES Tietê (TIET11)

A AES Tietê, geradora de energia do grupo AES, registrou lucro líquido de R$ 91 milhões no segundo trimestre deste ano, 11,8% abaixo do apurado na mesma etapa de 2016. No acumulado do primeiro semestre, o resultado somou R$ 217 milhões, 22,2% acima do reportado em igual período do ano passado.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ficou em R$ 212,9 milhões entre abril e junho, montante 11,9% menor frente o reportado em igual etapa do ano passado. A margem Ebitda passou de 58,7% para 53,3%. No acumulado do ano, o Ebitda da geradora somou R$ 471,9 milhões, alta de 12,1% frente igual etapa de 2016. A margem Ebitda apresentou evolução positiva e passou de 52,9% para 58,8%.

A receita líquida da AES Tietê Energia totalizou R$ 399,4 milhões no segundo trimestre deste ano, montante 3,1% inferior ao registrado nos mesmos meses do ano passado. De janeiro a junho, a receita totalizou R$ 908,8 milhões, o que corresponde a uma alta de 1,2% frente igual etapa de 2016.

O resultado financeiro líquido correspondeu a uma despesa de R$ 31,1 milhões no trimestre, montante 34,9% menor que a despesa de R$ 47,8 milhões anotada no mesmo período de 2016. No ano, a despesa financeira recuou 11,7%, para R$ 62,8 milhões.

Restoque (LLIS3)
A Restoque, dona das marcas Le Lis Blanc e Dudalina, encerrou o segundo trimestre com lucro líquido de R$ 8,26 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 12,79 milhões registrado um ano antes. Já a receita líquida da companhia teve uma alta de 20,5%, passando de R$ 283,08 milhões para R$ 341,10 milhões.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) consolidado, por sua vez, avançou 45,2%, saindo de R$ 62,05 milhões no segundo trimestre de 2016 para atuais R$ 90,11 milhões, com a margem Ebitda subindo de 21,9% para 26,4%.

Segundo a companhia, foi o maior valor de faturamento trimestral e o maior EBITDA trimestral de sua história. Durante o primeiro semestre, foram
fechadas 26 lojas (que passaram de 327 para 301) e foram reduzidas 277 posições na área administrativa, representando uma redução de 35%, disse a Restoque.

Marcopolo (POMO4)
A Marcopolo fechou o segundo trimestre com lucro líquido de R$ 22,2 milhões, uma queda de 48,2% em relação ao mesmo período do ano passado. Entre os fatores que pressionaram o resultado está o aumento de despesas com vendas (+20,5%), gerais e administrativas (+5,35%), além do reconhecimento de R$ 10,6 milhões em outras despesas operacionais.

Enquanto isso, a receita líquida da companhia subiu 19,5%, passando de R$ 619,7 milhões para R$ 740,9 milhões em um ano. Já o Ebitda avançou 2,8%, para R$ 47,4 milhões.

M. Dias Branco (MDIA3)
A empresa de alimentos M. Dias Branco obteve lucro líquido de R$ 199,4 milhões no segundo trimestre deste ano, aumento de 8,3% ante os R$ 184,1 milhões registrados em igual período do ano passado, informou a companhia nesta segunda-feira, 4. O Ebitda avançou 7% na mesma comparação, para R$ 247,7 milhões.

Já a receita líquida cresceu 3,7% no segundo trimestre, para R$ 1,375 bilhão. Esse resultado refletiu um aumento de 2,5% dos volumes e de 1% do preço médio de venda.

Segundo a companhia, o desempenho no período foi marcado pela recuperação do crescimento dos volumes de vendas nas principais linhas de produtos (biscoitos e massas). Essa melhora, disse a M. Dias Branco, é “consequência principalmente das campanhas comerciais e de marketing realizadas no período e da readequação dos preços através de descontos e bonificações”.

Sonae Sierra (SSBR3)
A Sonae Sierra registrou lucro líquido de R$ 54,6 milhões no segundo trimestre de 2017. O montante é 13 vezes maior que o resultado do mesmo período do ano passado, que foi de R$ 3,9 milhões. O crescimento também foi visto no acumulado do primeiro semestre, quando o lucro (atribuível aos acionistas) atingiu R$ 72,23 milhões, 3,2 vezes maior do que em igual intervalo do ano anterior.

O Ebitda somou R$ 61,3 milhões no segundo trimestre, avanço de 15,5% na mesma base de comparação. A margem Ebitda cresceu 5,1 pontos, para 69,6%. No semestre, o Ebitda totalizou R$ 120,8 milhões, expansão de 3,1%.

A companhia também apresentou lucro operacional medido pelo FFO (lucro líquido excluindo depreciação, amortização e efeitos não caixa) de R$ 41,5 milhões no segundo trimestre, crescimento de 33,6%. No semestre, o FFO chegou a R$ 76,9 milhões, alta de 16,2%.

A receita líquida totalizou R$ 88,1 milhões no segundo trimestre, um aumento de 7,0%. No semestre, a receita atingiu R$ 173,2 milhões, alta de 4,4%.

A Sonae Sierra Brasil atribuiu a melhora da lucratividade ao melhor desempenho de todos os shoppings, marcados pelo aumento das vendas de lojistas e menores concessões de descontos, além de menores custos operacionais e despesas financeiras.

Linx (LINX3)

A Linx teve lucro líquido de R$ 21,4 milhões no segundo trimestre de 2017,  22,4% superior na comparação anual, enquanto a receita operacional líquida cresceu 10,7% no período, para R$ 135,4 milhões. O Ebitda teve alta de 3,2%, a R$ 32,97 milhões no trimestre, enquanto a margem Ebitda ficou em 24,3% ante 26,1% nas mesmas bases de comparação. As despesas operacionais tiveram alta de 20,5% no intervalo, para R$ 82,5 milhões. 

Tegma (TGMA3)

A Tegma fechou o segundo trimestre com lucro líquido de R$ 24,1 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 700 mil registrado em igual período de 2016. A receita líquida subiu 15,9% no mesmo período, atingindo R$ 265 milhões. Já a margem líquida da companhia teve alta de 9,4 pontos percentuais para 9,1%. O Ebitda subiu 17,7%, para R$ 19,9 milhões, enquanto o resultado financeiro foi positivo, a R$ 3,6 milhões, revertendo os R$ 6,2 milhões negativos em igual período de 2016. 

Valid (VLID3)

A Valid fechou o trimestre com lucro líquido de R$ 3,2 milhões, revertendo  o prejuízo de R$ 1,4 milhão do segundo trimestre do ano passado. A receita líquida teve queda de 10,5% na comparação com o segundo trimestre do ano anterior, passando de R$ 437,8 milhões para R$ 391,9 milhões. Já o Ebitda caiu 15,9%, passando para R$ 60,3 milhões. 

Natura (NATU3)
A Natura informou que seu conselho de administração aprovou a captação de R$ 3,7 bilhões em notas promissórias com prazo de 180 dias para pagar a compra de The Body Shop. Os papéis embutirão oferta de rentabilidade ao investidor equivalente a 108% do CDI, informou a companhia.

A Natura fechou a compra da britânica The Body Shop pelo equivalente a 1 bilhão de euros, operação que já recebeu aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) no mês passado.

Petrobras (PETR3;PETR4)

A Petrobras anunciou nesta terça-feira (8) um novo reajuste de preços nos combustíveis, com corte do preço da gasolina em 0,3% e do diesel em 0,5%.  Os novos preços entram em vigor a partir da meia-noite desta terça-feira (9). 

A nova política de revisão de preços foi divulgada pela petroleira no dia 30 de junho. Com o novo modelo, a Petrobras espera acompanhar as condições do mercado e enfrentar a concorrência de importadores. Em vez de esperar um mês para ajustar seus preços, a Petrobras agora avalia todas as condições do mercado para se adaptar, o que pode acontecer diariamente. Além da concorrência, na decisão de revisão de preços, pesam as informações sobre o câmbio e as cotações internacionais. 

BR Malls (BRML3)

Os analistas do Itaú BBA retomaram a cobertura para as ações da BR Malls com recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) com preço justo para 2018 de R$ 15,50 por ação. Os analistas destacam a estratégia da empresa para melhorar a alocação de capital e fortalecer os ativos principais irão melhorar os retornos a longo prazo. 

Weg (WEGE3)

A Weg teve a recomendação rebaixada de compra para manutenção pelo HSBC.

Eletrobras (ELET6) e Cemig (CMIG4)

Passadas as férias no Hemisfério Norte, Eletrobras e Cemig, tentarão emplacar operações de captação externa, com emissão de bônus, para ajudar a equilibrar seus passivos, afirma a coluna do Broad, do jornal O Estado de S. Paulo. As estatais  pretendem lançar para investidores estrangeiros bônus em volumes de cerca de US$ 1 bilhão e US$ 1,5 bilhão, respectivamente, a partir de setembro. A Cemig estará, entretanto, em sua segunda tentativa, após abortar o plano em maio, depois de os investidores exigirem muito prêmio para embolsar os papéis.

Ainda sobre a Cemig, ontem, o  Ministério de Minas e Energia (MME) definiu em R$ 1,027 bilhão o montante total a ser pago pela União à companhia, a título de indenizações das hidrelétricas de São Simão e Miranda, ambas em Minas Gerais. A intenção do governo é leiloar a concessão das duas usinas ainda este ano. O montante, no entanto, é inferior ao pleiteado pela Cemig e a companhia deve questionar o montante, informa o jornal Valor Econômico. 

Santander (SANB11)

O Santander Brasil comprou 70% da Ipanema Credit Management em julho para ampliar sua receita com a recuperação de crédito inadimplente diante do cenário de queda de juros básicos no País, disse Sergio Rial, presidente do Santander Brasil, em entrevista na sede do banco em São Paulo, para a Bloomberg. ” Os bancos precisam repensar o seu modelo de negócio”, disse Rial. Segundo ele, com a Ipanema, “Santander está agregando experiência, tecnologia, a uma área na qual já foi pioneiro”. O banco vai continuar vendendo carteiras de crédito em atraso no mercado, diz Rial. Sobre a economia brasileira, ele destacou que o chão parou de cair” e afirmou que o “Brasil subestimou o impacto do FGTS na economia”. Segundo ele, é muito importante um processo de continuidade”, após as eleições de 2018, da política econômica de “responsabilidade fiscal, com trabalho duro e árduo de combate à inflação”. 

Sabesp (SBSP3)

A Agência Reguladora de Saneamento e Energia de São Paulo (Arsesp) publicou nesta segunda-feira deliberação com novo cronograma da etapa inicial da 2ª revisão tarifária da Sabesp, segundo comunicado da companhia. A Tarifa Média Máxima Preliminar (P0 Preliminar) será divulgada e autorizada até 3 de outubro de 2017. A Tarifa Média Máxima Final (P0 Final) será divulgada e autorizada até 10 de abril de 2018.

Em 1 de agosto, a Arsesp concedeu prazo adicional solicitado de 7 dias para esclarecimentos finais sobre o teor das informações apresentadas pela companhia na etapa preliminar da 2ª Revisão Tarifária Ordinária. 

BTG Pactual (BBTG11)

Conforme destaca o Valor Econômico, o Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) julga na tarde desta terça-feira a validade de uma cobrança de cerca de R$ 2 bilhões feita pela Receita Federal ao BTG Pactual, em decorrência da aquisição do Pactual pelo UBS em 2006. O Fisco não aceita a amortização de ágio e posterior redução na base de cálculo do Imposto de Renda (IR) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

Coelce (COCE5)

A Coelce anunciou em comunicado ao mercado a eleição de  Roberto Zanchi como presidente.

Usiminas (USIM5)

A Usiminas aprovou o nome de Antonio Mendes, apontado pela Nippon Steel, para o Conselho de Administração da companhia, informou a siderúrgica em comunicado. 

(Com Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.