Ibovespa Futuro amplia alta após dados de emprego nos EUA

Contratos futuros do índice sinalizam sessão positiva após realização de lucros pelos investidores na véspera

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Após uma sessão de realização de ganhos e muita especulação sobre a força do governo para dar seguimento a agenda de reformas, o Ibovespa Futuro iniciou a sexta-feira (4) em alta, acompanhando o otimismo visto nas principais bolsas internacionais e a valorização do minério de ferro no mercado chinês. Às 9h45 (horário de Brasília), os contratos futuros do índice com vencimento em agosto subiam 0,64%, a 67.245 pontos, intensificando a alta após a divulgação dos dados do emprego nos Estados Unidos, principal indicador aguardado pelos investidores no dia.

No mesmo horário, os contratos de juros futuros com vencimento em janeiro de 2018 operavam estáveis, a 8,18%, ao passo que os DIs com vencimento em janeiro de 2021 recuavam 1 ponto-base, a 9,14%. Já os contratos de dólar futuro com vencimento em setembro deste ano caíam 0,08%, sinalizando cotação de R$ 3,127.

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Bolsas mundiais

As bolsas europeias se mantiveram no campo positivo após a divulgação dos dados do emprego nos Estados Unidos. Nesta sessão, os investidores também operam atentos à investigação de relações do presidente Donald Trump com a Rússia, que continua movimentando a esfera política. 

No mercado de commodities, o petróleo cai com investidores avaliando dados de produção e estratégia da Opep, enquanto o minério de ferro futuro sobe mantendo o cenáiro positivo traçado por executivo da Vale para empresas do setor. De acordo com o diretor financeiro da Vale Luciano Siani afirmou em entrevista à Bloomberg, o minério está no “ponto ideal” e a companhia aposta na commodity entre US$ 60-70 a tonelada. 

Este era o desempenho dos principais índices:

*CAC-40 (França) +0,26%

*FTSE (Reino Unido) +0,18%

*DAX (Alemanha) +0,18% 

*Hang Seng (Hong Kong) +0,12% (fechado)

*Xangai (China) (fechado) -0,35% (fechado)

*Nikkei (Japão) -0,38% (fechado)

*Petróleo WTI -0,31%, a US$ 48,88 o barril

*Petróleo brent -0,29%, a US$ 51,86 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dailian +1,10%, a 549 iuanes

 *Minério de ferro negociado em Qingdao 62% +1,63%, a US$ 74,12 a tonelada

Noticiário político

O radar político desta sexta-feira ainda tem como foco o desenrolar da votação da denúncia contra o presidente Michel Temer, após a vitória dele na última quarta-feira. Conforme destaca o jornal Folha de S. Paulo, os partidos da base aliada do governo que votaram em massa a favor do peemedebista estão cobrando o preço do apoio. As legendas elevaram a a pressão por cargos ocupados por “infiéis”, sobretudo as pastas ocupadas pelo PSDB, que marcou elevada dissidência. Eles fazem duas ameaças principais, aponta o jornal: travar a discussão da reforma da Previdência e até retirar apoio ao presidente na votação de uma provável segunda denúncia apresentada pela PGR (Procuradoria Geral da República). 

Aliás, ontem, tanto Temer quanto o ministro da Fazenda Henrique Meirelles deram entrevistas manifestando otimismo sobre as reformas. À rádio Band News, o presidente afirmou sentir-se “fortalecido” para aprovar a reforma da Previdência, enquanto Meirelles disse que a expectativa do governo é aprovar até outubro a PEC e até, no máximo, novembro a reforma tributária. Já nos bastidores, a Folha informa que Temer consultou líderes da base sobre a possibilidade de começar a votação do projeto na primeira quinzena de setembro e finalizá-la em outubro, mas há resistências entre deputados governistas tanto em relação ao conteúdo como ao calendário. Assim, em conversas, o presidente reconheceu a necessidade de reorganizar a base antes dessa votação.

Sinais pós-votação da denúncia

De acordo com Samar Maziad, vice-presidente e principal analista para o Brasil da Moody´s, se o governo elevar a meta de déficit primário de R$ 139 bilhões para R$ 159 bilhões, não haverá alteração da classificação do rating soberano do Brasil. Como proporção do PIB, essa elevação será pequena, para 2,5% do PIB. Conforme destaca a LCA Consultores, para ele, pesa muito na classificação brasileira a credibilidade da equipe econômica que foca a agenda de reformas de médio prazo e a solidez da economia.

No final da tarde de ontem, analistas do JPMorgan elevaram o crédito soberano do Brasil para overweight. Eles apontaram que a vitória de Michel Temer na Câmara reduz as incertezas políticas e melhora a perspectiva da aprovação da reforma da Previdência. O crédito soberano do Brasil foi elevado, uma vez que é esperado que seu desempenho supere o de se seus pares no curto prazo, dado que níveis atuais de valuation e posicionamento de investidores ainda estão abaixo dos observados antes das denúncias contra Temer.

Vale destacar a fala do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn. reiterando a sinalização de que a Selic pode ser reduzida em 100 pontos base na reunião do Copom de setembro, se as condições que vigoravam em julho forem mantidas. Foram mencionados por ele a elevada ociosidade econômica, a inflação projetada abaixo da meta e a recuperação gradual da economia.

Por fim, atenção para a nova suspensão do aumento dos combustíveis em todo o país, segundo decisão do  juiz federal Ubiratan Cruz Rodrigues, da 1ª Vara Federal de Macaé (RJ). Ele atendeu a uma ação popular contra os efeitos do decreto assinado pelo presidente Michel Temer, no último dia 20, que aumentou as alíquotas do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) sobre a comercialização de gasolina, óleo diesel e etanol.  O reajuste nas alíquotas do PIS/Cofins sobre a gasolina, o diesel e o etanol foi determinado por meio de decreto presidencial no dia 20 de julho.  A alíquota subiu de R$ 0,3816 para R$ 0,7925 para o litro da gasolina e de R$ 0,2480 para R$ 0,4615 para o diesel nas refinarias. Para o litro do etanol, a alíquota passou de R$ 0,12 para R$ 0,1309 para o produtor. Para o distribuidor, a alíquota, antes zerada, aumentou para R$ 0,1964.

Dados de emprego

Tidos como o principal driver dos mercados nesta sexta-feira (4), os dados de emprego nos Estados Unidos registraram criação de 209 mil novas vagas em julho, ante alta de 222 mil no mês passado. As expectativas dos analistas consultados pela Bloomberg variavam de 125 mil a 220 mil, sendo a mediana 180 mil novos postos no período.

Os payrolls do setor privado apresentaram aumento de 205 mil novas vagas, ante estimativas de 180 mil e contra 194 mil registrados no mês anterior. Do lado do setor manufatureiro, foram gerados 16 mil novos postos de trabalho, contra expectativas de 5 mil; em junho, o indicador ficou em 12 mil novas vagas.

A taxa de desemprego, por sua vez, recuou de 4,4%, para 4,3%, atingindo seu menor patamar em 16 anos, ao passo que a média salarial subiu 0,3%, por US$ 26,36 a hora, de acordo com os dados apresentados pelo governo nesta manhã. O subemprego se manteve em 8,6%.

Noticiário corporativo

O radar das empresas tem como foco, mais uma vez, a intensa temporada de balanços. A Smiles registrou lucro líquido de R$ 146,2 milhões no segundo trimestre, uma alta de 18,3% ante o mesmo período do ano passado. Já a Multiplus fechou o segundo trimestre com lucro líquido de R$ 125,9 milhões, uma queda de 7,7% em relação ao mesmo período de 2016, Enquanto isso, a SulAmérica registrou lucro líquido de R$ 80,6 milhões no segundo trimestre, uma queda de 36,3% na comparação anual. Ser Educacional também divulgou seus números. 

Fora da agenda de resultados, o Magazine Luiza reiterou a suspensão de estudos sobre oferta pública, a Lojas Renner teve a recomendação cortada para neutra pela Bradesco Corretora, enquanto a Valor informa que os sócios da Braskem querem levar a sede da petroquímica para os EUA. Por fim, a JBS anunciou a venda de 19,43% da Vigor para a Lala por R$ 1,11 bilhão.

(Com Agência Estado, Agência Brasil e Bloomberg)

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.