Possível “mudança” da Braskem para os EUA; 5 balanços, 2 cortes de recomendações e mais destaques

Confira os principais destaques do noticiário corporativo desta sexta-feira (4)

Lara Rizério

(Divulgação/Braskem)

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo é movimentado nesta sexta-feira, com destaque para diversos balanços, como de Smiles e Multiplus, a venda de fatia da Vigor para a Lala pela J&F, revisões de recomendações, assim como a possível mudança da Braskem para os EUA. Confira os destaques:

Smiles (SMLE3)
A empresa de programas de fidelidade Smiles registrou lucro líquido de R$ 146,2 milhões no segundo trimestre, uma alta de 18,3% ante o mesmo período do ano passado. A receita líquida, por sua vez, ficou em R$ 441,7 milhões entre abril e junho, crescimento de 26,3% em relação a um ano antes.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) subiu 32,6%, atingindo R$ 172 milhões, enquanto a margem Ebitda avançou 1,8 ponto percentual, para 38,9%.

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Segundo o Credit Suisse, os números foram positivos e puxados principalmente pelo crescimento de 10.5% do faturamento bruto na base anual. A estratégia de margem bruta minima de 40% no resgate continua e também são positivos o controle de custos sobre despesas gerais e administrativas. “Continuamos bullish com outperform de Smiles, assim como com o crescimento atrativo de faturamento bruto e de dividendos”, apontaram os analistas, revisando o preço-alvo para R$ 75,00.

Multiplus (MPLU3)
A Multiplus fechou o segundo trimestre com lucro líquido de R$ 125,9 milhões, uma queda de 7,7% em relação ao mesmo período de 2016. De acordo com a companhia, o recuo é atribuído principalmente a queda da taxa de juros e a menor receita financeira.

O lucro operacional da companhia subiu 0,5% entre abril e junho ante um ano antes, para R$ 147,9 milhões. A margem operacional no trimestre foi de 25,1%, queda de 2 pontos porcentuais em um ano. Já a receita líquida da Multiplus fechou em R$ 589,4 milhões, uma alta de 8,4% na comparação anual.

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A companhia emitiu 23,2 bilhões de pontos no segundo trimestre de 2017, um aumento de 27% em relação ao mesmo período do ano anterior. A quantidade de pontos resgatados, por sua vez, cresceu 17% em relação a um ano antes, somando 19,3 bilhões.

O Credit apontou que os números foram melhores do que o banco estava esperando. “O resultado do lucro líquido foi 4% acima do consenso, com destaques positivos para (i) crescimento de faturamento bruto de 10% na base de comparação anual e (ii) alta taxa de resgate, acelerada por esforço comercial da empresa em promoções”, afirmam os analistas. Já o BTG Pactual destacou que o balanço foi em linha com a expectativa. 

SulAmérica (SULA11)
A empresa de seguros SulAmérica registrou lucro líquido de R$ 80,6 milhões no segundo trimestre, uma queda de 36,3% ante o mesmo período do ano passado. A última linha do balanço recuou com a sinistralidade mais alta do ramo de saúde e odontológico e com a influência negativa da queda de juros no resultado financeiro da empresa.

Enquanto isso, as receitas operacionais subiram 5,7% entre abril e junho, para R$ 4,36 bilhões. A sinistralidade destes três meses ficou 3,3 pontos percentuais pior, saindo de 77,5% no ano passado para 80,8% neste ano. O resultado financeiro caiu 8,5%, para R$ 212,6 milhões, em linha com a redução da taxa de remuneração dos ativos, segundo a SulAmérica.

Segundo o BTG Pactual, o resultado foi fraco. “Apesar de terem tido um bom controle de custo e uma melhora expressiva em várias linhas de negócio, em saúde o balanço foi bem fraco e levantou uma preocupação, mas acreditamos que o terceiro trimestre vai mostrar que o segundo trimestre foi fora da curva”, apontam os analistas. 

Ser Educacional (SEER3)

A Ser Educacional registrou lucro líquido de R$ 64,895 milhões no segundo trimestre de 2017, uma alta de 1,8% na comparação com o mesmo período do ano passado. No acumulado do primeiro semestre, o resultado somou R$ 145,120 milhões, queda de 3% contra igual intervalo de 2016.

De abril a junho de 2017, o Ebitda (Lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou R$ 102,571 milhões, um crescimento de 12,7% contra 2016, com margem Ebitda de 31,4%, a mesma do ano passado. Nos seis primeiros meses de 2017, o Ebitda ajustado totalizou R$ 214,733 milhões, alta de 5,2%.

A receita líquida somou R$ 326,240 milhões no segundo trimestre de 2017, uma expansão de 12,7% contra o mesmo período de 2016. No acumulado de janeiro a abril deste ano, a alta foi de 10,5%, para R$ 635,060 milhões.

O resultado financeiro ficou negativo em R$ 21,613 milhões no segundo trimestre de 2017, uma alta de 47,1% ante um resultado também negativo de R$ 14,696 milhões no segundo trimestre de 2016. 

Segundo o BTG Pactual, o resultado foi bom, com Ebitda 6% acima do esperado pelo banco, enquanto a receita veio forte por conta de uma melhor gestão de ticket médio e controle de evasão no presencial (além de um crescimento mais forte no EAD). 

IRB Brasil (IRBR3)

O ressegurador IRB Brasil Re, que listou suas ações na bolsa na última segunda-feira, 31, registrou lucro líquido de R$ 232 milhões no segundo trimestre, cifra 15% superior à vista um ano antes, de R$ 202 milhões. De janeiro a junho, o resultado chegou a R$ 454 milhões, 10% superior ao registrado em idêntico intervalo de 2016, de R$ 414 milhões. É o primeiro resultado que o IRB divulga como empresa de capital aberto.

“Esse resultado foi alcançado por meio da combinação do crescimento no volume de prêmios emitidos e do resultado operacional, mais que compensando a redução do resultado financeiro nos períodos”, destaca o IRB, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras.

Em termos de prêmios de resseguro (seguro das seguradoras), o IRB somou R$ 1,513 bilhão no segundo trimestre, elevação de 12% ante o mesmo período do ano passado, de R$ 1,356 bilhão. No semestre, foram R$ 2,856 bilhões, incremento de 13%, na mesma base de comparação.

“Mesmo em um ambiente econômico desafiador, fomos capazes de obter êxito em nossa estratégia de compensar a queda da taxa de juros e, consequentemente, de nosso resultado financeiro, com a elevação do resultado de underwriting (subscrição de risco)”, destaca o IRB.

O resultado financeiro do IRB, pressionado pela queda dos juros, encolheu 20% no segundo trimestre deste ano na comparação com o mesmo intervalo do exercício passado, para R$ 233 milhões. No primeiro semestre, a queda ficou em 18%, totalizando R$ 438 milhões. Em contrapartida, os resultados de underwriting aumentaram 85% no segundo trimestre ante um ano, para R$ 174 milhões.

A sinistralidade do IRB foi a 61,3% ao final de junho, melhora de 7 pontos porcentuais em um ano. No semestre, a queda foi de 8 p.p., para 57,5%. Como consequência, o índice combinado, que mede a eficiência operacional de seguradoras e resseguradoras, foi a 86,6% no primeiro trimestre, redução de 11 p.p. em um ano. Neste caso, quanto menor, melhor. Acima de 100% indica prejuízo da operação. Na primeira metade do ano, o índice combinado da companhia ficou em 86,0% contra 94,7% no mesmo intervalo de 2016.

O retorno sobre o patrimônio líquido do IRB (Roae, na sigla em inglês) foi a 30% no segundo trimestre, melhora de 3 p.p. em um ano. O indicador consolidado do primeiro semestre foi de 28%, aumento de 2 p.p., na mesma base de comparação. O ressegurador comenta seus resultados do segundo trimestre nesta sexta-feira, 4, em teleconferências (às 12h em português e às 13h em inglês).

O IPO do IRB movimentou mais de R$ 2 bilhões na B3. Desde que listou suas ações, na segunda, os papéis acumulam alta de 0,17%.

Vale (VALE3; VALE5)
A Vale e a BHP continuam os esforços para retomar as operações da Samarco no atual contrato de joint venture e estão considerando grandes mudanças. As duas proprietárias da empresa buscam um novo caminho em que possam comprar a parte uma da outra, arrendando ou vendendo os ativos, ou ainda mantendo o contrato de titularidade, mas designando um operador, disse o CFO da Vale, Luciano Siani Pires, para a Bloomberg.

“Ainda não encontramos a salvação da Samarco, o que seria o mais benéfico para todas as partes”, afirmou Pires. “Estamos trabalhando em conjunto neste cenário. Já temos os pedidos de permissões que precisamos para voltar a operar”, completou.

O Globo, por sua vez, informa que começa a ser avaliada na Vale a ideia da companhia fazer uma parceria com o braço de mineração da CSN, segundo fontes ouvidas pelo setor. No foco, estaria a compra de uma fatia ou uma joint-venture com a Congonhas Minérios, subsidiária da siderúrgica que reúne a mina de Casa de Pedra, além de outras duas minas menores (Engenho e Pires), em Minas Gerais, e ativos de logística. Com dívida líquida de R$ 25,8 bilhões, a siderúrgica vem tentado se desfazer de ativos para levantar recursos. A Vale, por sua vez, teria ganhos de sinergia com a operação, já que a ferrovia e o porto usados para escoar o minério da CSN também são utilizados pela mineradora. A companhia informou em comunicado que não há qualquer deliberação no âmbito dos órgãos de administração da empresa sobre uma eventual compra da mina de Casa de Pedra. 

Braskem (BRKM5)

Segundo o Valor Econômico, os sócios controladores da Braskem, Odebrecht e Petrobras, trabalham numa grande operação de mercado para a petroquímica, com a transferência da sede da empresa para os Estados Unidos e a abertura de capital com oferta de ações na Bolsa de Nova York. O plano  considera a pulverização do capital da companhia e a rescisão do acordo de acionistas, diz a publicação. 

J&F

A JBS (JBSS3) fechou  acordo para vender a totalidade de sua participação na Vigor Alimentos para o mexicano Grupo Lala, por um valor de aproximadamente R$ 1,112 bilhão. A JBS tinha 19,43% de participação no capital da Vigor. A JBS vai receber aproximadamente R$ 780 milhões no fechamento da operação.

O Grupo Lala é o maior grupo da indústria de lácteos do México e um dos principais das Américas. O valor de mercado da empresa é de aproximadamente US$ 4,8 bilhões e o faturamento líquido em 12 meses, ao final de junho, foi de US$ 2,9 bilhões.

A JBS afirma que pretende utilizar parte dos recursos obtidos com a operação para amortizar dívidas que estão sujeitos no acordo de estabilização fechada recentemente com os bancos.

Ainda sobre o grupo J&F, o Valor informa que a Arauco e a J&F não conseguiram chegar a um acordo ontem à noite para a venda da Eldorado Brasil Celulose ao grupo chileno, apurou o Valor. O prazo do contrato de exclusividade expirava ontem. Sem acordo, a partir de hoje a concorrência pela Eldorado está aberta a todos os interessados. Segundo uma pessoa a par das negociações, a brasileira Fibria, a indonésia April e a própria Arauco passam a disputar o ativo. 

Oi (OIBR4)

Segundo fontes ouvidas pela Bloomberg, a Oi propõe reduzir injeção de dinheiro novo para R$ 5 bilhões. O Conselho da companhia apresentou à Agência Nacional de Telecomunicações esboço de um plano que inclui R$ 5 bilhões em dinheiro novo, queda de 38% em relação ao plano anterior, de R$ 8 bilhões. O rascunho da proposta também prevê troca de dívida por R$ 3 bilhões em ações que garantiriam a credores até 25% do capital da companhia. Os credores terão ainda o direto de trocar seus eurobônus por um título novo de R$ 6 bilhões. 

O esboço de proposta, apresentado à Anatel em reunião nesta semana, mostra o pensamento do conselho de administração de uma companhia que protagonizou o maior pedido de recuperação judicial da história brasileira, em junho do ano passado, com dívidas alegadas de R$ 65 bi na época. A Anatel, além de agência reguladora, é também a maior credora da Oi pelo acúmulo de cerca de R$ 11,1 bilhões em multas por descumprimento de obrigações da Oi. Após a reunião na terça, a Anatel pediu que a Oi reformulasse o plano de recuperação, dizendo que a minuta do plano apresentava margem para questionamento. A Oi, procurada pela Bloomberg, disse que não iria comentar.

Eletrobras (ELET3;ELET6)

A Eletrobras disse que vem estrategicamente estudando e avaliando diversas iniciativas para reduzir a relação dívida líquida/Ebitda, disse a companhia em comunicado de esclarecimento ao mercado.

Entre as opções, ela avalia a possibilidade de novas captações de recursos para quitação ou gestão de dívidas com custos mais elevados. A companhia disse que informará eventual lançamento de operações financeiras de captação de recursos, que dependem de janela de oportunidade do mercado, segundo o comunicado. 

Petrobras  (PETR3;PETR4)

A Petrobras efetuou operação junto ao The Bank of Tokyo-Mitsubishi UFJ através do pré-pagamento de dívida de US$ 333 milhões, com vencimento previsto para 2018, e contratação, simultânea, de novo financiamento de US$ 500 milhões, com prazo vencimento em 2022, disse a empresa, em comunicado ao mercado. A  companhia contratou outro financiamento de US$ 150 milhões com o Banco Safra, também com vencimento em 2022, ambos sem garantias reais. Os recursos líquidos captados com esses financiamentos serão utilizados na execução da sua estratégia de gerenciamento de passivos e que continuará avaliando novas oportunidades no mercado. 

A companhia anunciou nesta sexta que manteve os preços da gasolina e cortou os preços do diesel em 1,2%; a mudança passa a ser válida no próximo sábado. 

AES Tietê (TIET11)

A AES Tietê concluiu a aquisição da totalidade das ações da Nova Energia, detentora, por meio da Renova Eólica, do complexo eólico Alto Sertão II, por R$ 600 milhões, disse a empresa, em comunicado ao mercado. Além do preço de aquisição, a companhia assumiu a dívida do complexo eólico Alto Sertão II no valor de R$ 1,15 bilhão. A Aquisição representa passo importante para estratégia da AES Tietê de, até 2020, compor 50% do seu Ebitda com fontes não hidráulicas com contratos regulados de compra e venda de energia elétrica de longo prazo, e de criação de valor para seus acionistas, segundo documento.

Educacionais

De acordo com o Estadão, faculdades privadas se mobilizam no Congresso para fazer alterações na medida provisória que cria para 2018 o novo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). O texto desagradou às empresas de educação, que querem que o governo se comprometa com uma parte maior do financiamento, entre outros pontos. A MP já recebeu 278 propostas de emendas, 42 delas sugeridas e apoiadas pela Associação Nacional das Universidades Particulares (Anup), uma das principais entidades do setor.

As empresas de educação se queixam, por exemplo, de um trecho da MP que diz respeito ao fundo responsável por cobrir a inadimplência do Fies. De acordo com as regras anunciadas, o fundo será capaz de cobrir uma taxa de inadimplência de até 25% dos contratos, com limitação de aporte de R$ 2 bilhões.

Caso a inadimplência consuma os recursos do fundo garantidor no futuro, o programa inteiro estaria ameaçado de extinção, segundo as entidades. Uma das emendas apoiadas pelo setor, do senador José Pimentel (PT-CE), suprime justamente essa limitação de aportes. Para Sólon Caldas, diretor da Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (Abmes), mudanças do fundo garantidor podem impedir que faculdades menores ofereçam vagas.

A questão da alta inadimplência é uma das que mais preocupam o governo. Em fevereiro, por exemplo, a inadimplência medida por atrasos acima de 360 dias no Fies era de 16,4%, segundo o Tesouro Nacional. Ainda há, no entanto, uma parcela relevante de contratos que não atingiu a fase de amortização porque os alunos não concluíram o curso. Assim, avalia-se que é possível que essa taxa de inadimplência suba.

Lojas Renner (LREN3)

A Bradesco Corretora cortou a recomendação para Lojas Renner para neutra, cpom preço-alvo de R$ 33.

Suzano (SUZB5)

A Suzano teve a recomendação cortada pelo UBS para venda, com preço-alvo de R$ 13,50.

Magazine Luiza (MGLU3)

A  Magazine Luiza reiterou a suspensão dos estudos quanto à possibilidade de realização de uma oferta pública de distribuição de ações, diz a empresa em comunicado de esclarecimento ao mercado. Em 2 de agosto, o Estadão informou que Magazine Luiza planejava retomar oferta de R$ 1 bilhão. 

(Com Agência Brasil, Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.