Rumo dispara 6%, BB salta 4% e Ultrapar afunda 5% com veto do Cade; Cielo desaba após balanço do 2° tri

Confira os principais destaques de ações da bolsa nesta quarta-feira 

Paula Barra

Prédio da Cielo

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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou perto da máxima do dia nesta quarta-feira (2), com alta de 1,04%, a 67.210 pontos, com a melhora dos preços do petróleo e diante das expectativas de que a denúncia contra o presidente Michel Temer deve ser barrada na Câmara dos Deputados. Essa foi a quinta sessão seguida de ganhos do índice, período em que acumula valorização de 3,35%. 

Em meio ao ânimo dos investidores, apenas 10 das 58 ações do Ibovespa fecharam em queda. A maior queda do índice ficou com o papel da Ultrapar, que afundou a partir das 14h50 após o Cade reprovar por unanimidade a compra da Ale pela Ipiranga. A Cielo veio na sequência, em reação ao balanço fraco do 2° trimestre. 

Do outro lado, entre as maiores altas, destaque para as ações da Rumo (+6,50%), que subiram entre dados de exportação de grãos em julho, que mostraram crescimento de 27% na comparação anual, e um alerta de oportunidade de compra na bolsa antes do balanço do 2° trimestre (previsto para o dia 9 de agosto); da Hypermarcas (+4,01%), no embalo de uma reorganização societária; e Banco do Brasil (+4,03%), com ganha força com o “call político”. 

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Confira os principais destaques da bolsa desta quarta-feira:

Vale (VALE3, R$ 31,11, +0,16%; VALE5, R$ 28,89, -0,03%)
Em meio ao otimismo do mercado, as ações da Vale apagaram a queda de até 2% na mínima do dia e fecharam entre leves ganhos e perdas, na contramão de uma correção mais acentuada do minério de ferro, que teve dia negativo após disparada de 7% na última segunda-feira, com o PMI da indústria chinesa apresentando o melhor desempenho desde abril do ano passado (veja aqui). 

Hoje, o minério de ferro negociado no porto de Qingdao, na China, caiu 1,71%, a US$ 72,30 a tonelada, enquanto os contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dailian recuaram 0,91%, a 544 iuanes. 

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Já as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 23,10, +0,83%) – holding que detém participação na Vale – tiveram uma recuperação mais expressiva durante esta tarde, assim como as siderúrgicas, que fecharam em forte alta, com Gerdau (GGBR4, R$ 10,54, +3,31%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 5,35, +3,28%), Usiminas (USIM5, R$ 5,47, +3,60%) e CSN (CSNA3, R$ 7,67, +1,72%). 

No radar, o Conselho de Administração da Gerdau aprovou a mudança em remuneração de debêntures  emitidas pela companhia para 80% da CDI Andima Extra-Grupo, segundo comunicado à CVM. A medida atinge Terceira, Sétima, Oitava, Nona e Décima Primeira. A emissão de Debêntures e mudança vale a partir de 1 de setembro de 2017. 

BRF (BRFS3, R$ 38,65, +1,26%)

De acordo com informações do jornal Folha de S. Paulo, a Justiça Federal mandou prender o principal aliado de Abilio Diniz dentro da BRF, aumentando a pressão sobre a posição do empresário como presidente do conselho de administração da companhia. O  vice-presidente de Integridade da BRF, José Roberto Pernomian Rodrigues, terá de cumprir a pena de 5 anos e 2 meses de prisão em regime semiaberto, segundo decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, em São Paulo.

O desembargador Nino Toldo manteve a condenação em duas instâncias, mas aceitou mudar o regime inicial de cumprimento de pena de fechado para semiaberto. O executivo pode recorrer, mas terá de dar expediente e dormir na cadeia. A Folha informa que o caso não tem a ver com a BRF. Pernomian, ou JR, como é chamado, foi condenado por fraude na importação de computadores em 2007 e chegou a ser preso.

Ainda de acordo com o jornal, um grupo de acionistas da BRF prepara uma queixa de gestão temerária à CVM e à SEC, nos EUA. Eles devem pedir o afastamento de JR e também questionam a gestão da companhia, que de 2016 até março de 2017, perdeu R$ 658 milhões. A administração culpa a recessão e os efeitos da Operação Carne Fraca, da PF, que investiga desde março suspeitas de irregularidades e corrupção de fiscais. 

Já a BRF informou que o pedido de prisão de José Roberto não impede a atuação dele na companhia. “A BRF sempre teve conhecimento da situação do José Roberto, a qual não gera impedimento para sua atuação como administrador”, disse assessoria em resposta à Bloomberg. A assessoria afirma que a empresa entende que se trata de um caso que “concerne a fatos ocorridos há mais de 10 anos, os quais não se relacionam às suas atividades atuais, nem interferem no trabalho dele na BRF. Havendo necessidade, a BRF tomará as providências cabíveis no melhor interesse dos seus negócios, nos termos da legislação e de seus políticas e normas internas”.

Já segundo a Coluna do Broad, do jornal O Estado de S. Paulo, a prisão do ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras, Aldemir Bendine, aumentou o incômodo do Conselho de Administração da BRF com as investigações envolvendo membros indicados pela Petros, fundo de pensão dos funcionários da Petrobras. Antes de Bendine, que foi conselheiro da fabricante de alimentos até abril deste ano pela Petros, os ex-conselheiros Luis Carlos Fernandes Afonso e Carlos Fernando Costa, também indicados pela fundação e com os mandados encerrados em abril de 2015, já haviam sido citados como beneficiários de propina na delação de Joesley Batista, da rival JBS. A Petros destacou ao jornal que estuda a possibilidade de processos de responsabilização para tais executivos e que há uma nova política de seleção de conselheiros, que traz critérios de mercado e foi implementada neste ano pela nova administração da fundação. Além disso, afirmou ainda que possui excelente relação com a BRF. 

Cielo (CIEL3, R$ 24,74, -5,03%)
As ações da Cielo afundaram após balanço fraco no 2° trimestre, com queda nas principais linhas da companhia: receitas, Ebitda e lucro líquido. 

A companhia registrou lucro líquido de R$ 994,3 milhões no período, uma alta 0,5% em relação ao mesmo período do ano passado, quando ficou em R$ 989,2 milhões. Já o lucro ajustado, que considera o resultado da Cateno, ficou em R$ 1,062 bilhão de abril a junho.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) ficou em R$ 1,280 bilhão, queda de 5,1% em relação ao mesmo período do ano passado. A margem Ebitda, por sua vez, ficou em 45,2% ao final de junho, aumento de 1,2 ponto porcentual em um ano. A receita operacional líquida caiu 7,8% no período, ficando em R$ 2,831 bilhões. 

Grande encontro do mercado com a Cielo virá no 4° trimestre; clique aqui e confira essa análise.

O Credit Suisse destaque que os números vieram fracos e, mesmo com um volume de cartão bastante forte (+8,4% na comparação anual), a receita líquida caiu, sendo o principal destaque negativo – um ponto também ressaltado pelos analistas do BTG Pactual. Do lado positivo, o Credit Suisse aponta para a queda dos custos (-6,2% na comparação anual) e o aumentou do payout de 30% para 70% (refletindo em R$ 1 bilhão em dividendos). Por fim, o banco aponta que, apesar do corte de capex (investimentos em bens de capital) anunciado pela empresa – que passou de R$ 150 milhões a R$ 200 milhões, ante R$ 400 milhões -, vale mencionar que isso ocorre por conta de uma desaceleração da afiliação de merchants e sugere um cenário macro mais desafiador e ambiente mais competitivo do que o esperado. O banco manteve visão cautelosa para os papéis. 

BTG Pactual destaca que, mesmo que o volume de cartões tenha sido bons, a receita veio bem mais fraca do que o esperado – o yield da receita “despencou”. Além disso, a queda da base de POS acelerou e o mix de volume de cartões foi bastante desfavorável (muito mais debito versus crédito e grandes contas versus pequenos lojistas). Do lado positivo, os analistas destacam o Opex, que veio muito bem – com queda nominal na comparação anual. A empresa mostrou também que as despesas deveriam crescer abaixo da inflação em 2018, o que mostra bom senso de urgência. Ainda assim, eles apontam que, como base de POS não deve melhorar no curto prazo, a receita líquida deve ficar pressionado no segundo semestre, o que pode levar a revisão das projeções.

Já os analistas do BB Investimentos dizem que o resultado trimestral veio negativo e que podem ter subestimado em suas estimativas o impacto de uma competição mais dura e, por isso, podem rever sua projeção para a empresa. Apesar disso, eles decidiram manter por enquanto a recomendação “outperform” (desempenho acima da média do mercado) para a ação.

Por sua vez, o Bradesco BBI aponta que o resultado foi em linha com o esperado pelo banco, mas com sinais de dias melhores. “Os principais destaques foram: 1) aceleração de volume impressionante, 2) maior spread de pré-pagamento, 3) orientação de custo revisada para baixo e 4) Aumento no payout para 70%.  Apesar do bom desempenho das ações recentes, acreditamos que uma melhor perspectiva para o 2° semestre poderia manter o bom impulso, justificando nossa classificação outperform”, afirmam os analistas. 

A Cielo ainda informou que aprovou a declaração de dividendos intercalares. Os dividendos serão distribuídos no montante total de cerca de R$ 1 bilhão que somados, ao R$ 325,3 milhões que serão distribuídos a título de juros sobre capital próprio em 29 de setembro de 2017, conforme deliberado em reunião do Conselho de Administração realizada em 23 de junho de 2017, equivalem ao percentual de 70% do lucro líquido da companhia. Conforme destaca o BTG, sendo assim, o yield dobra para quase 5%, o que deve dar algum suporte para o papel nesta sessão. 

Os dividendos serão distribuídos aos acionistas nas proporções de suas participações no capital social da Companhia, sendo que não farão jus as ações mantidas em tesouraria. O valor a ser pago por ação é estimado em R$0,369244845 e poderá sofrer alteração em razão de negociações com ações em tesouraria pela Companhia, incluindo alienações para o cumprimento do programa de opções e ações restritas. O valor final a ser pago por ação será informado no dia 15 de setembro de 2017. Os dividendos serão pagos aos acionistas no dia 29 de setembro de 2017, com base na posição acionária de 15 de setembro de 2017. 

Hypermarcas (HYPE3, R$ 29,33, +4,01%)

As ações da Hypermarcas dispararam 6,74% na máxima deste pregão, a R$ 30,10, após a empresa comunicar que Igarapava Participações vai transferir suas ações para seus acionistas, tornando o empresário João Alves de Queiroz Filho acionista direto, com participação de 21,42% da companhia farmacêutica. 

Segundo o analista Marco Saravalle, da XP Investimentos, as ações reagem positivamente em meio à leitura de que, nessa nova estrutura, facilita uma possível venda da companhia, já que depende de menos veículos para tomar uma decisão, caso aja algum interessado. 

Além da notícia colocar de volta à mesa discussões sobre possíveis fusões e aquisições, a equipe de análise do JPMorgan aponta sobre um potencial pagamento de juros sobre capital próprio no curto prazo. “A nova estrutura torna o pagamento de juros sobre o capital próprio mais eficiente, pelo lado fiscal, para o acionista controlador, uma vez que sua tributação para pessoa física é menor (15%), versus para holding (34%)”, comentam. Para eles, essa alteração pode indicar que a companhia deve começar a distribuir juros sobre capital próprio antes do previsto, o que alteraria o valor justo para o papel em menos de R$ 0,50. A recomendação do banco para a ação, contudo, segue como neutra. 

Em comunicado enviado ontem à noite, a companhia esclarece que João Alvez de Queiroz Filho assumirá todos os direitos e obrigações da Igarapava previstos no acordo de acionistas e que a reorganização tem por objetivo a simplificação do investimento na Hypermarcas.

Arezzo (ARZZ3, R$ 35,40, -3,15%)

A  Arezzo registrou lucro líquido de R$ 39,3 milhões, alta de 29,9% na comparação anual, enquanto a receita líquida foi de R$ 328,9 milhões, alta de 11,2% na mesma base de comparação. O Ebitda subiu 22,7%, a R$ 50,3 milhões. 

De acordo com o Itaú BBA, o resultado foi sólido e em linha com as expectativas dos analistas do banco, embora com uma vendas nas mesmas lojas ligeiramente mais lenta do que a esperada. 

BR Properties (BRPR3, R$ 10,50, +6,28%)
As ações da BR Properties fecharam na máxima do dia, atingindo o maior patamar desde dezembro de 2015. A arrancada veio acompanhada de um forte volume financeiro de R$ 41,5 milhões, contra média diária de R$ 10,9 milhões dos últimos 21 pregões. 

O movimento veio na esteira da divulgação de um relatório da casa de research Empiricus, que recomenda a compra das ações BRPR3 e a venda de Magazine Luiza (MGLU3). A varejista, por sua vez, fechou em alta de +0,41%, a R$ 371,88.

Em relatório, o analista Felipe Miranda diz que a ação é uma “compra gritante” na bolsa, citando que o papel está barato, é bem posicionado, com qualidade de gestão e em um contexto de melhora macroeconômica. 

Se os níveis de vacância diminuírem para a média histórica, haveria um ganho de R$ 140 milhões de reais no Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da empresa. Se os preços dos metros quadrados aumentarem cerca de 20%, o Ebitda aumentaria mais R$ 100 milhões, diz o analista. 

Transmissão Paulista (TRPL4, R$ 72,00, +3,17%)
A transmissora de energia Cteep teve lucro líquido de R$ 504,7 milhões no segundo trimestre, decorrente do impacto de R$ 389 milhões de indenizações da União pela renovação antecipada de contratos de concessão (RBSE). Excluindo esse efeito, o lucro líquido seria de R$ 115,7 milhões, aumento de 7,2% ante o mesmo período de 2016.

O resultado operacional medido pelo Ebitda somou R$ 772,7 milhões, alta de R$ 598,3 milhões, principalmente pelo efeito da remuneração do ativo de concessão do RBSE. Excluindo esse efeito, o Ebitda foi de R$ 183,2 milhões.

Segundo o BTG Pactual, o resultado foi mais forte que o esperado, ajudado também por uma reversão de provisão de R$ 15 milhões. Contudo, apontam os analistas, o balanço não deve fazer preço sobre o papel, com toda a expectativa em cima da discussão do RBSE. 

OGPar (OGXP3, R$ 4,46, +8,52%)
A OGPar, antiga OGX Petróleo, informou nesta quarta-feira (2) que a 4ª Vara Empresarial da Comarca do Rio de Janeiro decretou o encerramento do processo de recuperação judicial da companhia. A empresa entrou com o processo de recuperação no dia 30 de outubro de 2013, com dívidas superiores a R$ 13,8 bilhões. 

Segundo a OGPar, “o encerramento da fase judicial da recuperação atenderá aos ditames legais, sem prejuízo da continuidade do cumprimento dos planos de recuperação judicial e da solução de incidentes ainda pendentes de julgamento, os quais permanecerão a correr perante o juízo da recuperação judicial”.

A empresa informou ainda que “há recursos pendentes de julgamento contra a decisão que homologou os planos de recuperação judicial”, mas que não têm impacto que evite o fim do processo de recuperação judicial. “Com o encerramento do processo de recuperação judicial, as companhias estão aptas a iniciar uma nova fase, com foco no desenvolvimento de suas atividades”, disse a OGX em comunicado.

BTG Pactual (BBTG11, R$ 15,85, +1,28%)

O  BTG Pactual teve lucro líquido de R$ 502,6 milhões no segundo trimestre, metade do apurado um ano antes, em meio à forte queda das receitas, que tiveram baixa de 68%, a R$ 851 milhões. 

“As receitas foram impactadas pelo fraco desempenho da área de investment banking, onde tivemos baixos níveis de atividade”, afirmou o grupo no relatório de resultados. 

O investment banking teve receita 76% menor, enquanto na área de sales and trading a queda foi de 87%. Em gestão de recursos, houve baixa de 17% na receita, e na de gestão de riquezas (wealth management) houve retração de 84% na receita líquida. Já as despesas operacionais foram R$ 497,6 milhões, com baixa de 68% na comparação anual. A rentabilidade anualizada sobre o patrimônio líquido do  foi de 13,3% no trimestre, com baixa de 6,1 pontos percentuais ante mesmo período de 2016.

Petrobras (PETR3, R$ 14,03, +2,56%;PETR4, R$ 13,51, +2,97%)
As ações da Petrobras subiram acompanhando a força dos preços do petróleo no mercado internacional. Em Londres, os contratos futuros do Brent subiam 0,97%, a US$ 52,28 o barril, enquanto os contratos WTI, negociados em Nova York, fecharam em alta de 0,8%, a US$ 49,59 o barril.

No radar, a estatal anunciou o corte dos preços dos combustíveis nas refinarias a partir desta quinta-feira (3), sendo 1,3% para a gasolina e 1,8% para o diesel.

A nova política de revisão de preços foi divulgada pela petroleira no dia 30 de junho. Com o novo modelo, a Petrobras espera acompanhar as condições do mercado e enfrentar a concorrência de importadores. Em vez de esperar um mês para ajustar seus preços, a Petrobras agora avalia todas as condições do mercado para se adaptar, o que pode acontecer diariamente. Além da concorrência, na decisão de revisão de preços, pesam as informações sobre o câmbio e as cotações internacionais. 

Indústrias Romi (ROMI3, R$ 5,45, +6,65%)
As ações small caps da Indústrias Romi disparam 45% nos últimos 6 pregões e renovam máxima desde janeiro de 2014, na esteira do balanço acima do esperado pelo mercano no 2° trimestre. A euforia em torno do papel é acompanhada de forte volume financeiro. Hoje, o giro financeiro movimentado com a ação atinge R$ 1,803 milhão, contra média diária de R$ 758 mil dos últimos 21 pregões. No “Especial Setores” do 2° semestre da última terça-feira, a ação da Indústrias Romi foi um dos destaques positivos. Clique aqui e confira. 

Sobre o balanço do 2° trimestre, o analista João Noronha, do Santander, destacou que o resultado foi surpreendentemente positivo, guiado por margens melhores do que o esperado (margem Ebitda de 12,1%, 390 pontos-base acima da projeção), em meio ao forte processo de reestruturação da empresa, que continua a amadurecer, enquanto os melhores volumes de fundição promovem a alavancagem operacional da empresa. “Olhando para o segundo semestre de 2017, esperamos que a empresa continue a colher os benefícios de seu forte processo de reestruturação que ocorreu nos últimos anos, resultando em um risco potencial de alta de nossas estimativas”, comentou.

Ultrapar (UGPA3, R$ 71,15, -4,92%)
Os conselheiros do Cade reprovaram, por unanimidade, nesta quarta-feira (2) a compra da Alesat Combustíveis pela Ipiranga, empresa do grupo Ultrapar. 

O Cade avaliou que negócio provocaria concentração substancial do mercado de distribuição de combustível e que o acordo proposto pelas empresas era insuficiente para evitar problemas de concorrência. Os conselheiros acompanharam o voto do relator do caso, João Paulo Rezende, que propôs a reprovação.

Em fevereiro, a Ultrapar disse que seguia buscando a aprovação do Cade para aquisição da Alesat após a Superintendência-Geral concluir que a operação pode resultar em elevação de preços dos combustíveis na distribuição e na revenda decorrente de um aumento do poder de mercado da Ipiranga e da elevação da possibilidade de atuação coordenada das empresas do setor.

Em nota, a Ale afirma que “essa decisão chancela a importância da história de sucesso da ALE ao longo dos seus 21 anos de atuação no mercado de distribuição de combustíveis e comprova a força e a relevância da rede revendedora e da marca da companhia”.

Rumo (RAIL3, R$ 10,97, +6,50%)
As ações da Rumo fecharam na máxima do dia entre dados de exportação de grãos do mês de julho, que mostraram aumento de 27% na comparação anual, e um alerta de oportunidade de compra da ação antes do balanço do 2° trimestre feito pelo analista Marco Saravalle, da XP Investimentos. Para Saravalle, os números – previstos para o dia 9 de agosto – devem vir bons no período, com destaque para o crescimento de Ebitda.

A recomendação foi dada no programa XP Connection, que vai ao ar todas as quartas-feiras às 11h45 na InfoMoneyTV (veja aqui). Na ocasião, ele alertou também para oportunidades em Marcopolo (POMO, R$ 3,38, +1,81%) e Petrobras (PETR4, R$ 13,57, +3,43%). 

Além disso, os analistas do BTG Pactual ressaltou em relatório divulgado nesta manhã os dados de exportação de grãos da Secex de julho, que mostraram expressivo aumento no mês, ajudada por uma forte performance do milho.

Eles também reforçam uma leitura de balanço forte no 2° trimestre, com projeção de crescimento de mais de 20% do Ebitda no período, citando o volume de exportação total de grãos entre abril e junho, que cresceu 8,7% na comparação com os mesmos meses do ano passado. “Olhando para frente, o 3° trimestre também deve vir forte”, comentaram os analistas, citando uma visão positiva para a ação para o resto do ano, com o crescimento na comparação anual acelerando e atingindo o pico no 2° semestre. Eles reiteraram a recomendação de compra para a ação, que aparece como a “top pick” do setor para o banco.

Oi (OIBR4, R$ 3,34, -0,30%)

A Anatel pediu a reformulação do plano de recuperação da Oi. Segundo divulgado pela agência em nota logo após a reunião que teve com o conselho da Oi e BNDESPar, a minuta do plano apresenta margem para questionamento sobre sua fiabilidade temporal e de garantias de aporte de capital, disse a Anatel em nota à imprensa sobre a reunião que teve com o conselho da Oi e BNDESPar mais cedo.

O conselho diretor da agência diz que entende ser necessário aporte efetivo de capital novo à empresa. Em relação aos créditos públicos, a agência disse que se submete aos preceitos legais que regem o tratamento diferenciado dos créditos públicos. A agência sujeita-se às teses jurídicas defendidas pela Advocacia-Geral da União e pela Procuradoria-Geral Federal, especialmente quanto à segregação de créditos por sua natureza, disse a Anatel. 

Magazine Luiza (MGLU3, R$ 371,88, +0,41%)

Segundo informa a coluna do Broad, do jornal O Estado de S. Paulo, depois da avalanche política trazida pela delação de Joesley Batista, levar o Magazine Luiza a suspender sua oferta subsequente de ações (follow on), a varejista vai colocar a operação de cerca de R$ 1 bilhão na rua. A captação será principalmente primária e vai ser utilizada para elevar a liquidez na Bolsa e ajustar as despesas financeiras da companhia, hoje em nível maior do que de outros grandes varejistas. 

Cia. Hering (HGTX3, R$ 21,95, +0,23%)

A Cia. Hering anunciou que Rafael Bossolani assumiu a diretoria financeira da companhia; Frederico de Aguiar Oldani renunciou ao cargo. 

O Itaú BBA ressalta que essa mudança ocorre menos de um mês após as mudanças na área comercial da empresa. “Como as operações da Hering ainda não mostram sinais tangíveis de recuperação, um sopro de ar fresco pode ajudar, mas nós vemos as notícias como neutras”, afirmam os analistas. A companhia divulgará seus números hoje após o fechamento do pregão.

AES Tietê (TIET11, R$ 14,30, +0,07%)

A AES Tietê anunciou a compra de 3 SPEs de energia solar em Pernambuco, com capacidade total de 91MWp, para construir o complexo Boa Hora. A empresa vai pagar R$ 75 milhões e deve investir mais R$300 milhões. Conforme aponta o Credit Suisse, no começo do ano a gestão da companhia anunciou a sua intenção em diversificar sua matriz de geração com o objetivo de que 50% do Ebitda de 2020 seja de fontes não-hídricas.

“No entanto, apesar da empresa estar no caminho de entregar o crescimento que prometeu, o negócio foi muito pequeno. Somando os projetos Alto Sertão II e Boa Hora, eles devem representar apenas 20% do Ebitda de 2020 e, portanto, esperamos que movimentos mais relevantes aconteçam. Vale notar ainda que esses projetos, apesar de pequenos, têm aumentado a alavancagem da empresa”, apontam os analistas.