Siderúrgicas caem até 5% e JBS sobe 7%; 5 ações vão de altas de 8% a quedas de 3% após balanços do 2° tri

Confira os principais destaques de ações desta quarta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa acentuou as perdas na tarde desta quarta-feira (26) pouco antes do anúncio da decisão do Fomc e se manteve assim após a autoridade americana seguir o que já era esperado e decidir não mexer na taxa de juros do país, ficando na faixa de 1% e 1,25%. Os investidores aguardavam pela decisão do Copom (Comitê de Política Monetária), que será divulgada após o fechamento do mercado.

Com isso, o índice fechou em queda de 1,01%, a 65.011 pontos, com apenas 8 das 58 ações em alta. O grande destaque positivo ficou com as ações da JBS, que dispararam até 7,6% após anunciar que fechou um acordo de R$ 21,7 bilhões com bancos credores. Do lado das quedas, chamaram atenção as siderúrgicas, com perdas de até 5%. 

Além disso, com a temporada de balanços ganhando força, 5 ações reagiram aos números do 2° trimestre e foram de altas de 8% a quedas de 3% nesta sessão. Dentre elas, destaque para 4 papéis do Ibovespa: Pão de Açúcar e TIM subiram perto de 2%, enquanto Telefônica Brasil fechou praticamente estável e Lojas Renner afundou 3%. Já fora do índice, a small cap Indústrias Romi, que transformou prejuízo em lucro de R$ 11,9 milhões no período, saltou 8%, renovando sua máxima na bolsa desde setembro de 2014.  

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Confira abaixo os principais destaques de ações desta quarta-feira:

JBS (JBSS3, R$ 7,47, +6,71%)
As ações da JBS lideraram os ganhos do Ibovespa nesta sessão entre acordo de R$ 21,7 bilhões, propostas para a venda do frigorífico Moy Park e elevação de recomendação pelo JPMorgan, de “underweight” (desempenho abaixo da média) para neutra. 

Apesar da euforia em torno dos ativos hoje, a analista Catarina Pedrosa, da WhatsCall Research, e Adeodato Volpi Netto, da Eleven Financial, trouxeram uma leitura ainda bem pessimista para a empresa em “Especial Setores” do 2° semestre do InfoMoney desta quarta-feira. 

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Para Adeodato, o risco do case continua existindo, não havendo nenhuma alteração em sua visão, que é para ficar “fortemente fora do papel”. Na mesma toada, Catarina alerta que o acordo não é tão simples assim, citando, por exemplo, o pagamento de 10% da dívida em 12 meses, que correspondem a cerca de R$ 2 bilhões. O problema, diz, é que a JBS Brasil gera R$ 1 bilhão. Segundo ela, o acordo foi uma tentativa de estancar o sangramento (veja mais).

No radar, a JBS anunciou que fechou acordo com instituições financeiras para adiar o pagamento de R$ 21,7 bilhões em dívidas. “A JBS Brasil efetuará o pagamento integral dos juros incorridos nos termos dos contratos originais, bem como o pagamento de quatro parcelas de 2,5% do montante principal do endividamento em questão”, disse a empresa em nota. Um dos maiores credores do grupo de Joesley e Wesley Batista é a Caixa Econômica Federal, que receberá uma parte com a venda do controle da Alpargatas pela J&F.

Junto com a Caixa na renegociação estão ainda Bradesco, Santander, Banco do Brasil, HSBC, BNP Paribas e Bank of China e mais 7 instituições. Segundo a empresa, as instituições correspondem a 93% do montante principal das dívidas da JBS Brasil. Em uma negociação paralela, a JBS também fechou uma renegociação de dívidas de R$ 1,2 bilhão com o Itaú Unibanco.

Segundo o BTG Pactual, o anúncio é positivo para a companhia, pois dará um alívio na liquidez e uma estabilidade maior do balanço. A combinação de venda de ativos mais renegociação da dívida alivia o curto. Além disso, o resultado do segundo trimestre (apesar de não auditado) também vai ajudar. “Por outro lado, ainda vemos algumas incertezas envolvendo a companhia (potencial multa do DOJ e CVM) e, como consequência, reiteramos visão cautelosa no case”, afirmam os analistas.

Além disso, a JBS começa a receber em agosto propostas para a venda do frigorífico Moy Park, que tem sede na Irlanda e é um dos maiores processadores de frango da Europa, apurou a reportagem. Grupos e fundos de investimentos de países europeus, como Reino Unido e França, além de gigantes chinesas, estão interessados no ativo (veja mais aqui).

Vale (VALE3, R$ 29,66, -3,10%; VALE5, R$ 27,94, -2,51%)
Depois de rali de 5% ontem, as ações da Vale fecharam forte queda em dia misto para os preços do minério de ferro. A commodity spot (à vista) negociada no porto de Qingdao, na China, subiu 1,37% nesta sessão, a US$ 70,43 por tonelada, enquanto os contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian caíram 0,58%, a 518 iuanes. 

Ainda no radar, o Bradesco BBI comentou que o novo código de mineração, anunciado ontem pelo governo, tem impacto limitado na Vale. A maioria dos investidores já esperava que o Brasil estabelecesse royalties no minério de ferro na faixa de 2% a 4%, destacam os analistas Thiago Lofiego e Arthur Suelotto em relatório. O impacto de novos encargos no Ebitda da Vale em 2018 visto variando de baixa de 0,1% (se o preço do minério de ferro a US$ 60 a tonelada) à baixa de 2,8% (se minério em US$ 100 a tonelada). 

Seguiram em forte queda as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 21,68, -3,00%) – holding que detém participação na Vale – e as siderúrgicas, com Usiminas (USIM5, R$ 4,97, -2,55%), Gerdau (GGBR4, R$ 10,55, -5,30%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 5,22, -5,09%) e CSN (CSNA3, R$ 7,47, -4,48%). 

Petrobras (PETR3, R$ 13,54, -1,67%; PETR4, R$ 12,98, -1,82%)
Também descoladas de sua commodity as ações da Petrobras caíram forte hoje, deixando para trás o pregão de euforia ontem. Os preços do petróleo subiram no mercado internacional, sustentados por dados melhores do que o esperado dos estoques da commodity nos Estados Unidos. 

Segundo o Departamento de Energia dos EUA, os estoques de petróleo no país caíram 7,2 milhões na semana, contra expectativas da Bloomberg de recuo de 3,15 milhões no período.

Os contratos do petróleo WTI fecharam em alta de 1,8%, a US$ 48,75 o barril, em Nova York, enquanto os contratos do Brent avançavam 1,41%, a US$ 50,91 o barril, em Londres. 

De olho no radar corporativo, a Petrobras informou que irá divulgar seu balanço do segundo trimestre no dia 10 de agosto, após o fechamento do mercado.

Além disso, a estatal disse que irá paralisar temporariamente uma das três unidades de hidrotratamento de diesel S-10 da refinaria de Paulínia (Replan), em São Paulo, para cumprir uma decisão judicial de caráter liminar em favor de demandas apresentadas por um sindicato de trabalhadores local. A Petrobras já recorreu da decisão, com a expectativa de revertê-la no prazo mais curto possível.

Por fim, nesta manhã, a Petrobras anunciou a elevação em 3,5% do preço do diesel e em 0,6% da gasolina. Os preços serão válidos a partid e 27 de julho. 

Cemig (CMIG4, R$ 8,60, -2,82%)

Governos e entidades divulgaram carta aberta em defesa da Cemig. Segundo afirma o documento, a solução negociada para renovação das concessões das Usinas de São Simão, Jaguara e Miranda é o melhor caminho para todos. O documento é assinado por 14 pessoas, entre elas, Fernando Pimentel, governador de Minas Gerais, e Olavo Machado, presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais.

O documento cita contrato assinado em 1997 entre a Cemig e o governo federal no qual consta “a garantia” de que ao término do prazo de vigência do 1º termo das concessões “e cumpridos os requisitos de adequada operação e manutenção e os prazos para requerer novo período de concessão, haveria a renovação das concessões dessas três usinas por mais 20 anos” (leia aqui a carta na íntegra). 

Pão de Açúcar (PCAR4, R$ 71,49, +2,13%)
As ações do Pão de Açúcar tiveram pregão volátil após balanço do 2° trimestre: depois de caírem 2,86% na mínima do dia, a R$ 68,00, os papéis ganharam força e fecharam na máxima do dia, com ganhos acima de 2%. 

Analistas divergem sobre a leitura dos números do 2° trimestre da empresa. Enquanto o Credit Suisse destacou que os números vieram abaixo do previsto (Ebitda recorrente ajustado e lucro líquido), alertando para possibilidade de revisão para baixo das expectativas para o grupo, o BTG Pactual diz que a performance no trimestre corrobora o bom “momentum” da ação e deve sustentar o atual patamar de valuation. A XP Investimentos também aponta para resultado operacional forte, superando as expectativas. 

Pela tese do Credit Suisse, embora o resultado tenha melhorado muito em comparação ao mesmo período do ano anterior (com o Ebitda ajustado consolidado crescendo 93%), o negócio de multivarejo ficou abaixo das expectativas iniciais (com projeções de margens maiores), já que o guidance de margem é de 5,5%, mas mostrando que o mix de negócio será diferente, devendo ser puxado principalmente pelo crescimento de margem do Assai. “Infelizmente, os resultados não foram o que esperamos e teremos que revisar nossas estimativas. Acreditamos que maior visibilidade e estabilidade de lucros são requisitos para uma performance mais forte da ação”, comentaram os analistas. 

Sobre o balanço, o Grupo Pão de Açúcar teve lucro líquido consolidado de R$ 169 milhões no segundo trimestre, ante prejuízo de R$ 583 milhões. O resultado foi apoiado em desempenho da bandeira de atacarejo Assaí e contabilização de créditos fiscais. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) ajustado consolidado do segundo trimestre saltou 73,4% sobre um ano antes, para R$ 967 milhões.

A área de multivarejo, que abriga as bandeiras de supermercados Pão de Açúcar e Extra, teve alta de 94,5% no Ebitda ajustado, a R$ 758 milhões, enquanto a divisão o Assaí teve crescimento de 42,7% no período, para R$ 239 milhões.

Segundo o balanço, o GPA registrou no segundo trimestre ganhos tributários decorrentes de ressarcimento de ICMS que tiveram impacto positivo de R$ 447 milhões na margem bruta da divisão multivarejo, que encerrou junho em 34,4% ante 29,3% no mesmo período de 2016.

Lojas Renner (LREN3, R$ 29,20, -3,31%)
As ações da Lojas Renner caíram forte apesar do balanço do 2° trimestre ter vindo em linha com as expectativas. Para o BTG Pactual, que traz uma visão positiva para a ação, essa queda pode ser vista como uma oportunidade para comprar o papel pensando no médio a longo prazo. 

“Nossa visão positiva se baseia em boas perspectivas, com captura de benefícios do push/pull e do projeto reatividade, bem como uma aceleração nos “vendas nas mesmas lojas” do 2° trimestre de 2017, ajudada por uma base mais fraca”, comentaram. 

Também em análise sobre os números o Credit Suisse aponta que o balanço veio em linha com as expectativas. Os analistas destacam o crescimento de vendas nas mesmas lojas de 6,4%, refletindo mais uma vez uma execução bastante sólida dentro de um ambiente de inflação em declínio. 

No 2° trimestre, a Lojas Renner registrou lucro líquido de R$ 193,6 milhões, alta de 10,7% em relação ao mesmo período do ano passado. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês), por sua vez, fechou em R$ 374,4 milhões, expansão de 7,2% em um ano. Já o Ebitda ajustado ao plano de opções de compra de ações, participações estatutárias e o resultado baixa de ativos fixos, que chegou a R$ 382,7 milhões no período, aumento de 7,5% ante igual intervalo do ano passado. A receita líquida ficou em R$ 1,831 bilhão, alta de 11,1% na comparação anual. 

TIM Participações (TIMP3, R$ 10,62, +1,63%)

As ações da TIM amenizaram os ganhos após alta de até 3,35%, a R$ 10,80, nesta sessão, em reação ao forte balanço do 2° trimestre, conforme destacaram analistas de mercado nesta manhã. O Deutsche Bank elevou a recomendação da empresa de neutra para compra, com preço-alvo dos ADRs (American Depositary Receipts) indo de US$ 17,00 para US$ 20,00, implicando em um potencial de valorização de 20%. 

A companhia fechou o 2° trimestre de 2017 com lucro líquido de R$ 219 milhões, quase três vezes maior que os R$ 74 milhões apurados no mesmo período do ano passado. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) normalizado somou R$ 1,391 bilhão, avanço de 15,5% na mesma base de comparação. A receita líquida total foi de R$ 3,942 bilhões, avanço de 3,2%.

Segundo o BTG Pactual, o resultado veio forte, com destaque para a recuperação “in place” da receita de serviços móvel (MSR) e o bom controle de custo. “Com receitas acelerando e custos sob controle, o Ebitda normalizado saltou 15,5% (superando nossas estimativas em 6%), com margem de 35,3%”, comentaram os analistas. Ainda assim, eles decidiram manter a recomendação em neutra por conta do valuation esticado. 

Telefônica (VIVT4, R$ 46,10, -0,22%)

A Telefônica Brasil, dona da Vivo, apresentou lucro líquido de R$ 872,9 milhões no segundo trimestre de 2017, montante que equivale a um crescimento de 24,8% em comparação com o mesmo trimestre de 2016.

O Ebitda atingiu R$ 3,528 bilhões, expansão de 10,3% nas mesmas bases de comparação. A margem Ebitda subiu 2,5 pontos porcentuais, para 33,0%. A receita operacional líquida totalizou R$ 10,697 bilhões, aumento de 1,8%. O resultado financeiro líquido ficou negativo em R$ 264,3 milhões, encolhimento de 13,7%.

No acumulado do primeiro semestre, a Telefônica chegou a um lucro líquido de R$ 1,869 bilhão, queda de 2,5% em relação ao mesmo semestre do ano passado. O Ebitda alcançou R$ 7,042 bilhões, aumento de 0,8% na mesma base de comparação. A margem Ebitda recuou 0,3 ponto porcentual, para 33,1%. Por sua vez, a receita operacional líquida totalizou R$ 21,287 bilhões no semestre, expansão de 1,7%. O resultado financeiro líquido ficou negativo em R$ 554,7 milhões, baixa de 10,9%.

O Credit Suisse aponta que a  Vivo reportou resultados sólidos. A performance do segmento móvel continua forte com aceleração no crescimento da receita combinada de voz mais dados, suportada por boas adições líquidas no segmento pós-pago e preços estáveis. Já o segmento fixo continua fraco, pressionada por condições macro ainda desafiadoras. O BTG Pactual também destaca que esse foi mais um bom resultado e bem em linha com consenso; a empresa segue sendo a top pick da região. 

Indústrias Romi (ROMI3, R$ 4,21, +8,51%)
As ações da Indústria Romi dispararam após a companhia conseguir reverter prejuízo de R$ 4,8 milhões um ano antes em lucro líquido de R$ 11,9 milhões no 2° trimestre deste ano (veja mais). Com a alta, os papéis renovaram hoje sua máxima desde setembro de 2014. O volume financeiro movimentado com o ativo foi de R$ 2,1 milhões, contra média diária de R$ 298 mil dos últimos 21 pregões. 

Ainda sobre o balanço, a receita operacional líquida da empresa teve alta de 9,1% na base anual, somando R$ 163,775 milhões. O Ebitda subiu 251,1% na mesma base de comparação, para R$ 19,865 milhões.

De acordo com o Santander, o balanço da companhia foi positivo, com destaque para as margens mais altas do que esperado (margem Ebitda de 12,1%, 390 pontos-base acima do estimado pelo banco). “Olhando para o segundo semestre, esperamos que a empresa continue a colher os benefícios de seu forte processo de reestruturação que ocorreu nos últimos anos, resultando em uma potencial alta em nossas expectativas”, apontam os analistas do banco. Eles comentaram ainda que veem a ação como muito descontado (negociando a 0,4 vez o P/BV, ou preço sobre book) e um player de recuperação tardia da indústria brasileira. 

A ação será um dos destaques do “Especial Setores” do 2° trimestre da semana que vem, que terá como foco o segmento industrial. O convidado será o gestor João Paulo Reis, da Venture Investimentos. A transmissão ocorrerá na terça-feira (1) às 15h (horário de Brasília) na InfoMoneyTV. 

Clique aqui e assista a todo o conteúdo do “Especial Setores” do 2° semestre

Unipar (UNIP6, R$ 12,43, +3,58%)
As ações da Unipar Carbocloro – empresa que está processo de fechamento de capital – disparam 24% em dois pregões, após a companhia ter anunciado pagamento de dividendos intermediários de R$ 362,8 milhões, correspondentes a R$ 4,6449 por ação no caso das PNs (UNIP6) – que possuem maior liquidez na bolsa – ou um “dividend yield” (dividendo pelo preço da ação) de 46% em relação ao fechamento do pregão da última segunda-feira.

Em meio ao comunicado, as ações PNs da companhia dispararam 20% na B3 nesta terça-feira, indo a R$ 12,00, mas atingiram na máxima do dia ganhos de 23%, a R$ 12,00. Um movimento que veio acompanhado de forte volume financeiro de R$ 8,04 milhões, contra média diária de R$ 967,7 mil dos últimos 21 pregões. 

Segundo a empresa, farão jus aos proventos os acionistas detentores dos papéis em 27 de julho – um dia antes do leilão para possível fechamento de capital da empresa. Pelo comunicado enviado ao mercado, a companhia diz que o pagamento será feito em duas partes, sendo que 72,23% dos proventos serão distribuídos a partir de 8 de agosto de 2017 e 27,77% serão pagos sem correção monetária a partir de 20 de dezembro de 2017.   

O montante corresponde a uma “errata” no balanço da empresa do 1° trimestre – que foi reapresentado dia 5 de maio (veja mais aqui). Isso porque em dezembro de 2016, a empresa concluiu a compra de 70,6% da Solvay Indupa (fabricante de soda cáustica e PVC) e contabilizou a combinação de negócios com o valor de R$ 244 milhões. No entanto, esse valor sofreu uma reavaliação da empresa, voltando na reapresentação do balanço do 1° trimestre com o montante de R$ 516 milhões. Exatamente essa diferença aparece agora no resultado como dividendos intermediários. 

Conforme o comunicado da empresa, esses R$ 362,8 milhões serão distribuídos em diferentes espécies e classes de ações, da seguinte forma: 1) montante de R$ 117,19 milhões às ações ordinárias, correspondente a um dividendo de R$ 4,22270943 por ação ordinária; 2) o montante de R$12.033.341,91 às ações preferenciais classe “A”, correspondente a R$4,64498038 por ação preferencial classe “A”; 3) o montante de R$233.575.927,32 às ações preferenciais classe “B”, correspondente a R$4,64498038 por ação Preferencial classe “B”.

Por conta do anúncio, a empresa informou ainda que o preço por ação fixado no âmbito da OPA (Oferta Pública de Aquisição) pelo controlador sofreu uma alteração. O valor fixado inicialmente para cada ação havia sido R$ 7,50 para todas as espécies e classes, mas, agora, para incorporar esses proventos, passa a ser de R$2,95 por ação ordinária; R$2,40 por ação preferencial classe “A”; e R$2,50 por ação preferencial classe “B”, a ser pago integralmente à vista na data de liquidação financeira da oferta. 

Esses ajustes no preço da OPA incluem – além dos dividendos intermediários de R$ 362,8 milhões – os dividendos anunciados pela empresa na época da primeira divulgação do seu balanço do 1° trimestre de R$ 28,318 milhões, que são relativos ao lucro de suas operações no período e que foram aprovados em 28 de abril. Desses R$ 28,3 milhões, R$9.062.791,15 irão aos titulares de ações ordinárias, correspondente a R$0,3265590374 por ação ordinária; R$1.191.681,54 aos titulares de ações preferenciais classe “A”, correspondente a R$0,4600000066 por ação preferencial classe “A”; e R$18.063.362,19 aos titulares de ações preferenciais classe “B”, correspondente a R$0,3592149411 por ação preferencial classe “B”. 

Light (LIGT3, R$ 23,69, -3,50%)

A Light teve a recomendação reduzida pelo JPMorgan de overweight (exposição acima da média do mercado) para neutra, com o preço-alvo sendo elevado de R$ 25 para R$ 28.

CRR (CCRO3, R$ 17,00, -1,45%)
A Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) informou que a Justiça anulou aditivos que prorrogavam concessões da SPvias e Renovias, concessionárias da CCR. De acordo com a agência, a decisão foi tomada, respectivamente, pelos juízes Kenichi Koyama, da 11ª Vara de Fazenda Pública, e Josué Vilela Pimentel, da 8ª Vara de Fazenda Pública.

A anulação dos aditivos foi pedida pela Artesp em conjunto com o governo paulista. No caso da SPvias, concessionária que administra 506 quilômetros de rodovias na região de Sorocaba, a ação pedia a anulação de termo aditivo que prorrogou, em dezembro de 2006, o contrato em mais de sete anos (92 meses).

A prorrogação do contrato da Renovias, empresa dos grupos CCR (40%) e Encalso Construções (60%), também foi firmada em dezembro de 2006. O prazo de concessão seria renovado por mais quatro anos (50 meses).

Segundo a agência, os aditivos agora anulados judicialmente decorrem de reequilíbrios frente, principalmente, a incidência do Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza (ISS-QN) sobre as tarifas que passaram a vigorar no ano 2000, após a publicação dos editais dessas concessões, configurando, portanto, despesa não prevista.

O contrato de concessão da Renovias, assinado em abril de 1998, tem prazo de 20 anos com término original para 2018. A concessionária é responsável pela operação de 346 quilômetros de rodovias na região de Campinas. O aditivo que a Artesp e o governo contestavam prorrogava a concessão até 2022. Já o contrato da CCR SPvias foi assinado em fevereiro de 2000 e tem vigência original até 2020, não fosse a anulação do aditivo, perduraria até 2027.

Com essas decisões, segundo a Artesp, o governo estadual poderá antecipar as novas licitações desses 852 quilômetros de rodovias com inovações contratuais relevantes, condizentes com a atual política pública de transportes do governo do Estado de São Paulo.

A Artesp informou que ambos os magistrados concordaram com a defesa da agência, embasada em estudos técnicos da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), de que a metodologia de cálculo dos aditivos de 2006 não atende ao interesse público, uma vez que foram realizados considerando projeções de tráfego e receita tarifária fictícia e não o tráfego real das rodovias.

Essa metodologia foi contestada pela Agência em procedimentos administrativos instaurados para anular 20 Termos Aditivos Modificativos de concessionárias de rodovias estaduais e que, posteriormente, foram judicializados. Em sua decisão, o juiz Josué Vilela Pimentel destacou que o posicionamento da Artesp “atende ao interesse público na medida em que a equação do contrato de concessão de serviço público compromete-se com a realidade da estrutura econômica da atividade, e não com a mera projeção…”.

Já o juiz Kenichi Koyama, segundo a Artesp, considerou que “por uma questão de lógica, a perspectiva do reequilíbrio deve ser analisada a partir da realidade dos fatos, e não de projeções sem respaldo no plano fenomênico”.

De acordo com o BTG, com estas duas decisões, até agora, dos 6 casos julgados em 1ª instância, 4 foram favoráveis ao governo e 2 às concessionárias. “Tão importante quanto o placar mais desfavorável é o fato de que, pela primeira vez, no caso da Renovias, o juiz tomou uma decisão diferente daquela recomendada pelo laudo pericial, o que pode colocar em questionamento o argumento de que a perícia poderia ser forte indicativo da decisão do juiz. Isso tudo é ainda em primeira instância e ainda temos a visão de que, na última instância, o argumento das concessionárias deveria ter mais força. Isso dito, a CCR deve sofrer um pouco com o noticiário de decisões negativas”, afirmam os analistas do banco.

Fique de olho: Especial IMTV

O InfoMoney deu continuidade nesta quarta-feira ao “Especial Setores” do 2º semestre, com análises das empresas de educação e frigoríficos. Os convidados foram a analista Catarina Pedrosa, da WhatsCall Research, e Adeodato Volpi Netto, da Eleven Financial (clique aqui e confira).  

Ontem foram analisadas as ações de programas de fidelidade – Smiles e Multiplus -, as seguradas e empresas ligadas ao setor de saúde. Clique aqui e assista a todo o conteúdo desse especial.