Duas elétricas entram na mira de chineses, Oi aprova capitalização de até R$ 8 bi e mais 5 destaques

Confira o que foi destaque após o fechamento do pregão desta quarta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O radar corporativo começou a ganhar força no mercado brasileiro nesta quarta-feira (19), com o início – embora ainda tímido – da temporada de balanços do 2° trimestre. A primeira a divulgar seus dados foi a Weg – hoje antes da abertura do pregão; amanhã é a vez da Localiza, após o fechamento. Mas, para além dos números trimestres, investidores ficam de olho em uma série notícias corporativas divulgadas após o pregão desta quarta e que podem repercutir na próxima quinta-feira.

Veja abaixo os 7 destaques corporativos do “after market”:

Vale 
A Justiça Federal manteve o prazo concedido às mineradoras Vale (VALE3; VALE5) e BHP Billiton para negociar um acordo para ações decorrentes do desastre da Samarco até 30 de outubro, segundo afirmou em nota nesta quarta-feira. 

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Com o colapso de uma barragem da Samarco, em Mariana (MG), em novembro de 2015 –que deixou 19 mortos, centenas de desabrigados e poluiu o rio Doce, que deságua no mar do Espírito Santo– uma série de ações foram movidas contra as empresas. Em uma delas, o Ministério Público Federal (MPF) pede que as mineradoras paguem um total de 155 bilhões de reais em ações de mitigações e reparações. Essa ação foi suspensa até 30 de outubro e, com isso, todas as ações conexas.

A decisão havia sido proferida em junho, quando a Justiça concedeu um prazo extra para que as empresas negociassem um acordo. No entanto, a Vale publicou um fato relevante na quarta-feira no qual afirmou que, em 17 de julho, “o juiz determinou por prazo indefinido a suspensão da ação movida pelo MPF”.

Em nota, a Justiça esclareceu que “a decisão proferida no dia 17 de julho suspendeu, provisoriamente, o andamento do processo nº 23863-07.2016.4.01.3800 até a data de 30 de outubro de 2017, em decorrência da decisão proferida no processo conexo de nº 69758-61.2015.4.01.3400…que homologou a alteração parcial no TAP (Termo de Ajustamento Preliminar) e concedeu o prazo até 30 de outubro de 2017 para que as partes apresentem em juízo os termos do acordo final”.

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Por volta de meio-dia esta quarta-feira, a Vale divulgou um esclarecimento, afirmando que “a suspensão anunciada pelo juízo por prazo indeterminado visa avaliar questões específicas da ação movida pelo MP e não afeta o prazo de 30 de outubro”.

Players de combustíveis
Conforme já circulava no mercado nesta tarde, o governo decidiu aumentar tributos sobre combustíveis, com o objetivo de conter o rombo fiscal, informam a Folha de S. Paulo e o Estadão/Broadcast nesta quarta-feira (19).  Em uma primeira etapa, haverá aumento de PIS e Cofins cobrado sobre gasolina e diesel, mas fala-se também em uma elevação posterior da Cide. A nova alíquota entre em vigor na quinta-feira (20), após publicação de decreto em uma edição extra do Diário Oficial da União. 

Segundo explicou uma fonte do governo ao Estadão, essa alternativa de elevar outro tributo talvez seja necessária porque há limitação para elevar a alíquota do PIS/Cofins. Dessa forma, seria um complemento para cobrir a necessidade de aumentar a arrecadação até o final do ano.

Cyrela (CYRE3)
A Cyrela encerrou o segundo trimestre deste ano com um volume de lançamentos de R$ 640 milhões, correspondentes a um crescimento de 7,1% em relação ao mesmo período de 2016, segundo prévia dos dados operacionais divulgada nesta quarta-feira. A empresa ainda registrou R$ 16 milhões em permutas de lançamentos no período, queda de 72,8% na mesma base de comparação.

As vendas líquidas contratadas no trimestre somaram R$ 756 milhões, alta de 35,4% na comparação anual. Das vendas líquidas realizadas no período, R$ 262 milhões referem-se à venda de estoque pronto (35%), R$ 299 milhões à de estoque de construção e R$ 196 milhões à de lançamentos (26%).  

Estácio (ESTC3)
Em comunicado ao mercado, a Estácio disse nesta quarta-feira que desconhece 
sobre eventual intenção de Chaim Zaher – um dos principais acionistas da empresa – em aumentar seus percentuais de participação acionária no capital social da companhia até o patamar de 20% ou que tenha aumentado novamente sua fatia na empresa para cima de 10%. 

Ontem, o Valor informou que Zaher planeja elevar fatia na Estácio para até 20%. Em comunicado de 12 de maio, empresa informou que família Zaher detinha 30.824.400 ações ordinárias, 9,7% do capital da Estácio. 

Oi (OIBR4)
O conselho de administração da Oi aprovou hoje diretrizes para um aumento de capital de 8 bilhões de reais, em uma estratégia que vinha sendo estudada pela companhia em recuperação judicial desde junho.

As condições definitivas do aumento de capital serão divulgadas após negociação com os credores, afirmou a Oi. A aprovação da proposta marca uma mudança de postura dos controladores da Oi, que no início do ano defendiam primeiro resolver o processo de recuperação judicial antes de discutir um aumento de capital ou novos investimentos.

Segundo a companhia, os recursos da injeção de capital serão usados para ampliar os investimentos com foco em novos projetos de banda larga e cobertura de rede de telefonia celular.

Além disso, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) confirmou nesta quarta-feira que convocará membros da administração e principais acionistas da Oi para uma reunião com o seu conselho no dia 1º de agosto. No encontro, serão discutidos o plano de recuperação judicial e a proposta de aumento de capital de R$ 8 bilhões.

As negociações com a Anatel são hoje um dos principais entraves para o processo de recuperação judicial. A Advocacia-Geral da União (AGU) está questionando na Justiça o plano de recuperação judicial da tele.

J&F

A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) informou nesta quarta-feira que abriu um novo inquérito relativo a controladas da holding J&F, dos irmãos Batista. A investigação mais aprofundada foi aberta ontem e visa analisar a atuação da Eldorado Celulose e da Seara – subsidiárias da JBS – em negociações com contratos de derivativos cambiais em mercados de bolsa e balcão organizado regulados pela CVM, em maio de 2017. 

Renova e Light
Grupos chineses têm interesse na aquisição da empresa de energia limpa Renova Energia (RNEW11) e nos ativos de geração de sua controladora, a Light (LIGT3), além da disposição de injetar recursos nas empresas para continuar projetos em desenvolvimento e pagar dívidas, segundo documento visto pela Reuters.

Tanto Light quanto Renova são controladas pela estatal mineira Cemig (CMIG4), que anunciou recentemente um enorme plano de desinvestimentos para reduzir dívidas que inclui a possível venda integral das duas empresas.

Em uma carta de intenções enviada à alta cúpula das companhias, o grupo chinês CIRI Information Technology Co. disse que representa conglomerados orientais como a PowerChina e que estes possuem interesse em comprar ativos de geração de energia renovável no Brasil, o que incluiria a totalidade da área de geração da Light e a Renova.

O interesse pelos ativos foi oficializado em 10 de julho, dias antes de a Light anunciar que concedeu exclusividade por 60 dias à canadense Brookfield em negociações para a venda da Renova, em um movimento que indica que possivelmente os ativos das duas empresas não serão negociados em conjunto.

(Agência Estado e Reuters)