Os 5 assuntos que vão agitar os mercados nesta quinta-feira

Confira ao que se atentar na abertura do mercado brasileiro

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário é bastante movimentado nesta quinta-feira, tanto no Brasil quanto no exterior. Enquanto os mercados internacionais voltam seus olhos para o BCE, o noticiário nacional tem como destaque o possível anúncio de aumento de impostos para conter o rombo fiscal, além de sinalizações de retomada das reformas. Na agenda econômica, o IPCA-15 deve mostrar nova deflação, enquanto o destaque do noticiário corporativo é a estreia do Carrefour na B3. Confira os destaques:

  1. 1. Bolsas mundiais

    A sessão desta quinta-feira é de leve alta na Europa antes do BCE e da fala de Mario Draghi, ecoando ganhos de Wall Street na véspera e após o Bank of Japan  manter estímulos monetários e adiar prazo para bater meta de inflação. Enquanto isso, o dólar se aprecia ante os principais pares.  Nos EUA, o destaque será o índice da atividade industrial da Filadelfia de julho. Conforme aponta a LCA Consultores, espera-se a continuidade do crescimento, ainda que num ritmo um pouco mais fraco.

  2. Já na Ásia,  as ações subiram para seus níveis mais altos em quase uma década, também impulsionadas pelo movimento global. Já no mercado de commodities, o petróleo tem leves ganhos, enquanto o minério de ferro tem expressiva queda após atingir os US$ 70 a tonelada na véspera em Qingdao. 

Às 8h15, este era o desempenho dos principais índices:

*CAC-40 (França) +0,23%

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*FTSE (Reino Unido) +0,66%

*DAX (Alemanha) +0,41% 

*Hang Seng (Hong Kong) +0,26% (fechado)

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*Xangai (China) (fechado) +0,44% (fechado)

*Nikkei (Japão) +0,62% (fechado)

*Petróleo WTI +0,13%, a US$ 47,18 o barril

*Petróleo brent +0,18%, a US$ 49,79 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian -1,90%, a 517 iuanes

*Minério de ferro 62% spot negociado no porto de Qingdao, na China, -3,12%, a US$ 68,05 por tonelada

2. Alta de impostos e reformas

O destaque desta quinta-feira fica com a expectativa pelo anúncio de aumento de impostos.  De acordo com diversos jornais e agências, o governo deverá anunciar hoje aumento de impostos sobre a gasolina para ajudar a melhorar as receitas e garantir o cumprimento da meta fiscal em 2017, em meio à recuperação econômica mais fraca do que esperada após dois anos seguidos de recessão, dando segurança ao cumprimento da meta de déficit de R$ 139 bilhões deste ano. O plano é elevar em R$ 10 bilhões as receitas. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, essa medida foi recebida com resistência por integrantes da base aliada do governo, que estão de olho na repercussão negativa e o impacto para as eleições do ano que vem. 

As reformas também estão no radar. De acordo com a Folha de S. Paulo, Temer prometeu que irá se empenhar para a aprovação das reformas tributária e da Previdência no segundo semestre. A promessa teria acontecido durante jantar no Palácio do Jaburu e seria uma forma de manter o DEM na base aliada do governo. Neste sentido, vale destacar a entrevista do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para o jornal O Estado de S. Paulo. Contrariando o ceticismo, Maia se comprometeu a pôr a reforma da previdência na pauta do plenário da Câmara em agosto (veja mais clicando aqui). 

Após bater o martelo sobre uma alta de impostos, Temer viaja hoje no fim da tarde para Mendoza, na Argentina, onde participa da 50ª Reunião do Conselho do Mercado Comum e Cúpula do Mercosul e Estados Associados. Ele volta na sexta-feira (21). Após a Cúpula de Mendoza, o Brasil deve assumir a presidência pro tempore do Mercosul. Segundo o Itamaraty, o país quer continuar o trabalho realizado pela Argentina, que presidiu o bloco no primeiro semestre deste ano e eliminou diversas barreiras comerciais entre os países que compõem grupo. O Brasil tentará também concluir os acordos de cooperação entre Mercosul e União Europeia, o Canadá e alguns países da Ásia, como Japão, Coréia do Sul e Índia, entre outros blocos internacionais. A situação da Venezuela também deve ser discutida durante a Cúpula.

3. Agenda econômica

No Brasil, a atenção especial para o IPCA-15, que após a deflação de junho deve mostrar uma nova queda da taxa neste mês. Marcado para ser divulgado às 9h (horário de Brasília), o indicador deve registrar queda de 0,13%, segundo compilado pela Bloomberg, ante resultado de +0,16% no mês passado. Contudo, aponta a LCA Consultores, o aumento dos impostos sobre os combustíveis pode interromper o movimento de queda das taxas de juros mais curtas.

Já no exterior, o destaque fica para a reunião de política monetária do BCE (Banco Central Europeu), às 8h45. O encontro acontece em meio à expectativa de que, diante da melhora de atividade na zona do euro, o BC reduza os estímulos. Analistas esperam que taxas fiquem estáveis, mas uma fala de Mario Draghi, às 9h30, após encontro deve ser acompanhada com atenção. Confira mais detalhes clicando aqui. Nos EUA, atenção para o Philadelphia Fed Index de julho e aos dados de auxílio-desemprego semanal, ambos a serem divulgados às 9h30. Já às 11h, atenção para o leading indicators, que compreende vários índices já divulgados.

 

4. Ato pró-Lula

Nesta quinta-feira, o PT, sindicatos e movimentos sociais realizarão atos em todo o Brasil em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pelo “fora Temer”, “diretas já” e contra as reformas trabalhista e da Previdência. Em São Paulo, a mobilização está marcada para a Avenida Paulista, a partir das 17h, em frente ao Masp (Museu de Arte de São Paulo). Já estão confirmadas a presença do próprio Lula e da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann.  

Ontem, após o bloqueio de bens do petista feita a pedido do juiz Sérgio Moro, a defesa do ex-presidente se manifestou, afirmando que a medida é ilegal e abusiva.  Os advogados Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Martins disseram que a decisão de Moro “retira de Lula a disponibilidade de todos os seus bens e valores, prejudicando sua subsistência, assim como a subsistência de sua família”. “É mais uma arbitrariedade dentre tantas outras já cometidas pelo mesmo juízo contra o ex-presidente Lula.” 

5. Noticiário corporativo

Dando continuidade à temporada de resultados, a Localiza divulgará os seus números do segundo trimestre de 2017 após o fechamento do mercado. Além disso, atenção para os dados de produção da Vale referentes ao segundo trimestre, com novo recorde. A produção total de minério foi de 91,8 milhões de toneladas, ante estimativa média de analistas consultados pela Bloomberg de de 91,4 milhões de toneladas. Além disso, a Oi confirmou que o Conselho de Administração aprovou fazer aumento de capital de R$ 8 bilhões. Hoje também marca a estreia do Carrefour na B3, com cerimônia de início da negociação das ações no Novo Mercado na sede da Bolsa, em São Paulo, às 11h. 

Atenção ainda para notícia de negociações de empresas. Múltis, fundos e petroleiras têm interesse na Braskem, segundo o Valor, enquanto o Estadão informou que a Lala fechou exclusividade com a Vigor, do grupo J&F. Por fim, a Cyrela informou ter encerrado o segundo trimestre deste ano com um volume de lançamentos de R$ 640 milhões, correspondentes a um crescimento de 7,1% em relação ao mesmo período de 2016, segundo dados operacionais. 

(Com Agência Estado, Bloomberg e Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.