Siderúrgica dispara 4% com recomendação, Petrobras sobe 2% e call do “Visão Técnica” salta 15% na semana

Confira os principais destaques da bolsa desta quarta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou em leve queda nesta quarta-feira (19), entre a queda dos bancos, desânimo das ações da Vale, que fecharam perto da estabilidade apesar de mais um dia de forte alta para o minério de ferro, e os ganhos dos papéis da Petrobras, sustentados pelo petróleo, que subiu após surpresa positiva com dados de estoques dos Estados Unidos. Com isso, o índice encerrou a sessão em queda de 0,24%, a 65.179 pontos. 

Destaque nesta sessão para as ações da Braskem, que registraram sua oitava alta seguida, acumulando no período valorização de 17% e renovando sua máxima histórica na bolsa. A euforia ocorreu na esteira da renegociação bem-sucedida do acordo entre a Petrobras e a Odebrecht, que pode abrir as portas para uma potencial reavaliação do preço das ações da Braskem, diz o Santander.

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Fora do Ibovespa, duas ações recomendadas no “Visão Técnica” na última sexta-feira seguem no radar dos investidores. São elas: Triunfo e a Mills. Na semana, esses papéis acumulam ganhos de até 15%. 

Confira abaixo os principais destaques da bolsa desta quarta-feira:

Petrobras (PETR3, R$ 13,84, +1,76%; PETR4, R$ 13,23, +2,24%)
As ações da Petrobras intensificaram os ganhos nesta tarde, acompanhando os preços do petróleo no mercado internacional, que avançaram após dados positivos dos estoques de petróleo nos Estados Unidos. Os contratos do petróleo WTI fecharam em alta de 1,6%, a US$ 47,17 o barril. Os contratos futuros do Brent subiam 1,78%, a US$ 49,71 o barril. 

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Segundo a Agência de Energia dos EUA, os estoques de petróleo bruto comercial dos EUA diminuíram 4,7 milhões de barris da semana anterior, acima da estimativa da Reuters de queda de 3,2 milhões de barris. Os estoques de gasolina recuaram em 4,4 milhões de barris na semana, frente projeção de queda de 665 mil de barris. 

Além disso, no radar da Petrobras, a empresa informou que iniciou as tratativas com a Odebrecht para revisar o acordo de acionistas da Braskem (BRKM5). Segundo a companhia, a revisão do acordo busca aprimorar a governança corporativa da Braskem e o relacionamento societário entre as partes. A Petrobras detém 47% do capital votante da Braskem, enquanto a Odebrecht detém 50,1%. As negociações marcam um passo importante para a Petrobras na venda de sua participação minoritária da Braskem, diz o Itaú BBA. 

A Petrobras também divulgou novo reajuste de combustíveis, com elevação em 0,5% do preço da gasolina e de 0,1% no preço do diesel. Os preços passam a valer a partir do próximo dia 20 de julho.

Braskem (BRKM5, R$ 39,26, +2,61%)
As ações da Braskem subiram pelo oitavo pregão consecutivo, acumulando no período valorização de 17% e renovando sua máxima histórica na bolsa. A euforia hoje ocorreu na esteira da renegociação bem-sucedida do acordo entre a Petrobras e a Odebrecht, que pode abrir as portas para uma potencial reavaliação do preço das ações da Braskem, diz Santander em relatório assinado por Christian Audi e Gustavo Allevato. As negociações poderiam envolver um novo contrato de fornecimento de nafta e melhorias na governança corporativa. 

Segundo os analistas, uma potencial redução do desconto de 41% em relação aos pares globais para 10% a 20% implicaria em um aumento do valor patrimonial da Braskem em aproximadamente 60% a 90%. 

Vale (VALE3, R$ 29,90, 0,0%; VALE5, R$ 28,01, +0,14%)
As ações da Vale fecharam praticamente estáveis apesar de mais um dia de alta do minério de ferro. Por sua vez, as ações da Brasdespar (BRAP4, R$ 21,90, +1,30%) – holding que detém participação na Vale – desempenho mais expressivo. Hoje, os contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian subiram 3,70%, a 532 iuanes, enquanto a commodity spot (à vista) negociada no porto de Qingdao, na China, avançou 2,03%, a US$ 70,24 por tonelada. 

Veja mais: Separando o “joio do trigo”: o que esperar das ações da Vale, Usiminas, Gerdau e CSN no 2° semestre? (link aqui)

No radar da mineradora, o juiz da 12ª Vara Cível/Agrária de Minas Gerais suspendeu a ação movida pelo Ministério Público Federal relativa ao rompimento da Barragem de Fundão, da Samarco, controlada pela Vale e pela BHP Billiton. A suspensão é por tempo indeterminado, segundo fato relevante publicado pela Vale.

A decisão da Justiça sobre a negociação de um acordo entre os acionistas da Samarco, de um lado, e o MPF, a União e os Estados do Espírito Santo e Minas Gerais, de outro, continua válida. Segundo a Vale, as tratativas continuam para chegar a uma solução final. O prazo para celebração do acordo vence em 30 de outubro.

Além disso, atenção para a prévia feita pela Bloomberg de produção de minério da Vale. Segundo estimativa média, a mineradora deve alcançar mais um recorde de produção trimestral. Entre os 6 analistas pesquisados, espera-se que a Vale deva publicar produção no segundo trimestre de 91,4 milhões de toneladas na próxima quinta, incluindo compras de terceiros, acima dos 86,8 milhões do mesmo trimestre do ano anterior. O ritmo de recordes foi impulsionado pelo desenvolvimento das reservas de baixo custo no norte do Brasil, incluindo um dos maiores projetos industriais, o S11D. 

Enquanto a produção da Vale segue estável, os preços não seguem a mesma linha, com o preço do minério de ferro indo de quase US$ 95 a tonelada em fevereiro para US$ 53 em meados de junho. Hoje, os preços voltaram à marca de US$ 69 por conta da demanda chinesa.

Siderúrgicas
As siderúrgicas tiveram pregão positivo, com destaque para a Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 5,58, +4,10%), que fechou como a maior alta do Ibovespa após ter sua recomendação elevada de neutra para “overweight” (exposição acima da média) pelo JP Morgan. A Usiminas (USIM5, R$ 5,00, +1,42%), Gerdau (GGBR4, R$ 11,05, +2,03%) e CSN (CSNA3, R$ 7,85, +2,08%) fecharam no positivo.

No radar da Usiminas, o operador do mensalão Marcos Valério Fernandes fechou um acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal em Minas Gerais, segundo o jornal O Globo. Por citar políticos com foro privilegiado, como o senador Aécio Neves (PSDB-MG), o acordo aguarda a homologação do STF (Supremo Tribunal Federal). 

Nos documentos levados ao Ministério Público de Minas Gerais, Valério fala sobre caixa 2 operacionalizado por ele para campanhas tucanas em Minas, desvios em Furnas e pagamentos feitos por empresas como Usiminas e Andrade Gutierrez em benefício de políticos sob sua influência. 

WEG (WEGE3, R$ 19,32, -1,43%)
A WEG registrou lucro líquido de R$ 272,2 milhões no segundo trimestre deste ano, 6,7% superior ao resultado do mesmo período de 2016, mas abaixo das estimativas médias dos analistas consultados pela Bloomberg, de R$ 274 milhões. 

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O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) totalizou R$ 370,6 milhões entre abril e junho, 13,7% de alta na base anual e acima da estimativa de R$ 361,4 milhões. A receita operacional foi de R$ 2,28 bilhões, ante estimativa de R$ 2,29 bilhões. 

Para os analistas do Santander, o resultado da companhia foi neutro, com os números em linha com o esperado tanto em termos operacionais quando no lucro, sendo impulsionados pelo bom controle de custos. Para o futuro, eles acreditam que há espaço para uma pequena recuperação no mercado interno da companhia, mas que já está precificado nas ações.

Marcopolo (POMO4, R$ 3,18, +1,27%)
As ações da Marcopolo seguiram em alta após dispararem 6% ontem, guiadas por uma recomendação do BTG Pactual, que elevou o papel para compra e revisou o preço-alvo de R$ 2,80 para R$ 4,00. 

Em relatório, os analistas do banco comentaram que esperam que a empresa se beneficie da melhora das vendas de ônibus rodoviários (mix melhor), esforços para melhorar eficiência e volumes externos/operacional mais forte. Eles projetam uma melhora de resultado nos próximos trimestre e acreditam que o mercado está muito “bearish” (pessimista) na perspectiva de longo prazo para o papel. Do lado de vendas domésticas, após anos de demanda inflada seguido de uma depressão no setor, a grande pergunta é: qual o nível de demanda normalizada de ônibus no Brasil? Para eles, certamente é acima do nível atual.

Os analistas comentam ainda que o papel está negociando a capital investido e há bastante potencial de valorização nesse call de normalização. 

Ontem, a ação da Marcopolo foi elevada de “underperform” (desempenho abaixo da média) para neutra pelo Safra, com preço-alvo de R$ 3,10.  

Calls do “Visão Técnica”

Duas ações recomendadas pelo analista Raphael Figueredo, da Clear Corretora, no “Visão Técnica” da última sexta-feira (veja aqui) deram continuidade às fortes altas na bolsa. São elas: Triunfo (TPIS3, R$ 4,18, +8,57%) e Mills (MILS3, R$ 4,24, +2,91%). Na semana, esses papéis acumulam ganhos de 15,47% e 11,87%, respectivamente. Hoje marca a quarta alta seguida das ações da Triunfo, enquanto os papéis da Mils registram sua sétima alta consecutiva. 

No caso de TPIS, o analista recomendou a compra imediata do papel na abertura do pregão de segunda-feira, com alvo em R$ 4,86, o que representa um potencial de valorização de 32% frente ao preço de abertura da última sessão. Já sobre MILS, ele indicou a compra na ultrapassagem dos R$ 3,89, com alvo inicial em R$ 4,82 e final em R$ 6,30, o que daria um potencial de ganhos de até 62%.

O que muda na cabeça dos investidores após grandes ralis? Clique aqui e veja o que diz o analista Raphael Figueredo

Magazine Luiza (MGLU3, R$ 345,10, +0,32%)
As ações da Magazine Luiza “respiraram” após forte valorização nos últimos dias. Ontem, os papéis tiveram sua sétima alta em oito pregões, acumulando no período ganhos de 33%, com investidores à espera do resultado do 2° trimestre, em que será reportado dia 31 de julho. Analistas apontam para fortes números no período. 

Na terça-feira, o Bradesco BBI elevou o preço-alvo das ações da Magazine Luiza de R$ 290 para R$ 395,00, com recomendação “outperform” (desempenho acima da média). Em relatório, os analistas comentam que, apesar da alta acumulada no ano de 184% (contra 16% do Ibovespa), ainda há mais espaço para valorização do ativo. Segundo eles, o resultado do 2° trimestre deve dar mais evidências que as ações serão sustentadas por um forte “momentum” operacionacional e de execução.

Veja mais: Expectativas altíssimas levam Magazine Luiza a superar os R$ 330 – mas ainda há mais altas pela frente (clique aqui) 

JBS (JBSS3, R$ 7,10, 0,0%)
A 5.ª Vara Federal Cível em São Paulo extinguiu a ação popular proposta por dois cidadãos contra Joesley Batista, um dos donos da empresa JBS, referente ao suposto lucro obtido com a venda de dólares às vésperas da divulgação da gravação com o presidente Michel Temer. O juiz federal Tiago Bitencourt De David também determinou o desbloqueio dos bens do réu que estavam indisponíveis desde a decisão liminar proferida em 30 de maio. O juiz federal Tiago Bitencourt De David também determinou desbloqueio dos bens do réu que estavam indisponíveis desde a decisão liminar de 30 de maio, totalizando R$ 800 milhões. 

O motivo da decisão é que, tendo em vista situações que surgiram após a liminar, o juiz entendeu que ação popular não seria a via adequada para pleitear o bloqueio.

Segundo Tiago, a ação popular “revelava-se hábil a tutelar, pelo menos em tese, o erário (BNDES) frente aos prejuízos que teria sofrido em decorrência de contratações viciadas, bem como a ordem econômica (manipulação ilícita do Mercado via negociação de ações e dólares com uso de informação privilegiada – insider trading)”.

Gafisa (GFSA3, R$ 11,62, -3,17%)
As ações da Gafisa caíram após dados operacionais fracos no segundo trimestre. Apesar dos números nada animadores, sem nenhum lançamento, o BTG Pactual comentou que vieram em linha com o previsto. Para os analistas, o “momentum” para lucro da empresa deve permanecer fraco, mantendo a recomendação da ação como neutra.

No trimestre, a Gafisa informou que as vendas contratadas ficaram em R$ 127,1 milhões, uma queda de 1,8% em relação aos mesmos meses de 2016. As vendas brutas caíram 8,1%, para R$ 240,8 milhões e não houve lançamentos no período.

O Valor Geral de Venda (VGV) entregue, por sua vez, recuou 30,2%, para R$ 479,9 milhões, enquanto o número de distratos apresentou queda de 14,2% entre abril e junho, para R$ 113,6 milhões.

Elétricas

O noticiário para as elétricas segue movimentado. A Folha de S. Paulo informou que o governo federal quer arrecadar R$ 30 bilhões com venda de hidrelétricas da Eletrobras (ELET3, R$ 14,19, -2,27%; ELET6, R$ 16,94, -3,20%) e pretende usar um terço do valor para compensar o aumento no preço da energia para o consumidor em razão dessa privatização.

A equipe econômica tem pressa para reforçar o caixa da União e ajudar no cumprimento da meta de deficit de 2018. Para 2017, o governo conta com R$ 11 bilhões da venda de quatro usinas da Cemig que não renovaram contratos e foram retomadas pela União, diz jornal. Já a colunista do G1, Cristiana Lôbo, informa que o BNDES vai comprar a Cedae do governo do Rio por R$ 3 bilhões e preparar a privatização. 

Ainda sobre elétricas Cemig (CMIG4, R$ 8,92, -1,22%) apresentou ao Ministério de Minas e Energia um acordo para manter sob sua titularidade as usinas hidrelétricas de Jaguara, São Simão, Miranda e Volta Grande, informa o Valor Econômico. A proposta feita envolve a exploração dos ativos pelos próximos 30 anos de forma compartilhada entre a empresa e a União, em consórcio ou Sociedade de Propósito Específico (SPE).