Braskem sobe 3% com revisão de acordo de acionistas; JBS cai e Weg reage ao resultado

Confira os principais destaques corporativos desta quarta-feira (19)

Rodrigo Tolotti

(Divulgação/Braskem)

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Petrobras (PETR3, R$ 13,66, +0,44%; PETR4, R$ 13,02, +0,62%)
A Petrobras informou na terça-feira que iniciou as tratativas com a Odebrecht para revisar o acordo de acionistas da Braskem (BRKM5), segundo comunicado divulgado pela estatal. Com a notícia, as ações da petroquímica lideram os ganhos do Ibovespa, subindo 3,24%, cotada a R$ 39,50.

Segundo a companhia, a revisão do acordo busca aprimorar a governança corporativa da Braskem e o relacionamento societário entre as partes. A Petrobras detém 47% do capital votante da Braskem, enquanto a Odebrecht detém 50,1%.

“Cabe destacar que a Petrobras está em constante busca pela valorização de seu portfólio, o que inclui a avaliação de possíveis alterações nos acordos de acionistas por ela firmados, nas sociedades em que possui participação”, disse a empresa.

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Segundo o Santander, a renegociação bem-sucedida do acordo entre a
Petrobras e a Odebrecht poderia abrir as portas para uma potencial reavaliação do preço das ações da Braskem. As negociações poderiam envolver um novo contrato de fornecimento de nafta e melhorias na governança corporativa. Já o Itaú BBA aponta que as negociações marcam um passo importante para a Petrobras na venda de sua participação minoritária da Braskem. 

Além disso, a Petrobras informou que a sua sede na Avenida Chile, no centro do Rio de Janeiro, foi atingida por uma bala perdida. A marca de tiro em uma das janelas do prédio foi vista ontem (18) por uma funcionária da limpeza, e a bala que provocou a perfuração foi encontrada no forro da sala. Não houve vítimas. Em nota, a Petrobras informou que o executivo que trabalha no local está de férias. Segundo a estatal, a trajetória do projétil indica que o disparo veio da área externa do prédio. A sala atingida fica na ala que dá de frente para a estação do bondinho de Santa Teresa, os Arcos da Lapa e adjacências.

Por fim, a Petrobras divulgou novo reajuste de combustíveis, com elevação em 0,5% do preço da gasolina e de 0,1% no preço do diesel. Os preços passam a valer a partir do próximo dia 20 de julho.

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WEG (WEGE3, R$ 19,44, -0,82%)
A WEG registrou lucro líquido de R$ 272,2 milhões no segundo trimestre deste ano, 6,7% superior ao resultado do mesmo período de 2016, mas abaixo das estimativas médias dos analistas consultados pela Bloomberg, de R$ 274 milhões. 

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) totalizou R$ 370,6 milhões entre abril e junho, 13,7% de alta na base anual e acima da estimativa de R$ 361,4 milhões. A receita operacional foi de R$ 2,28 bilhões, ante estimativa de R$ 2,29 bilhões. 

Para os analistas do Santander, o resultado da companhia foi neutro, com os números em linha com o esperado tanto em termos operacionais quando no lucro, sendo impulsionados pelo bom controle de custos. Para o futuro, eles acreditam que há espaço para uma pequena recuperação no mercado interno da companhia, mas que já está precificado nas ações.

JBS (JBSS3, R$ 7,03, -0,99%)
A 5.ª Vara Federal Cível em São Paulo extinguiu a ação popular proposta por dois cidadãos contra Joesley Batista, um dos donos da empresa JBS, referente ao suposto lucro obtido com a venda de dólares às vésperas da divulgação da gravação com o presidente Michel Temer. O juiz federal Tiago Bitencourt De David também determinou o desbloqueio dos bens do réu que estavam indisponíveis desde a decisão liminar proferida em 30 de maio. O juiz federal Tiago Bitencourt De David também determinou desbloqueio dos bens do réu que estavam indisponíveis desde a decisão liminar de 30 de maio, totalizando R$ 800 milhões. 

O motivo da decisão é que, tendo em vista situações que surgiram após a liminar, o juiz entendeu que ação popular não seria a via adequada para pleitear o bloqueio.

Segundo Tiago, a ação popular “revelava-se hábil a tutelar, pelo menos em tese, o erário (BNDES) frente aos prejuízos que teria sofrido em decorrência de contratações viciadas, bem como a ordem econômica (manipulação ilícita do Mercado via negociação de ações e dólares com uso de informação privilegiada – insider trading)”.

Vale (VALE3, R$ 30,09, +0,64%; VALE5, R$ 28,21, +0,86%)
O juiz da 12ª Vara Cível/Agrária de Minas Gerais suspendeu a ação movida pelo Ministério Público Federal relativa ao rompimento da Barragem de Fundão, da Samarco, controlada pela Vale e pela BHP Billiton. A suspensão é por tempo indeterminado, segundo fato relevante publicado pela Vale.

A decisão da Justiça sobre a negociação de um acordo entre os acionistas da Samarco, de um lado, e o MPF, a União e os Estados do Espírito Santo e Minas Gerais, de outro, continua válida. Segundo a Vale, as tratativas continuam para chegar a uma solução final. O prazo para celebração do acordo vence em 30 de outubro.

Além disso, atenção para a prévia feita pela Bloomberg de produção de minério da Vale. Segundo estimativa média, a mineradora deve alcançar mais um recorde de produção trimestral. 

Entre os 6 analistas pesquisados, espera-se que a Vale deva publicar produção no segundo trimestre de 91,4 milhões de toneladas na próxima quinta, incluindo compras de terceiros, acima dos 86,8 milhões do mesmo trimestre do ano anterior. O ritmo de recordes foi impulsionado pelo desenvolvimento das reservas de baixo custo no norte do Brasil, incluindo um dos maiores projetos industriais, o S11D. 

Enquanto a produção da Vale segue estável, os preços não seguem a mesma linha, com o preço do minério de ferro indo de quase US$ 95 a tonelada em fevereiro para US$ 53 em meados de junho. Hoje, os preços voltaram à marca de US$ 69 por conta da demanda chinesa.

Siderúrgicas
Seguindo o movimento positivo do minério de ferro, as siderúrgicas sobem hoje, com destaque para a Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 5,45, +1,68%), que tem alta mais acentuada após ter sua recomendação elevada de neutra para overweight pelo JP Morgan. A Usiminas (USIM5, R$ 4,99, +1,22%), Gerdau (GGBR4, R$ 10,92, +0,83%) e CSN (CSNA3, R$ 7,73, +0,52%), também avançam.

Magazine Luiza (MGLU3, R$ 354,50, +3,05%)
O Conselho da Magazine Luiza aprovou emissão em reunião desta
terça-feira, disse a empresa em comunicado ao mercado. A taxa é de 113% do DI e o prazo é de 3 anos. A sétima emissão de debêntures será realizada em série em 31 de julho. 

Gafisa (GFSA3, R$ 11,65, -2,92%)
As vendas contratadas da Gafisa ficaram em R$ 127,1 milhões no segundo trimestre, uma queda de 1,8% em relação aos mesmos meses de 2016, informou a companhia. As vendas brutas caíram 8,1%, para R$ 240,8 milhões e não houve lançamentos no período.

O Valor Geral de Venda (VGV) entregue, por sua vez, recuou 30,2%, para R$ 479,9 milhões, enquanto o número de distratos apresentou queda de 14,2% entre abril e junho, para R$ 113,6 milhões.

Segundo o BTG Pactual, os dados operacionais foram fracos, embora amplamente dentro do esperado, apontando que a empresa não fez nenhum lançamento. O banco segue com recomendação neutra para os papéis.

Elétricas

O noticiário para as elétricas segue movimentado. A Folha de S. Paulo informou que o governo federal quer arrecadar R$ 30 bilhões com venda de hidrelétricas da Eletrobras (ELET3, R$ 14,53, +0,07%; ELET6, R$ 17,51, 0,06%) e pretende usar um terço do valor para compensar o aumento no preço da energia para o consumidor em razão dessa privatização.

A equipe econômica tem pressa para reforçar o caixa da União e ajudar no cumprimento da meta de deficit de 2018. Para 2017, o governo conta com R$ 11 bilhões da venda de quatro usinas da Cemig que não renovaram contratos e foram retomadas pela União, diz jornal. Já a colunista do G1, Cristiana Lôbo, informa que o BNDES vai comprar a Cedae do governo do Rio por R$ 3 bilhões e preparar a privatização. 

Ainda sobre elétricas Cemig (CMIG4, R$ 9,05, +0,22%) apresentou ao Ministério de Minas e Energia um acordo para manter sob sua titularidade as usinas hidrelétricas de Jaguara, São Simão, Miranda e Volta Grande, informa o Valor Econômico. A proposta feita envolve a exploração dos ativos pelos próximos 30 anos de forma compartilhada entre a empresa e a União, em consórcio ou Sociedade de Propósito Específico (SPE). 

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.