Preço da ação do Carrefour “repercute” na França; 3 notícias de Petrobras e mais destaques no radar

Confira os destaques do noticiário corporativo desta quarta-feira (19)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo é movimentado, com destaque para a estreia da temporada de resultados com a WEG, além da precificação da ação do Carrefour em IPO (que leva à baixa dos papéis da empresa na França). Enquanto isso, a Petrobras anunciou a revisão do acordo de acionistas da Braskem. Confira os destaques:

WEG (WEGE3)

A WEG registrou lucro líquido de R$ 272,2 milhões no segundo trimestre deste ano, 6,7% superior ao resultado do mesmo período de 2016, mas abaixo das estimativas médias dos analistas consultados pela Bloomberg, de R$ 274 milhões. 

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) totalizou R$ 370,6 milhões entre abril e junho, 13,7% de alta na base anual e acima da estimativa de R$ 361,4 milhões. A receita operacional foi de R$ 2,28 bilhões, ante estimativa de R$ 2,29 bilhões. 

JBS (JBSS3)

A 5.ª Vara Federal Cível em São Paulo extinguiu a ação popular proposta por dois cidadãos contra Joesley Batista, um dos donos da empresa JBS, referente ao suposto lucro obtido com a venda de dólares às vésperas da divulgação da gravação com o presidente Michel Temer. O juiz federal Tiago Bitencourt De David também determinou o desbloqueio dos bens do réu que estavam indisponíveis desde a decisão liminar proferida em 30 de maio. O juiz federal Tiago Bitencourt De David também determinou desbloqueio dos bens do réu que estavam indisponíveis desde a decisão liminar de 30 de maio, totalizando R$ 800 milhões. 

O motivo da decisão é que, tendo em vista situações que surgiram após a liminar, o juiz entendeu que ação popular não seria a via adequada para pleitear o bloqueio.

Segundo Tiago, a ação popular “revelava-se hábil a tutelar, pelo menos em tese, o erário (BNDES) frente aos prejuízos que teria sofrido em decorrência de contratações viciadas, bem como a ordem econômica (manipulação ilícita do Mercado via negociação de ações e dólares com uso de informação privilegiada – insider trading)”.

Petrobras (PETR3; PETR4)
A Petrobras informou na terça-feira que iniciou as tratativas com a Odebrecht para revisar o acordo de acionistas da Braskem, segundo comunicado divulgado pela estatal.

Segundo a companhia, a revisão do acordo busca aprimorar a governança corporativa da Braskem e o relacionamento societário entre as partes. A Petrobras detém 47% do capital votante da Braskem, enquanto a Odebrecht detém 50,1%.

“Cabe destacar que a Petrobras está em constante busca pela valorização de seu portfólio, o que inclui a avaliação de possíveis alterações nos acordos de acionistas por ela firmados, nas sociedades em que possui participação”, disse a empresa.

Segundo o Santander, a renegociação bem-sucedida do acordo entre a
Petrobras e a Odebrecht poderia abrir as portas para uma
potencial reavaliação do preço das ações da Braskem. As negociações poderiam envolver um novo contrato de fornecimento de nafta e melhorias na governança corporativa. Já o Itaú BBA aponta que as negociações marcam um passo importante para a Petrobras na venda de sua participação minoritária da Braskem. 

Além disso, a Petrobras informou que a sua sede na Avenida Chile, no centro do Rio de Janeiro, foi atingida por uma bala perdida. A marca de tiro em uma das janelas do prédio foi vista ontem (18) por uma funcionária da limpeza, e a bala que provocou a perfuração foi encontrada no forro da sala. Não houve vítimas. Em nota, a Petrobras informou que o executivo que trabalha no local está de férias. Segundo a estatal, a trajetória do projétil indica que o disparo veio da área externa do prédio. A sala atingida fica na ala que dá de frente para a estação do bondinho de Santa Teresa, os Arcos da Lapa e adjacências.

Por fim, a Petrobras divulgou novo reajuste de combustíveis, com elevação em 0,5% do preço da gasolina e de 0,1% no preço do diesel. Os preços passam a valer a partir do próximo dia 20 de julho. 

Vale (VALE3; VALE5)
O juiz da 12ª Vara Cível/Agrária de Minas Gerais suspendeu a ação movida pelo Ministério Público Federal relativa ao rompimento da Barragem de Fundão, da Samarco, controlada pela Vale e pela BHP Billiton. A suspensão é por tempo indeterminado, segundo fato relevante publicado pela Vale.

A decisão da Justiça sobre a negociação de um acordo entre os acionistas da Samarco, de um lado, e o MPF, a União e os Estados do Espírito Santo e Minas Gerais, de outro, continua válida. Segundo a Vale, as tratativas continuam para chegar a uma solução final. O prazo para celebração do acordo vence em 30 de outubro.

No final de 2015, o rompimento da Barragem do Fundão, localizado em Minas Gerais, causou aquela que é considerada a maior tragédia ambiental do País. Os dejetos contidos na barragem atingiram a foz do Rio Doce, a costa do Espírito Santo e chegou até a afetar o litoral sul da Bahia.

Além disso, atenção para a prévia feita pela Bloomberg de produção de minério da Vale. Segundo estimativa média, a mineradora deve alcançar mais um recorde de produção trimestral. 

Entre os 6 analistas pesquisados, espera-se que a Vale deva publicar produção no segundo trimestre de 91,4 milhões de toneladas na próxima quinta, incluindo compras de terceiros, acima dos 86,8 milhões do mesmo trimestre do ano anterior. O ritmo de recordes foi impulsionado pelo desenvolvimento das reservas de baixo custo no norte do Brasil, incluindo um dos maiores projetos industriais, o S11D. 

Enquanto a produção da Vale segue estável, os preços não seguem a mesma linha, com o preço do minério de ferro indo de quase US$ 95 a tonelada em fevereiro para US$ 53 em meados de junho. Hoje, os preços voltaram à marca de US$ 69 por conta da demanda chinesa.

Carrefour
A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) confirmou que a ação do Carrefour foi precificada em R$ 15,00 no IPO (Oferta Pública Inicial, na sigla em inglês), movimentando R$ 5,1 bilhões.

Segundo as informações, a oferta primária levantou R$ 3,1 bilhões e a secundária, R$ 2 bilhões. O valor ficou no piso da faixa estipulada, entre R$ 15 e R$ 19. As ações da varejista começam a ser negociadas na próxima quinta-feira (20).

Na França, as ações do Carrefour recuavam mais de 2% após a precificação do IPO ter acontecido no piso da faixa indicativa. Para o UBS, a avaliação das operações da subsidiária no Brasil ficou abaixo do número que a maioria dos investidores considerava em seus modelos.

Magazine Luiza (MGLU3)

O Conselho da Magazine Luiza aprovou emissão em reunião desta
terça-feira, disse a empresa em comunicado ao mercado. A taxa é de 113% do DI e o prazo é de 3 anos. A sétima emissão de debêntures será realizada em série em 31 de julho. 

Gafisa (GFSA3)
As vendas contratadas da Gafisa ficaram em R$ 127,1 milhões no segundo trimestre, uma queda de 1,8% em relação aos mesmos meses de 2016, informou a companhia. As vendas brutas caíram 8,1%, para R$ 240,8 milhões e não houve lançamentos no período.

O Valor Geral de Venda (VGV) entregue, por sua vez, recuou 30,2%, para R$ 479,9 milhões, enquanto o número de distratos apresentou queda de 14,2% entre abril e junho, para R$ 113,6 milhões.

Segundo o BTG Pactual, os dados operacionais foram fracos, embora amplamente dentro do esperado, apontando que a empresa não fez nenhum lançamento. O banco segue com recomendação neutra para os papéis. 

Elétricas

O noticiário para as elétricas segue movimentado. A Folha de S. Paulo informou que o governo federal quer arrecadar R$ 30 bilhões com venda de hidrelétricas da Eletrobras (ELET3;ELET6) e pretende usar um terço do valor para compensar o aumento no preço da energia para o consumidor em razão dessa privatização.

A equipe econômica tem pressa para reforçar o caixa da União e ajudar no cumprimento da meta de deficit de 2018. Para 2017, o governo conta com R$ 11 bilhões da venda de quatro usinas da Cemig que não renovaram contratos e foram retomadas pela União, diz jornal. Já a colunista do G1, Cristiana Lôbo, informa que o BNDES vai comprar a Cedae do governo do Rio por R$ 3 bilhões e preparar a privatização. 

Ainda sobre elétricas Cemig (CMIG4) apresentou ao Ministério de Minas e Energia um acordo para manter sob sua titularidade as usinas hidrelétricas de Jaguara, São Simão, Miranda e Volta Grande, informa o Valor Econômico. A proposta feita envolve a exploração dos ativos pelos próximos 30 anos de forma compartilhada entre a empresa e a União, em consórcio ou Sociedade de Propósito Específico (SPE). 

Kroton (KROT3)

Ao Valor, o presidente da Kroton, Rodrigo Galindo, afirmou que a companhia está antecipando o plano de expansão. Os projetos de expansão orgânica serão antecipados e aquisições serão focadas em faculdades presenciais de médio e pequeno portes, afirmou. 

A Kroton está antecipando o pedido de abertura de 40 campi no MEC para 2017 e 2018. O plano é adicionar 96 unidades presenciais nos próximos anos, elevando o total para 210 unidades. Galindo ainda vê possibilidade de aquisições no Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Em educação básica, a meta é comprar ativos e erguer escolas.

Natura (NATU3)

A Natura submeteu ao Cade análise de negócio com The Body Shop. A  divulgação de ato protocolado no Cade está no Diário Oficial. 

(Com Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.