PDV do Bradesco pode chegar a 10 mil funcionários; prévias de construtoras, IPOs e mais 7 notícias

Confira os destaques do noticiário corporativo desta sexta-feira (14)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário desta sexta-feira tem como destaque duas notícias do Bradesco: o acordo com a CVM e o plano de demissão voluntária. Além disso, destaque para as prévias operacionais da MRV Engenharia e a Eztec e para IPOs. Confira os destaques:

Bradesco (BBDC3; BBDC4)
A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) aceitou a proposta para encerrar um processo contra o Bradesco e os executivos Robert John Van Dijk e Denise Pavarina, com o pagamento de R$ 1,5 milhão.  O caso é relacionado ao Bradesco Fundo de Investimento em Cotas de Fundos de Investimento Curto Prazo Fácil.

A área técnica da autarquia responsabilizou os envolvidos por manter a taxa de administração em “patamar incompatível com os objetivos de investimento, inviabilizando que a rentabilidade do fundo se aproximasse aos objetivos previstos em regulamento”. A área também avaliou que suas práticas feriram a relação fiduciária entre administrador e gestor e cotistas.

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Os acusados apresentaram ao diretor relator do caso, Henrique Machado, proposta conjunta de termo de compromisso para pagamento à CVM de R$ 450 mil. Deste total, R$ 300 mil seriam pagos pelo Bradesco e R$ 75 mil por cada um dos diretores.

Verificando que havia outro processo administrativo sancionador em curso com acusação similar, os acusados apresentaram nova proposta de pagamento à CVM no montante de R$ 1,5 milhão, sendo R$ 1,1 milhão pelo Bradesco e R$ 200 mil para cada um dos diretores.

Já o Estadão informa que o primeiro plano de demissão voluntária do Bradesco, anunciado ontem, deve alcançar ao menos 5 mil colaboradores e, de acordo com fontes ouvidas pelo jornal,  chegar a 10 mil funcionários, em uma estimativa de adesão maior. O programa começa no próximo dia 17 de julho e vai até 31 de agosto.

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J&F

De acordo com informações do jornal Valor Econômico, o processo de auditoria (due diligence) realizado pela chilena Arauco nos ativos da fabricante de celulose Eldorado Brasil, da J&F,  já identificou pelo menos R$ 500 milhões em passivos. O valor ainda pode crescer no curso das apurações, segundo disseram fontes ao jornal. Esses montantes vão pesar no fechamento do preço final da empresa controlada pela J&F Investimentos.

Ainda sobre a J&F, o Estadão informa que termina hojeo período para que os interessados na Vigor Alimentos apresentem propostas não vinculantes pela empresa. Dependendo do resultado, as portas seguem abertas para compradores. A companhia e os bancos Bradesco BBI e Santander, que conduzem o processo e são credores do grupo J&F, tentam puxar o preço para cima. O valor esperado estaria entre R$ 6 bilhões a R$ 8 bilhões.

MRV Engenharia (MRVE3)
A MRV informou que seus lançamentos atingiram R$ 1,332 bilhão em valor geral de vendas (VGV) entre abril e junho, alta de 18,6% em relação aos mesmos meses do ano passado. Esse foi o recorde de lançamentos da companhia em um segundo trimestre. Todos os novos imóveis ofertados do trimestre se enquadram em opções de financiamentos com recursos do FGTS.

No acumulado do primeiro semestre, a MRV lançou empreendimentos que somaram R$ 2,543 bilhões em VGV, avanço de 21,3% frente ao mesmo período do ano passado.

Já as vendas líquidas da MRV atingiram R$ 1,167 bilhão no segundo trimestre, expansão de 11,9% na comparação anual. Essa performance é resultado de avanço de 7,1% das vendas brutas, para R$ 1,450 bilhão, e queda de 9,2% dos distratos, para R$ 282,6 milhões.

A MRV também reportou geração de caixa de R$ 105 milhões no segundo trimestre deste ano, baixa de 27% em relação ao mesmo período do ano passado. Esse foi o 20º trimestre consecutivo com geração de caixa.

Após os números, a construtora teve a recomendação elevada para compra pelo Citi. O BTG Pactual, por sua vez, destacou que os números reforçaram o otimismo com o segmento de baixa-renda, com destaque principalmente para a MRV, que é um player que deve continuar a “surfar” no bom momentum. A recomendação para os ativos é de compra com preço-alvo de R$ 14,00. 

Eztec (EZTC3)
As vendas líquidas da incorporadora Eztec atingiram R$ 40 milhões no segundo trimestre de 2017, crescimento de 38,2% em relação ao mesmo período do ano passado. As vendas líquidas no trimestre são resultado de vendas brutas de R$ 149 milhões e distratos de R$ 109 milhões. Já no acumulado do primeiro semestre, as vendas líquidas foram de R$ 49 milhões, recuo de 11,5%.

A companhia destacou que as vendas dos imóveis no estoque foram sensivelmente impactadas pela turbulência política. O resultado, entretanto, foi parcialmente compensado pela venda de unidades em lançamento.

A incorporadora Eztec lançou, no segundo trimestre, seu primeiro empreendimento de 2017. O projeto batizado de Legittimo Vila Romana tem valor geral de vendas (VGV) de R$ 49 milhões e é composto por 54 apartamentos. Com isso, os lançamentos da companhia ficaram 45,9% abaixo do registrado no segundo trimestre do ano passado. No semestre, o recuo foi de 65,5%.

De acordo com o BTG Pactual, os números foram fracos, como esperado, ressaltando ainda que apenas um lançamento aconteceu. Além do lançamento, as vendas foram fracas, com os cancelamentos afetando os dados da companhia. Contudo, em meio à prévia fraca já esperada, os analistas do banco esperam reação neutra do mercado. A recomendação para os ativos é de compra, com preço-alvo de R$ 19,00. 

Petrobras (PETR3;PETR4)

A Petrobras anunciou nesta sexta-feira um novo reajuste de preços nos combustíveis. Segundo a estatal, será feito um corte do preço médio nas refinarias em 1,9% para a gasolina e uma queda de 0,7% para o preço do diesel. Os novos preços entram em vigor a partir da meia-noite deste sábado (15). 

Esta foi a nona revisão de preço de combustíveis desde que passou a adotar a política de reajustes diários, no dia 30 de junho.

A empresa argumenta que, com a possibilidade de reajustar diariamente os preços, tem mais ferramentas para competir com as empresas importadoras, que estão ganhando espaço no mercado brasileiro.

 

Comgás (CGAS5)

A multinacional Shell pôs à venda sua participação de 17,12% na Comgás, afirma o Estadão citando duas fontes a par do assunto. O valor da participação minoritária da petroleira no negócio é estimado em cerca de R$ 1 bilhão. 

IPO da Biotoscana

De acordo com a coluna do Broad, do jornal O Estado de S. Paulo, a demanda pelos papéis da Biotoscana, do Advent, superava em duas vezes o seu IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês), na tarde de quinta-feira, considerando o papel no piso da faixa indicativa, de R$ 24,50. O Brazilian Depositary Receipt (BDR) que será ofertado pela empresa é um valor mobiliário emitido no Brasil que representa outro título de companhias abertas com sede no exterior. No caso do Carrefour Brasil, a demanda pelas ações estava na metade da oferta, no piso da faixa prevista, de R$ 15,00, diz a coluna.

IPO da Neoenergia

Já segundo a Reuters, a Neoenergia, que será a maior companhia elétrica integrada do Brasil após a incorporação da Elektro, está trabalhando em uma dupla oferta pública inicial de ações  em São Paulo e Nova York, que poderá atribuir valor de pelo menos R$ 35 bilhões à empresa, disseram três pessoas com conhecimento direto do assunto à agência.

O IPO pode ser lançado perto de setembro, quando espera-se que a Neoenergia obtenha a aprovação regulatória da agência do setor (Aneel) para a aquisição da Elektro.

Itaúsa (ITSA4)

A Itaúsa aprovou a emissão de R$ 1,8 bilhão em notas promissórias. A segunda emissão de notas promissórias da companhia será feita em 3 séries, segundo comunicado ao mercado. Cada série será de R$ 600 milhões. A primeira série terá prazo de 1.826 dias, a segunda 2.191 dias, e a terceira, 2.557 dias. A remuneração será de 106%, 107% e 108% da variação do DI, respectivamente. De acordo com a companhia, os recursos serão destinados à realização de investimentos. Vale destacar que, nesta semana, a Itaúsa fechou em conjunto com a Cambuhy e a Brasil Warrant a compra da Alpargatas por R$ 3,5 bilhões. 

Transmissão Paulista (TRPL4)

A Transmissão Paulista e a Isolux Energia submeteram ao Cade análise de negócio que envolve aquisição de participação societária no setor de trasmissão de energia elétrica. A divulgação do pedido de análise é feita no Diário Oficial; o documento tem acesso restrito no Cade até o momento.

Profarma (PFRM3)

A Profarma concluiu que, diante do atual cenário macroeconômico e das incertezas políticas vivenciadas no Brasil, não se justifica a realização de uma oferta pública de distribuições de ações de sua emissão, disse a empresa, em comunicado divulgado ao mercado. Em 21 de junho, a companhia afirmou avaliar alternativas de captação, inclusive oferta de ações. 

Taesa (TAEE11) e Cemig (CMIG4)

A Transmissora Aliança de Energia Elétrica (Taesa) celebrou um acordo para ficar com ativos que hoje pertencem à sua maior acionista, a Cemig. Serão repassadas para a Taesa as participações detidas pela estatal mineira nas transmissoras Transleste, Transudeste e Transirapé, que em conjunto foram as Transmineiras.

Pela transferência, a Taesa pagará à Cemig R$ 76,71 milhões. Ainda pode ser pago um valor adicional de R$ 11,786 milhões, caso as Transmineiras tenham decisões favoráveis em processos judiciais que estão em curso.

O valor principal será corrigido pela variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e por 100% dos Depósitos Interfinanceiros (DI), a partir de 1º de janeiro de 2017. O valor adicional será corrigido pelo DI, também acumulado a partir de 1º de janeiro. Essa reestruturação ainda terá que ser aprovada pelos acionistas da Taesa em assembleia, e terá que passar pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Ainda sobre Cemig, o Goldman Sachs elevou a recomendação para as ações de venda para neutra, com o preço-alvo sendo elevado de R$ 7,50 para R$ 9,90. 

(Com Bloomberg e Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.