JBS dispara 9%, Localiza sobe 4% com recomendação e small cap salta 13% após notícia de R$ 60 milhões

Confira os principais destaques de ações da bolsa nesta quinta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – Depois de euforia na véspera entre aprovação da reforma trabalhista sem alterações no Senado Federal e condenação em primeira instância do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Ibovespa teve uma sessão mais amena nesta quinta-feira (13), com alta de 0,53%, a 65.178 pontos, entre queda das ações de commodities e a alta dos papéis de peso dos bancos. 

Apesar do movimento mais tímido, algumas ações do índice tiveram ganhos expressivos nesta sessão, como os papéis da JBS, que dispararam 9% entre renegociação de dívidas com os bancos e venda de ativos. Na esteira, apareceram os papéis da Localiza, que subiam 4% após ter recomendação elevada para compra. 

Fora do Ibovespa, chamou atenção a ação da Log-In, que disparou 13%, fechando na máxima do dia e com forte volume financeiro, após informar que vai receber uma indenização de cerca de R$ 60 milhões.

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Confira abaixo os principais destaques de ações desta quinta-feira:

Petrobras (PETR3, R$ 13,55, -0,22%; PETR4, R$ 12,88, -0,46%)

As ações da Petrobras viraram para queda e quebraram uma sequência de três altas, descoladas dos preços do petróleo, que ganharam força no mercado internacional. Os contratos futuros do WTI fecharam em alta de 1,21%, a US$ 46,04 o barril, enquanto os futuros do Brent subiram 1,36%, a US$ 48,39 o barril. Vale menção que ontem os papéis dispararam 5% em meio à notícia sobre a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto os preços do petróleo registraram uma valorização de cerca de 1%. 

No radar, a Petrobras anunciou nesta quinta-feira um novo reajuste de preços nos combustíveis. Segundo a estatal, será feita uma elevação do preço médio nas refinarias em 1,7% para a gasolina e corte de 0,9% para o diesel. Os novos preços entram em vigor a partir da meia-noite desta sexta-feira (14).  Esta foi a oitava revisão de preço de combustíveis desde que passou a adotar a política de reajustes diários, no dia 30 de junho.

A empresa argumenta que, com a possibilidade de reajustar diariamente os preços, tem mais ferramentas para competir com as empresas importadoras, que estão ganhando espaço no mercado brasileiro.

Vale (VALE3, R$ 29,15, -2,51%; VALE5, R$ 27,43, -2,31%) e siderúrgicas 
As ações da Vale e Bradespar (BRAP4, R$ 21,19, -2,03%) – holding que detém participação na mineradora – intensificaram queda nesta tarde, após esboçarem pela manhã um pregão positivo. O movimento foi seguido pelas siderúrgicas, com Gerdau (GGBR4, R$ 10,91, -1,00%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 5,45, -0,37%), CSN (CSNA3, R$ 7,73, -2,40%) e Usiminas (USIM5, R$ 5,01, -1,18%).

No radar, o BTG Pactual divulgou um relatório com análise sobre o setor siderúrgico. Os analistas comentam que os ventos externos têm sido favoráveis para o setor, com expansão do metal spread na China e o aparente crescimento da demanda de aço (+7% na comparação anual), estoques balanceados, restrições de oferta/cortes de capacidade, exportações chinesas mais lentas e múltiplas fontes de protecionismo (particularmente nos EUA, com a seção 232) e estabilização das matérias-primas (após o minério e carvão caírem de seus picos).

Para eles, as variáveis parecem suportar o setor no curto prazo, deixando a “janela de compra” aberta. No Brasil, a recuperação está dentro do previsto, com os aços planos mostrando um desempenho superior aos aços longos (planos acumulando alta de 4% no ano vs queda de 10% dos longos), refletindo uma melhora no segmento de autos.

Eles também aponta, no relatório, uma prévia das empresas para o 2° trimestre, destacando uma boa safra de resultados. O destaque, indicam, será a Gerdau (ajudado pela forte performance nos Estados Unidos) e Usiminas, que deve apresentar um Ebitda de R$500 milhões, o que é bastante forte, comentam.

Bradesco (BBDC3, R$ 29,64, -1,13%; BBDC4, R$ 29,67, +0,88%)
O Bradesco anunciou um Plano de Desligamento Voluntário Especial, com início nesta quinta-feira. O comunicado enviado ao mercado não traz detalhes sobre o motivo de ser denominado “especial”, nem a quantidade de funcionários, áreas ou meta financeira pretendidos. Diz apenas que “poderão aderir os funcionários da Organização Bradesco que preencherem os requisitos estabelecidos no regulamento”.

Ainda de acordo com a nota da instituição, a implementação do PDV “não afetará o elevado padrão de qualidade dos serviços prestados aos seus clientes e usuários, em todas as localidades em que atua.”

Em relatório, analistas do Itaú BBA dizem que, embora o banco não tenha divulgado o objetivo de redução de pessoal, veem isso como ligeiramente positivo, dado que mostra que o banco está concentrando no controle de custos. “Acreditamos que isso é um gatilho positivo para as ações do banco”, disseram.

Veja mais: O que esperar dos grandes bancos no 2° semestre? Bradesco aparece como a melhor opção (link aqui)

Alpargatas (ALPA4, R$ 14,90, +4,93%)
O grupo J&F, dos empresários Joesley e Wesley Batista, comunicou na noite de ontem a venda de sua fatia de controle na Alpargatas – donas da Havaianas – para o Cambuhy (fundo da família Moreira Salles), Brasil Warrant e para a Itaúsa (holding de investimentos do Itaú) por R$ 3,5 bilhões. A companhia também é dona de marcas a Osklen e da operação da Mizuno no País.

Segundo comunicado, o valor de aquisição considerou o preço de R$ 14,25 para cada ação ordinária e R$ 11,40 para cada papel preferencial. O pagamento será feito à vista e a operação ainda depende de aprovação do Cade.

A J&F havia comprado a Alpargatas há 18 meses, por R$ 2,7 bilhões, para socorrer outro grupo empresarial em dificuldades – a Camargo Corrêa, que precisava de dinheiro para cumprir obrigações decorrentes do acordo de leniência que havia feito no âmbito da Operação Lava Jato.

JBS (JBSS3, R$ 7,22, +9,39%)

Ainda no noticiário da J&F, o Valor Econômico informa que JBS pagou propina mensalmente, durante vários anos, a cerca de 200 fiscais do Ministério da Agricultura, de acordo com delação premiada feita pelo presidente da companhia, Wesley Batista, ao Ministério Público Federal. O “mensalinho” chegava a R$ 20 mil por servidor. O objetivo era fazer os fiscais federais agropecuários flexibilizarem a aplicação das regras sanitárias. 

A relação com os nomes dos fiscais envolvidos será enviada ao MPF em até 60 dias, segundo compromisso firmado por Wesley durante o processo de delação e deve fornecer mais munição à Operação Carne Fraca. 

JBS concluiu negociações com os bancos para assegurar a manutenção das linhas de crédito de curto prazo, segundo pessoas a par do assunto e que não estão autorizadas a falar publicamente.

Já a Bloomberg destacou, citando fontes, que a JBS concluiu renegociação de dívidas com os bancos. Os maiores credores da companhia, incluindo Banco do Brasil, Caixa Econômica, Banco Santander e Banco Bradesco, concordaram em estender as linhas de crédito em 12 meses, sem mudanças nos juros, em troca de garantias adicionais e pagamento adiantado de 10% do total. Esses bancos serão os primeiros a serem pagos caso a JBS venda algum ativo. Segundo o acordo, 80% dos recursos com a venda de ativos serão usados para pagar dívidas com bancos
Total da dívida da JBS era de R$ 23,8 bi no primeiro trimestre, segundo relatório da JPMorgan.

Foi celebrado, ainda, um acordo em separado com o Itaú com maior percentual de pagamento adiantado e sem garantias adicionais. A JBS não quis comentar sobre termos de qualquer acordo. A empresa disse nesta quarta, em um comunicado, que mantém “discussões produtivas e construtivas” com instituições financeiras. Bradesco, Caixa, Itaú e Banco do Brasil não comentaram. 

Por fim, a JBS confirmou que, em decisão proferida na noite de ontem, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região concedeu liminar removendo a restrição da Companhia em negociar ativos. A referida decisão autoriza “que a JBS possa dar curso normal às suas atividades, para comprar e também para vender bens componentes de seu ativo, em especial a totalidade das ações de suas subsidiárias detentoras das operações de carne bovina na Argentina, Paraguai e Uruguai ao Grupo Minerva”. 

Adicionalmente, a Companhia destacou que, em 6 de julho, o Conselho Administrativo de Defesa Econômico (CADE) emitiu sua aprovação sem restrições em relação à alienação das operações supracitadas, sendo que ainda está em curso o prazo para que a decisão se torne definitiva.

Log-In (LOGN3, R$ 3,65, +12,65%)
As ações da small cap Log-In dispararam nesta sessão, fechando na máxima do dia. A valorização foi acompanhada também de um forte volume financeiro, que atingiu R$ 2,1 milhão, contra média diária de R$ 259,8 mil dos últimos 21 pregões. Nas últimas 3 sessões, os papéis acumularam ganhos de 17%. 

A escalada das ações hoje ocorre após a empresa informar que receberá indenização de R$ 59,6 milhões por rescisão de contrato, assinado em novembro de 2007, de construção de navios com o Estaleiro Ilha S.A (Eisa) – empresa que se encontra em recuperação judicial. 

Senior Solution (SNSL3, R$ 20,28, +5,85%)
A Senior Solution anunciou que seu Conselho de Administração aprovou a obtenção de um novo financiamento junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), no valor de R$ 23,4 milhões.

Segundo Thiago Rocha, Diretor de Relações com Investidores, os recursos serão utilizados para acelerar o crescimento orgânico da empresa. A maioria dos dispêndios serão voltados à linha de pesquisa e desenvolvimento.

“Desde o IPO realizamos quatro aquisições. Vamos acelerar a evolução de alguns produtos e integrar as soluções que adicionamos com essas aquisições. Estamos construindo uma suite imbatível para o setor financeiro brasileiro”, afirma o executivo. 

O financiamento possui carência de 30 meses, prazo de amortização de 48 meses e custo correspondente à TJLP + 2,0% ao ano. “A futura liberação dos recursos nos ajudará a recompor o saldo de caixa, reduzido em novembro de 2016 com a aquisição da attps. Indiretamente, isso amplia a folga financeira necessária para retomarmos as aquisições”, conclui o executivo.

Localiza (RENT3, R$ 49,51, +3,99%)
As ações da Localiza subiram forte nesta sessão, figurando entre as maiores altas do Ibovespa, na esteira de uma revisão de recomendação para cima pelo Itaú BBA. 

Em relatório, os analistas do banco elevam a recomendação da ação de “market perform” (desempenho em linha com a média) para “outperform” (desempenho acima da média), citando que ela é a “vencedora” em um cenário de inflação em queda. O preço-alvo do papel foi elevado de R$ 42,00 para R$ 55,00, implicando em um potencial de valorização de 17,5%. 

Eles citam 3 fatores para o otimismo com a ação. São eles: 1) expectativa de que o spread entre ROIC (Retorno sobre Capital Investido) e custo de capital comece a alargar esse ano; 2) projeção de que a geração de caixa permaneça sólida; 3) potencial atrativo da ação até o final do ano, com expectativa de que os múltiplos P/L (Preço sobre Lucro) diminuam mais a frente. 

 Além disso, a Localiza informou que foi aprovado, em Assembleia Geral Extraordinária, os novos planos de incentivo de longo prazo baseados em ações da companhia, com o objetivo de “atrair, motivar, reter e alinhar os interesses dos elegíveis como participantes aos interesses da empresa”.

Ecorodovias (ECOR3, R$ 11,21, +0,81%)
As ações da Ecorodovias também subiram com revisão de recomendação. O Santander elevou a ação para compra, em meio a dados mais fortes de tráfego, controle de custos e taxa menor de juros.

Além disso, os analistas do banco apontam que veem a empresa com uma proposta provável nos próximos leilões no estado de São Paulo, dado que ela possui espaço no balanço. “Caso ganhasse um grande projeto, não descartaríamos a possibilidade de aumento de capital, semelhante ao movimento feito pela CCR em abril passado”, comentaram.

Anima (ANIM3, R$ 15,83, -2,28%) 
A  Anima teve sua recomendação elevada para neutro pelo Safra, com preço-alvo elevado de R$ 15,30 para R$ 18,50. 

JSL (JSLG3, R$ 6,91, +0,14%)

A JSL fez roadshow de 12-18 de julho para possível emissão externa. A emissão de senior notes está em fase preliminar e não há qualquer definição sobre o volume total da emissão, prazo, taxas de juros ou quaisquer outros detalhes. A decisão dependerá, dentre outros fatores, da atratividade das condições de mercado
Captação de recursos, caso venha a ser realizada, será conduzida junto a investidores institucionais qualificados, exclusivamente no mercado internacional.

Somos Educação (SEDU3, R$ 14,99, +2,04%)
A Somos Educação aprovou a emissão de até R$ 800 milhões em debêntures, que será feita em 3 séries em emissão para investidor qualificado. O prazo será de 3, 5 e 7 anos para primeira, segunda e terceira série, respectivamente.

A primeira série terá remuneração de CDI + spread de 1,60% ao ano, enquanto a segunda terá spread de 1,85% e a terceira série terá NTN-B 2024 + 1,85%.