CSN, BB e Petrobras saltam entre 3% e 6%; construtora dispara 19% em “semana decisiva”

Confira os principais destaques de ações da bolsa nesta terça-feira

Paula Barra

Publicidade

SÃO PAULO – O Ibovespa fechou esta terça-feira (11) em seu segundo pregão seguido no positivo, em meio às expectativas de aprovação da reforma trabalhista, apesar de interrupção da sessão. A votação não é ‘proxy’ para reforma da Previdência, mas deve reforçar sentimento de sangue-frio do mercado diante dos riscos representados pelo andamento da denúncia contra Temer na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).

Com isso, o índice encerrou a sessão em alta de 1,28%, a 63.832 pontos, com apenas 14 das 58 ações no negativo. No campo positivo, as ações com betas elevados figuraram entre as maiores altas, com CSN, Banco do Brasil e Petrobras. Essas ações subiram entre 6% e 3% hoje. 

Fora do índice, destaque para as ações da incorporadora PDG Realty, que dispararam 20% em semana decisiva para sua recuperação judicial, segundo reportagem do Valor Econômico.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Confira abaixo os principais destaques de ações desta terça-feira:

Vale (VALE3, R$ 30,04, +1,11%; VALE5, R$ 28,02, +1,41%) e siderúrgicas

As ações da Vale subiram pelo 4º pregão seguido, acompanhando os preços do minério de ferro. A commodity à vista negociada no porto de Qingdao, na China, avançou 2,11% hoje, a US$ 65,40 por tonelada, enquanto os contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian registraram alta de 1,88%, a 489 iuanes. 

Seguiram o movimento de alta os papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 21,51, +0,84%) – holding que detém participação na Vale – enquanto as siderúrgicas fecharam entre perdas e ganhos, com Gerdau (GGBR4, R$ 10,95, -0,64%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 5,28, -0,38%), CSN (CSNA3, R$ 7,74, +6,46%) e Usiminas (USIM5, R$ 5,00, +1,63%). 

Petrobras (PETR3, R$ 13,07, +2,91%; PETR4, R$ 12,33, +2,92%)
As ações da Petrobras ganharam força nesta tarde, seguindo o petróleo no mercado internacional. Os contratos do petróleo WTI fecharam em alta de 1,4%, a US$ 45,04 o barril, após o Departamento de Energia dos Estados Unidos cortar a projeção para a produção da commodity no próximo ano e dados da Euroilstock mostrarem que os estoques do produto caíram na Europa no mês de junho. 

Além disso, no radar, a Petrobras anunciou o quarto corte seguido dos preços dos combustíveis, com redução do diesel em 0,7% e da gasolina em 0,6% para as refinarias a partir de 12 de julho. Ontem, a companhia anunciou o corte do diesel em 1,7% e da gasolina em 2%. Esta foi a sexta revisão de preço de combustíveis desde que passou a adotar a política de reajustes diários, no dia 30 de junho. Das seis revisões, cinco foram para baixar os preços. A empresa argumenta que, com a possibilidade de reajustar diariamente os preços, tem mais ferramentas para competir com as empresas importadoras, que estão ganhando espaço no mercado brasileiro.

Ainda sobre a estatal, ela informou que “adotará as medidas administrativas e judiciais cabíveis” em resposta à decisão da fornecedora UTC Engenharia de interromper os serviços de manutenção de 12 plataformas da estatal instaladas na Bacia de Campos. A UTC afirma que suspendeu a atividade porque a estatal se nega a atender pedidos de aditamento de contrato, o que pressupõe revisão de valores. Por outro lado, a Petrobras alega que o desentendimento com a UTC surgiu da retenção de pagamentos por falhas em outro contrato, relativo a obras na Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), localizada no Rio Grande do Sul. Em comunicado, a UTC informou que se o impasse persistir terá que “implantar um plano de desmobilização de seu contingente no local”.

Além disso, a MLog informou ontem que a sua subsidiária Asgaard Navegação e a Petrobras decidiram cancelar mutuamente os contratos remanescentes relativos à construção e operação de duas embarcações, denominadas Platform Supply Vessel 4500 (PSVs 4500). O comunicado não informa o motivo da decisão. Os contratos haviam sido celebrados em maio de 2014 para afretamento de oito anos e renováveis por igual período. 

Eletrobras (ELET3, R$ 14,72, -3,48%; ELET6, R$ 17,68, -2,37%)
As ações ONs da Eletrobras – que são negociadas no Ibovespa – caíram pelo segundo pregão seguido, após forte euforia entre quarta e quinda da semana passada (quando o ativo disparou 25%), puxadas por expectativas de que a proposta de reforma do setor elétrico abriria as portas para que a empresa privatize suas usinas. A realização agora ocorre em meio à percepção do mercado de que essa proposta ainda não estaria fechada, deixando dúvidas sobre os termos que poderiam se dar essa venda de ativos da estatal. 

Analistas do BTG Pactual comentam que após call com Paulo Pedrosa, secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, e Luiz Barroso, presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), que visava discutir a nota técnica que propõe mudanças no setor, ficou claro que todos os cenários ainda estão em aberto para o debate.

Eles ressaltam como ponto principal a potencial venda das plantas da Eletrobras, que em 2012 aderiram a MP579. Essas plantas devem agora poder vender energia livre no mercado, em troca de um pagamento de outorga para o governo. A nota menciona que a Eletrobras poderia receber um terço dessa outorga, mas durante o call foi mencionado que esses recursos poderiam não serem recebidos diretamente, mas sim via aumento de capital feito pelo governo, o que levou a realização do papel na bolsa ontem. “No geral, nos parece que todos os cenários ainda estão em aberto para o debate, e eles mencionaram que nada ainda ficou definido”, comentam os analistas.  

Cesp (CESP6, R$ 15,58, +0,06%)
O governo do Estado de São Paulo deverá abrir ainda em julho o acesso de eventuais interessados a um data-room com informações sobre o processo de privatização da estatal paulista de energia Cesp, disse nesta terça-feira um representante do Banco Fator, contratado pelo Estado para assessorar a transação, segundo informações da Reuters. A venda do controle da elétrica pelo governo estadual está prevista para acontecer em uma licitação a ser realizada em setembro.

Ao participar de uma audiência pública sobre o processo de privatização em São Paulo nesta terça-feira, o sócio do Fator, Gustavo Blasi Mandel, disse que o edital com informações completas sobre o negócio deve ser divulgado em agosto.

Entre agosto e setembro deverá ser aberto um prazo para que investidores interessados visitem as instalações da companhia, que opera 1,6 gigawatt em hidrelétricas.

A audiência sobre a privatização, realizada na Secretaria da Fazenda paulista, contou com a presença também de diversos representantes de sindicatos de trabalhadores do setor de energia, que se colocaram contra a venda da Cesp, que segundo eles é uma companhia lucrativa para o Estado de São Paulo.

PDG Realty (PDGR3, R$ 2,16, +18,68%)
As ações da incorporadora PDG Realty dispararam até 21,43%, a R$ 2,21, nesta sessão. Uma reportagem do Valor Econômico de ontem apontava que essa semana seria decisiva para a recuperação judicial da empresa, que tem R$ 5,75 bilhões em compromissos pendentes de reestruturação. A companhia e os principais bancos credores entraram desde ontem em uma intensa negociação sobre o rumo desses débitos, indicava o jornal. 

A forte valorização dos papéis da incorporadora hoje foi acompanhado por um volume financeiro acima da média: R$ 14,3 milhões, contra média de R$ 1,4 milhão por dia nos últimos 21 pregões. 

JBS (JBSS3, R$ 6,57, +1,70%)
O acionista controlador da JBS vendeu R$ 67,7 milhões em ações, o equivalente a 9,4 milhões de papéis ON, entre 1 e 26 de junho, reduzindo sua participação de 42,51% para 42,16% na companhia, de acordo com documento divulgado pela empresa. Em 11 de junho, foi informado que o acionista controlador da companhia havia vendido R$ 153,5 milhões de ações ON.

Embraer (EMBR3, R$ 15,77, +0,45%)

A Embraer anunciou a entrega de 35 jatos comerciais e 24 executivos no segundo trimestre de 2017. O número de entregas na aviação comercial subiu cerca de 35% em relação ao mesmo período do ano passado, disse a Embraer em seu website. 

A aviação executiva entregou 5 jatos grandes a mais do que no segundo trimestre de 2016, embora no total tenham sido entregues duas unidades a menos, segundo a companhia. Em 30 de junho, carteira de pedidos firmes a entregar (backlog) totalizava US$ 18,5 bilhões. 

Segundo o BTG Pactual, o forte número de entregas sinalizam um bom trimestre (tanto em receita como em margem).  

Kroton (KROT3, R$ 14,88, -0,03%) e Estácio (ESTC3, R$ 15,22, -0,20%)

Segundo informações da Bloomberg, as ações da Kroton e Estácio tiveram a recomendação cortada para manutenção pelo Santander. 

Linx (LINX3, R$ 17,40, -0,97%)
A Linx anunciou na segunda-feira a aquisição da totalidade da produtora argentina de software Synthesys, em um acordo que pode chegar a US$ 25,8 milhões e que marca a primeira expansão internacional da companhia brasileira.

 A Linx, que produz software para o varejo, pagará 16,3 milhões de dólares à vista pela Synthesys, valor que pode ser acrescido de 9,5 milhões de dólares nos próximos três anos, dependendo do cumprimento de metas financeiras e operacionais. 

A aquisição foi vista com cautela pelos analistas de mercado, que se perguntam, principalmente, por que fazer uma aquisição no exterior se há tantas oportunidades no Brasil.

Segundo o Bradesco BBI, o segmento de gerenciamento de software brasileiro ainda está amplamente subestimado, apenas 23% do mercado potencial. Enquanto isso, a Linx é a maior empresa com uma participação de mercado de cerca de 38%, que é mais do que os outros cinco maiores concorrentes combinados, mostrando o quão fragmentado é o mercado. “A empresa pode acreditar que as oportunidades no Brasil estão diminuindo ou o risco/retorno não é tão excitante quanto no exterior”,apontam os analistas. Assim, a visão é cautelosa. ” Acreditamos que o mercado brasileiro ainda oferece muitas oportunidades, enquanto fazer aquisições no exterior traz riscos adicionais”, concluem.

No mesmo sentido, o BTG Pactual destaca que, embora seja interessante crescer em novos mercados, a execução é sempre um risco. Os analistas estimam que a aquisição pode dar espaço para a empresa aumentar a penetração de POS, que, mesmo tendo grandes varejistas como clientes, tem receitas de apenas US$ 7 milhões por ano (a Lojas Americanas sozinha, no Brasil, rende à Linx por volta de US$ 5 milhões ao ano), ainda assim, a aquisição levanta a dúvida do porquê a empresa não quis continuar a acrescer no Brasil, que ainda é um mercado com baixa penetração e que a companhia domina e conhece na palma da mão (com mais de 30 anos de experiência). Apesar dessas questões e do valuation do papel mais esticado, os analistas do BTG Pactual mantiveram a recomendação de compra para a ação, em função do posicionamento único no Brasil, perspectivas de crescimento e modelo de negócio não cíclico. 

Even (EVEN3, R$ 4,11, +3,01%)
A Even divulgou sua prévia operacional, mostrando que suas vendas somaram R$ 312 milhões no segundo trimestre, uma alta de 17% em relação ao mesmo período de 2016. Segundo a empresa, as vendas foram somente de unidades em estoques, uma vez que não houve lançamentos entre abril e junho.

Nos seis primeiros meses de 2017, as vendas caíram 10,3% em relação ao mesmo período do ano anterior, para R$ 522 milhões. A Even encerrou o segundo trimestre com um banco de terrenos de R$ 6,1 bilhões em VGV (Valor Geral de Vendas). Foram adquiridos por meio de permuta dois terrenos com valor potencial de vendas de R$ 213 milhões. O Itaú BBA espera uma reação levemente positiva do mercado aos números da construtora. 

Qualicorp (QUAL3, R$ 30,65, -0,20%)
A Qualicorp informou que Alberto Bulus renunciou ao cargo de presidente do conselho de administração. Para seu lugar foi escolhido Raul Rosenthal, ex-presidente da Amex e da TVA.

Prumo (PRML3, R$ 11,09, +7,67%)
A Prumo informou que sua controladora, EIG, decidiu elevar a preço das ações na OPA (Oferta Pública de Aquisição) da companhia para R$ 11,50, valor superior ao preço justo indicado no laudo de avaliação elaborado pela Brasil Plural. O valor anterior era de R$ 10,53.