Varejistas disparam até 10% e construtora salta 7% de olho no 2° tri; Petrobras afunda com petróleo

Confira os principais destaques de ações da bolsa nesta sexta-feira

Paula Barra

Publicidade

SÃO PAULO – O Ibovespa reverteu alta nesta sexta-feira, com as incertezas políticas e commodities neutralizando os efeitos positivos da perspectiva de queda de juros, após IPCA mostrar deflação de 0,23% em junho, contra expectativa de recuo de 0,18%. Investidores digeriram hoje também o Relatório de Emprego dos Estados Unidos, que teve como destaque a renda salarial, que frustou expectativas e ofuscou a criação de emprego mais forte que o previsto (veja aqui). 

Com isso, o índice registrou queda de 0,20%, a 62.345 pontos, enquanto o dólar comercial caiu 0,58%, a R$ 3,2795 na venda – um movimento que ajudou a puxar para baixo as ações com perfil exportador. Figuraram entre as maiores quedas do benchmark da bolsa as ações do setor de papel e celulose Suzano, Fibria e Klabin. 

Do outro lado, as ações da Lojas Americanas dispararam mais de 4% após o Credit Suisse revisar a recomendação dos papéis para “outperform” (desempenho acima da média). Ontem, o BTG Pactual atualizou suas estimativas para a empresa, revisando o preço-alvo de R$ 18,00 para R$ 20,00, mantendo a recomendação de compra.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Fora do índice, as ações da Magazine Luiza saltaram 10% com analistas otimistas com o resultado do 2° trimestre. Para analistas do BTG Pactual, a empresa deverá mostrar um crescimento de 50% no segmento de e-commerce no período, sendo que as “vendas nas mesmas lojas” consolidadas deverão crescer 22% na passagem anual. 

Confira abaixo os principais destaques de ações desta sexta-feira:

Petrobras (PETR3, R$ 12,68, -1,93%; PETR4, 11,93, -1,97%)
As ações da Petrobras acentuaram queda nesta tarde, acompanhando os preços do petróleo no mercado internacional, que reagem a dados que mostram aumento da produção da commodity nos Estados Unidos na última semana, assim como alta nas exportações da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) em 2017, lançando dúvidas sobre os esforços dos produtores para evitar o excesso de oferta. Os contratos do petróleo WTI fecharam a sessão em queda de 2,8%, a US$ 44,23 o barril. 

Continua depois da publicidade

Veja mais: O que esperar da Petrobras no 2º semestre? Confira no especial do InfoMoney (link aqui)

No radar, a Petrobras anunciou ontem à noite um novo reajuste de preços nos combustíveis. Segundo a estatal, será feito um corte do preço médio nas refinarias em 0,5% tanto para a gasolina quanto para o diesel. Os novos preços entraram em vigor desde a meia-noite desta sexta-feira. Na última segunda-feira, a companhia elevou o preço em 1,8% para a gasolina e em 2,7% para o diesel. No fim de junho, a companhia anunciou uma nova política de preços, que busca aumentar a frequência de reajustes em uma tentativa de retomar participação de mercado. A partir de agora, se a Petrobras achar conveniente, poderá fazer ajustes diários nos preços.

Além disso, a Petrobras inicia etapa de divulgação oportunidade Campo Maromba. Neste projeto, a companhia, operadora com 70% de participação, e Chevron Brasil Petróleo Ltda., com 30% de participação, oferecem 100% dos direitos do Campo de Maromba, localizado no sudeste da Bacia de Campos. O teaser, que contém as principais informações sobre a oportunidade, bem como os critérios objetivos para a seleção de potenciais participantes, está disponível no site da Petrobras, disse a empresa.

A Petrobras ainda iniciou etapa de divulgação de venda ativos no Paraguai. A companhia tem como objetivo de alienar integralmente sua participação acionária nas empresas Petrobras Paraguay Distribución Limited (PPDL UK), Petrobras Paraguay Operaciones y Logística SRL (PPOL) e Petrobras Paraguay Gas SRL (PPG), diz a empresa em comunicado. A companhia atua no Paraguai no mercado de distribuição e comercialização de combustíveis, GLP e lubrificantes com uma rede de 197 estações de serviços e 113 lojas de conveniência, segundo o comunicado, além dos segmentos de aviação e logística.

Já o blog de Matheus Leitão do G1 afirma que advogados da estatal protocolaram pedido ao juiz Sergio Moro para que ele determine a aplicação de correção monetária sobre o valor fixado a título de indenização para a empresa em processo no âmbito da Operação Lava Jato. Em sentença de maio, Moro determinou o valor de US$ 1,5 milhão para reparação do dano à empresa, que deveria ser convertido pelo câmbio de 23 de junho de 2011 (R$1,58), acrescido de juros de 0,5% ao mês.

Vale (VALE3, R$ 28,89, -0,10%; VALE5, R$ 27,04, +0,07%) e siderúrgicas
As ações da Vale e Bradespar (BRAP4, R$ 20,84, -0,53%) – holding que detém participação na Vale – tiveram pregão de perdas e ganhos, apesar do dia de queda do minério de ferro. A commodity negociada no porto de Qingdao, na China, subiu 1,35%, a US$ 62,80 por tonelada, enquanto os contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian avançaram 3,43%, a 482 iuanes. 

Acompanharam o movimento misto as ações das siderúrgicas, com Gerdau (GGBR4, R$ 10,76, +0,19%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 5,25, -0,38%), CSN (CSNA3, R$ 7,19, +1,84%) e Usiminas (USIM5, R$ 4,84, 0,0%). 

No radar da Vale, a mineradora Samarco informou ontem que prorrogou por mais três meses o período de layoff (suspensão temporária do contrato de trabalho) de cerca de 800 funcionários que estavam parados desde o início de junho e deveriam retornar as suas funções em agosto. Agora, o layoff vai durar até 31 de outubro.

De acordo com a Samarco, a decisão é parte do esforço para manter os postos de trabalho, já que a mineradora está há um ano e oito meses sem produzir depois que teve as atividades suspensas em decorrência da tragédia de Mariana (MG), em novembro de 2015, quando uma de suas barragens se rompeu e liberou no ambiente mais de 60 milhões de metros cúbicos de rejeitos. Houve devastação da vegetação nativa, poluição da Bacia do Rio Doce e destruição de comunidades. Dezenove pessoas morreram. O episódio é considerado a maior tragédia ambiental do país. 

Atualmente, a Samarco tem cerca de 1,8 mil empregados, divididos entre duas unidades operacionais: uma na cidade mineira de Mariana e outra em Anchieta, no Espírito Santo. A implantação do layoff foi negociada com sindicatos dos trabalhadores e tinha previsão inicial de durar dois meses, prorrogáveis por mais três.

Ainda sobre a Vale, a mineradora divulgou sua agenda de divulgação do balanço do segundo trimestre. A companhia apresentará seus números dia 27 de julho às 6h da manhã. 

Eletrobras (ELET3, R$ 15,90, +0,44%; ELET6, R$ 18,98, +0,78%)
As ações da Eletrobras esfriam nesta sexta-feira, após subirem 25% nos últimos 2 pregões, com o mercado de olho na ampla reforma no setor elétrico proposta pelo governo, que pode abrir caminho para que a empresa privatize suas antigas usinas. 

Veja mais: Não é só Eletrobras: as 8 elétricas que têm muito a ganhar com a “novidade” do setor (clique aqui)

PDG (PDGR3, R$ 1,83, -0,54%)

Segundo o Valor Econômico, o Bradesco protocolou, ontem, documento no qual manifesta sua avaliação de que empreendimentos com patrimônio de afetação devem ser excluídos da recuperação judicial da PDG Realty. Esta é a mesma posição adotada pelo banco no processo da Viver. Segundo o jornal, o banco entende também que PDG precisa apresentar planos individuais por recuperanda para apreciação pelos respectivos credores.

Cemig (CMIG4, R$ 8,36, -2,22%)

Em entrevista ao Valor, o diretor de Finanças e de Relações com Investidores da Cemig, Adézio Lima, afirmou que espera concretizar mudanças importantes em sua estrutura e também no perfil de sua dívida nos próximos meses. A estatal mineira tem até início de agosto para renegociar dívidas. 

Segundo Lima, além da venda de alguns de seus ativos, a empresa negocia com bancos e planeja retomar em setembro o plano emissão bilionária de títulos no exterior.

Direcional (DIRR3, R$ 5,51, +6,78%)

A Direcional disparou após dados prévios do 2° trimestre. Para os analistas do Credit Suisse, os números vieram bons, com destaque para a velocidade de vendas de 18% na baixa renda, sendo o terceiro trimestre mostrando um dado consistente. A empresa também assinou um projeto no 1ª nível de renda do Minha Casa, Minha Vida, que deve dar suporte ao reconhecimento da receita em 2018. Conforme destaca o BTG Pactual, a companhia vem aumentando sua participação no MCMV, o que é positivo; a recomendação para os papéis é de compra, com preço-alvo de R$ 7,50 em doze meses. 

Na prévia, a empresa mostrou um VGV (Valor Geral de Vendas) de R$ 262 milhões no 2° trimestre, 297% superior quando comparado ao mesmo período de 2016. As vendas líquidas do segmento Minha Casa, Minha Vida (MCMV) 2 e 3 totalizaram R$ 140 milhões entre abril e junho deste ano, 378% superior na comparação anual — este foi o melhor trimestre para a companhia em termos de vendas líquidas nesses segmentos. 

Veja mais: Construtoras vão do “boom” ao esquecimento em 2017: mas uma ação ainda aparece como oportunidade (leia aqui)

Educacionais

O Credit Suisse comentou, em relatório, o Novo Fies. Para os analistas do banco, o anúncio veio em linha com o que estava sendo falado na imprensa nas últimas semanas. Em relação ao programa anterior, as novas regras são claramente mais negativas para as empresas, mas melhor para o País já que é mais sustentável em termos fiscais. No entanto, no geral, eles comentam que as perspetivas de longo prazo para o setor continuam sólidas e que movimentos de fusões e aquisições devem se intensificar, ainda mais depois da rejeição da transação da Kroton/Estácio.

Ainda assim, eles destacam que ficaram preocupados com o impacto do aumento de financiamento privado na industria, potencial aumento de descontos e aumento de competição no ensino à distância com o recente anúncio da mudança de regulação. Nesse contexto, eles reforçam a Ser Educacional (SEER3, R$ 24,70, +0,69%) como “top pick” do setor, devido seu plano de crescimento orgânico no ensino à distância e dos 150.000 assentos disponíveis no Norte e Nordeste do País. Em seguida, eles indicam que também gostam de Kroton (KROT3, R$ 14,75, 0,0%), devido sua liderança de mercado, balanço saudável e clara estrategia de crescimento. 

No setor, vale menção hoje para o desempenho das ações da Anima (ANIM3, R$ 15,80, -4,76%), que atingiram queda de 6,99%, a R$ 15,43, na mínima do dia. 

Papel e celulose
As ações do setor de papel e celulose – Fibria (FIBR3, R$ 31,84, -2,78%) e Suzano (SUZB5, R$ 13,38, -2,97%) – figuraram entre as poucas quedas do Ibovespa nesta sessão, pressionadas pelo câmbio. O dólar comercial fechou em queda de 0,54%, a R$ 3,2803 na compra e R$ 3,2808 na venda. 

No radar, a Fibria informou que celebrou contrato de subscrição por meio do qual adquire uma participação minoritária na Spinnova Oy, uma sociedade privada constituída na Finlândia. De acordo com o contrato, a Fibria se compromete a subscrever e a integralizar uma quantidade de ações ordinárias equivalente a 18% do capital total da Spinnova, pelo valor total de 5 milhões de euros.

Em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa informa que o acordo estabelece ainda condições mínimas para um Contrato de Desenvolvimento Conjunto (JDA, na sigla em inglês) e condições mínimas para um contrato de Joint Venture, com o objetivo de estabelecer uma parceria no desenvolvimento, produção e comercialização de materiais baseados nas tecnologias da Spinnova.

Segundo a Fibria, a Spinnova é uma start-up com foco no desenvolvimento de tecnologias de baixo custo e ambientalmente sustentáveis, para a produção de matérias-primas para a indústria têxtil. Estas tecnologias utilizam fibras de madeira para a produção de fios e filamentos que podem substituir o algodão, a viscose e/ou outros insumos na aplicação em tecidos e não tecidos.

Conforme o acordo de acionistas celebrado com demais acionistas, a Fibria terá o direito de indicar um membro do Conselho de Administração da Spinnova.

Magazine Luiza (MGLU3, R$ 285,49, +10,06%)
As ações da Magazine Luiza fecharam praticamente na máxima do dia, com forte volume financeiro, de R$ 76,6 milhões, contra média diária de R$ 23,7 milhões dos últimos 21 pregões. O movimento ocorre após os analistas do BTG Pactual projetarem um trimestre de fortes resultados para a varejista.

De com o banco, apesar do momento ruim da economia, com o alto nível de desemprego e os impactos na confiança por conta da crise política, a empresa deverá apresentar crescimento anual de 50% no segmento de e-commerce, sendo que as “vendas mesmas lojas” consolidadas deverão crescer 22% na passagem anual. Vale lembrar que a empresa publicará seu resultado referente ao segundo trimestre em 31 de julho, após o fechamento do mercado.

“Apesar do cenário político incerto, com efeitos negativos no ritmo de recuperação econômica do Brasil, a Magazine Luiza não mostra sinais de desaceleração, beneficiada por sua forte execução (…) no segundo trimestre, MGLU3 deve ser o principal destaque positivo em nosso universo de cobertura, corroborando com nossa visão positiva”, exaltam os analistas (veja mais).

Recomendações

Em destaque no radar de recomendações, a Iguatemi (IGTA3, R$ 32,49, -0,67%) cortada para neutra pelo JPMorgan, com o preço-alvo sendo reduzido de R$ 39,50 para R$ 37,50. Já a Marfrig (MRFG3, R$ 6,76, -0,59%) teve a recomendação elevada para manutenção pelo HSBC, com o preço-alvo sendo elevado de R$ 4,70 para R$ 6,50. 

Já o Credit Suisse reiniciou a cobertura dos papéis da Lojas Americanas (LAME4, R$ 14,35, +4,36%) com recomendação “outperform” (equivalente a compra) e preço-alvo de R$ 18,00 por ação e para a B2W (BTOW3, R$ 11,39, -0,96%) com recomendação neutra e preço-alvo de R$ 14,00.

Sanepar (SAPR4, R$ 10,23, -5,63%)
O Conselho de administração da Sanepar aprovou a contratação de assessorias para a formação de units, diz em comunicado. Em segunda etapa, as units poderão ser colocadas no mercado.

CCR (CCRO3, R$ 16,75, +0,42%)

A CCR decidiu não dar continuidade à oferta pública de distribuição da sua 9ª emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, diz a cia. em comunicado.

A oferta restrita encontrava-se em fase preliminar de estruturação e distribuição, não tendo sido firmada a escritura de emissão das debêntures ou realizados os demais procedimentos necessários para que as debêntures fossem emitidas e colocadas perante investidores, segundo o comunicado.