Os 5 assuntos que vão agitar os mercados nesta quarta-feira

Confira ao que se atentar na abertura do mercado brasileiro

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Os EUA voltam do feriado já trazendo a ata do Fomc, que gera cautela nos mercados. Por aqui, mercado fica de olho também na escolha do relator da denúncia contra Temer e na aprovação da urgência da reforma trabalhista. Confira os destaques: 

1. Bolsas mundiais

A sessão é de leve alta para as principais bolsas mundiais, com o mercado de olho na ata do Fomc na tarde desta quarta-feira e também na expectativa pelo documento da última reunião do BCE que sairá na próxima quinta. O dólar se valoriza contra maioria das demais moedas com mercado esperando sinais das autoridades monetárias, que recentemente adotaram tom hawkish, enquanto ativos tidos como mais seguros como iene e ouro perdem força após serem beneficiados ontem por receios com teste de míssil norte-coreano.

Na Ásia, as blue-chips da China encerraram nesta sessão uma série de três dias de perdas, impulsionadas por um documento do gabinete do país promovendo o uso do dinheiro de pensões nos mercados de capital. O restante dos mercados da região também apresentou ganhos, com os investidores apostando que a recente tensão na península coreana perderá força como tantas outras. Já no radar econômico, o PMI Caixin de serviços em junho na China mostrou desaceleração para 51,6, de 52,8 em maio. 

No mercado de commodities, o petróleo tem 1ª baixa em nove sessões após Rússia se opor a cortes maiores de produção. Os metais recuam em Londres, enquanto aumentam estoques de cobre monitorados pela LME na Ásia. Já o minério de ferro tem queda em Dalian.

Às 8h12, este era o desempenho dos principais índices:

*CAC-40 (França) +0,23%

*FTSE (Reino Unido) +0,15%

*DAX (Alemanha) +0,19% 

*Hang Seng (Hong Kong) +0,52% (fechado)

*Xangai (China) (fechado) +0,76% (fechado)

*Nikkei (Japão) +0,25% (fechado)

*Petróleo WTI -1,68%, a US$ 46,28 o barril

*Petróleo brent -1,49%, a US$ 48,87 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian -1,67%, a 470 iuanes 

2. Denúncia contra Temer

O deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ) foi escolhido como relator do pedido de denúncia de Michel Temer na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados. De acordo com jornais, a escolha foi recebida com apreensão e frustração pelo Planalto, já que se trata de um parlamentar independente, mas também está sendo relativizada pelo governo. E o discurso é justamente o mesmo dos que viram como negativo: de acordo com o Planalto, ele é visto como técnico. A LCA Consultores vai na mesma linha, apontando que, se não há motivo para Temer comemorar efusivamente a escolha feita, tampouco há razão para ficar de fato preocupado.

Contudo,  após a escolha de Zveiter ser formalizada, parte importante da base aliada na Câmara demonstrou abatimento, informa a coluna Painel. Deputados próximos ao presidente Temer que, até então, mostravam otimismo disseram, em tom fúnebre, que “agora acabou” (veja mais clicando aqui).

 Vale destacar que a defesa de Temer será entregue às 15h na CCJ pelo  advogado de Temer, Antônio Mariz. A Reuters informa ainda que o  governo tem garantidos apenas 34 votos favoráveis ao arquivamento da denúncia contra Temer, apenas um além da metade, em uma margem muito pequena para afastar preocupações no Planalto. 

Ainda no radar político, o senador Raimundo Lira (PMDB-PB) foi escolhido o novo líder do PMDB no Senado na noite de ontem. A bancada escolheu o senador paraibano por aclamação. Com isso, Lira vai conduzir a maior bancada do Senado – que tem 22 parlamentares – nas próximas votações. Lira vai substituir Renan Calheiros (AL), que deixou a liderança do partido na última semana, após divergências com os colegas de bancada em relação às reformas propostas pelo governo – das quais o senador alagoano é forte crítico.

3. Reforma trabalhista

Se a escolha de Zveiter gerou apreensão no Planalto, o governo teve uma vitória após o Senado aprovar a urgência da reforma trabalhista por 46 votos a 19, amenizando um pouco a turbulência causada pela prisão do ex-ministro Geddel Vieira Lima. Segundo a LCA, a reforma será aprovada no plenário do Senado em votação que deve ocorrer na próxima terça ou quarta-feira (11 ou 12 de julho).

Temer agradeceu a margem “expressiva” de 70% dos votos. Porém, a Coluna do Estadão informa que o governo, mesmo comemorando, considerou placar baixo e esperava ao menos 48 votos.

Vale destacar que o Senado ainda aprovou urgência para outros dois projetos que envolvem ajuste fiscal: referente aos precatórios e para um PLC sobre a convalidação de benefício fiscais dos estados.

4. Agenda de indicadores

Os Estados Unidos voltam do feriado e já divulgam às 15h a ata do Fomc (Federal Open Market Committe): o Fed pode dar pistas sobre quando começará reduzir balanço. Antes disso, às 11h, serão revelados os pedidos às fábricas e de bens duráveis referentes a maio. No Brasil, às 12h30, serão revelados os dados do fluxo cambial semanal. 

5. Noticiário corporativo

O noticiário corporativo é movimentado. O Estadão informa que a Eletrobras pode privatizar usinas e subsidiárias. A proposta do governo, que vai a consulta pública, prevê que estatal possa vender, por exemplo, Furnas ou Chesf; parte do dinheiro pode abater conta de luz. Vale destacar ainda o noticiário sobre JBS: o TCU discute caso da compra da Swift pela companhia em reunião ordinária a partir das 14h30. Já o Valor informa que a B3 analisa possível sanção à Braskem, suspendendo a companhia do Nível 1, por não divulgação de demonstrações financeiras. No radar de recomendações, o Safra vê potencial de upside de 31% para ações da Embraer, enquanto a M Dias Branco foi elevada para outperform pelo Banco do Brasil. Por fim, a Petrobras reduziu preço de GLP residencial em 4,5% após cortar na segunda preço do industrial. 

(Com Reuters, Agência Brasil, Bloomberg e Agência Estado)

 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.