Saraiva dispara 18% em 30 minutos após rumor de compra pela Amazon; Petrobras “ignora” petróleo e cai

Confira os principais destaques de ações da bolsa desta terça-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa mergulhou 760 pontos do meio dia (quando bateu a máxima diária) até o fechamento desta terça-feira (27), com investidores de olho na denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente Michel Temer no STF (Supremo Tribunal Federal), especulação sobre o andamento da agenda de reformas no Congresso e disparada das commodities. Após subir 0,38% na máxima do dia, o principal índice de ações da bolsa fechou em queda de 0,82%, a 61.675 pontos, com apenas 9 das 58 ações do benchmark no positivo. 

Entre as altas, chamou atenção as ações ligadas ao minério de ferro, com CSN, Bradespar e Vale liderando os ganhos do Ibovespa, com altas de até 6%. A Vale, contudo, amenizou bem os ganhos durante esta tarde, após subirem 5% na máxima do dia. Além da disparada da commodity, os papéis da mineradora foram influenciados pela aprovação dos acionistas do plano de reestruturação da empresa.  

Fora do Ibovespa, o grande destaque ficou com a ação da Saraiva, que disparou a partir das 16h30 (horário de Brasília), após o site Antagonista divulgar que a Amazon quer comprar a empresa. Sem citar fontes, a reportagem diz que o negócio está avaliado em cerca de US$ 200 milhões. As ações da companhia fecharam na máxima do dia, com alta de 22%. 

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Confira abaixo os principais destaques de ações desta terça-feira:

Vale (VALE3, R$ 27,92, +1,64%; VALE5, R$ 26,22, +1,83%)
As ações da Vale e Bradespar (BRAP4, R$ 20,58, +3,07%) – holding que detém participação na mineradora – amenizaram os ganhos nesta tarde, após alta de até 7% nesta sessão, com o mercado brasileiro perdendo força de olho no noticiário político. 

O movimento positivo das ações acompanhou a disparada do minério de ferro nesta sessão e a aprovação pelos acionistas do plano de reestruturação da empresa em assembleia geral extraordinária, que teve início nesta manhã (veja mais). Entre os destaques, foram aprovados os seguintes itens: a conversão voluntária de ações preferenciais classe “A” de emissão da Vale em ações ordinárias na relação de 0,9342 de ON por cada PNA; a alteração do estatuto social; e a incorporação da Valepar. Na máxima do dia, os papéis ONs da Vale subiram 5,39%, a R$ 28,95, enquanto os PNs saltaram 4,43%, a R$ 26,89.

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O minério de ferro à vista negociado no Porto de Qingdao, na China, fechou esta sessão em alta de 5,20%, a US$ 59,70 a tonelada, enquanto os contratos futuros do minério negociados na bolsa chinesa de Dalian saltaram 6,03%, a 457 iuanes.

Siderúrgicas

Também embaladas pelo minério de ferro, as ações da CSN (CSNA3, R$ 6,89, +5,67%) fecharam como a maior alta do Ibovespa, na quinta alta seguida, acumulando no período valorização de 13,87%. A disparada ocorre após o papel ter batido no dia 20 de junho o menor patamar desde março de 2016. 

No radar, a Coluna do Broad informa que a CSN e a Deloitte estão debruçadas sobre os últimos balanços trimestrais da empresa, que precisaram ser revisados por conta da combinação de negócios das atividades de mineração e logística da companhia, no fim de 2015.

Segundo a coluna, ao mercado, a CSN tem reiterado que a revisão ocorre por conta do tratamento fiscal da operação com a Namisa, com a criação da Congonhas Minérios. No entanto, auditoria e empresa não chegam a um acordo e a Deloitte não quer assinar o documento. Desta forma, perto do fim do segundo trimestre, há duas divulgações de resultados atrasadas. Procuradas, CSN e Deloitte não comentaram.

Por sua vez, as demais siderúrgicas da B3 perderam força ao longo do dia e fecharam no negativo, com Gerdau (GGBR4, R$ 9,97, -0,60%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 4,66, -2,10%) e Usiminas (USIM5, R$ 4,37, -0,23%). 

Petrobras (PETR3, R$ 12,99, -0,76%; PETR4, R$ 12,21, -0,49%)
Com os investidores de olho no noticiário político, as ações Petrobras se descolaram dos preços do petróleo e caíram nesta sessão. Os contratos futuros do petróleo WTI, negociados em Nova York, fecharam hoje em alta de 2%, a US$ 44,24 o barril. 

No radar, a Petrobras precisou paralisar a produção da plataforma P-35, no campo de Marlim, na Bacia de Campos, após registrar vazamento de pequena quantidade de água oleosa no mar, informou a companhia em um comunicado à imprensa na noite de ontem.

A petroleira explicou que o vazamento, já contido, não deixou feridos, e que a plataforma encontra-se em condição segura. “A companhia já mobilizou embarcação para estimar o volume vazado no local”, afirmou a empresa.

Não havia informação no comunicado se a produção continuava paralisada, após o vazamento, registrado na tarde desta segunda-feira.

“Brazil Buy List” do Itaú BBA

O Itaú BBA divulgou ontem a atualização da “Brazil Buy List”, removendo as ações da Embraer (EMBR3, R$ 15,00, -3,54%) e Hypermarcas (HYPE3, R$ 27,80, -0,64%), enquanto adicionou os nomes de Petrobras (PETR4, R$ 12,21, -0,49%) e Pão de Açúcar (PCAR4, R$ 62,76, -2,17%). 

Veja mais: Embraer: a ação que tem potencial para subir 50%, mas deve seguir “travada” no curto prazo

Em relatório, os analistas Lucas Tambellini, Luiz Gustavo Cherman e Tiago Binsfeld, do Itaú BBA, explicam que a saída de Embraer e Hypermarcas deve-se à ligeira redução de exposição em câmbio e investimentos defensivos. 

“A perspectiva para a pauta de reformas permanece incerta, o que nos leva a ajustar o potencial de ganhos para as empresas brasileiras, como refletido em nossa projeção atualizada para o Ibovespa de 62.300 pontos. No entanto, estamos ajustando nossa carteira para sustentar o momentum positivo”, comentaram.

Sobre a entrada de Petrobras, eles comentam que, desde a retirada da ação da carteira , o papel sofreu uma queda de 12,3%, o que trouxe um ponto de reentrada atraente, na faixa de R$ 11,00 a R$ 12,00 por ação. Eles ponderam, contudo, que isso não significa que estejam com uma visão otimista em relação às empresas brasileiras, mas aumenta o retorno esperado com risco ajustado da carteira.

Em relação ao Pão de Açúcar, eles apontam que o nome aparece como um veículo do investimento para aproveitar a queda das taxas de juros e cita ainda que os analistas do setor de bens de consumo do Itaú BBA têm um valor justo de R$ 72,00 para a ação até o final de 2017, o que representa um potencial de valorização de 14%. 

Kroton (KROT3, R$ 13,40, -3,11%) e Estácio (ESTC3, R$ 14,80, -3,90%)
Em meio à incógnita da decisão do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) sobre a fusão entre Estácio e Kroton, cujo julgamento está previsto para amanhã, as ações das duas empresas figuraram entre as maiores quedas do Ibovespa nesta sessão.  

Segundo informações do jornal Valor Econômico, concorrentes e fontes acreditam que um dos conselheiros do Cade solicitará vista do processo, adiando a decisão para julho. Caso o julgamento seja postergado, a Kroton tem chances de colocar em prática sua ideia de retirar o processo do CADE e reapresentá-lo em 90 dias. Assim, um novo processo de fusão é aberto e os prazos de análise começam a valer do zero, ou seja, a autarquia teria mais 330 dias para julgar o caso.

Saraiva (SLED4, R$ 5,40, +21,62%)
As ações da Saraiva dispararam a partir das 16h30 (horário de Brasília), após o site Antagonista divulgar que a Amazon quer comprar a empresa. Nos últimos 30 minutos de pregão, as ações saltaram 18%, com forte volume financeiro. 

Sem citar fontes, a reportagem diz que o negócio está avaliado em cerca de US$ 200 milhões. 

Em meio ao rumor, as ações da companhia fecharam na máxima do dia, com alta de 22%. O volume financeiro movimentado com o papel ficou em R$ 1,2 milhão, contra média diária de R$ 707,4 mil dos últimos 21 dias. Vale menção que, desse montante, R$ 701,2 mil ficaram concentrados apenas nos últimos 5 minutos de pregão. 

Itaúsa (ITSA4, R$ 8,73, -1,91%) e Alpargatas (ALPA4, R$ 13,27, +0,91%)
A Itaúsa, braço industrial do grupo Itaú Unibanco, informou na segunda-feira que aprovou a participação em análises da Cambuhy para compra de participação da J&F na Alpargatas.

“A Itaúsa tem por objetivo adquirir 50 por cento da participação detida pela J&F e firmar acordo de acionistas com a Cambuhy para gestão compartilhada da Alpargatas”, afirmou a Itaúsa em comunicado.

Mais cedo, a Alpargatas havia informado que a J&F fechou acordo de confidencialidade com a Cambuhy para possível venda de participação na Alpargatas. A Cambuhy é o veículo de investimentos da família Moreira Salles.

Fleury (FLRY3, R$ 27,22, -0,15%)
O Grupo Fleury informou que foi aprovada por unanimidade o desdobramento das ações ordinárias de emissão da companhia, na proporção de duas ações para cada uma ação existente, resultando em um aumento de 100% do número das ações.

A empresa destacou que o valor de seu capital social permanece inalterado, mas passará a ser representado por 314.791.538 ações ordinárias.

O desdobramento terá como base a posição acionária desta segunda-feira, com os papéis passando a negociar na forma “ex” a partir desta terça-feira, dia 27. O crédito das ações desdobradas será realizado em 30 de junho.

Natura (NATU3, R$ 25,85, -1,03%)
A Natura anunciou que concluiu a compra de 100% da marca britânica The Body Shop que pertencia à francesa L’Oreal, por 1 bilhão de euros. O fechamento da operação ainda segue condicionado às aprovações regulatórias, especialmente no Brasil e nos Estados Unidos.

“Apesar de diversificar seu modelo de negócios, o negócio representa uma complexidade grande de integração, dada presença global da Body Shop (em 60 países) com diferentes modelos de negócios (franquias e lojas próprias), além de uma operação que tem enfrentado dificuldades em recuperar vendas e rentabilidade”, ressalta o BTG Pactual.

Bancos

As ações dos bancos tiveram correção nesta sessão, após dispararem até 6% na véspera. Fecharam no vermelho os papéis do Banco do Brasil  (BBAS3, R$ 26,10, -3,23%) – que lideraram os ganhos do Ibovespa ontem -, Bradesco (BBDC3, R$ 26,97, -0,92%; BBDC4, R$ 27,29, -1,12%), Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 26,16, -0,90%) e Santander (SANB11, R$ 25,27, -0,98%). 

No radar, o Bradesco anunciou a renovação de seu programa de recompra de ações. De acordo com a companhia, poderão ser recompradas até 15 milhões de papéis, sendo 7,5 milhões de ON e 7,5 milhões PN. O período da recompra é entre 27 de junho de 2017 a 26 de junho de 2018.

São Martinho (SMTO3, R$ 16,35, +3,02%)

A São Martinho fechou o quarto trimestre da safra 2016/17, encerrado em 31 de março, com lucro líquido recorde de R$ 119,4 milhões, 65,6% acima na comparação com igual período do ciclo anterior. O Ebitda (lucro antes de impostos, depreciação e amortização) ajustado teve alta de 15,8%, para R$ 401 milhões, enquanto a receita líquida subiu 9,3%, a R$ 894,3 milhões.

O BTG Pactual destacou que o resultado foi levemente acima das estimativas, devido a vendas de energia maior do que o previsto. Os analistas comentaram que, apesar do inesperado “sell off” no preço do açúcar (queda de 33% na comparação anual), seguem apostando na recuperação nos próximos meses, com níveis de estoque sinalizando ainda um preço de equilíbrio muito maior. Eles apontam a queda no preço do petróleo faz com que o etanol continue sendo a principal fonte de preocupação, mas alguns fatores podem contribuir positivamente como o programa RenovaBio (a ser votado nos próximos meses) ou possível aumento da CIDE. Os analistas reiteraram recomendação de compra para a ação, com preço-alvo de R$ 26,00. 

A companhia ainda teve a cobertura reiniciada com recomendação “outperform” (desempenho acima da média) pelo Itaú BBA.  

Wilson Sons (WSON33, R$ 36,50, -1,32%)

A Wilson Sons comunicou que, através de sua subsidiária integralmente controlada Saveiros, assinou com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social”), contrato de financiamento no montante de até US$ 54 milhões para a construção de 6 novos rebocadores marítimos. As embarcações serão construídas no estaleiro da Wilson Sons no Guarujá (SP).  

“A construção de novos rebocadores faz parte da estratégia da companhia de aumentar e renovar sua frota para atender os maiores navios que operam no Brasil e facilitar o fluxo comercial do país”, afirmou a empresa.

Eletrobras (ELET3, R$ 12,10, -1,22%;ELET6, R$ 16,19, -1,64%)
Diversas notícias estão no radar da Eletrobras. O Citi elevou a recomendação para a companhia para neutra/risco elevado em meio à forte queda dos papéis desde setembro. 

Além disso, em resposta ao vazamento de conversa com sindicalistas, durante a qual afirmou que “vagabundos” e “safados” ocupam cargos de chefia na estatal, o CEO Wilson Ferreira Júnior, disse que “exagerou”, mas que tem uma agenda a enfrentar. “É preciso mudar a cultura da empresa, que não é voltada para a meritocracia”, afirmou. Ele admitiu ainda o abandono de 43 projetos, alguns com custo financeiro quatro vezes superior ao retorno que a empresa teria se optasse por concluir a obra.

Por fim, segundo O Globo, quatro grupos estrangeiros já demonstraram interesse em participar do projeto de construção da usina nuclear de Angra 3. O jornal citou Wilson Ferreira Júnior. As obras estão paradas desde 2015 em razão do envolvimento no escândalo de corrupção. Ferreira afirmou que empresas de Rússia, China, Coreia do Sul e França já manifestaram disposição para participar do projeto.

Smiles (SMLE3, R$ 60,38, -1,02%)

O BTG Pactual reforçou o call no papel em cima de bom momento de resultado no curto prazo. “Ao contrário da Multiplus, esperamos que a Smiles reporte mais um trimestre forte e contínuo ganho de share versus Multiplus”, apontam os analistas do banco. Segundo estimativas preliminares do BTG, assim como registrado no 1° trimestre, os analistas esperam por um bom crescimento de lucro no 2° trimestre, podendo chegar a um crescimento de 25% a 30% na comparação anual.

Eles comentam que a ação corrigiu depois de ter alcançado sua máxima histórica nos R$ 71 em meados de maio. De lá para cá, a queda é de 16%. Segundo os analistas, nos níveis atuais, o papel negocia a cerca de 12 vezes o P/L (Preço sobre Lucro) estimado para 2017, com potencial de buscar o preço-alvo de R$ 73 (ou 15,5 vezes o P/L no target).

“Além do bom momento operacional, também apostamos que o ‘sell side’ ainda terá que revisar o lucro para cima (lucro acima de R$ 600 milhões no ano), trazendo o múltiplo atual do consenso de 13 vezes, convergindo para os nossos 12 vezes”, comentam. Na outra ponta, eles apontam que, na semana passada, o resultado da Multiplus, que apesar do bom faturamento bruto de pontos (acelerando crescimento na comparação anual versus 1° trimestre), deverá ter um demonstrativo de lucros e perdas ainda ruim, com resgate internacional muito forte (depreciação do real afetando as margens) e queda de juros levando a uma queda de lucro de dois dígitos na comparação anual. “Ficaríamos comprados em Smiles”, comentam.

Rumo (RAIL3, R$ 8,27, -1,08%)
O BTG Pactual comentou sobre a notícia de ontem da renúncia de José Cezário Menezes de Barros Sobrinho, diretor financeiro e de relações com investidores da empresa. “Vemos a notícia como marginalmente negativa (na nossa visão, ele vinha fazendo um bom trabalho na companhia), mas longe de ser uma grande questão para o projeto de ‘turnaround’ da empresa (o processo de renovação da Malha Paulista segue correndo e o cenário base é de assinatura ainda esse ano)”, comentaram.

Os analistas do BTG aproveitaram o momento para reforçar o call na ação, apostando no forte momento de resultado impulsionado pelo recorde de safra agrícola desse ano e contínuas melhorias operacionais. As estimativas preliminares do banco para o 2° trimestre apontam para um crescimento de volumes acima de 20% na comparação anual, com Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) potencialmente superando os R$ 700 milhões (crescimento de cerca de 20% na comparação anual). “Com o papel negociando a 7,5 vezes EV/Ebitda, continuamos gostando do nome”, comentam. Eles seguem com recomendação de compra para a ação. 

 Valid (VLID3, R$ 14,96, -0,66%)

A Valid teve a cobertura iniciada pelo Bradesco BBI com recomendação neutra e preço-alvo de R$ 20,00. 

Localiza (RENT3, R$ 43,70, -2,19%)

A operação que envolve a aquisição de controle da Car Rental Systems pela Localiza e prevê estabelecimento de um contrato associativo para compartilhamento entre Grupo Localiza e o Grupo Hertz é aprovada sem restrições pelo Cade. A Car Rental Systems atua nos mercados de locação de veículos e terceirização de frotas e era controlada por empresas do Grupo Hertz.