Petrobras, Vale e siderúrgicas sobem até 3%; só 4 das 58 ações do Ibovespa operam em queda

Confira os principais destaques de ações desta segunda-feira

Paula Barra

(Divulgação)

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SÃO PAULO – Impulsionado pelo petróleo e bom humor das bolsas internacionais, o Ibovespa opera em alta de 1,06% nesta segunda-feira (26), a 61.719 pontos, com apenas quatro das 58 ações que compõem a carteira teórica do índice no negativo. São elas: Rumo, Fibria, Kroton e Qualicorp. Entre as altas, destaque para as ações de commodities. Petrobras, Vale e siderúrgicas subiam até 2% nesta manhã.

Confira abaixo os principais destaques de ações da bolsa desta segunda-feira:

Petrobras (PETR3, R$ 13,09, +1,55%; PETR4, R$ 12,14, +1,76%)

A diretoria executiva da Petrobras autorizou a participação da companhia em novo processo de negociação com a Sete Brasil. O resultado das tratativas estará sujeito às normas de governança corporativa e conformidade da Petrobras, assim como à aprovação de órgãos competentes, disse ela. 

Além disso, a Reuters informa que a Petrobras negocia um aditivo ao contrato com a fornecedora de equipamentos TechnipFMC visando dar mais segurança para conexões utilizadas na produção no pré-sal, após duas falhas em dutos injetores de gás que alertaram para eventuais riscos na importante área produtora de petróleo do país. A petroleira agora está exigindo um revestimento duplo nas conexões desses dutos submarinos flexíveis, também chamados risers, após ter fechado um contrato de 300 milhões de dólares com a TechnipFMC em agosto de 2016 para fornecimento dos equipamentos.

O aditivo, cujo valor ainda está sendo negociado entre a Petrobras e a TechnipFMC, tornou-se necessário depois de dois incidentes ocorridos na conexão de dutos de injeção de gás, após o fechamento do contrato, entre o ano passado e o início de 2017, segundo a assessoria da Petrobras. No primeiro caso, o riser estava inoperante e a falha foi detectada quando a companhia estava recolhendo o duto, enquanto no segundo a produção foi imediatamente paralisada.

Por fim, o Estadão informa que, no que depender das áreas técnicas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Petrobras terá mesmo de refazer todos os seus balanços financeiros desde 2013. Após apreciar o recurso enviado pela estatal em março, a Superintendência de Relações com Empresas (SEP) e a Superintendência de Normas Contábeis (SNC) ratificaram o entendimento de que as práticas adotadas pela estatal para proteger suas exportações futuras de variações cambiais, a chamada contabilidade de hedge, contrariam as normas vigentes. 

O processo seguiu para o relator do caso, Henrique Machado, com pareceres contrários ao recurso da estatal. O colegiado da CVM dará a palavra final, mas a análise da área técnica tem peso. Como o mandato do presidente Leonardo Pereira termina em julho, a expectativa é de decisão em até duas semanas. Desde 2013 a Petrobras adota a contabilidade de hedge com justificativa de proteger exportações futuras projetadas dos efeitos da variação cambial com uso da dívida líquida dolarizada. É o chamado hedge natural, por dispensar uso de derivativos.

Ao analisar as operações, a área técnica da CVM considerou que a petroleira desvirtuou sua essência econômica, migrando de uma política de proteção de risco para um mecanismo de diferimento de perdas cambiais com as dívidas. A real preocupação seria não refletir imediatamente no resultado perdas cambiais em razão de seu endividamento em dólar. No recurso, a estatal trata de pontos citados pelas áreas ao determinarem a republicação dos balanços. Entre eles estão o uso de instrumentos de proteção com prazo de vencimento superior ao das próprias relações de hedge e a inversão entre objeto e instrumento de hedge.

Light (LIGT3, R$ 22,39, -2,65%)

A presidente da Light Ana Marta Horta Veloso renunciou ao cargo nesta sexta-feira, segundo fato relevante divulgado pela companhia. A executiva ocupava o cargo na elétrica desde dezembro de 2015. Em 21 de junho, o Conselho de Administração da Cemig aprovou o início do processo de alienação de sua participação na Light. A Fitch destacou que a potencial venda da Light é positiva para a Cemig, significando uma entrada relevante de recursos e aliviando parte de suas necessidades de refinanciamento. 

Segundo o Bradesco BBI, a notícia sobre a renúncia de Ana Veloso é negativa para a Light, uma vez que ela estava no comando da reviravolta operacional da companhia (redução de perdas de energia elétrica/eletricidade), que pode retroceder facilmente se o foco for perdido durante a transição para uma nova liderança. “Observamos, no entanto, que, a curto prazo, a Light continuará a se beneficiar da maior conquista de sua equipe: a revisão tarifária inicial positiva negociada com o regulador, com um impacto total no fluxo de caixa a partir do segundo trimestre de 2017. No entanto, o que importa agora é se a Cemig vai ou não se mover para vender rapidamente a Light”, afirma o Bradesco BBI. 

O BTG Pactual destaca também que o anúncio aumenta o nível de incerteza em relação ao case de investimento no papel, que depende agora mais da venda da fatia da Cemig do que da história de “turnaround” na companhia. Segundo os analistas do banco, a visão “bullish” para a ação sempre foi baseado na capacidade da Ana de administrar os desafios da empresa. No entanto, eles seguem com recomendação de compra devido a dois fatores. São eles: 1) expectativa de concretização da aquisição; e 2) por acreditarem que o acordo tenha mais de um interessado, trazendo potencial de valorização para o preço. Por outro lado, esperamos um maior “sell off” se a venda não ocorrer.

 Ainda sobre elétricas, o Estadão ressalta que uma nova onda de “privatização” começa a ser colocada em curso no setor elétrico brasileiro, num movimento que pode atrair quase R$ 30 bilhões. Do ano passado para cá, estatais de vários Estados iniciaram processo para vender ativos de geração, transmissão e distribuição de energia. A lista inclui além de Cemig, de Minas Gerais; Cesp, de São Paulo; Copel, do Paraná; CEB, do Distrito Federal; e CEEE, do Rio Grande do Sul; além da companhia federal Eletrobras (veja mais clicando aqui). 

Vale (VALE3, R$ 27,58, +1,25%;VALE5, R$ 25,72, +1,38%)
Seguindo o movimento do minério, as ações da Vale operam em alta nesta segunda-feira. Os contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian subiram 0,70% nesta sessão, a 433 iuanes. 

No radar, segundo o jornal O Estado de S. Paulo, às vésperas da assembleia de acionistas que vai decidir o futuro societário da empresa mineradora Vale, participantes de fundos de pensão começaram a se mobilizar para tentar derrubar a proposta que põe fim ao bloco de controle na companhia.

Alguns participantes, na pessoa física, entraram com representações em diferentes órgãos, incluindo o Ministério Público Federal (MPF), pedindo a suspensão da Assembleia-Geral de Acionistas (AGE) ou seu posterior cancelamento. Alegam basicamente que o prêmio oferecido para que os fundos de pensão abram mão do controle da empresa é metade do que consideram justo, o que traria prejuízos aos fundos.

Siderúrgicas 

As ações das siderúrgicas operam em alta nesta sessão, com CSN (CSNA3, R$ 6,52, +2,19%), Gerdau (GGBR4, R$ 9,86, +1,86%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 4,72, +1,29%) e Usiminas (USIM5, R$ 4,31, +2,62%). 

Na edição de ontem à noite da SBB (Steel Business Briefing), destaque para um artigo sobre aços planos no Brasil como resposta a uma matéria da semana passada sugerindo que a Usiminas estaria estudando um aumento de 5% para julho. Traders estão agressivamente negando e confirmaram que estão sendo praticados descontos na cadeia de distribuição como resposta à fraca demanda e estoques altos.

Para analistas do BTG Pactual, as chances são baixas desse aumento de preço emplacar. Algumas razões para o ceticismo: prêmio de preço doméstico está excessivo em 15% (nível mais sustentável é entre 5% a 10%); importação de planos está aumentando e, se a crise política se aprofundar, podemos ter um “double-dip” (duplo mergulho, na tradução livre) na atividade; rumores recentes de descontos na cadeia de distribuição; e a cadeia de distribuição está sofrendo com estoques em 3,9 meses (versus níveis normalizados de 3 meses), além dos embarques em maio terem caído 12% na comparação anual.

Fibria (FIBR3, R$ 34,57, +1,53%)
A Fibria anunciou nesta segunda-feira reajuste de preços da celulose para América do Norte e Europa valido a partir de 1º de julho. Na América do Norte, o aumento será de US$20 passando para US$1.060 por tonelada. Na Europa, o aumento também será de US$20, passando a US$880 por tonelada. Na Ásia, o preço permanece inalterado, de US$ 690/tonelada.

Ambev (ABEV3, R$ 18,24, +0,88%)

Após perder vendas e cancelar bônus, Ambev foca em preço e volta a crescer, destaca o jornal O Estado de S. Paulo. O jornal ressalta que 2016 foi um dos piores da história da gigante de bebidas Ambev. A queda de 5,5% nas vendas reduziu os volumes da empresa ao nível mais baixo desde 2009. O resultado foi tão fraco que deixou os funcionários sem bônus. Desde o início do ano passado, os números ruins já se prenunciavam. Por isso, o diretor-geral da Ambev, Bernardo Paiva, colocou o pé na estrada para fazer uma gestão mais próxima de supermercados e bares, a fim de buscar soluções para o negócio. Desde então, ele passa ao menos dois dias por semana fora do escritório central, em São Paulo.

Nas andanças pelo País, conversando com donos de bares e supermercados, o executivo entendeu que era preciso evitar que o cliente trocasse a Ambev por marcas mais baratas – especialmente num cenário em que a Kirin, dona da Schin, fazia promoções agressivas. Segundo analistas, o “pulo do gato” da Ambev foi achar um jeito de oferecer suas principais marcas, como Brahma e Skol, a preços mais baixos que os das rivais.

Fibria (FIBR3, R$ 34,27, +0,65%) e Suzano (SUZB5, R$ 14,54, +0,28%)

Após semanas de especulações sobre uma possível compra da Eldorado Brasil pela Fibria ou pela Suzano, uma outra companhia parece ter tomado frente na negociação com a empresa do grupo J&F.

Segundo a Bloomberg, a Celulosa Arauco y Constitucion fez uma oferta pela Eldorado, avaliando a empresa controlada pela família Batista em cerca de R$ 14 bilhões, incluindo dívidas, de acordo com uma pessoa com conhecimento direto do assunto.

Eldorado e Arauco concordaram com negociações exclusivas que durarão até meados de agosto, disse a pessoa, que pediu para não ser identificada porque as discussões são privadas. Dívidas totais da Eldorado são de R$ 9 bi, segundo dados compilados pela Bloomberg. Arauco, Eldorado e J&F não quiseram comentar.

Alpargatas (ALPA4, R$ 13,02, +2,84%)

Em comunicado enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) nesta manhã, a Alpargatas informa que fechou um acordo de confidencialidade com a Cambuhy, em 23 de junho, para possível aquisição de totalidade das ações de emissão da varejista detidas por sua controladora J&F. Segundo o Valor, a Cambuhy, que conta com recursos da família Moreira Salles, avalia a aquisição em parceria com a Gávea Investimentos, de Arminio Fraga.

Kroton (KROT3, R$ 14,07, +0,29%) e Estácio (ESTC3, R$ 15,88, +1,28%)

Às vésperas do julgamento no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), marcada para esta quarta-feira, a fusão entre Kroton e Estácio, que une as duas maiores empresas privadas de ensino superior do país, passa por uma nova reviravolta, diz o Valor Econômico. A Kroton propôs, na quinta-feira, à companhia carioca retirar o processo da autarquia antitruste e reapresentá-lo em 90 dias, diz o jornal.

Indusval (IDVL4, R$ 1,53, 0,0%)

O Conselho do Banco Indusval decidiu, por unanimidade, adiar a decisão sobre lançamento da OPA por até 90 dias em função de tratativas que estão em andamento, segundo comunicado. Nesta segunda-feira vence prazo definido pela CVM para publicação do edital da oferta . “A concessão do prazo adicional para o lançamento da oferta depende de prorrogação do prazo concedido pela CVM para publicação do edital”, segundo o comunicado do banco. 

O banco “encontra-se em tratativas confidenciais de parcerias estratégicas que, apesar de não envolverem a transferência de controle da companhia, poderão, caso sejam concretizadas, impactar a sua rentabilidade futura e a decisão do acionista com relação à adesão ou não à oferta”. “Nesse sentido, e analisadas a conveniência e oportunidade do lançamento da oferta no prazo estabelecido pela CVM quanto ao interesse do conjunto dos acionistas da companhia e às repercussões da oferta sobre seus interesses e aqueles da companhia”.

“Nenhuma operação estratégica em negociação foi concluída até esta data e, como é característica de negociações dessa natureza, não há garantias de que as tratativas em andamento venham a se concretizar. Apesar da atual intenção da companhia de ainda lançar a oferta, não é certo que a companhia conseguirá tal prorrogação, já que não há previsão específica na regulamentação a respeito. Caso a CVM não aprove a prorrogação, a oferta atual será cancelada”, afirma o comunicado.

Via Varejo (VVAR11, R$ 10,36, -0,86%)
Segundo o Valor, após uma interrupção temporária do processo de venda, seguindo um desacordo com a Familia Klein, o Grupo Pão de Açúcar está movendo (mesmo que lentamente) na direção de vender o ativo. De acordo com a reportagem, a família Klein segue interessada no negócio.

Em relatório, o BTG Pactual destaca que desde que o Pão de Açúcar anunciou o interesse de vender sua fatia na Via Varejo, apesar dos rumores de possíveis interessados, o cenário desafiador para o varejo e a complexidade da integração das plataformas da empresa online e offline, sem dúvida, impediram o acordo de ser fechado rapidamente, especialmente com prêmio.

Prumo (PRML3, R$ 8,40, -0,36%)

As discussões evoluíram e um potencial acordo de serviços de consultoria combinado com uma participação minoritária na Porto do Açu Operações poderá incluir certos direitos de governança a serem concedidos ao Port of Antwerp International, disse a Prumo em comunicado.

Entre os direitos estão o de indicar um membro para o Conselho de Administração da Açu Operações, bem como a nomeação de até 4
executivos para promover o desenvolvimento comercial e operacional da Açu Operações. A transação definitiva com o PAI ainda não foi executada, no entanto, a prorrogação do acordo de exclusividade é vinculativa
e continua válida, disse a empresa. 

Além disso, a Prumo Prumo celebrou termo de compromisso com BP Energy e Siemens. O termo de compromisso com a BP Energy Company
estabelece condições preliminares e não vinculantes, assim como um período de exclusividade, para negociação da aquisição, pela BP, de 30% do capital da GNA, segundo comunicado da Prumo.

O termo prevê ainda a negociação de aquisição pela BP, no percentual de 50%, em outra sociedade a ser constituída, que será responsável pelos contratos de compra e venda de energia. A Prumo celebra também termo de compromisso com a Siemens AG ou suas afiliadas estabelecendo condições preliminares não vinculantes, assim como um período de exclusividade, para a negociação de aquisição, pela Siemens, de 33% do capital da GNA.

Rumo (RAIL3, R$ 8,19, -0,73%)

O Conselho da Rumo recebeu renúncia de José Cezário Menezes de Barros Sobrinho, diretor financeiro e de relação com investidores, segundo comunicado na CVM.

Sobrinho permanece no cargo até 30 de junho e o presidente Julio Fontana Neto acumula o cargo de diretor de RI; a diretoria financeira fica vaga. 

Triunfo (TPIS3, R$ 3,52, +1,44%)

Sobre a Triunfo, a Concebra teve aval a reajuste de até 25,8% na BR-060/153/262. O reajuste aprovado pela ANTT para BR 060/153/262/DF/GO/MG entra em vigor a partir da zero hora desta terça-feira, segundo resolução publicada no Diário Oficial.

Para veículo da categoria 1, tarifas passam de R$ 4,30 para R$ 5,30, na praça de pedágio P1, de R$ 3,10 para R$ 3,90, na praça de pedágio P2, de R$ 4,60 para R$ 5,70, na praça de pedágio P3, de R$ 5,60 para R$ 6,90, na praça de pedágio P4, de R$ 4,90 para R$ 6,00, na praça de pedágio P5, de R$ 2,90 para R$ 3,60, na praça de pedágio P6, de R$ 4,00 para R$ 4,90, na praça de pedágio P7, de R$ 4,20 para R$ 5,10, na praça de pedágio P8, de R$ 4,40 para R$ 5,40, na praça de pedágio P9, de R$ 5,30 para R$ 6,50, na praça de pedágio P10, e de R$ 4,30 para R$ 5,30, na praça P11. 

Tenda (TEND3, R$ 13,92, +1,53%)

A Tenda informou que as suas ações passarão a ser negociadas no Novo mercado a partir de quarta-feira (28).