JBS faz contraofensiva no varejo em meio à crise; esperança no caso Kroton-Estácio e mais 16 notícias

Confira os destaques do noticiário corporativo desta quinta-feira (22)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo é bem movimentado nesta quinta-feira, com destaque para a ofensiva da JBS contra a crise de imagem, o novo presidente da Ultrapar e uma esperança no caso Kroton-Estácio, além de outros destaques. Confira no que se atentar na sessão desta quinta-feira (22):

JBS (JBSS3)

A JBS pode ter de vender Five Rivers em partes, disse Steve Kay, editor da
publicação Cattle Buyers Weekly, em uma entrevista. Isso porque dificilmente os operadores do mercado de ração bovina estarão em condições de comprar a unidade como uma única entidade, diz ele. A JBS pode conseguir preço entre US$ 175 e US$ 237 por cabeça de gado.

Já o Globo traz duas notícias sobre a companhia. De acordo com a coluna de Ancelmo Gois, há uma articulação em marcha, puxada por sócios minoritários (inclusive, fundos americanos), para tirar os irmãos Joesley e Wesley Batista da gestão da empresa. Segundo o colunista, o que se diz é que estes fundos não estão se desfazendo de suas posições e acreditam no futuro da empresa sem os Batistas. 

Além disso, a publicação destaca que, pressionada pela reação de consumidores e parceiros comerciais após a delação de seus controladores — que admitiram práticas de corrupção pelo grupo —, a JBS pôs em prática uma contraofensiva para manter a oferta de seus produtos nas gôndolas e preservar o valor do negócio. O Globo cita uma fonte a par da estratégia comercial da empresa e destaca que a JBS tem negociado individualmente com seus principais parceiros, como as grandes redes de varejo, para evitar cancelamento de compras. Além disso, a companhia diminuiu a exposição da marca Friboi nas embalagens de seus produtos e passou a destacar outros nomes, como Do Chef e Maturatta. 

Itaú Unibanco (ITUB4)
O Itaú Unibanco disse que, “após uma análise cuidadosa, decidiu não apresentar uma proposta vinculante para aquisição do Banco Patagonia”, em comunicado enviado à Bloomberg por email. O jornal Clarín havia informado que o maior banco privado do Brasil liderava a disputa para comprar o Patagonia do Banco do Brasil.

“No entanto, o Itaú Unibanco permanece atento a qualquer oportunidade que possa fortalecer sua presença na região, ao mesmo tempo em que permanece focado na criação de valor para seus acionistas e seus clientes regionais”, diz o texto.

RD (RADL3)
A RD (antiga Raia Drogasil) informou que irá distribuir juros sobre capital próprio o valor bruto de R$ 0,148614618 – e não sofrerá nenhuma atualização monetária. De acordo com comunicado, o pagamento será feito com base na posição acionária de 26 de junho, com os papéis ficando “ex” no dia 27.

Ser Educacional (SEER3)
O Ministério de Educação (MEC) apresentou um novo marco regulatório para o credenciamento de instituições e a oferta de cursos de educação superior à distância (EAD), com entidades do setor considerando as mudanças favoráveis e alertando para os reflexos na dinâmica concorrencial deste segmento de ensino.

Entre as novidades, a portaria publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira permite que as instituições de ensino superior se credenciem para ofertar cursos de EAD sem a necessidade de credenciamento para modalidade presencial.

Além disso, o MEC passou a permitir que as instituições já credenciadas para EAD criem polos por ato próprio, respeitando os limites quantitativos fixados de acordo com o conceito institucional. Conforme o texto, aquelas com classificação 3 podem criar até 50 polos EAD por ano, enquanto as com nota 4 podem abrir até 150 unidades e as com conceito 5 até 250.

A medida deve agilizar a abertura de novos polos EAD por instituições que já demonstraram qualidade, o que, por sua vez, vai impactar a dinâmica concorrencial no segmento de ensino à distância.

Em comunicado, a Ser Educacional informa que o novo marco regulatório permitirá a expansão imediata das atividades em EAD para um total de até 318 polos, ante 18 atualmente. Isto porque as suas duas instituições credenciadas para ensino à distância – a UNINASSAU, em Recife, e a UNG/UNIVERITAS, em Guarulhos – possuem conceito 4.

“Nosso objetivo será lançar aproximadamente 100 novos polos nesse segundo semestre e a partir de 2018 acelerarmos esse ritmo até atingir o total de polos aprovados pela legislação em vigor”, disse Janyo Diniz, presidente do Grupo Ser Educacional, no comunicado.

Cemig (CMIG4) e Light (LIGT3)
O Conselho de Administração da Cemig aprovou nesta quarta-feira o início do processo de alienação da totalidade de sua participação na Light S.A., de acordo com fato relevante.

A aprovação ocorre após a elétrica mineira ter anunciado no início do mês um plano de desinvestimentos que inclui ativos que somam valor patrimonial de R$ 6,564 bilhões, com o objetivo de reduzir sua enorme dívida, que concentra mais de R$ 10 bilhões em vencimentos até 2019.

Vale destacar ainda que o Bradesco BBI elevou a recomendação para a Cemig de neutra para outperform (desempenho acima da média do mercado). O preço-alvo foi elevado de R$ 10,50 para R$ 11,00. 

Braskem (BRKM5)

A Braskem vai investir 675 milhões de dólares para construir sua sexta fábrica de polipropileno nos Estados Unidos, informou a empresa em comunicado enviado ao mercado na noite de quarta-feira.

A companhia brasileira espera concluir a construção da unidade baseada em La Porte, no Texas, no primeiro trimestre de 2020. A fábrica terá capacidade para produzir 450 mil toneladas de polipropileno por ano, de acordo com a nota.

As ações da Braskem acumulam baixa de quase 7 por cento em 2017, apesar das expectativas de lucro operacional mais forte, após as investigações de corrupção envolvendo a petroquímica.

Em dezembro, a Braskem fechou acordo de leniência com o Ministério Público Federal por seu envolvimento na Lava Jato, comprometendo-se a pagar 957 milhões de dólares, ou cerca de 3,1 bilhões de reais, como parte de um acordo global.

Ultrapar (UGPA3)
A Ultrapar informou que seu conselho de administração elegeu Frederico Pinheiro Fleury Curado para ser o diretor-presidente da companhia a partir de 2 de outubro.

A decisão veio após o atual presidente, Thilo Mannhardt, ter informado que não tem intenção de renovar seu contrato com a companhia, informou a Ultrapar por meio de fato relevante.

“Frederico Curado, 55 anos, tem experiência sólida que inclui longo período como presidente em companhia aberta de primeira linha”, diz trecho do documento. Curado trabalhou por 32 anos na Embraer, 22 deles na diretoria, antes de a fabricante de aeronaves surpreendentemente anunciar que troca de comando do grupo, que passou para Paulo Cesar de Souza e Silva.

O Itaú BBA apontou esperar uma reação neutra do mercado à notícia. “Nós consideramos a notícia como uma bem pensada e suave mudança de liderança, sem impacto na nossa tese de investimento construtiva na Ultrapar”, afirmam os analistas. 

Fibria (FIBR3)

A Fibria, maior produtora de celulose de eucalipto do mundo, ainda não se vinculou de qualquer forma à operação de compra das ações da Eldorado Brasil, controlada pela J&F Investimentos, informou em comunicado divulgado na noite de quarta-feira.

A empresa ressaltou, contudo, que “avalia e monitora constantemente oportunidades de crescimento por meio de aquisições de ativos estratégicos que agreguem valor para a companhia e contribuam para manter seu papel de liderança no setor”.

Em 16 de junho, a Reuters noticiou que o grupo chileno Arauco, um dos maiores produtores de celulose do mundo, havia entrado em acordo de confidencialidade com a J&F para possível investimento na Eldorado Brasil.

B3 (BVMF3)

A B3 obteve decisão favorável em 2ª instância no caso Marka e Fontecindam, disse a bolsa em comunicado ao mercado. O TRF da 1ª Região deu provimento aos recursos de apelação da B3 contra as sentenças proferidas nas ações populares e de improbidade administrativa envolvendo o caso Marka/Fontecindam para afastar a responsabilidade da bolsa pelo ressarcimento dos supostos danos experimentados pelo erário em decorrência de operações realizadas pelo Banco Central em janeiro de 1999, no mercado futuro de dólar. As decisões ainda estão sujeitas a recursos. 

Usiminas (USIM5)

Segundo a coluna do Broad, a Usiminas deu início a estudos para aplicar um novo aumento de preços do aço no início de julho. A leitura é de que, se for mantido o movimento de melhora do preço da China, que responde por mais da metade da produção de aço no mundo, um espaço para um reajuste se abrirá, o que ajudará os resultados da siderúrgica mineira de forma imediata. Um aumento dado como provável seria na casa dos 5%. 

Kroton e Estácio

O cenário de dificuldades para a fusão Kroton-Estácio segue no radar. Segundo a coluna do Broad, a probabilidade de rejeição da fusão no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) é vista como um sinal do isolamento da relatora Cristiane Alkmin no órgão. As empresas fecharam um acordo com a relatora, mas enfrentam resistência de outros conselheiros. 

Já a coluna do Estadão ressalta que o Diário Oficial desta quinta traz as nomeações dos novos presidente do Cade, Alexandre Barreto de Souza, e conselheiro Maurício Oscar Bandeira Maia. A expectativa é que ambos tomem posse imediatamente para que participem da sessão de julgamento da próxima quarta-feira, 28, quando o Cade vai decidir sobre a fusão dos grandes Kroton e Estácio. Segundo a coluna, há esperança de que os novos integrantes do Cade revertam o cenário até então negativo para a fusão das duas unidades de ensino. 

Oi (OIBR4)

A Oi, que está em processo de recuperação judicial há cerca de um ano, informou que Marcio Guedes Pereira Junior e Willian Connel Steers foram nomeados membros suplentes de seu Conselho de Administração, segundo ata de reunião realizada na véspera e divulgada nesta quinta-feira.

Conforme o documento, Pereira Junior será suplente do conselheiro José Mauro Mettrau Carneiro da Cunha, enquanto Steers será o de André Cardoso de Mendes Navarro.

A ata esclarece, ainda, que as respectivas posses ficam condicionadas à autorização prévia da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Magazine Luiza (MGLU3)

A Magazine Luiza comunicou  aos seus acionistas e ao mercado em geral que suspendeu os estudos quanto à possibilidade de realização de uma oferta pública de distribuição de ações, tendo desengajado os respectivos assessores.

Profarma (PFRM3)

A Profarma está avaliando alternativas de captação de recursos para viabilizar seu projeto de crescimento orgânico, disse a empresa em comunicado ao mercado. Entre as opções, inclui-se oferta de ações.

Vale (VALE3;VALE5)

A Superintendência do Cade considerou complexo o acordo da Vale com a Mosaic e pediu mais diligências sobre o acordo. 

Copel (CPLE6) e a Locamerica (LCAM3)

A Copel aprovou a emissão de R$ 520 milhões em debêntures. Já a Locamerica aprovou a emissão de R$ 150 milhões em debêntures.
Triunfo (TPIS3)

A Triunfo informou que a BNDESPAR reduziu a fatia no capital social de 14,75% para 9,13%.

(Com Reuters)

 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.