Os 5 assuntos que vão agitar os mercados nesta quinta-feira

Confira ao que se atentar na abertura do mercado brasileiro

Lara Rizério

Ilan Goldfajn, presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID)

Publicidade

SÃO PAULO – Em um dia de poucos indicadores no exterior, o mercado se volta para o alívio no exterior com a leve alta do petróleo e também fica de olho nos próximos passos do Banco Central em meio à divulgação do Relatório Trimestral de Inflação, em um ambiente de maior dificuldade para a aprovação de reformas. Confira os destaques desta quinta-feira (22):

1. Bolsas mundiais

A sessão é de leves quedas para a maior parte das bolsas mundiais, com a cautela dos investidores persistindo em meio ao cenário para as commodities. Contudo, a leve reação do petróleo após três baixas seguidas traz alívio para moedas e ações de emergentes. 

Na Ásia, as blue-chips da China ampliaram os ganhos nesta quinta-feira e chegaram a nova máxima de 18 meses diante da animação com a decisão do MSCI de incluir as ações do país em seu índice, mas a maior parte dos ganhos foi devolvida no final do dia com os investidores realizando lucros e a fraqueza nas empresas menores afetando a confiança. 

Às 8h10, este era o desempenho dos principais índices:

*CAC-40 (França) -0,28%

*FTSE (Reino Unido) -0,38%

*DAX (Alemanha) -0,02% 

*Hang Seng (Hong Kong) -0,08% (fechado)

*Xangai (China) (fechado) -0,29% (fechado)

*Nikkei (Japão) -0,14% (fechado)

*Petróleo WTI +0,31%, a US$ 42,66 o barril

*Petróleo brent +0,49%, a US$ 45,04 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dailian 0%, a 426 iuanes

*Minério spot negociado em Qingdao, na China -0,51%, a US$ 56,53 a tonelada

 

2. Agenda econômica

O grande destaque na agenda econômica fica para o Relatório Trimestral de Inflação, divulgado pelo Banco Central. A autoridade monetária reduziu a previsão para a inflação neste ano de 3,9% para 3,8%. O BC manteve a projeção de crescimento para este ano em 0,5%.

Vale destacar ainda a notícia da Folha de que a equipe econômica reduziu a previsão de recuperação do PIB em 2017 levando em conta a crise política. Em projeções mantidas, por ora, em caráter reservado, ministros e auxiliares do presidente revisaram a estimativa de crescimento de 0,5% para 0,4% este ano. 

Além do relatório de inflação, atenção para os EUA. Às 9h30, saem os dados de seguro-desemprego do país e às 11h, os números de indicadores antecedentes de maio. Às 11h, serão divulgados os dados de confiança do consumidor da zona do euro de junho. À noite, às 21h30, haverá o dado de manufatura de junho do Japão. 

3. Noticiário político

O STF retoma sessão sobre delação da JBS às 14h, interrompida na última quarta-feira. Ontem, o ministro Alexandre de Moraes votou contra a revisão dos termos do acordo de delação premiada da JBS. Com o voto do ministro, que também é contra a mudança de relator, o placar da votação está em 2 votos a favor da manutenção do acordo.  Na sessão de hoje, devem votar os ministros Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux, Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio, Celso de Mello e a presidente, Cármen Lúcia. A expectativa é de que a corte confirme a delação da JBS. 

Ainda no noticiário político, os jornais de hoje destacam que o governo Michel Temer mira nos “infiéis” nas votações das reformas econômicas e que planeja retaliação. De acordo com a coluna Painel, da Folha, a demissão de dois apadrinhados do senador Hélio José (PMDB-DF) foi apenas o primeiro tiro de advertência lançado pelo governo para sua base, após derrota da reforma trabalhista em comissão do Senado e o Planalto já começou a mapear outros cargos ocupados por indicados do peemedebista e também pelo PSDB e PSD, num aviso de que os votos contrários às novas regras dados por Eduardo Amorim (PSDB-SE) e Otto Alencar (PSD-BA) também serão retaliados. Vale destacar que, de acordo com o líder do governo Romero Jucá, a reforma trabalhista pode ser votada em Plenário na primeira semana de julho. 

Sobre as reformas, o Valor informa que, após participar de almoço com o presidente da República em exercício, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o presidente interino da Câmara, Fábio Ramalho (PMDB-MG) afirmou ontem que já recomendou a Maia e a Temer que a proposta de reforma da Previdência seja desidratada e se limite a questão da idade mínima de 65 anos para homens e 62 anos para mulheres se aposentarem, pontos mais consensuais na base. De acordo com ele, Temer teria recebido a sugestão com “bons olhos”.

Na agenda do presidente, Temer viaja de Moscou a Oslo, na Noruega, onde participa de encontro com investidores noruegueses. Já o ministro da Fazenda Henrique Meirelles se reúne com o ministro do STF Gilmar Mendes às 11h00, com investidores institucionais às 14h, e com ministro-chefe da casa Civil, Eliseu Padilha, às 15h30. 

4. XP Expert

A quinta-feira marca o início da XP Expert às 14h30, evento que acontece entre os dias 22 e 24 de junho no Transamerica Expo Center, em São Paulo e contará com personalidades tanto do mercado financeiro – como Armínio Fraga, Roberto Setubal, Luis Stulhberger e Luiz Barsi – quanto de outros meios, como o caso do prefeito de São Paulo, João Doria, e do coordenador da força tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol. Confira mais clicando aqui. 

5. Noticiário corporativo
O noticiário corporativo está repleto de novidades. Mais uma vez, destaque para a JBS: os minoritários da companhia querem tirar Joesley e Wesley da gestão, enquanto o Globo destaca que a companhia  busca varejistas para não ter compras canceladas e aposta em marcas menos conhecidas, em meio à crise de imagem após a delação dos donos da empresa. Ainda no radar da J&F, a Fibria demonstrou interesse pela Eldorado, mas sem oferta até o momento. 

Sobre a Vale, a superintendência do Cade considera complexo acordo da companhia com Mosaic; já a Braskem aprovou investimento de US$ 675 milhões em nova planta nos EUA. Sobre a Cemig, o Conselho aprovou iniciar a alienação de participação na Light. Na Ultrapar, Frederico Curado assume presidência em 2 de outubro. Por fim, o Estadão informa que a Usiminas estuda novo aumento de preços do aço.

(Com Reuters, Bloomberg e Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.