Justiça tranca ação penal contra presidente do Bradesco; 6 recomendações e mais destaques no radar

Confira os destaques do noticiário corporativo desta quarta-feira (14) 

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Se o noticiário econômico e político é agitado com Fomc e diversas sinalizações do governo Michel Temer, o corporativo não fica atrás, com muitas recomendações no radar dos mercados, além de informações sobre Petrobras e frigoríficos. Confira os destaques desta quarta-feira (14):

Bradesco (BBDC4)

O Bradesco informou em comunicado ao mercado sobre os fatos relacionados à denominada “Operação Zelotes” que a  quarta turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região decidiu, por unanimidade,  pelo trancamento da ação penal 0037645-54.2015.4.01.3400, em curso na 10ª Vara Federal do Distrito Federal em relação ao diretor-Presidente Luiz Carlos Trabuco Cappi, por falta de justa causa, nos termos do voto do relator.

BRF (BRFS3)

Em relatório, o Bradesco BBI apontou a BRF como “um dos melhores ativos do Brasil”,
uma vez que é uma empresa altamente integrada e atua em um setor com fortes barreiras de entrada. A BRF tem sido uma ação defensiva em um mercado volátil, já que poderia se beneficiar de dois cenários possíveis: a depreciação do real devido à incerteza macro, ou uma recuperação
de volume com base em uma recuperação macroeconômica.

A BRF está tendo alívio de custos, enquanto os concorrentes não integrados estão enfrentando pressões de custos, diz o analista Gabriel Lima. “A empresa se beneficiou de preços mais baixos, o milho caiu 35% a/a, enquanto outros concorrentes enfrentam custos mais altos, já que os preços da carcaça de porco subiram 30% a/a devido a maiores exportações de carne de porco”, aponta o analista. 

 A margem Ebitda da BRF no mercado doméstico, que responde por 50% das vendas, “deve permanecer forte”, acima de 14% nos próximos trimestres, de acordo com Lima. A BRFS3 caiu cerca de 10% nas últimas duas semanas, “refletindo a fraqueza esperada no mercado de exportação”. Contudo, a fraqueza das exportações da BRF é temporária e reflete preços mais baixos no Oriente Médio e África do Norte devido ao excesso de oferta por pequenos produtores brasileiros de frango, diz Lima. Desta forma, a BRF continua a ser uma das top picks do Bradesco BBI, juntamente com M. Dias Branco.

Bancos

O Itaú BBA reafirmou a recomendação outperform para Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3), com valuation visto como barato, mas cortou as estimativas de lucros, destacaramanalistas. A projeção para lucro do Bradesco em 2018 foi cortada em 5%, a estimativa para lucro do Banco do Brasil cortada em 9%, com o Itaú BBA mencionando crescimento de empréstimos mais lento. O  Bradesco é nome preferido entre bancos brasileiros cobertos pelo Itaú BBA.

Cesp (CESP6)

A Cesp teve a recomendação cortada para neutra pelo Bradesco BBI, com preço-alvo de R$ 19,00, ante target anterior de R$ 24,00. Vale destacar ainda que o  Conselho Diretor do Programa Estadual de Desestatização (CDPED) da companhia decidiu, em reunião nesta terça, recomendar o prosseguimento do processo de alienação do controle societário da companhia ao governador de São Paulo, disse a empresa em fato relevante enviado à CVM. De acordo com a Cesp, devem ser mantidos os prazos de vigência das concessões atuais da companhia.

Klabin (KLBN11) e Fibria (FIBR3)

Ainda no radar de recomendações, a Fibria foi elevada de neutra para overweight com o preço-alvo sendo elevado de R$ 34,00 para R$ 46,00 e Klabin foi rebaixada de overweight para neutra, com o preço-alvo sendo elevado de R$ 18,00 para R$ 19,00, ambos pelo JPMorgan.

Cemig (CMIG4)

De acordo com a coluna do Broad, do jornal O Estado de S. Paulo, o programa de desinvestimentos da Cemig está movimentando os principais bancos do País. O Bradesco BBI comandará a venda da Cemig Telecom, que deve ser leiloada em novembro. Já o BTG Pactual está à frente da venda da Light Energia e das usinas hidrelétricas de Cachoeirão, Pipoca e Paracambi, prevista para este ano, já que há tratativas em andamento para vender os ativos para a Aliança Geração de Energia, joint venture da própria Cemig com a Vale. Ela  também está contratando um assessor para estruturar a venda de sua participação na Norte Energia, responsável pela usina Belo Monte. 

Petrobras (PETR3; PETR4)
O conselho de administração da Petrobras aprovou na terça a criação da função não estatutária de diretor adjunto de Governança e Conformidade. “A medida é mais um avanço no sistema de governança da companhia, dado que o diretor adjunto concentrará seu foco de atuação em ações internas, especialmente aquelas ligadas a demandas de controles internos, governança corporativa e governança societária, assim como prevenção e investigação”, destaca a empresa, em comunicado.

Para a nova função foi designado o atual gerente executivo de Contabilidade e Tributário Paulo José Alves. Segundo a estatal, a criação da nova função busca acelerar os processos internos em razão da “elevada carga de atribuições relacionadas a órgãos externos da companhia, que tem demandado consideravelmente a diretoria executiva de Governança e Conformidade (DGC)”.

A nova função é temporária, inicialmente até 31 de dezembro de 2019, quando será realizada avaliação sobre a necessidade de prorrogação da função por mais dois anos, podendo ser renovada sucessivamente por iguais períodos, dependendo do volume de demandas previstas.

“A diretoria de Governança e Conformidade mantém todas as suas prerrogativas e responsabilidades estatutárias, conforme descritas nos normativos e as regras para eleição do diretor permanecem inalteradas, assim como a definição de seu mandato, reporte direto ao conselho, poder de veto sobre decisões da diretoria executiva e sua destituição”, afirma a empresa.

Dentre as principais responsabilidades do diretor adjunto estão participar nas reuniões da Diretoria Executiva como convidado permanente, com direito a voz, porém sem voto; assegurar os desdobramentos do canal de denúncias e o reporte das violações identificadas e seus resultados; garantir a eficiência dos processos relativos ao Sistema de Integridade; gerir o Comitê de Correição; e Coordenar o Comitê Técnico Estatutário da DGC.

OSX (OSXB3)
A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) condenou o empresário Eike Batista a pagar multa de R$ 21 milhões por uso de informação privilegiada com ações da OSX, empresa do setor naval de seu antigo império EBX. Segundo informações do órgão regulador do mercado de capitais, Eike foi condenado por ter vendido ações da OSX antes do anúncio de informações envolvendo a companhia que resultaram em queda das ações na bolsa.

A decisão da CVM foi tomada pela maioria dos diretores. Cabe recurso da decisão ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN), o chamado conselhinho.

Vale destacar que a OSX apresentou seu resultado de 2016, registrando um prejuízo de R$ 1,4 bilhão, 127,5% acima dos R$ 655,5 milhões negativos do ano anterior. 

Unicasa (UCAS3)
A CVM condenou Frank Zietolie e Juvenil Antônio Zietolie, na qualidade de administradores da Unicasa Indústria de Móveis S.A., por negociação de ações da companhia com posse de informação sigilosa ainda não divulgada ao mercado. O diretor presidente e o ex-vice-presidente do conselho de administração da empresa vão pagar multa individual de R$ 200 mil.

A acusação de ‘insider trading’ se referia ao fato relevante divulgado em 16 de dezembro de 2013, informando ao mercado da adesão da Unicasa ao Programa de Parcelamento de Débitos da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional e Secretaria da Receita Federal (Refis). A CVM identificou que Frank e Juvenil, também acionistas integrantes do bloco de controle da companhia, adquiriram ações da Unicasa antes dessa divulgação.

A diretoria do órgão regulador concluiu que a decisão de aderir ao Refis é relevante, já que a renegociação de dívidas tem reflexos importantes para a companhia, como por exemplo nas condições de acesso a financiamentos.

De acordo com o relator do caso, o diretor Henrique Machado, a adesão também faz surgir diferenças entre saldos consolidados e valores registrados na contabilidade, tendo por isso potencial de afetar a decisão de investimento do mercado. Os dois ainda podem recorrer da decisão ao CRSFN.

Invepar
A Invepar está consultando e analisando condições para uma possível contratação de empréstimo da ordem de R$ 400 milhões junto a diversos agentes de mercado e o Fundo Mubadala é um deles, segundo comunicado de esclarecimento ao mercado.

A operação não envolve alienação, alteração ou troca do controle da Invepar, disse a empresa. “Este tipo de consulta ao mercado é uma operação comum nas tesourarias das empresas do nosso porte, não ensejando motivo para publicação de fato relevante”, disse a companhia.

Marfrig (MRFG3)

A assessoria de imprensa da Marfrig enviou e-mail à Bloomberg em resposta a perguntas sobre possíveis aquisições ou planos para reabrir frigoríficos no rescaldo do escândalo JBS, afirmando que avalia oportunidades no Brasil. A companhia informou que  não fornecerá mais detalhes sobre os planos porque está em período de silêncio, segundo a assessoria. 

Em 2015, a Marfrig fechou cinco plantas de carne bovina no Brasil, representando cerca de 30% de sua capacidade de abate, diante da oferta reduzida de gado. Vale ressaltar que, ontem, notícias destacaram que a Minerva, concorrente da Marfrig, planeja reabrir unidade de carne bovina em Mato Grosso depois de acertar a compra de algumas plantas da JBS na América do Sul. 

Cosan (CSAN3)

A Cosan informou que a Raízen, joint venture entre a companhia e a Shell, fez proposta vinculante de R$ 823 milhões por usinas da Tonon.

Taesa (TAEE11)

A ISA adquiriu 41,6% das ações do bloco de controle, ou 14,88% do capital social por R$ 1,02 bilhão, disseram a ISA e a Taesa em comunicados aos seus órgãos reguladores. A compra foi feita pela filial brasileira ISA Investimentos e Participações do Brasil, segundo os comunicados. A companhia adquiriu as ações vendidas por Fundo de Investimento em Participações Coliseu e Fundo de Investimento em Ações Taurus. Após a transação, a Cemig se mantém como a maior acionista da Taesa, com 31,54% do capital, seguida pela ISA, com 14,88%. As ações em circulação no mercado respondem por 53,58% do capital. 

Azul (AZUL4)

O Estadão destaca que, após se desfazer de 34 aviões nos últimos três anos por causa da queda de demanda, a Azul começa a trazer de volta parte dessas aeronaves. Duas delas, que haviam sido arrendadas para a portuguesa TAP e cujos retornos estavam programados para 2018 e 2019, chegarão no Brasil neste ano – a primeira já em julho. A empresa tem ainda ampliado sua oferta introduzindo aviões maiores na frota. A estratégia, diz o presidente da companhia, Antonoaldo Neves, é “criar demanda”. 

Manguinhos (RPMG3)

A Refinaria de Petróleos de Manguinhos assinou acordo de confidencialidade com VTTI com objetivo de discutir ao longo dos próximos 6 meses “projetos visando a exploração do
negócio de armazenagem de líquidos em seu parque de tancagem anexo à refinaria”, segundo comunicado.

(Com Reuters, Bloomberg e Agência Estado)

 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.