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SÃO PAULO – Desde a eclosão da operação Carne Fraca, os mecanismos de controle de qualidade da carne produzida pelos frigoríficos brasileiros deixaram a desejar, segundo auditoria realizada pela União Europeia. Um documento obtido pelo portal do jornal O Estado de S. Paulo mostra que as avaliações do bloco descobriram mais de cem casos de contaminação da carne brasileira e agora Bruxelas ameaça impor novas restrições aos produtos nacionais.
A carta, destinada ao ministro da Agricultura, Blairo Maggi, expõe queixa aberta dos europeus às promessas não respeitadas pelo Brasil e aponta que qualquer garantia hoje dada pelo governo de Michel Temer tem problemas para ser recebida de forma positiva. Na avaliação dos representantes do bloco, a falta de uma resposta efetiva do governo depois da operação realizada pela Polícia Federal em março e que revelou corrupção no controle sanitário no Brasil pode levar a um bloqueio das vendas.
Segundo a reportagem, em meio aos questionamentos sobre a credibilidade dos controles brasileiros, a UE agora quer que o país interrompa toda a exportação de carne de cavalo para o mercado da região. Também há exigência que nenhuma nova empresa seja solicitada a entrar na lista de exportadores de frango ou carne bovina. Durante a auditoria, realizada no começo de maio, mais de cem casos de salmonella e E. Coli foram registrados nas carnes exportadas pelo Brasil.
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“O escândalo no Brasil colocou em questão a credibilidade do controle prestado pelas autoridades brasileiras”, diz o documento obtido pelo jornal. “Há uma perda de confiança na Europa em relação à segurança dessas exportações e existem demandas de que elas devam ser restringidas e até banidas”. Uma nova missão deverá ser enviada em seis meses ao Brasil e os europeus pedem que o governo envie um plano completo de como vai fazer para colocar em ação a resposta. Bruxelas também indicou que “se o Brasil fracassar em cumprir os pedidos da Europa, ações mais decisivas poderiam ser consideradas”.
Às 13h42 (horário de Brasília), as ações das principais companhias do setor operavam em queda na B3. Os papéis da JBS (JBSS3) caíam 1,43%, a R$ 6,89, os do Marfrig (MRFG3) recuavam 0,62%, a R$ 6,39, ao passo que as ações da Minerva (BEEF3) caíam 0,17%, a R$ 11,67.
