Três notícias sobre JBS, Vale contrata linha de crédito de US$ 2 bi, recomendações e mais 11 empresas no radar

Confira os destaques do noticiário corporativo desta segunda-feira (12)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo é movimentado nesta segunda-feira (12), com destaque mais uma vez para a JBS. Além da companhia, destaque para a Vale, que anunciou a conclusão de uma nova linha de crédito rotativo no valor de US$ 2 bilhões. Veja mais destaques:

JBS (JBSS3)

Os acionistas controladores da JBS venderam 18,6 milhões de ações ON de 16 a 31 de maio, reduzindo sua participação de 43,19% para 42,51%, de acordo com documento enviado à CVM.  Nos dias 16 e 17 de maio, na véspera do vazamento de denúncias de executivos da JBS, o detentor controlador da empresa vendeu 984.900 e 3,64 milhões de ações, respectivamente. Já nos dias 17 e 19 de maio, a empresa comprou 5,99 mi ações ON, de acordo com um comunicado separado. Em abril, o acionista controlador da JBS vendeu 1,2% de suas participações, obtendo R$ 328 milhões. 

Vale destacar que, na última sexta-feira, a Polícia Federal realizou operação envolvendo a JBS e a FB Participações para apurar se houve uso indevido de informações privilegiadas por parte das empresas em transações de mercado financeiro ocorridas entre abril e maio de 2017, investigando justamente a  venda de ações de emissão da JBS na bolsa de valores e a compra de contratos futuros de dólar. “Há indícios de que essas operações ocorreram com o uso de informações privilegiadas, gerando vantagens indevidas no mercado de capitais num contexto em quase todos os investidores tiveram prejuízos financeiros”, afirmou a Polícia Federal.

Também na última sexta-feira, a agência de classificação de risco Moody’s corto o rating da JBS de Ba3 para B2, mantendo a perspectiva para novo rebaixamento. A unidade da empresa nos Estados Unidos também teve sua nota reduzida. “As reduções dos ratings refletem os riscos contínuos relacionados a possíveis processos judiciais futuros, a governança da empresa e os danos causados pela reputação e se, ou em alguma medida, esses riscos podem prejudicar as operações da empresa, o acesso ao mercado e a liquidez”, afirmou a Moody’s em relatório. “Se a liquidez se deteriorar como consequência desses desenvolvimentos, a Moody’s poderá adotar mais ações de classificação antes da conclusão final do processo de revisão”, acrescentou a agência. A agência já havia cortado os ratings da JBS e da JBS USA no mês passado.

Já o Jornal O Globo deste fim de semana ressaltou que os efeitos devastadores da delação premiada dos executivos da JBS já são sentidos em toda a cadeia produtiva de carnes do país e preocupam os pecuaristas. A crise começou antes mesmo de os depoimentos dos donos da companhia envolvendo o presidente Michel Temer virem a público, com a operação Carne Fraca. Agora, o escândalo das delações só fez agravar a situação: com a redução do abate pela JBS, o preço da arroba do boi caiu, e o gado lota os pastos, para desespero dos pecuaristas, afirma o jornal. 

 Vale (VALE3; VALE5)
A mineradora Vale anunciou a conclusão de uma nova linha de crédito rotativo no valor de US$ 2 bilhões, com prazo de cinco anos. A linha foi contratada junto a um sindicato composto por 18 bancos globais, liderados
por Citibank, Crédit Agricole RBC Capital Markets e The Bank of Nova Scotia.

Esta linha de credito rotativo substituirá a linha de US$ 2 bilhões contratada em 2013 com prazo de 5 anos, a qual será cancelada. A Vale conta ainda com outra linha no valor de US$ 3 bilhões, totalizando assim US$ 5 bilhões em linhas de crédito rotativo.

“Este instrumento representa uma fonte adicional de liquidez e pode ser utilizado pela Vale e algumas de suas subsidiárias em qualquer momento da vida útil do instrumento (US$ 2 bilhões até 2022 e US$ 3 bilhões até 2020)”, disse a companhia.

Braskem (BRKM5)

Foram indicados três novos conselheiros independentes  para compor o Conselho de Administração da Braskem: Gesner Oliveira, ex-presidente do Cade e ex-presidente da Sabesp; Pedro de Sousa, diretor do banco BR Partners; e o economista Marcelo Lyrio, fundador da Signatura Lazard.

Com isso, a Braskem passa a ter quatro conselheiros independentes, incluindo João Cox, ex-presidente da Claro, entre os 11 integrantes do Conselho de Administração. Atualmente, 25% das ações da empresa são negociadas na Bolsa de Valores. A assembleia dos acionistas avaliará os nomes no dia 27 de junho, informou a petroquímica em nota. 

Cemig (CMIG4)

Segundo a coluna do Broad, do jornal O Estado de S. Paulo, o programa de desinvestimentos da Cemig está movimentando os principais bancos do País. O Bradesco BBI comandará a venda da Cemig Telecom, que deve ser leiloada em novembro. Já o BTG Pactual está à frente da venda da Light Energia e das usinas hidrelétricas de Cachoeirão, Pipoca e Paracambi, prevista para este ano, já que há tratativas em andamento para vender os ativos para a Aliança Geração de Energia, joint venture da própria Cemig com a Vale.

Ainda no radar da companhia, o Conselho da estatal aprovou a aquisição de ações PN da RME – Rio Minas Energia e Participações e da Luce Empreendimento e participações, aumento do capital social e aporte de capital na Guanhães Energia e programa de desligamento Voluntário programado (PDVP 2017). Por fim, a Cemig Geração e Transmissão venceu arbitragem sobre a Madeira Energia. 

CPFL Renováveis (CPRE3)
Reunião do Conselho aprovou oferta para investidores qualificados com prazo de 5 anos, disse a companhia em ata da reunião. A data da emissão será 15 de julho de 2017 e os recursos serão utilizados para implementação e desenvolvimento dos projetos de investimento considerados prioritários; pagamento futuro de gastos, despesas e/ou dívidas a serem incorridas a partir da data de integralização da oferta; e pagamento e/ou reembolso de gastos, despesas ou dívidas passíveis de reembolso, relacionados aos projetos de investimento, ocorridos em prazo igual ou inferior a 24 meses contados da comunicação de encerramento da oferta restrita.

Iochpe-Maxion (MYPK3)

A Iochpe-Maxion teve a recomendação elevada para compra pelo UBS, com o preço-alvo tendo leve elevação de R$ 19,30 para R$ 20,00. 

Natura (NATU3)

O rating da Natura foi colocado em observação negativa pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s após a oferta vinculante  para comprar 100% das ações da The Body Shop International  da L’oreal em negócio de cerca de €1 bilhão, apontando que o negócio poderá enfraquecer sua estrutura de capital.

“Se a transação for concluída, acreditamos que há chances para um rebaixamento de até dois degraus, dependendo da resultante alavancagem e o quão rápido a Natura poderá gerar sinergias do modelo de negócios da TBS”, afirma a S&P.

Lojas Renner (LREN3)

O jornal O Globo destaca que, sem fazer alarde, a brasileira Lojas Renner já é quase do tamanho da Macy’s, uma das maiores redes de departamento dos EUA, ao colocar frente a frente o valor de mercado das duas companhias. O total de ações da brasileira equivale a R$ 19,549 bilhões ou US$ 5,9 bilhões. Já a rede americana totaliza um valor de mercado de US$ 6,8 bilhões, apenas 10,7% acima da varejista brasileira.

“Por trás dessa aproximação há dois fatores: de um lado, uma mudança de comportamento do consumidor que enfraqueceu o modelo de negócios da empresa americana, que vem encolhendo; do outro, uma gestão que conseguiu garantir o crescimento dos resultados mesmo em um ambiente de forte recessão econômica no Brasil”, aponta a reportagem.

Iguatemi (IGTA3)

Ao Estadão, o  empresário Carlos Jereissati Filho, presidente do Grupo Iguatemi, que reúne shopping centers, um outlet e torres comerciais, diz estar otimista com o futuro do País, apesar das incertezas sobre a economia, sobretudo após as delações de Joesley e Wesley Batista, donos do JBS, gerando novas turbulências em Brasília. “A gente está vendo um cenário momentâneo de incerteza, mas estamos otimistas.”

Sobrinho do senador Tasso Jereissati, ex-governador do Ceará, que assumiu interinamente a presidência do PSDB, Jereissati Filho evita falar sobre a atual crise política. Tasso está no cargo por conta das denúncias que pesam sobre o senador Aécio Neves, até então à frente do partido. Questionado sobre a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na sexta-feira, 9, de rejeitar a cassação da chapa Dilma/Temer, o empresário preferiu não comentar. 

Telefônica Brasil (VIVT4)

O Conselho de Administração da Telefônica Brasil aprovou programa para recomprar até 870.781 ações ON e até 41,5 milhões de ações PN até 8 de dezembro de 2018.

Gol (GOLL4)

A Gol divulgou seus números prévios de dados de tráfego de maio, informando que o volume total de decolagens reduziu 3,3% e o total de assentos disponibilizados ao mercado recuou 2,9% em maio, ocasionando um recuo na oferta de 4,6%. A demanda reduziu em 2,4% no mesmo período. A taxa de ocupação em maio de 2017 foi de 76,6%, 1,7
p.p. superior ao mesmo período de 2016. 

A oferta no mercado doméstico reduziu 3,2% em maio comparado ao mesmo período de 2016. A demanda doméstica reduziu 1,9% no mês, elevando a taxa de ocupação para 76,9% ou 1,1 p.p. superior ao mesmo mês do ano anterior. A oferta no mercado internacional em maio de 2017 diminuiu 14,5%, enquanto a demanda reduziu 6,6%, ampliando a taxa de ocupação para 73,9%, o que representa um crescimento de 6,3 p.p. em relação ao mesmo período de 2016.

Azul (AZUL4)

 A companhia aérea Azul divulgou nesta segunda-feira alta de 14,3 por cento na demanda por voos domésticos em maio ante igual período do ano passado, enquanto a oferta de assentos avançou 15,1 por cento na mesma comparação.

Com isso, a taxa de ocupação em voos domésticos no período cedeu 0,5 ponto percentual, a 78 por cento.

Prumo (PRML3)
A EIG reafirmou estar preparada para seguir com a OPA da Prumo a R$ 10,53 por ação. “A despeito do fato de que as condições macroeconômicas no Brasil se deterioraram desde a divulgação do laudo de avaliação inicial, conforme evidenciado pela desvalorização da moeda em 2,7%, e a erosão relevante nos preços do petróleo, conforme evidenciado pela queda de 13.7% do preço do petróleo Brent, a EIG reafirma que está preparada para prosseguir com a OPA ao preço de R$ 10,53 por ação, previamente estabelecido pela empresa especializada, o quanto antes seja razoavelmente praticável”, segundo comunicado da Prumo.

“A EIG possui a expectativa de que a assembleia geral para deliberação de novo laudo de avaliação cumprirá com a lei integralmente e respeitará os direitos dos acionistas da companhia”; 

Na semana passada, a CVM indeferiu recursos apresentados por EIG e 9 West Finance, determinando que documentos relativos à OPA sejam alterados e reapresentados até 13 de junho, além pedir esclarecimentos sobre “como será preservado o direito de os titulares de ações em circulação efetivamente decidirem sobre a realização de nova avaliação da companhia”. A “EIG reiterou que jamais possuiu qualquer acordo, a qualquer título, com o Mubadala em relação à Prumo ou a OPA”, segundo o comunicado desta segunda-feira. 

Itaú Unibanco (ITUB4)

 O Itaú Unibanco informou que sua subsidiária Itaú Argentina cancelou o programa de emissão de Certificados de Depósito Argentinos (Cedear).

Em comunicado nesta segunda-feira, o banco esclarece que o cancelamento, aprovado pela Comissão Nacional de Valores da Argentina e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no Brasil, não comprometerá a negociação de ações na bolsa paulista e de ADRs no mercado nova-iorquino.

 

(Com Reuters, Bloomberg e Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.