Estácio afunda 7% com “risco Cade”, exportadoras sobem 3% e Copel cai até 4% com Operação da PF

Confira os principais destaques de ações da bolsa nesta segunda-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – Os investidores assumiram posição de cautela nesta segunda-feira (5), em semana marcada pelo julgamento da chapa Dilma-Temer no TSE, eleições no Reino Unido e indicadores econômicos pelo mundo. Com isso, o Ibovespa fechou em leve queda de 0,10%, a 62.450 pontos, enquanto os contratos futuros do dólar registravam alta de 1,32%, a R$ 3,310. O dólar comercial encerrou a sessão com ganhos de 1,03%, a R$ 3,2866 na compra e R$ 3,2881 na venda. 

Nas maiores altas do índice, figuravam as ações da Smiles, que buscaram correção da queda de xx% dos últimos x pregões. Destaque ainda para as ações com perfil exportador, que ganham com a escalada do dólar. Nesse cenário, apareceu o trio do setor de papel e celulose Suzano, Fibria e Klabin; e a petroquímica Braskem  – todos com alta superior a 2%. 

Já do lado negativo, chamou atenção as ações das educacionais Estácio e Kroton, que desabavam até 7% nesta sessão, após notícia de que o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) pode exigir a venda da Anhanguera para aprovar a fusão. Por conta disso, o julgamento do órgão sobre a união das duas empresas teria sido adiado do dia 7 para 28 de junho. 

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Confira abaixo os principais destaques de ações da bolsa desta segunda-feira:

Petrobras (PETR3, R$ 13,98, +1,75%; PETR4, R$ 13,18, +1,00%)
As ações da Petrobras se descolaram dos preços do petróleo e viraram para alta nesta manhã. No mercado internacional, os contratos do Brent registravam queda de 1,42%, a US$ 49,24 o barril, enquanto os contratos do WTI caíam 1,53%, a US$ 46,93 o barril. 

No radar, a Petrobras realizou na sexta-feira o pré-pagamento total de uma Nota de Crédito à Exportação com o Banco Itaú, de R$ 1 bilhão e prazo de vencimento em 2020, informou a petroleira em uma nota ao mercado. A companhia afirmou ainda que continuará avaliando novas oportunidades de gerenciamento dos seus passivos, visando à melhora do perfil de amortização e à redução do custo da dívida, levando em consideração as metas de desalavancagem previstas em seu Plano de Negócios e Gestão 2017-2021.

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Além disso, em entrevista ao jornal O Globo, o representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da BR, Bruno Paiva, defendeu que a melhor saída para a subsidiária da Petrobras é o lançamento de ações em Bolsa (IPO, na sigla em inglês), no lugar da venda do controle a um novo sócio. O técnico, que está no quadro da empresa desde 2003, avalia que há risco de a empresa ser vendida por montante mais baixo que o seu valor. 

A Petrobras também pediu à B3 na última sexta-feira pedido de certificação no âmbito do Programa Destaque em Governança das Estatais, informou à petroleira em um comunicado ao mercado nesta segunda-feira. Além disso, a empresa disse que iniciou estudos para aderir ao segmento especial de listagem Nível 2 da B3, com o intuito de implementar medidas de governança corporativa. A efetiva adesão dependerá da obtenção das aprovações de órgãos externos.

Vale destacar que, nesta segunda-feira, Pedro Parente, presidente da Petrobras, e diretoria da estatal participam de encontro com investidores para apresentar destaques operacionais e financeiros e as perspectivas da companhia. 

Vale (VALE3, R$ 26,49, -1,08%; VALE5, R$ 25,03, -1,65%)
As ações da Vale caíram nesta sessão, acompanhando o preço do minério de ferro. A commodity à vista negociada no porto de Qingdao, na China, caiu 3,27% nesta sessão, indo a US$ 55,90 a tonelada. 

Também registraram quedas as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 17,91, -1,59%) – holding que detém participação na Vale – e as siderúrgicas, com Gerdau (GGBR4, R$ 9,44, -1,26%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 4,30, -1,38%), CSN (CSNA3, R$ 6,62, -1,93%) e Usiminas (USIM5, R$ 3,93, -0,76%). 

No radar, a Valepar, por solicitação de seus acionistas Litel Participações S.A., Litela Participações S.A., Bradespar S.A., Mitsui & Co., Ltd. e BNDES Participações S.A. – BNDESPAR esclareceu que os acionistas não renovarão o Acordo de Acionistas da Vale, conforme informou a mineradora em comunicado. O acordo será celebrado na data da aprovação da incorporação da Valepar pela Vale em Assembleia Geral da Valepar, cuja vigência encerra-se em 09 de novembro de 2020.

A exceção à obrigação de realização de OPA instituída na proposta de Estatuto Social da Vale para os Acionistas somente vigorará até o prazo original do Acordo Vale, isto é, até novembro de 2020, de modo que uma eventual renovação do Acordo Vale para depois de tal data geraria a obrigação de realização de OPA caso os seus signatários, em conjunto, continuem detendo mais de 25% do capital total ou das ações ordinárias de emissão da companhia, diz o comunicado.

Smiles (SMLE3, R$ 62,66, +3,37%) e Multiplus (MPLU3, R$ 38,61, -0,49%)
As ações Smiles lideraram os ganhos do Ibovespa nesta sessão. Em relatório, o BTG Pactual comentou que recebeu muitos questionamentos referentes à notícia (do mês passado) de que a Aimia (empresa de fidelidade que era responsável pelo programa de fidelidade da Air Canada) não teve o seu contrato renovado pela Air Canada no início do mês de Maio (o que fez com que as ações da Aimia caíssem mais de 70% desde então).

“Embora alguns investidores possam querer fazer alguma relação com MPLU e SMLE, é importante dizer que a Air Canada já não era mais acionista da Aimia, o que faz com que o caso que ocorreu lá no Canadá não se aplique (na nossa opinião) às empresas daqui”, comentaram.

Ainda assim, eles comentam que o contrato da Multiplus é válido por mais 8 anos e o da Smiles por mais 16 anos. De qualquer forma, eles entendem que uma vez que as empresas aéreas permaneçam no controle das empresas de fidelidade é muito mais difícil defender a tese de que o contrato não será renovado. A fatia da Latam na Multiplus (73%) vale mais do que R$ 4,5 bilhões, enquanto a participação da Gol na Smiles vale mais de R$ 3,8 bilhões. “Ainda é muito cedo para falar de renovação de contrato para essas empresas, mas acreditamos que manter essas empresas em separado e listadas no fim do dia destrava muito mais valor do que mantê-las dentro da operação da airline como um departamento de marketing. Dito isso, vemos como oportunidade de compra a queda de sexta”, comentaram.

Os analistas do banco ajustaram ainda as expectativas para Multiplus e revisaram o preço-alvo da ação, de R$ 48,00 para R$ 43,00, mas mantiveram a recomendação de compra. 

Kroton (KROT3, R$ 13,65, -3,19%) e Estácio (ESTC3, R$ 15,90, -7,02%)

As ações das educacionais figuraram entre as maiores perdas do Ibovespa nesta sessão, após notícias de que o julgamento no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) que avalia a proposta de fusão das empresas foi transferido do dia 7 para o dia 28 de junho, a pedido da Kroton. As informações são da coluna do Lauro Jardim, do jornal O Globo, e da Reuters.  

Até o momento, a contrapartida pedida pelo órgão é a venda da Anhanguera, universidade praticamente do mesmo tamanho da Estácio. Além de ser citada pelo colunista, essa informação foi divulgada também na sexta-feira – próximo ao fechamento do pregão – pelo Terminal Bloomberg, que citou fontes próximas ao assunto que pediram anonimato. Hoje, o coluna do Globo aponta que a adiamento do julgamento foi pedido pela própria Kroton, que considerou o “remédio” do Cade muito amargo e vai tentar uma contraproposta.

Exportadoras 

Com o dólar em alta, as empresas de perfil exportador apareceram novamente entre os maiores ganhos do Ibovespa. Nesse cenário, figuraram os papéis da Fibria (FIBR3, R$ 38,82, +2,29%), Suzano (SUZB5, R$ 15,95, +3,17%) e Klabin (KLBN11, R$ 17,16, +2,39%) – ambas do setor de papel e celulose; as ações da petroquímica Braskem (BRKM5, R$ 34,54, +2,61%); e do frigorífico Marfrig (MRFG3, R$ 6,38, +2,24%).  

BR Malls (BRML3, R$ 11,91, +1,62%) e Aliansce (ALSC3, R$ 13,96, +1,82%)
A coluna do Lauro Jardim, do jornal O Globo, informou no último domingo (4) que há conversas iniciais de fusão entre dois gigantes do setor de shoppings: a BR Malls, que possui 44 shoppings, e a Aliansce, que tem em seu portfólio 22 shoppings. 

Copel (CPLE6, R$ 27,38, -1,79%)
As ações da Copel caíram até 3,84%, a R$ 26,81, nesta sessão, em meio à Operação “Curto Circuito”, da Polícia Federal. Sete empresários e um ex-funcionário da Copel foram alvos da operação deflagrada nesta manhã em três cidades do Paraná. Eles são suspeitos de envolvimento em um esquema de fraudes em contratos da estatal com diversas empresas que gerou um prejuízo de R$ 7 milhões entre 2008 e 2015. 

Foram presos temporariamente por três dias o ex-fiscal da Copel e dois empresários. Os policiais cumpriram ainda dois mandados de busca e apreensão e cinco de condução coercitiva, quando o investigado é levado para depor na delegacia. 

Em nota, a Copel diz que “demitiu o empregado, fez a denúncia e cobra as empresas envolvidas na Justiça”. 

Restoque (LLIS3, R$ 27,51, -5,53%)
Os papéis da Restoque, dona das marcas Le Lis Blanc, Dudalina e Rosa Chá, caíram após grupamento de ações na bolsa. A proporção foi de 7:1, ou seja, cada lote de sete ações foi grupada em uma ação (veja outros ajustes neste pregão clicando aqui).

Os grupamentos são feitos quando as companhias pretendem diminuir a quantidade de ações em circulação no mercado, sem mexer no capital social, ou quando querem aumentar o valor unitário de cada papel. 

BR Properties (BRPR3, R$ 8,90, 0,0%)
A BR Properties confirmou na sexta-feira que está em “em tratativas com seus assessores” para uma possível oferta de ações, de acordo com fato relevante.

A companhia disse, no entanto, que não há aprovação societária nem garantia de que a oferta acontecerá, nem de sua viabilidade. Não foram informados valores. Nesta sexta-feira, o jornal O Estado de S.Paulo relatou que a companhia preparava uma oferta de ações de cerca de R$ 1 bilhão, a ser anunciada nos próximos dias.

BTG Pactual (BBTG11, R$ 14,30, -0,69%) 

A Weyerhaeuser anunciou acordo para vender seus ativos de madeira e manufatura no Uruguai a um consórcio liderado pelo Timberland Investment Group (TIG) do BTG Pactual, incluindo outros contratos de longo prazo com investidores institucionais, por US$ 402,5 milhões, em dinheiro, segundo comunicado da companhia norte-americana distribuído pela PR NewsWire. A transação inclui mais de 300.000 hectares de bosques no Uruguai, bem como uma fábrica de madeira compensada e folheada, uma instalação de cogeração florestal e um viveiro de mudas. A transação está sujeita aos ajustes habituais do preço de compra e às condições de fechamento, incluindo a revisão regulamentar, e deverá ser concluída no 4º trimestre de 2017. Weyerhaeuser Uruguai e o consórcio comprador continuarão a operar separadamente até a transação ser concluída.

SLC Agrícola (SLCE3, R$ 20,45, +1,44%)

Os analistas do BTG Pactual elevaram o preço-alvo para as ações da SLC Agrícola de R$ 19 para R$ 23, mantendo a recomendação neutra para os ativos.