Os 5 eventos que vão agitar os mercados na semana

Confira no que ficar de olho nesta segunda e na semana antes de operar na B3

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A semana começa tranquila com feriado para as bolsas de Nova York, Londres e Xangai, mas promete ser bastante movimentada. Em destaque, está os sinais de Michel Temer de que pretende resistir na presidência – sendo um dos sinais a escolha de Torquato Jardim para a Justiça. Importantes decisões e dados econômicos no radar, com atenção para o Copom e para o PIB. Nos EUA, o relatório de emprego é destaque. Confira no que se atentar nesta segunda (29) e na semana: 

1. Bolsas mundiais

A segunda-feira é mista para os mercados mundiais, em dia que conta com feriados em Nova York, Londres e Xangai. Com isso, os  mercados acionários asiáticos tiveram leves variações nesta segunda-feira, ficando sem incentivos para superar as máximas de dois anos com muitos dos principais mercados fechados por feriados. 

O índice Nikkei ficou praticamente estável enquanto os investidores aguardavam importantes indicadores econômicos dos Estados Unidos nesta semana, incluindo dados sobre o emprego, para fornecer pistas sobre quanto os juros norte-americanos podem aumentar. Por outro lado, os investidores ficam de olho na continuidade da tensão geopolítica, após a  Coreia do Norte disparar pelo menos um míssil balístico de curto alcance nesta segunda-feira que atingiu o mar na costa leste do país, no mais recente teste de um programa de mísseis que avança rapidamente, desafiando a pressão internacional e ameaças de mais sanções. Já na Europa, o mercado fica de olho na fala do presidente do BCE Mario Draghi, às 10h. 

No mercado de commodities, o petróleo se mantém abaixo de US$ 50 com pessimismo sobre Opep; cobre recua e níquel sobe em Londres. Já o minério avança em Qingdao e registra queda em Dailan. 

Às 7h53, este era o desempenho dos principais índices:

*CAC-40 (França) -0,13%

*DAX (Alemanha) +0,06%

*Hang Seng (Hong Kong) +0,24% (fechado)

*Nikkei (Japão) -0,02% (fechado)

*Petróleo WTI -0,58%, a US$ 49,51 o barril

*Petróleo brent -0,56%, a US$ 51,86 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dailian -0,66%, a 454 iuanes

*Minério spot negociado em Qingdao, na China +1,01%, a US$ 58,50 a tonelada

2. Agenda econômica da semana

O noticiário econômico já é destaque no início desta semana, com os investidores reagindo à decisão da Moody’s no final da tarde da última sexta-feira de alterar a perspectiva do rating brasileiro de estável para negativa, citando aumento da incerteza em relação às reformas e a consequente ameaça crescente à recuperação econômica. O Ministério da Fazenda, em nota, reafirmou o compromisso do governo com a agenda de reformas. Além disso, o mercado reage à decisão de Michel Temer de nomear  Paulo Rabello Castro, então presidente do IBGE, para substituir Maria Silvia Bastos no comando do BNDES.

Vale destacar que, na quarta-feira,  o Copom (Comitê de Política Monetária) decidirá a nova taxa básica de juros, em um cenário de incerteza após o estouro da crise política. As apostas de corte de 125 pontos-base eram cada vez maiores antes da delação, mas o mercado mudou completamente a projeção diante da situação atual do governo. Nos últimos dias, algum alívio retornou e as apostas majoritárias apontam para BC manter o ritmo de corte de 100 pontos, levando a Selic a 10,25%. No dia seguinte será a vez do PIB (Produto Interno Bruto) do primeiro trimestre, que sairá às 9h. O indicador pode mostrar, no comparativo trimestral, a volta de algum crescimento após dois anos de recessão. Segundo projeção compilada pela Bloomberg, o resultado deve ser uma expansão de 1,2% da economia. 

Aqui no Brasil, nesta segunda, o BC oferta até 8.000 contratos de swap cambial para rolagem dos contratos de 1 de junho, das 11h30 às 11h40, com resultado às 11h50.

Nos EUA, atenção para o conjunto de dados de inflação, que sairão às 9h30 (horário de Brasília) da terça-feira (30). Enquanto isso, na sexta (2), será apresentado o Relatório de Emprego, que ganha mais importância após as sinalizações mais “dovish” do Fed na ata do Fomc divulgada nesta semana. Com menos força, o mercado deve ficar de olho ainda no Livro Bege na quarta-feira e discursos de dirigentes do Fed.

 

3. Noticiário político

Temer resiste no cargo em meio à crise política e, de acordo com o informado pelo Valor Econômico na sexta-feira,  o presidente prepara um “pacote de bondades” para tentar recuperar o apoio perdido. Segundo o jornal Valor Econômico, no Planalto, a aposta é de que “a economia vai segurar o governo”. Para isso, foi criada uma agenda positiva turbinada para os próximos dias, com medidas provisórias relativas ao refinanciamento das dívidas dos empresários (Refis) e dos produtores rurais (Funrural) já prontas no Ministério da Fazenda. 

Porém, os líderes políticos seguem discutindo alternativas de sucessão para o caso de o governo cair. Neste sentido, vale destacar a troca de comando feita pelo presidente nos ministérios da Justiça e da Transparência. Osmar Serraglio, que estava na Justiça desde março, assumirá a Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União (CGU), trocando de lugar com Torquato Jardim. Conforme destacam jornais, o nome de Jardim para a Justiça significa uma cartada de Temer em sua defesa no TSE. Conforme aponta o Valor, o novo titular da Justiça fez carreira na advocacia eleitoral e foi ministro do Tribunal Superior Eleitoral, que está para julgar o mandato do presidente, durante oito anos. Sempre foi consultado por Temer nos temas que se referem à sua defesa.

Vale destacar ainda que, no último domingo, Temer publicou artigo na Folha de S. Paulo, em que afirma que entregará, em 2019, um país melhor e criticou o acordo da PGR com os irmãos Batista. “Aos criminosos que tudo tramaram foi dado passaporte livre para viver com luxo em qualquer parte do mundo”. 

4. Plano B para previdência

Em destaque no noticiário, estão as notícias sobre um plano B para atenuar um possível fracasso com a reforma da previdência em meio à crise política. De acordo com O Globo, medidas provisórias ou projetos de lei poderão entrar em vigor imediatamente para conter o aumento das despesas com benefícios de forma a elevar o tempo mínimo de contribuição na aposentadoria por idade nas áreas urbana e rural, atualmente em 15 anos, e a redução do valor da pensão por morte, que hoje é integral, independentemente do número de dependentes, diz o jornal. O Globo destaca ainda que, sem a reforma da Previdência, o ministério da Fazenda vê PIB de 2017 estagnado.

5. Noticiário corporativo

O noticiário corporativo tem a JBS mais uma vez como destaque. A Procuradoria propõs R$ 10,99 bi em leniência à J&F após rejeitar última oferta do grupo de R$ 8 bilhões. Além disso, Tarek Farahat foi eleito presidente do conselho da JBS. Por fim, após ser questionada pela CVM, a companhia divulgou comunicado em que apontou que Joesley e Ewsley Batista adquiriram participação na Blessed. 

Atenção ainda para o BTG: Persio Arida renunciou a cargo no conselho e venderá ações. Já a CVC comprou 33% da Read, Reserva Fácil por R$ 179,5 milhões. No radar de recomendações, a Fibria e Suzano foram elevadas de manutenção para compra pelo Santander, enquanto a Klabin foi rebaixada de compra para manutenção pelo banco.

(Com Reuters, Agência Brasil, Agência Estado e Bloomberg)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.