Petrobras convoca coletiva e faz anúncio sobre pré-sal; 5 recomendações, JBS e mais no radar

Confira os destaques da B3 na sessão desta quinta-feira 

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – Enquanto a crise política segue com seus desdobramentos em Brasília, o noticiário corporativo também está movimentado, com atenção para Petrobras, JBS, além de diversas revisões de recomendações. Confira os destaques desta quinta-feira (25)

Petrobras (PETR3;PETR4)

Em comunicado, a Petrobras informou que realizará entrevista coletiva hoje, às 9h30, com integrantes da Diretoria da companhia, no Rio de Janeiro. 

A companhia informou ainda que, “tendo foco na maximização de valor do seu portfólio”, “concluiu por exercer o direito de preferência” com o percentual mínimo de 30% para a 2ª e 3ª rodadas de licitações de blocos exploratórios sob o regime de partilha de produção no pré-sal, segundo comunicado. As áreas envolvidas são a 2ª Rodada: área unitizável adjacente ao campo de Sapinhoá e a 3ª Rodada: Peroba e Alto de Cabo Frio Central.

“A Petrobras poderá ampliar o percentual de 30% indicado para as áreas onde está exercendo seu direito de preferência, formando consórcios para participar das licitações”. O valor correspondente ao bônus de assinatura a ser pago pela estatal, “considerando que os resultados dos leilões confirmem apenas as participações mínimas acima indicadas em cada bloco, é de R$ 810 milhões. As novas prioridades foram estabelecidas no planejamento, de modo a prever os recursos financeiros para aquisição dessas áreas exploratórias, sem impactos nas métricas durante o período do Plano de Negócios e Gestão 2017-2021”. “Em relação às áreas em que a Petrobras não exerceu o seu direito de preferência, a companhia poderá participar em condições de igualdade com os demais licitantes, seja para atuação como operador ou como não-operador”.

 Além disso, a estatal informou que tomou ciência de decisão da 3ª Vara da Justiça Federal de Sergipe de extinguir uma ação popular que tentava suspender a cessão dos direitos sobre campos em águas rasas em Sergipe e no Ceará, o que na prática libera a venda dos ativos.

A petroleira havia realizado pedido pela extinção do processo baseada em decisão do Tribunal de Contas da União, que autorizou a continuidade do programa de desinvestimentos da empresa.

JBS (JBSS3)

O noticiário sobre JBS segue movimentado. Em resposta a questionamento da CVM sobre motivos pelos quais a companhia não divulgou fato relevante ao mercado sobre acordo de colaboração premiada, quando já circulavam notícias a respeito desde a noite de 17 de maio de 2017, a JBS disse que divulgou comunicado no dia 18 de maio, mesmo dia em que tomou conhecimento das informações, quando foram disponibilizadas pelo ministro Edson Fachin.

Até então informação era desconhecida pela empresa porque homologação do acordo de colaboração estava condicionada ao sigilo, disse ela, citando que apenas os 7 colaboradores a conheciam. A companhia afirmou também que as provas produzidas no acordo não são inteiramente conhecidas. A JBS afirmou que voltará aos seus acionistas e ao mercado quando vier a conhecer fatos certos e efetivamente ocorridos que se mostrarem relevantes. 

 O empresário Wesley Batista e seus advogados apresentaram na quarta-feira contraproposta de pagamento de 4 bilhões de reais para acordo de leniência do grupo J&F junto ao Ministério Público Federal do Distrito Federal, que foi recusada pela órgão. O MPF-DF propôs pagamento de cerca de 11 bilhões de reais pela J&F para aceitar acordo de leniência. A primeira proposta do grupo controlador do frigorífico JBS havia sido de 1 bilhão.

Por fim, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), leu ontem no plenário da Casa o requerimento de criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar o uso do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a internacionalização de empresas brasileiras. Uma das linhas de crédito do BNDES permitiu a internacionalização da JBS a partir de 2007, segundo Senado Notícias; além do financiamento à JBS, BNDES comprou uma participação na companhia. por meio da BNDESpar.

Ser Educacional (SEER3)

 A Ser Educacional cancelou a oferta pública primária de ações, com esforços restritos de colocação, por meio da qual pretendia levantar até 445 milhões de reais, informou a empresa em comunicado divulgado na noite de quarta-feira.

No documento, a companhia diz que a demanda de investidores foi suficiente, mas que seu conselho de administração avaliou que o preço por ação a ser fixado após o processo de bookbuilding “não refletiria a perspectiva de rentabilidade futura” da empresa.

Em 14 de janeiro, a Ser anunciou os planos de ofertar 17.429.152 ações ordinárias, de modo a captar recursos para financiar a expansão dos negócios, por meio de aquisições ou investimento em crescimento orgânico, incluindo pólos de ensino à distância (EAD) e presenciais.

 BR Properties (BRPR3)

A BR Properties fechou acordo visando a aquisição da totalidade do Condomínio Centenário Plaza, composto pelas unidades autônomas do Edifício Plaza Centenário e do Edifício Centenário, disse a empresa em fato relevante ao mercado. A aquisição, no valor de R$ 433,4 milhões, está sujeita à satisfação de determinadas condições, incluindo a aprovação do conselho de administração da companhia, disse a BR Properties

Oi (OIBR4)

O investidor Nelson Tanure teria comprado na segunda-feira 6,15% do capital da portuguesa Pharol, acionista da Oi, diz Ancelmo Gois, colunista de O Globo, citando informações do mercado. 

CSN (CSNA3)

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) informou que não foi possível arquivar as demonstrações financeiras de 2016 do Formulário 20-F, documento que as empresas são obrigadas a arquivar junto à U.S. Securities and Exchange (SEC), para continuarem listadas na New York Stock Exchange (NYSE).

A empresa afirma que trabalha com seus auditores externos em tratamentos contábeis relacionados à aquisição da Namisa pela CSN Mineração, em novembro de 2015.

Recomendações

Diversas recomendações estão no radar dos mercados. A Azul (AZUL4) teve cobertura iniciada com recomendação outperform pelo Safra e preço-alvo de R$ 30,00, enquanto a  Cielo (CIEL3) foi elevada de manutenção para compra por Planner Corretora, com o preço-alvo sendo levemente reduzido de R$ 30,83 para R$ 30,00. Já o JPMorgan fez três revisões de recomendação: reduziu EzTec (EZTC3) de overweight para neutro com preço-alvo de R$ 19,00, enquanto elevou Even (EVEN3) com preço-alvo de R$ 5,00 e TIM (TIMP3) de neutra para overweight. A Tim teve o target elevado de R$ 10,50 para R$ 11. 

 

(Com Reuters, Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.