Os 5 assuntos que vão agitar os mercados nesta quarta-feira

Confira no que ficar de olho nesta quarta-feira antes de operar na B3

Lara Rizério

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 SÃO PAULO – O noticiário político, em meio aos planos para a sucessão de Michel Temer, devem seguir dando o tom do mercado nacional. Porém, o exterior segue movimentado, com atenção especial ao rebaixamento de rating da China pela Moody’s pela primeira vez em quase 30 anos, o que impactou os preços do minério. Atenção ainda para os dados de petróleo e ata do Fomc nos EUA. Confira no que se atentar: 

1. Bolsas mundiais

A Europa tem um movimento misto nesta quarta-feira, enquanto s principais índices acionários da China se recuperaram das perdas registradas mais cedo e fecharam praticamente estáveis, repercutindo o rebaixamento pela Moody’s do rating da China. Atenção ainda para a ata do Fomc, a ser revelada às 15h. 

A Moody’s rebaixou a nota de crédito do pais para A1 de Aa3 pela primeira vez em quase 30 anos, dizendo esperar que a força financeira da economia vai se desgastar nos próximos anos conforme o crescimento desacelera e a dívida continua a aumentar. Com isso, na China, os índices acionários chegaram a cair mais de 1 por cento pouco depois de o mercado abrir, mas conseguiram recuperar a maior parte das perdas.

Com o rebaixamento chinês, o minério de ferro registra expressivas baixas, enquanto o petróleo opera próximo à estabilidade à espera dos dados de estoques nos EUA a serem revelados no final da manhã. 

Às 8h13, este era o desempenho dos principais índices:

*FTSE 100 (Reino Unido) +0,36%

*CAC-40 (França) -0,22%

*DAX (Alemanha) -0,25%

*Xangai (China) +0,06% (fechado)

*Hang Seng (Hong Kong) +0,10% (fechado)

*Nikkei (Japão) +0,66% (fechado)

*Petróleo WTI -0,02%, a US$ 51,46 o barril

*Petróleo brent +0,17%, a US$ 54,24 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dailian -6,94%, a 456 iuanes

*Minério spot negociado em Qingdao, na China -2,39%, a US$ 60,52 a tonelada

2. Planos para a sucessão de Temer

Em meio à turbulência política, o Banco Central não renova atuações de 40.000 swaps diários no câmbio, diante de sinais de estabilização do dólar nos três últimos dias. Em meio a tumultos para a leitura do relatório da reforma trabalhista, a agenda econômica tem avanço no Congresso, mas o quadro político segue instável, com hipótese de substituição de Michel Temer discutida nos jornais. Os aliados tiveram sucesso na aprovação da MP que permite o saque do FGTS, leitura do relatório da reforma trabalhista e adiamento da análise da PEC sobre eleições diretas. 

Por outro lado, a base aliada prevê a saída de Temer em breve e planeja sucessão, com os nomes do ex-ministro Nelson Jobim, do presidente interino do PSDB Tasso Jereissati, do ex-presidente FHC e do presidente da Câmara Rodrigo Maia aparecendo como opções. Os aliados querem eleições indiretas e manutenção da política econômica. Veja mais clicando aqui. 

Vale destacar ainda a avaliação de Mark Mobius, presidente executivo da Templeton Emerging Market Group, de que a ampla investigação de corrupção do país pode ser vista como uma Revolução Francesa sem o derramamento de sangue”. “As pessoas querem ver mudanças. Estão fartas de corrupção. Eles têm sido capazes de aplicar o estado de direito em uma medida que é realmente surpreendente. É um estudo de caso para outros mercados emergentes sobre o que pode ser feito”. Segundo Mobius, ainda que o próximo ano possa “parecer caótico “, a perspectiva de longo prazo é positiva para o Brasil.

Por fim, cabe lembrar que as centrais sindicais fazem nesta quarta-feira em Brasília um novo protesto contra as reformas trabalhista e da Previdência e a favor da saída de Temer. Os sindicalistas prometem levar 100 mil pessoas à capital federal e anunciaram a participação no palanque do líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL). 

3. Agenda de Temer e Meirelles

Na agenda de Temer, o presidente reúne-se com Raul Jungmann, ministro da Defesa, 9h00, com senadores do PMDB, 10h00, com deputado Bonifácio de Andrada (PSDB/MG), 14h30, com Almirante de Esquadra Eduardo Bacellar Leal Ferreira, Comandante da Marinha, 15h30, com José Carlos Rodrigues Martins, presidente da CBIC – Câmara Brasileira da Indústria da Construção, 16h00. Já Meirelles tem almoço com embaixadores de países da Ásia e Oceania, 12h30, e participa da abertura de encontro nacional da indústria da construção, Brasília, 19h30. O presidente do BC Ilan Goldfajn tem reunião com Osmar Terra, ministro do Desenvolvimento Social e Agrário, com Yossi Shelley, Embaixador de Israel, almoça e se reúne com Secretários do Ministério da Fazenda, Eduardo Refinetti Guardia, Secretário-Executivo, e Marcelo Estevão, Secretário de Assuntos Internacionais, tem reunião com Grace Mendonça, Advogada-Geral da União (AGU), e Murilo Portugal, Presidente da Febraban, na Advocacia Geral da União, em Brasília.

4. Agenda de indicadores

A agenda de indicadores é bastante movimentada nesta quarta-feira. No Brasil, o Banco Central apresenta a nota ao mercado aberto às 10h30 e, às 12h30, haverá a divulgação do fluxo cambial semanal. Nos EUA, o destaque fica para a ata do Fomc às 15h e às 19h para o discurso do presidente do Fed de Dallas Robert Kaplan. Mas, antes disso, às 11h30, serão revelados os dados semanais de estoques de petróleo do país. Às 11h, atenção para o número de vendas de moradias usadas. 

5. Noticiário corporativo

Como é esperado, o noticiário da JBS segue sendo destaque também no radar corporativo. Segundo a Reuters, a companhia contratou Bradesco BBI para venda de ativos. Além disso, a empresa refutou  denúncia sobre controle de conselheiros da BRF, enquanto a última companhia disse em comunicado ontem à noite que avaliará medidas para reparar eventuais prejuízos sofridos. A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) abre mais 2 processos contra JBS, enquanto BB e Caixa fazem varredura em empréstimos concedidos à JBS após delação de Joesley, segundo O Globo. Na Alpargatas, controlada pelo grupo J&F, o Conselho aprova cancelar migração para Novo Mercado e Joesley renuncia a assento no conselho.

Além de JBS, destaque ainda para a Petrobras: o valor total de resgate de títulos de 2018 é de US$ 1,8 bilhão. Na Eletrobras, a CGTEE lança plano de demissão voluntária. Por sua vez, a Hermes Pardini passou a deter totalidade de capital da Diagpar, enquanto a Qualicorp foi elevada a outperform pelo Bradesco BBI.

(Com Reuters, Agência Brasil, Bloomberg e Agência Estado) 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.