Petrobras volta ao mercado externo, donos da JBS cogitam delação e 7 balanços no radar

Confira os destaques do noticiário desta segunda-feira (15)

Lara Rizério

(Bloomberg)

Publicidade

SÃO PAULO – O noticiário corporativo é bastante movimentado nesta segunda-feira, com destaque para o possível acordo de leniência da dona da JBS, além de diversos resultados, com atenção para Eletrobras, Sabesp, Braskem e B3. Confira os destaques do noticiário desta segunda-feira (15):

JBS (JBSS3)

De acordo com a Folha de S. Paulo, a J&F, dona da JBS, se movimenta para abrir negociação de acordo de delação e leniência com o Ministério Público. Já teriam ocorrido pelo menos dois encontros entre os investigadores e representantes da empresa. As conversas, no entanto, estão em estágio preliminar. Na sexta-feira, os irmãos Joesley e Wesley Batista, estiveram de novo na mira da PF pela Operação Bullish, que aponta prejuízo aos cofres públicos de R$ 1,2 bilhão, por supostas fraudes em aportes do BNDES. Eles também cogitam delação premiada. 

No último ano, a empresa foi alvo de pelo menos seis operações da Polícia Federal, o que tem causado preocupação em relação à sua sobrevivência.

Já o jornal O Estado de S. Paulo informa que a Procuradoria quer o fim da fusão entre JBS e Bertin, alegando fraudes fiscais e societárias. A procuradoria entende que não houve uma fusão, como foi anunciado, mas sim uma operação efetiva de compra e venda.

Eletrobras (ELET3;ELET6)

A Eletrobras registrou lucro líquido atribuído aos controladores de R$ 1,394 bilhão no primeiro trimestre de 2017, revertendo prejuízo líquido de R$ 3,898 bilhões do mesmo período do ano anterior. 

O resultado foi influenciado por 1) Resultado de participações societárias, de R$ 3,211 bilhões, influenciado, principalmente, pela receita da alienação de ativos (Celg D) no montante de R$ 1,525 bilhão e pelo efeito da Portaria nº 120, de 20 de abril de 2016, do Ministério de Minas e Energia, que estabeleceu as condições de pagamento e remuneração relativa à Rede Básica do Sistema Existente (RBSE); 2) Passivo a descoberto em controladas no montante de R$ 1,173 bilhão, impacto, principalmente, pelas controladas Amazonas Energia Distribuição (R$ 708 milhões), CGTEE (R$ 236 milhões) e Ceron (R$ 110 milhões); 3) Reversão de Provisões para contingências judiciais, no montante de R$ 2 milhões, decorrente, principalmente, de reversão de provisões relativas aos processos judiciais de empréstimo compulsório, destacou a empresa.

Já a receita operacional líquida foi de R$ 8,969 bilhões, 32,6% acima dos R$ 6,761 bilhões de igual intervalo de 2016.

Braskem (BRKM5)

A petroquímica Braskem teve lucro líquido consolidado de 1,905 bilhão de reais no primeiro trimestre deste ano, alta de 147 por cento em relação ao mesmo período de 2016, segundo balanço não auditado divulgado nesta manhã.

A empresa ainda apurou um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado recorde de 3,598 bilhões de reais entre janeiro e março, 16 por cento superior ante igual período do ano passado.

Conforme material de divulgação do resultado, o desempenho da companhia no período foi beneficiado, entre outros motivos, por maior volume de vendas em todos os segmentos e por melhora das operações no México.

Ainda no noticiário da Braskem, a Reuters informa que a Odebrecht concordou em entregar aos credores todos os dividendos da petroquímica e colocar mais ativos como colaterais dentro da renegociação, disseram as fontes da agência, que pediram para não ser identificadas porque os termos do acordo ainda não foram divulgados. Veja mais clicando aqui. 

Azul (AZUL4)

A Azul encerrou o primeiro trimestre deste ano com um lucro líquido de 55,3 milhões de reais, revertendo o prejuízo líquido de 66,9 milhões de reais apurado no mesmo intervalo do ano passado, segundo balanço divulgado nesta manhã de segunda-feira.

Paralelamente, a companhia divulgou projeções preliminares para 2017, sinalizando alta de 1 a 2 por cento nas decolagens, além de um crescimento de 11 a 13 por cento na oferta de assentos (ASK) com a substituição de aeronaves menores pelo modelo A320neo.

A margem operacional foi projetada entre 9 e 11 por cento.

De janeiro a março, a geração de caixa da Azul medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação, amortização e aluguel de aeronaves (Ebitdar) aumentou 36 por cento na base anual, para 562,2 milhões de reais.

A empresa aérea também apurou receita líquida de 1,9 bilhão de reais, superando em 12 por cento o desempenho do primeiro trimestre de 2016 graças ao fortalecimento da demanda. Já o total desembolsado com custos e despesas operacionais somou 1,669 bilhão de reais nos três primeiros meses de 2017, uma ligeira alta de 0,4 por cento na comparação anual.

Ao fim de março, a Azul contava com uma posição de caixa de 1,5 bilhão de reais, sem incluir os recursos provenientes da oferta pública inicial de ações (IPO, em inglês), concluída em meados de abril.

O resultado financeiro ficou negativo em 156,5 milhões de reais, ante 75 milhões de reais negativos entre janeiro e março de 2016. A Azul ainda reduziu a dívida líquida a 2,199 bilhões de reais, 36,8 por cento menor em relação ao primeiro trimestre do ano passado.

Sabesp (SBSP3)

A companhia de águas e saneamento do Estado de São Paulo, Sabesp, teve lucro líquido de 674,4 milhões de reais no primeiro trimestre, alta de 7,3 por cento sobre o mesmo período do ano passado.

A empresa informou geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de 1,353 bilhão de reais entre janeiro e março, crescimento de 49,1 por cento na comparação anual.

A companhia teve receita líquida de 3,558 bilhões de reais no primeiro trimestre, 17,5 por cento mais que o faturamento de um ano antes.

Enquanto isso, a linha custos e despesas somou 1,832 bilhão de reais, aumento de 2,1 por cento sobre o primeiro trimestre de 2016.

O Bradesco BBI vê dois riscos principais ao plano de capitalização do governo estadual: uma potencial oferta primária da Sabesp e quem será o novo sócio minoritário estratégico do governo de São Paulo na nova holding.

Já o Goldman Sachs aponta:  “temos uma avaliação positiva dos resultados”, “dado que o Ebitda superou nossas estimativas de consenso, refletindo a recuperação de volumes, bem como iniciativas de controle de custos”; “no futuro, acreditamos que o monitoramento da revisão tarifária preliminar, que deverá ser concluída até o terceiro trimestre de 2017, será fundamental para os múltiplos da Sabesp”.

B3 (BVMF3)

A operadora da bolsa de valores de São Paulo, B3 (antiga BM&FBovespa), teve lucro líquido ajustado de R$ 523,6 milhões no primeiro trimestre, alta de 9,6% na comparação com mesmo período do ano passado.

O resultado ajustado considera a incorporação da central depositária Cetip, no final do primeiro trimestre. Sem ajustes, o lucro líquido atribuível aos acionistas da B3 de janeiro a março foi de R$ 209 milhões, queda de 56% sobre um ano antes.

A receita subiu 7,6% em um ano, passando para R$ 940,9 milhões, e as despesas subiram 135,3%, para R$ 754,5 milhões. A companhia explicou que, como consequência da combinação das duas empresas, as demonstrações financeiras incluem apenas dois dias dos resultados da Cetip. Com isso, a análise é baseada em uma demonstração financeira gerencial combinada não auditada.

Banrisul (BRSR6)

O Banrisul registrou um lucro líquido de R$ 128,5 milhões e um lucro recorrente de R$ 183,3 milhões, queda de 2,5% na comparação anual. 

Os ativos totais somaram R$ 68,9 bilhões, alta de 4,4% na base de comparação anual, enquanto a carteira de crédito ampliada totalizou R$ 31,2 bilhões. Excluídas as garantias prestadas, o saldo de operações de
crédito é de R$ 30,5 bilhões, queda de 2,7% ante o primeiro trimestre de 2016. 

LPS Brasil (LPSB3)

A Lopes Brasil viu seu prejuízo líquido subir 53,5% no primeiro trimestre de 2017, passando de R$ 630 mil para R$ 940 mil. A receita teve queda de 33% na base de comparação anual, passando de R$ 39,3 milhões para R$ 26,2 milhões. O Ebitda foi negativo em R$ 5,641 milhões ante R$ 5,862 milhões positivos no primeiro trimestre do ano passado.

Petrobras (PETR3; PETR4)
Segundo fontes ouvidas pela Bloomberg, a Petrobras volta a mercado externo e reabre notas seniores com vencimento em 2022, 2027, 2044. Os recursos são para repagamento e uso geral da companhia. 

Já na sexta, a Petrobras informou que foi notificada da decisão do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) definitiva e favorável à companhia, em processo administrativo fiscal que aborda o momento da dedutibilidade dos gastos incorridos pela Petrobras com o desenvolvimento da produção de petróleo e gás, para fins de apuração do Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, referente ao exercício de 2009, no valor atualizado de R$ 5,8 bilhões.

Vale (VALE3;VALE5)

O Conselho de Administração da Vale aprovou por unanimidade a reeleição de cinco diretores executivos da companhia, segundo comunicado da mineradora nesta sexta-feira.

Em reunião na quinta-feira, foi aprovada a reeleição de Clovis Torres Junior, diretor de Recursos Humanos, Sustentabilidade, Integridade Corporativa e Consultoria Geral; Gerd Peter Poppinga, diretor de Ferrosos; Jennifer Anne Maki, da área de Metais Básicos, Luciano Siani Pires, diretor de Finanças, e Roger Allan Downey, da área de Fertilizantes, Carvão e Estratégia.

Gerdau (GGBR4)

O grupo Gerdau está com negociações avançadas para vender uma das duas siderúrgicas que controla no México, a Sidertul, segundo fontes ouvidas pelo Valor Econômico. O negócio está em linha com a intenção da companhia de manter no portfólio ativos de maior rentabilidade e conseguir engrossar o caixa saindo de subsidiárias que não dão o retorno desejado.

 

Rumo (RAIL3)
A juíza Ana Lúcia Cogo Casari Castanho Ferreira, da 1ª Vara do Trabalho de Araraquara (SP), condenou a Rumo Logística a pagar R$ 15 milhões de indenização em danos morais coletivos por trabalho análogo à escravidão. Segundo ação do Ministério Público do Trabalho, a empresa mantinha motoristas de caminhão com jornadas que chegavam a 34 horas.

A decisão cabe recurso no Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região. Em nota, a assessoria de imprensa da Rumo negou as irregularidades e informou que a empresa vai recorrer da decisão. 

Ser Educacional (SEER3)

O conselho de administração da Ser Educacional aprovou em reunião realizada em 12 de maio a realização de uma oferta pública de distribuição primária, com esforços restritos de colocação, por meio da qual poderá levantar aproximadamente 445 milhões de reais.

Serão ofertadas 17.429.152 ações ordinárias, informou a empresa em comunicado ao mercado. O preço por ação será fixado após a conclusão do procedimento de coleta de intenções de investimento (bookbuilding), que se iniciará na terça-feira e se encerrará em 24 de maio.

Com base no valor de fechamento de sexta-feira, de 25,52 reais por ação, a oferta permitirá à Ser Educacional levantar o equivalente a 444,79 milhões de reais.

Conforme o documento, os recursos provenientes da operação serão usados para financiar a expansão de seu negócio, por meio de aquisições, investimentos em crescimento orgânico, incluindo os pólos de ensino à distância (EAD) e os presenciais.

 OGPar (OGXP3)

A OGPar, antiga OGX Petróleo, informou ao mercado que a produção de óleo do mês de abril de 2017 alcançou um total de 239.174 barris, refletindo a produção do Campo de Tubarão Martelo.

(Com Reuters, Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.