Santander perde processo de R$ 2 bi; IPO de controlada da Marfrig e 9 resultados agitam a noite

Confira os principais destaques corporativos da noite desta quinta-feira (11)

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Noticiário bastante agitado na noite desta quinta-feira (11). Além do resultado da Petrobras (clique aqui para saber tudo), outros 9 balanços foram apresentados. Enquanto isso, a Marfrig confirmou o pedido de sua subsidiária Keystone para fazer um IPO nos Estados Unidos, e o Santander sofreu uma derrota em julgamento no Carf. Confira os destaques:

Qualicorp (QUAL3)
A administradora de planos de saúde Qualicorp teve lucro líquido consolidado de R$ 111,5 milhões nos primeiros três meses de 2017, recuo de 43,8% ante mesma etapa do ano passado, conforme dados divulgados pela companhia nesta quinta-feira. O Ebitda (lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização, na sigla em inglês) ajustado aumentou 26% sobre igual período de 2016, para R$ 237,3 milhões. A margem Ebitda ajustada subiu para 46,8%, de 41,4% um ano atrás.

A Qualicorp apurou receita líquida de R$ 507,1 milhões entre janeiro e março, superando em 11,5% o desempenho dos três primeiros meses de 2016. Enquanto isso, as despesas operacionais consolidadas recorrentes recuaram 10,2% na mesma base, para R$ 343,3 milhões.

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Ao fim de março, a empresa contava com um total de 4,5 milhões de beneficiários, queda de 7% ante o mesmo intervalo do ano passado devido, principalmente, à redução de 46,3% em contratos corporativos. Os investimentos da Qualicorp recuaram 43,1% em relação aos três primeiros meses de 2016, para R$ 18,1 milhões. A companhia tinha uma dívida líquida total de R$ 216,8 milhões em 31 de março, 50,6% menor do que em dezembro de 2016.

Cyrela (CYRE3)
A construtora e incorporadora Cyrela teve lucro líquido consolidado de R$ 34,25 milhões no primeiro trimestre deste ano, queda de 61,5% frente ao mesmo intervalo de 2016 devido à redução das vendas e ao nível ainda elevado de distratos.

Conforme material de divulgação do balanço, o lucro líquido atribuído aos controladores no período foi de R$ 4,025 milhões, bem inferior aos R$ 61,271 milhões apurados entre janeiro a março do ano passado. A margem líquida caiu 7 pontos percentuais na mesma base, para 0,6%, e a bruta recuou 3,7 pontos percentuais, para 31,1%.

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A Cyrela ainda reportou queda de 14,5% na receita bruta total, para R$ 712 milhões, devido ao menor volume de vendas. Mas a empresa teve geração de caixa operacional positiva de R$ 158 milhões, revertendo o resultado negativo do primeiro trimestre de 2016, quando queimou R$ 13 milhões. Enquanto isso, as despesas gerais e administrativas subiram 4,6% na comparação anual, para R$ 100 milhões, e as comerciais caíram 14,7%, para R$ 87 milhões.

A Cyrela reduziu o endividamento líquido para R$ 1,54 bilhão ao fim de março, de R$ 1,698 bilhão em dezembro de 2016. Com isso, a alavancagem medida pela relação dívida líquida sobre patrimônio líquido caiu de 25,1% para 22,7%.

Em 17 de abril, o grupo havia antecipado dados operacionais do primeiro trimestre, com 4,3% nas vendas contratadas ante igual período de 2016, para R$ 520 milhões. Do total, R$ 199 milhões compreendiam estoques prontos, R$ 209 milhões eram unidades em construção e R$ 112 milhões em lançamentos.

MRV Engenharia (MRVE3)
A MRV, maior construtora de imóveis econômicos do país, teve lucro líquido de R$ 131 milhões no primeiro trimestre deste ano, superando em 2% o desempenho de igual período de 2016, e se prepara para um novo recorde de lançamentos no segundo trimestre.

Segundo o copresidente da MRV, Rafael Menin, o resultado líquido teria sido maior não fosse pelo aumento de 41,5% das despesas financeiras e gastos maiores com marketing. “Vamos reforçar a marca, mesmo que isso comprometa o balanço da companhia no curto prazo”, disse o executivo.

De janeiro a março, as despesas gerais e administrativas subiram 7,6% na comparação anual, para R$ 71 milhões, e as comerciais aumentaram 10,1% na mesma base, para R$ 128 milhões. As despesas financeiras cresceram para R$ 27 milhões. A receita operacional líquida somou R$ 1,007 bilhão nos três primeiros meses, alta anual de 2,6%, mas 5% menor frente ao quarto trimestre.

Já a margem bruta subiu para 33,6% ao fim de março, ante 32,9% um ano atrás, devido à redução dos custos com aquisição de terrenos, materiais de construção e mão-de-obra. A MRV apurou lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 160 milhões, estável frente ao quarto trimestre, mas 6 por cento acima do desempenho apurado entre janeiro e março de 2016.

A construtora tinha R$ 2,9 bilhões em caixa ao fim de março, 48,6% mais que em igual período um ano antes. Enquanto isso, o endividamento somou R$ 3,278 bilhões, sendo R$ 1,24 bilhão com financiamento e construção e R$ 2,038 bilhões com dívida corporativa.

Rossi (RSID3)
O prejuízo líquido da Rossi Residencial aumentou 15% no primeiro trimestre, para R$ 162,88 milhões. Já a receita líquida cresceu 29%, para R$ 138,62 milhões, enquanto o custo dos imóveis e serviços vendidos avançou 25,9%, para R$ 141 milhões. A margem bruta, por sua vez, ficou negativa em 1,7%, ante o indicador também negativo de 4,6% no primeiro trimestre do ano passado.

Marfrig (MRFG3)
A companhia de alimentos Marfrig Global Foods informou que sua subsidiária Keystone Foods submeteu à Securities and Exchange Comission (SEC, órgão que regula o mercado de capitais norte-americano) registro inicial para abertura de capital nos Estados Unidos, segundo comunicado divulgado nesta quinta-feira.

O documento informa que a Keystone planeja usar os recursos provenientes da oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) para “financiar crescimento e para usos gerais corporativos”. A Marfrig esclarece, ainda, que a conclusão do IPO está sujeita à revisão da SEC e às condições de mercado.

Santander (SANB11)
O Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) discutiu nesta quinta-feira a privatização do Banespa, ocorrida há mais de 15 anos. A instância máxima do tribunal manteve uma cobrança fiscal de aproximadamente R$ 2 bilhões lançada contra o Santander, por aproveitamento indevido de ágio na aquisição do extinto banco paulista, segundo informações do portal JOTA.

Apesar da alta cifra, o Santander venceu parte do recurso, que originalmente discutia uma cobrança, em valores não atualizados, de R$ 4 bilhões. No Carf, os conselheiros derrubaram uma multa de 150% aplicada contra o banco, além de entenderem pela decadência de parte do montante total, ou seja, consideraram que a Fazenda Nacional não teria mais direito de cobrar parte do valor.

Lojas Americanas (LAME4)
A varejista Lojas Americanas ampliou significativamente o prejuízo no primeiro trimestre ante o mesmo período do ano anterior, pressionada por efeitos de calendário, com a Páscoa em 2017 ficando para o segundo trimestre (abril), diferentemente de 2016, quando caiu em março.

O prejuízo líquido consolidado da companhia saltou para R$ 132,9 milhões de janeiro a março, ante resultado negativo de R$ 23,9 milhões em igual etapa do ano passado. O Ebitda ajustado somou R$ 449,4 milhões, recuo de 11,8% em relação ao primeiro trimestre de 2016. A margem Ebitda ajustada passou de 12,9% para 12,6%.

“…as vendas relativas ao evento (Páscoa) ficaram concentradas no segundo trimestre, influenciando significativamente as comparações do primeiro trimestre de 2017 em relação aos resultados e saldos de balanço do primeiro trimestre de 2016”, disse a empresa no material de divulgação do balanço.

De janeiro a março, a receita líquida consolidada caiu 9,2% ano a ano, para R$ 3,57 bilhões. A receita bruta somou R$ 4,2 bilhões, queda de 10,3%, mas com alta de 1,5 ponto percentual na margem, para 29,2%. Para neutralizar o efeito calendário, a varejista divulgou a variação das principais linhas do resultado no acumulado dos quatro primeiros meses do ano.

No primeiro trimestre de 2017, a despesa financeira líquida consolidada da Lojas Americanas somou R$ 594,4 milhões, alta de 24,3% ante o montante apurado um ano antes, reflexo principalmente da variação da dívida líquida da companhia nos últimos 12 meses.

O endividamento líquido da Lojas Americanas somou R$ 4,9 bilhões no final de março, contra R$ 4,5 bilhões no final de março de 2016. A dívida líquida em relação ao Ebitda ajustado dos últimos 12 messes ficou em 1,8 vez contra 1,7 vez no encerramento do primeiro trimestre do ano passado.

B2W (BTOW3)
A B2W registrou um prejuízo líquido de R$ 176,8 milhões no primeiro trimestre deste ano, ampliando em 33,3% as perdas de R$ 132,6 milhões de igual período de 2016. Já a receita líquida somou R$ 1,6 bilhão no período, queda de 7,6% em um ano. O Ebitda ajustado ficou em R$ 127,2 milhões, recuo de 14,3%.

“O primeiro trimestre do ano reflete a decisão da B2W Digital de acelerar a mudança do seu modelo de negócios, de e-commerce para modelo híbrido de plataforma digital (combinação de vendas diretas, marketplace e serviços), similar ao operado pelos players globais dominantes”, justificou a empresa. 

CCR (CCRO3)
A administradora de concessões de infraestrutura CCR anunciou nesta quinta-feira que teve lucro líquido de R$ 329 milhões no primeiro trimestre, um aumento de 32,9% ante mesma etapa de 2016. Excluindo efeitos não recorrentes, como a venda da controladora da Sem Parar, em meados do ano passado, e os novos negócios que não estavam operacionais na mesma etapa do ano passado, somou R$ 338,5 milhões, alta de 46,6%.

Operacionalmente, o resultado foi mais fraco. O tráfego consolidado nas rodovias administradas pela CCR, teve queda de 2,7% ano a ano, refletindo a recessão no país. No entanto, a receita líquida cresceu 3,4% contra o primeiro quarto de 2016, para R$ 1,69 bilhão, refletindo entre outros fatores o reajuste de tarifas de pedágios.

Da mesma forma, o lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado subiu 3,9%, para R$ 1,03 bilhão. Além disso, a dívida líquida da companhia como proporção do Ebitda caiu de 3,2 vezes para 1,8 vez, reduzindo o serviço da dívida. A companhia concluiu em fevereiro uma oferta restrita de novas ações, com a qual levantou R$ 4 bilhões.

Lojas Marisa (AMAR3)
A Lojas Marisa registrou lucro líquido de R$ 14,7 milhões no primeiro trimestre, revertendo um prejuízo de R$ 17,2 milhões um ano antes. O balanço foi beneficiado, principalmente, por fatores não recorrentes, como a reversão de créditos tributários referentes ao PIS e Cofins, além da venda da carteira de recebíveis de produtos de serviços financeiros (PSF).

Já a receita da companhia cresceu 1,1%, passando de R$ 608,5 milhões para R$ 615,4 milhões. As vendas totais do varejo caíram 1%, para R$ 449,5 milhões em relação ao primeiro trimestre de 2016. No conceito mesmas lojas (unidades que foram abertas há pelo menos um ano), a queda foi de 1,3%.

CPFL Energia (CPFE3)
A CPFL Energia registrou lucro líquido de R$ 232 milhões no primeiro trimestre de 2017, resultado praticamente estável ante o mesmo período do ano passado, informou a companhia nesta quinta-feira. O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda, na sigla em inglês) somou R$ 1,196 bilhão no primeiro trimestre, alta de 15,6% na comparação anual, segundo o comunicado.

B3 (BVMF3)
A B3 revisou seu Programa Destaque em Governança de Estatais para que o mesmo esteja alinhado com a Lei nº 13.303, a Lei das Estatais. A B3 lançou seu programa em setembro de 2015 em meio aos desdobramentos da Operação Lava Jato. Até o momento nenhuma estatal aderiu ao programa. A Coluna do Broadcast havia informado no fim de fevereiro que a Bolsa trabalhava em alterações no programa.

“Diante da edição da Lei e, posteriormente, dos Decretos, a B3 identificou a necessidade de adequar o texto do Programa. O novo texto foi discutido com a Câmara Consultiva de Mercado de Governança de Estatais no período compreendido entre dezembro de 2016 e fevereiro de 2017, sendo aprovado pela Diretoria Executiva e pelo Conselho de Administração da B3 no primeiro trimestre deste ano”, destaca a companhia em ofício circular enviado ao mercado.

De acordo com o documento, um das principais alterações no texto estão ajustes nas regras para a indicação de administradores, a composição dos Comitês, na Política de Transações com Partes Relacionadas e na reformulação da medida relativa ao Formulário de Referência.

Outra mudança refere-se à extinção da possibilidade de certificação em duas categorias. “A partir de agora, a companhia poderá ser certificada se adotar todas as medidas no momento do pedido de adesão ou se adotar, no momento da adesão, as seis medidas obrigatórias de governança corporativa, e obter, no mínimo, quarenta e oito pontos dentre as demais medidas de governança corporativa estabelecidas pelo Programa”. No segundo caso, a B3 explica que a companhia terá o prazo de três anos para a adoção integral das medidas sob pena de perda da certificação.

Usiminas (USIM5)
O conselho de administração da Usiminas aprovou proposta da diretoria da siderúrgica mineira para retomada das operações do alto forno número 1 da usina de Ipatinga a partir de abril de 2018, disse companhia em comunicado nesta quinta-feira.

Conforme o documento, a retomada do alto forno demandará investimentos de cerca de R$ 80 milhões e elevará a capacidade atual de produção da Usiminas, reduzindo exposição à compra de placas de terceiros.

O alto forno número 1 da usina de Ipatinga foi temporariamente paralisado em junho de 2015 em razão da necessidade da empresa, à época, de adequar sua produção à queda da demanda por aços planos no mercado brasileiro, diz o comunicado.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.