Construtora dispara 26% com novo investidor, JBS sobe 8% após concluir aquisição e varejistas saltam até 14%

Confira os principais destaques de ações da bolsa nesta terça-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa teve forte alta nesta terça-feira (2), em meio à leitura positiva do mercado para a aprovação das reformas propostas pelo governo de Michel Temer. Com isso, o índice subiu 2,02% nesta sessão, a 66.721 pontos, com apenas 4 das 58 ações fechando no negativo. 

No Visão Técnica da última sexta-feira (veja aqui), o analista Aliakyn Pereira de Sá, da XP Investimentos, comentava que o Ibovespa deveria buscar os 66.500 pontos nesta semana, um ponto considerado como “divisor de águas” para o mercado. Se conseguir romper esse patamar, poderia dar espaço para mais altas da bolsa. Ele destacou também que a Vale (VALE5) poderia abrir oportunidade de compra caso rompa a região dos R$ 27,70. Neste momento, ela é cotada a R$ 26,92. 

As maiores altas ficaram por conta das varejistas e os frigoríficos. A JBS liderou os ganhos do índice, subindo 8%, após concluir aquisição nos Estados Unidos. Animou também que, mesmo com a “Carne Fraca”, exportações de carne avançaram 25% em abril. Os papéis da BRF saltaram 4,93%, enquanto as ações da Minerva e Marfrig subiram cerca de 2%. Já no caso das varejistas, a Lojas Americanas disparou 7,36%, em meio à recomendação de compra. 

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Entre os papéis de peso do índice, as ações da Petrobras zeraram os ganhos nesta tarde, com a virada dos preços do petróleo no mercado internacional. Ajudou a amenizar o movimento no final do pregão o comentário do CEO da estatal, Pedro Parante, de que a Justiça derrubou liminar que suspendia operações e venda de participação da Petrobras no campo de Carcará para a Statoil.  

Fora do Ibovespa, duas ações chamam atenção nesta sessão: a Via Varejo dispararam 11,25% com especulações sobre a venda de fatia pelo Pão de Açúcar; enquanto Rossi saltou 26,19% com entrada de novo investidor. 

Confira abaixo os principais destaques de ações da bolsa nesta terça-feira:

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Vale (VALE3, R$ 27,99, +1,89%;VALE5, R$ 26,88, +2,36%)

As ações da Vale registraram alta, seguindo o movimento dos ADRs (American Depositary Receipts) na véspera, quando o mercado brasileiro esteve fechado por conta do feriado de 1 de maio. A sessão da véspera foi de ganhos embalados pela forte alta do minério de ferro, que subiu para US$ 68,80 em Qingdao, alta de 3,58% em relação ao fechamento anterior. Na sessão de hoje, o minério teve leve queda de 0,12%. 

As siderúrgicas também subiram nesta sessão, com destaque para Usiminas (USIM5, R$ 4,42, +3,76%), Gerdau (GGBR4, R$ 10,08, +2,86%) e CSN (CSNA3, R$ 7,95, +2,58%). 

Petrobras (PETR3, R$ 14,38, +0,14%;PETR4, R$ 14,02, +0,36%)

As ações da Petrobras zeram os ganhos de quase 3% nesta sessão, após virada para baixo dos preços do petróleo. Lá fora, os contratos do petróleo WTI fecharam em queda de 2,4%, a US$ 47,66 o barril, em meio a temores de aumento da produção da commodity que poderia anular os esforços da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). Os investidores seguem ainda na expectativa por dados de estoques de petróleo nos Estados Unidos, que serão revelados amanhã às 11h30 (horário de Brasília). 

No radar, o comentário do presidente da Petrobras, Pedro Parente, ajudou a amenizar o impacto negativo da reviravolta dos preços do petróleo. Em evento em Houston, nos Estados Unidos, ele disse que a Justiça de Pernambuco derrubou liminar que suspendia operações e venda da participação da Petrobras no campo de Carcará para a Statoil. 

Ontem, ele concedeu também uma entrevista à Bloomberg e disse que a Petrobras vai anunciar “muito em breve” um novo programa de venda de ativos. Segundo ele, a estatal tem lista com cerca de 40 ativos, avaliados em cerca de US$ 40 bilhões, para poder atingir a meta de US$ 21 bilhões em desinvestimentos e parcerias em 2017 e 2018. Parente comentou ainda que a Petrobras mantém os planos de buscar um parceiro para a BR Distribuidora, mas não descarta também a possibilidade de fazer um IPO (Initial Public Offering) da empresa. Os papéis da estatal devem reagir ainda à alta de seus ADRs no feriado. 

JBS (JBSS3, R$ 11,05, +7,94%)
As ações da JBS fecharam como a maior alta do Ibovespa, perto da máxima do dia (+8,01%, a R$ 11,06), após a companhia anunciar que concluiu a aquisição da fabricante norte-americana de produtos suínos Plmurose. O negócio foi fechado por US$ 230 milhões. Segundo o comunicado, a Plumrose inclui cinco fábricas de produtos preparados localizadas nos estados de Indiana, Iowa, Mississippi e Vermont; dois centros de distribuição localizados em Indiana e Mississippi.

Contribuiu para o otimismo também o resultado da balança comercial de abril. Mesmo com a Operação “Carne Fraca”, da Polícia Federal, as exportações de carne avançaram 25% no mês passado. 

Os papéis das demais ações do setor também subiram hoje: BRF (BRFS3, R$ 41,66, +4,70%), Minerva (BEEF3, R$ 10,29, +1,88%) e Marfrig (MRFG3, R$ 7,38, +2,22%). 

Lojas Americanas (LAME4, R$ 18,08, +7,36%)
As ações da Lojas Americanas figuraram como a segunda maior alta do Ibovespa, após recente recomendação de compra pela Modena Capital. A casa de research, comandada pelo analista Marcos Elias, recomendou no dia 27 de abril a compra da ação, citando que a empresa está entregando elevada receita líquida (crescimento das vendas de 8% no 1° trimestre, na comparação anual) e expansão de margens, mesmo em um cenário ruim para as varejistas. 

Bancos

Os bancos também avançaram após a alta dos ADRs na véspera. Os papéis do Bradesco (BBDC4, R$ 31,19, +2,69%), Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 40,05, +2,05%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 33,89, +3,17%) subiram entre 2% e 3%.  O setor também digeriu o saldo das manifestações na última sexta-feira (28) que, segundo analistas não deve afetar o cronograma de reformas trabalhista e da Previdência no Congresso.  

Embraer (EMBR3, R$ 14,76, -3,91%)

As ações da Embraer encerraram como a maior queda do Ibovespa, após o balanço fraco do primeiro trimestre. A fabricante brasileira de aeronaves  teve lucro líquido de 134,9 milhões de reais no primeiro trimestre deste ano, queda de 65% ante os 385,7 milhões de reais apurados no mesmo período de 2016.

A empresa apurou geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de 299,8 milhões de reais entre janeiro e março de 2017, ante 612,2 milhões de reais um ano atrás.

Segundo o BTG Pactual, o resultado foi fraco, com números reportados abaixo das estimativas já conservadoras do banco, principalmente culpa do opex mais pesado. A receita líquida reportada foi de US$ 1.02 bilhão (3% acima), enquanto o EBIT ajustado foi de US$31 milhões (45% abaixo do esperado pelo BTG), enquanto a margem EBIT ajustada de 3% foi abaixo do esperado. “Embora tenha sido um trimestre fraco (o que é sazonalmente comum), o guidance para 2017 foi reiterado (em linha com o esperado), o que naturalmente é uma notícia positiva”, avaliam os analistas. 

Kroton (KROT3, R$ 15,31, +2,41%)

As ações da Kroton registraram um novo dia de ganhos após a alta de 1,22% na sexta-feira. Na sexta, a companhia foi classificada com recomendação outperform pelo Credit Suisse e preço-alvo de R$ 16,00.

Hypermarcas (HYPE3, R$ 30,38, +1,06%)

A Hypermarcas teve alta após balanço do 1° trimestre. A companhia registrou lucro líquido de R$ 183,5 milhões no período, queda de 81,8% na comparação com o mesmo período de 2016. O resultado foi influenciado pelo desempenho de operações classificadas como “descontinuadas” pela empresa. Considerando apenas as operações continuadas, o lucro líquido atingiu R$ 252,3 milhões de janeiro a março, com crescimento de 114% na mesma base de comparação. 

Ao longo de 2016 e no início de 2017, a companhia anunciou a venda de seu negócio de cosméticos para a Coty, por R$ 3,8 bilhões; da divisão de preservativos para a Reckitt Benckiser, por R$ 675 milhões; e de sua área de produtos descartáveis ao Ontex Group, por R$ 1 bilhão.  Já a receita líquida subiu em 12,2% no período, para R$ 927,9 milhões, acima das estimativas de R$ 911,3 milhões compiladas pela Bloomberg. O Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) das operações continuadas foi de R$ 349,4 milhões, crescimento de 38% na comparação anual, enquanto a margem Ebitda (Ebitda/Receita Líquida) passou de 37,5% um ano antes para 37,7%. 

De acordo com o Bradesco BBI,  o resultado foi “robusto”; “no entanto, o bom desempenho no primeiro trimestre não significa necessariamente que a empresa consiga superar seu próprio guidance”.

Porto Seguro (PSSA3, R$ 28,67, -0,17%)

A Porto Seguro teve leve queda após o balanço. A companhia registrou lucro líquido de R$ 216 milhões no primeiro trimestre, queda de 10% na base anual, enquanto o ROAE foi de 13,8% no primeiro trimestre, queda de 3 pontos percentuais. O resultado financeiro total foi de R$ 306 milhões no primeiro trimestre, queda de 13% na base anual.

Rossi (RSID3, R$ 7,95, +26,19%)
As ações da Rossi dispararam nesta sessão, fechando perto da máxima do dia (+27,78%, a R$ 8,05), após notícia de que o investidor Silvio Tini, dono da holding Bonsucex, que tem participações relevantes em empresas como Gerdau, Alpargatas (calçados) e a mineradora Paranapanema, tornou-se o segundo maior acionista da construtora, que está em processo de reestruturação de suas pesadas dívidas (veja aqui). Com uma fatia de cerca de 14% na Rossi, Tini começou a comprar as ações da companhia em janeiro, desbancando o fundo Vinci, que detém cerca de 9% do negócio. O controle está nas mãos da família Rossi, dona de cerca de 25% da empresa.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Tini disse que decidiu apostar na empresa, com a volta da família controladora ao comando da companhia. “Eles estão colocando o patrimônio deles em risco. Vejo isso como um sinal de confiança de que eles querem que a empresa volte a recuperar”, disse. 

O volume financeiro movimentado com as ações da Rossi atingiu R$ 8,3 milhões nesta sessão, contra média diária de R$ 1,6 milhão dos últimos 21 pregões. 

Via Varejo (VVAR11, R$ 13,25, +11,25%)
As units da Via Varejo dispararam, com especulações sobre a venda pelo Grupo Pão de Açúcar (PCAR4, R$ 73,00, +1,74%). Na máxima do dia, a varejista chegou a subir 12,43% para R$ 13,39. O volume financeiro movimentado hoje alcançou R$ 37,4 milhões, contra média diária de R$ 10,6 milhões nos últimos 21 pregões.  

No último domingo, a coluna do Broad, do jornal O Estado de S. Paulo, apontou que, depois da melhora do resultado do Pão de Açúcar no primeiro trimestre, a venda da Via Varejo deve ficar para depois, na intenção de deixar o processo de venda para um momento mais competitivo. 

No primeiro trimestre, o Pão de Açúcar atingiu lucro líquido de R$ 5,99 bilhões, revertendo prejuízo de R$ 157 milhões registrado um ano antes, em um desempenho apoiado no crescimento da divisão de atacarejo Assaí. Na sexta-feira, os papéis da companhia dispararam 9,50%, em reação aos números dos três primeiros meses de 2017.