“Recibos de ações” brasileiros sobem em NY durante feriado; minério avança 3,5% e puxa Vale

Dow Jones Brazil Titans 20 sobe 0,4% e segue esteira de ganhos das bolsas norte-americanas, com Nasdaq renovando máxima histórica; petróleo cai mais de 1%, mas não afeta Petrobras

Thiago Salomão

Publicidade

SÃO PAULO – Enquanto no Brasil os investidores aproveitam o feriado de 1º de Maio para descansar, os ADRs (American Depositary Receipts) brasileiros, que funcionam como “recibos de ações” negociados na bolsa de valores de Nova York, seguem a todo vapor. Nesta segunda-feira (1), prevalece o otimismo nos mercados internacionais, contribuindo para um pregão positivo para estes ativos brasileiros.

Às 12h05 (horário de Brasília), o Dow Jones Brazil Titans 20, índice que acompanha os principais ADRs negociados na NYSE, marcava alta de 0,40%, a 20.554 pontos, com praticamente todos os ativos brasileiros operando no positivo. Destacava-se entre as maiores altas os recibos de ações do Bradesco (BBD, +1,42, US$ 10,71).

Os ADRs da Vale (VALE, +0,41%, US$ 8,61) e CSN (SID, +1,25%, US$ 2,43) subiam embalados pela forte alta do minério de ferro negociado na China: o minério negociado no porto de Qingdao com 62% de pureza fechou cotado a US$ 68,80, uma valorização de 3,58% em relação ao fechamento anterior. Também influenciada por uma commodity, a Petrobras via tanto os ADRs que representam suas ações preferenciais (PBR.A, +0,69%, US$ 8,79) quanto as ordinárias (PBR, +0,28%, US$ 9,03) avançarem no começo desta tarde, apesar do contrato futuro barril do petróleo estar caindo 1,32% em Nova York, para US$ 48,68.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

O único destaque negativo expressivo dentre os ADRs brasileiros era a Gafisa (GFA, -1,49%, US$ 3,07), ainda digerindo a conclusão da cisão entre a empresa e a Tenda, que resultou em uma forte queda das ações GFSA3 na bolsa brasileira na semana passada (entre quarta e sexta-feira, os papéis da construtora desabaram 10,5%). 

No mesmo horário, os três principais índices acionários dos Estados Unidos operavam em alta, com destaque para o Nasdaq Composite (que concentra as ações de tecnologia), que subia 0,51% e chegou a 6.078 pontos – nova máxima histórica. O Dow Jones, que mede o desempenho das 30 principais blue chips norte-americanas, avançava 0,10% no mesmo horário, a 20.960 pontos, enquanto o S&P500, que engloba as 500 principais empresas dos EUA, tinha variação positiva de 0,25%, chegando a 2.390 pontos.

A semana
Embora a agenda econômica comece pouco movimentada nesta segunda, a semana reserva eventos importantes: na quarta-feira (3), o Federal Reserve definirá a nova taxa de juros dos EUA – a aposta consensual do mercado é de manutenção da taxa – enquanto na sexta-feira será divulgado o Relatório de Emprego dos EUA, um dos principais indicadores monitorados por lá. Já no final de semana, teremos o segundo turno das eleições para presidente na França: por enquanto, pesquisas apontam 60% de intenções de votos para Emmanuel Macron, contra 40% das intenções para Marine Le Pen. 

Continua depois da publicidade

Por aqui, a agenda fraca na economia dá lugar para um  noticiário político agitado: com a Greve Geral e as manifestações de 1º de maio já digeridas, a agenda de reformas deve começar a evoluir no Congresso. Após as mudanças na lei trabalhista passarem na Câmara dos Deputados na última quinta-feira por 296 votos a favor e 177 contra, os próximos passos das reformas devem ser a trabalhista ser avaliada pelo Senado e a Previdência ser votada pela comissão.

Eventos do dia
Na pauta de indicadores econômicos dos EUA, foi divulgado que a 
renda pessoal subiu 0,2% entre fevereiro e março, enquanto os gastos com consumo ficaram estáveis no período, segundo levantamento do Departamento do Comércio do país – analistas previam elevação de 0,3% na renda e de 0,2% no consumo. Já o índice de inflação (PCE) caiu 0,2% em março, o primeiro declínio desde fevereiro de 2016 e o maior recuo desde janeiro de 2015. Em 12 meses até março, o índice PCE avançou 1,8%, depois de crescer 2,1% em fevereiro – o núcleo do PCE é a principal medida de inflação do Federal Reserve, que persegue uma meta de 2% de inflação.

Já os investimentos em construção nos Estados Unidos tiveram queda de 0,2% em março ante fevereiro, segundo dados oficiais do Departamento do Comércio, divulgados nesta segunda-feira. Analistas ouvidos pelo Wall Street Journal previam avanço de 0,5%. Apesar do resultado abaixo do esperado, o dado de janeiro foi revisado de +0,8% para +1,8%, atingindo nível recorde de alta.

 

Thiago Salomão

Idealizador e apresentador do canal Stock Pickers