Dólar futuro salta até R$ 3,222 em 15 minutos após PIB dos EUA decepcionar

Economia americana cresce 0,7% no primeiro trimestre; foi o pior desempenho para o período em três anos

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – A divulgação do pior resultado da atividade econômica norte-americana para primeiro trimestre em três anos provocou uma disparada nos contratos de dólar futuro e atenuou os ganhos do Ibovespa Futuro nesta sexta-feira (28). Em cinco minutos, os contratos futuros da moeda americana com vencimento em junho saltaram de R$ 3,203 para R$ 3,214. Já o Ibovespa Futuro com vencimento em junho, às 9h45 (horário de Brasília), subia 0,10%, a 65.540 após chegar a bater 65.840.

No mesmo horário, os contratos de juros futuros com vencimento em janeiro de 2018, por sua vez, caíam 1 ponto-base, a 9,50, ao passo que os DIs com vencimento em janeiro de 2021 saltavam 2 pontos-base, a 10,14%.

O Departamento do Comércio dos Estados Unidos informou que a economia local cresceu 0,70% no primeiro trimestre, frustrando as expectativas do mercado. A mediana das projeções de analistas consultados pela Bloomberg apontava para uma alta de 1%, o que já sinalizaria uma desaceleração em relação ao último indicador anunciado — de alta de 2,1%.

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Confira ao que se atentar neste pregão:

Greve geral

Trabalhadores de dezenas de categorias anunciaram adesão à greve geral convocada para sexta-feira contra as reformas trabalhista e da Previdência, anunciaram movimentos sindicais, que prometeram uma enorme paralisação nacional em protesto contra projetos considerados prioritários pelo governo do presidente Michel Temer.

Funcionários dos transportes públicos, portuários, aeroviários, professores, petroleiros, metalúrgicos e bancários, entre outros, estão entre aqueles que decidiram aderir ao movimento convocado pelas centrais sindicais contra as reformas em tramitação no Congresso, segundo as centrais. Além das paralisações de diversas categorias também foram convocados protestos ao longo do dia em várias cidades do país, como um ato dos grevistas na praça da Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro, e um protesto convocado pela Frente Brasil Popular e o movimento Povo Sem Medo no Largo da Batata, na capital paulista.

O Palácio do Planalto tenta minimizar o impacto da greve geral convocada pelas centrais sindicais para esta sexta-feira, mas fontes governistas ouvidas pela Reuters admitem que o movimento deve ser maior do que o do mês de março e teme a ação de grupos violentos, especialmente no final do dia. Durante a quinta-feira, em uma série de reuniões, o governo tentou avaliar o tamanho que as manifestações devem atingir, mas fontes palacianas admitem que é difícil avaliar o impacto exato. 

Em São Paulo, metrô (com exceção da linha 4-amarela), trens e ônibus não circulam; manifestantes protestam nas rodovias Dutra, Anhanguera e Régis Bittencourt. A greve também já atinge os transportes no Rio, Brasília e outras capitais. 

Noticiário político

Enquanto monitora atentamente as greves contra as reformas, o Planalto negocia votos para a Previdência. O governo vai usar os próximos dias para levantar caso a caso a situação dos partidos e deputados que votaram contra o governo na reforma trabalhista e tentar reverter votos contrários, mas já admite estender “por alguns dias” o cronograma da reforma da Previdência para não correr riscos, disseram à Reuters fontes palacianas.

O próprio presidente Michel Temer deve entrar nas conversas, em casos específicos e, segundo a fonte, admite atrasar o cronograma por alguns dias, se for preciso. Conforme informa o jornal O Estado de S. Paulo, o projeto só começará a ser votado no plenário da Câmara no fim de maio, na avaliação do primeiro vice-líder do governo na Casa, deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), um dos mais aguerridos parlamentares favoráveis à reforma.

Vale ficar atento ainda ao noticiário sobre a Operação Lava Jato. Segundo o jornal Valor Econômico, da prisão, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha vem passando recados a correligionários no governo, em relatos que se espalham como mais uma das ameaças de delação premiada do peemedebista.

Noticiário corporativo

O noticiário corporativo é bastante movimentado nesta sexta-feira com destaque, mais uma vez, para a temporada de balanços. O Pão de Açúcar reverteu prejuízo e lucrou R$ 125 milhões no primeiro trimestre, a TIM Participações teve lucro de R$ 132 milhões, enquanto a Raia Drogasil teve lucro de R$ 105,4 milhões e a Smiles, R$ 156,3 milhões. Movida, Fleury, Hering e Copasa também divulgaram seus balanços.

No noticiário sobre Oi, a Veja informa que o governo deve publicar nesta sexta-feira a Medida Provisória sobre as dívidas da companhia. Na Lupatech, Rafael Gorenstein foi eleito novo presidente. Por fim, atenção para a Petrobras: o estatuto social foi alterado, como definido em assembleia geral extraordinária (AGE) que acontece na sede da empresa. Ao todo, foram revistos 27 itens do estatuto.

(Com Reuters, Bloomberg e Agência Estado)

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.