As 14 ações para ficar de olho no início do pregão desta sexta-feira

Os destaques domésticos e internacionais da economia e da política a que todo investidor deve se atentar

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Nesta sexta-feira, último dia de pregão de abril e com o feriado do 1º de maio na segunda-feira, o mercado e governo monitoram adesão à greve e aos protestos contra as reformas nesta sexta-feira. Já na agenda de reformas, em busca dos votos necessários, líder admite possibilidade de novo adiamento na Previdência. No noticiário corporativo, atenção para diversos resultados. Já a agenda de indicadores destaca resultado fiscal e desemprego no Brasil enquanto que, nos EUA, saem PIB e Sentimento de Michigan e dirigentes do Fed falam. Confira os destaques desta sexta-feira (28):

1. Ações para monitorar

TIM (TIMP3): A TIM teve lucro líquido de 132 milhões de reais no primeiro trimestre, alta de 3,3 por cento sobre o resultado obtido um ano antes, divulgou a companhia de telecomunicações nesta quinta-feira.
RD, ex-Raia Drogasil (RADL3): A rede de varejo farmacêutico RD, antiga Raia Drogasil, encerrou o primeiro trimestre com lucro líquido ajustado de R$ 105,4 milhões, alta de 17% ante o mesmo período do ano anterior, de acordo com dados divulgados pela empresa nesta quinta-feira. 
Pão de Açúcar (PCAR4): O Grupo Pão de Açúcar (GPA) divulgou nesta quinta-feira lucro líquido consolidado de 215 milhões de reais para o primeiro trimestre, revertendo prejuízo de 157 milhões de reais registrado um ano antes, em um desempenho novamente apoiado no crescimento da divisão de atacarejo Assaí. O Bradesco BBI destaca o que “parece um desempenho operacional notável no negócio Multivarejo, mas cita alguns receios”; “nos esforçamos para entender como grandes ganhos foram obtidos no segmento de Multivarejo, especialmente porque os meses de janeiro e fevereiro ainda enfrentaram um contratempo de promoções, que no ano passado foram iniciadas apenas em março”. 
Smiles (SMLE3): A Smiles teve lucro líquido de R$ 156,3 milhões no primeiro trimestre, alta de 32% sobre o resultado positivo obtido um ano antes, informou a companhia de gestão de redes de fidelidade de clientes controlada pela Gol nesta quinta-feira. 
Cia Hering (HGTX3): A varejista Cia Hering registrou lucro líquido de R$ 37,8 milhões no primeiro trimestre deste ano, crescimento de 29,2% em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado foi impulsionado por crescimento de vendas, ganho de margem bruta e melhora do resultado financeiro. 
Copasa (CSMG3): A Copasa anunciou lucro líquido de R$ 149 milhões no primeiro trimestre, crescimento de 66% na comparação anual. A receita líquida somou R$ 978,7 milhões, avanço de 18%. 
Grendene (GRDN3): A calçadista Grendene encerrou o primeiro trimestre com lucro líquido de R$ 171,8 milhões, crescimento de 19,6% quando comparado com o mesmo período de 2016. Juntamente com o balanço, a empresa também informou que o conselho de administração aprovou a primeira distribuição antecipada de juros sobre capital próprio (JCP) e dividendos relativos ao resultado do primeiro trimestre, no valor de R$ 99,078 milhões. O pagamento aos acionistas acontecerá a partir de 17 de maio.
Fleury (FLRY3): A Fleury teve um lucro um líquido de R$ 81,5 milhões no primeiro trimestre de 2017, alta de 82,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. O Safra e o Itaú BBA esperam reação positiva a resultados fortes.
Transmissão Paulista (TRPL4): A Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (Cteep) registrou lucro líquido de R$ 267,158 milhões no primeiro trimestre deste ano, montante 171,9% maior que os R$ 98,239 milhões anotados em igual etapa do ano passado. O Goldman Sachs tem avaliação “neutra” dos resultados “sem grandes surpresas operacionais”; “no futuro, vemos que a resolução final sobre os recebíveis de RBSE (Rede Básica Sistemas Existentes) da CTEEP será fundamental para os múltiplos da ação”; “além disso, acreditamos que os investidores provavelmente estarão focados nas cinco linhas de transmissão recentemente adquiridas no leilão de abril”.
Movida (MOVI3): A Movida registrou um lucro líquido de R$ 20,6 milhões no primeiro trimestre, um aumento de 56,2% quando comparado aos primeiros três meses do ano passado e margem líquida de 8,4%. Em entrevista ao InfoMoney, o CEO Renato Franklin e o diretor financeiro e de RI Edmar Lopes afirmaram que os números estão em linha com a estratégia e expectativa da companhia. “Acreditamos que seja apenas o início da apresentação de resultados sólidos e estamos satisfeitos com o desempenho do trimestre. O crescimento de 56% no lucro líquido demonstra o comprometimento com a estratégia de buscar maior rentabilidade, traçada na abertura de capital”, afirma a companhia.
JSL (JSLG3): Controladora da Movida, a JSL encerrou o primeiro trimestre do ano com prejuízo líquido de R$ 7 milhões, saindo de lucro líquido no mesmo período do ano anterior. O resultado, segundo relatório da administração, foi impactado “pela desaceleração econômica e a consequente redução do volume de produção dos clientes da logística.” A companhia também atua no segmento de locação de veículos e gestão de frota com a Movida, que abriu capital em fevereiro deste ano.
Prévia do Ibovespa: As ações PNB da Copel (CPLE6) retornam à carteira do Ibovespa, segundo a 3ª prévia para maio a agosto divulgada pela B3. A ação havia sido excluída na 2ª prévia; já a Eletrobras PNB (ELET6) foi confirmada na carteira.
Localiza (RENT3): Após reação positiva nesta quinta-feira ao balanço do 1° trimestre, a Localiza teve sua recomendação elevada pelo Banco do Brasil de market perform (desempenho em linha com a média) para outperform (desempenho acima da média), com preço-alvo de R$ 46,81.

2. Bolsas mundiais

As bolsas europeias registram um dia de leve alta na sessão desta sexta-feira em meio à reação das commodities após fortes dias de queda. A exceção fica para o britânico FTSE, em meio aos dados econômicos do Reino Unido, que tem queda.  A economia britânica desacelerou com força nos três primeiros meses de 2017 uma vez que a inflação mais alta, impulsionada pela decisão no ano passado de deixar a União Europeia, afetou os gastos e outras empresas voltadas ao consumo. A economia enfraqueceu para a mínima de um ano de 0,3% no período entre janeiro e março, de 0,7% nos três últimos meses de 2016. A expectativa em pesquisa da Reuters era de desaceleração da expansão para 0,4%.

Os mercados aguardam ainda PIB americano, às 9h30, e monitoram governo dos EUA e questões geopolíticas envolvendo Coreia do Norte. A moeda sul-coreana Won lidera perdas entre principais moedas após Trump dizer, em entrevista à Reuters, que um grande conflito com a Coreia do Norte é possível se as soluções diplomáticas falharem. Trump também afirmou que quer cobrar do governo da Coreia do Sul o custo do sistema antimísseis instalado no país, que ele estima em US$ 1 bilhão e que irá rever o acordo de livre comércio. (veja mais clicando aqui). 

Ainda na Ásia, os mercados acionários da China tiveram pouca variação nesta sexta-feira, mas registraram o pior mês no ano por temores de que os reguladores vão intensificar a repressão contra os tipos mais arriscados de financiamento e especulação, além das persistentes preocupações sobre o crescimento econômico. Embora no passado a regulamentação da China tenha tendido a aumentar e diminuir, os investidores temem que não haja um afrouxamento na campanha mais recente, após o presidente chinês, Xi Jinping, ter feito um raro discurso nesta semana sobre a estabilidade financeira. Xi pediu na terça-feira esforços maiores para evitar riscos sistêmicos buscando ajudar a manter a segurança financeira, informou a agência oficial de notícias Xinhua.

No mercado de commodities, o petróleo caminha para fechar abril abaixo de US$ 50 após
montanha russa que levou barril a ter rali no meio do mês; nesta sexta, o dia é de alta para a commodity com expectativa de corte de produção. Já o minério de ferro sobe em Dalian e em Qingdao com usinas recompondo estoques; metais avançam em Londres

Às 8h15, este era o desempenho dos principais índices:

*FTSE 100 (Reino Unido) -0,27%

*CAC-40 (França) +0,31%

*DAX (Alemanha) +0,08%

*Xangai (China) +0,08% (fechado)

*Hang Seng (Hong Kong) -0,34% (fechado)

*Nikkei (Japão) -0,29% (fechado)

*Petróleo brent +0,52%, a US$ 51,71 o barril

*Petróleo WTI +0,88%, a US$ 49,40 o barril

*Minério de ferro negociado com 62% de pureza no porto chinês de Qingdao +2,38%, a US$ 68,80

*Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian +4,41%, a US$ 521 iuanes

3. Agenda

A semana se encerra com o resultado primário do setor público consolidado de março, às 10h30. Mais cedo, às 9h, será conhecida a taxa de desemprego do terceiro mês do ano. No exterior, atenção ao PIB dos Estados Unidos do primeiro trimestre e à inflação medida pelo PCE, que serão divulgados às 9h30. Às 10h45 sai o PMI de Chicago, às 11h, a confiança do consumidor medida pelo Sentimento de Michigan, e, às 15h30, os investidores acompanham o discurso do presidente do Fed da Filadélfia, Patrick Harker.

Veja a agenda completa de indicadores clicando aqui

Na Europa, o PIB do Reino Unido sai às 5h30 e a inflação ao consumidor da zona do euro medida CPI será conhecida às 6h. No sábado, às 22h, a China serão publicados os PMIs Industrial e de Serviços da China.

4. Greve geral

Trabalhadores de dezenas de categorias anunciaram adesão à greve geral convocada para sexta-feira contra as reformas trabalhista e da Previdência, anunciaram movimentos sindicais, que prometeram uma enorme paralisação nacional em protesto contra projetos considerados prioritários pelo governo do presidente Michel Temer.

Funcionários dos transportes públicos, portuários, aeroviários, professores, petroleiros, metalúrgicos e bancários, entre outros, estão entre aqueles que decidiram aderir ao movimento convocado pelas centrais sindicais contra as reformas em tramitação no Congresso, segundo as centrais. Além das paralisações de diversas categorias também foram convocados protestos ao longo do dia em várias cidades do país, como um ato dos grevistas na praça da Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro, e um protesto convocado pela Frente Brasil Popular e o movimento Povo Sem Medo no Largo da Batata, na capital paulista.

O Palácio do Planalto tenta minimizar o impacto da greve geral convocada pelas centrais sindicais para esta sexta-feira, mas fontes governistas ouvidas pela Reuters admitem que o movimento deve ser maior do que o do mês de março e teme a ação de grupos violentos, especialmente no final do dia. Durante a quinta-feira, em uma série de reuniões, o governo tentou avaliar o tamanho que as manifestações devem atingir, mas fontes palacianas admitem que é difícil avaliar o impacto exato. 

Em São Paulo, metrô (com exceção da linha 4-amarela), trens e ônibus não circulam; manifestantes protestam nas rodovias Dutra, Anhanguera e Régis Bittencourt. A greve também já atinge os transportes no Rio, Brasília e outras capitais. 

5. Noticiário político

Enquanto monitora atentamente as greves contra as reformas, o Planalto negocia votos para a Previdência. O governo vai usar os próximos dias para levantar caso a caso a situação dos partidos e deputados que votaram contra o governo na reforma trabalhista e tentar reverter votos contrários, mas já admite estender “por alguns dias” o cronograma da reforma da Previdência para não correr riscos, disseram à Reuters fontes palacianas.

O próprio presidente Michel Temer deve entrar nas conversas, em casos específicos e, segundo a fonte, admite atrasar o cronograma por alguns dias, se for preciso. Conforme informa o jornal O Estado de S. Paulo, o projeto só começará a ser votado no plenário da Câmara no fim de maio, na avaliação do primeiro vice-líder do governo na Casa, deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), um dos mais aguerridos parlamentares favoráveis à reforma.

Vale ficar atento ainda ao noticiário sobre a Operação Lava Jato. Segundo o jornal Valor Econômico, da prisão, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha vem passando recados a correligionários no governo, em relatos que se espalham como mais uma das ameaças de delação premiada do peemedebista.

(Com Reuters, Bloomberg e Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.