No universo de 10 ações, analistas afirmam: as small caps estão mais atrativas do que as large caps

Entre as small caps, os analistas do Bradesco BBI comentaram sobre as ações da Cesp, Energisa, Iguatemi, Iochpe-Maxion e Magazine Luiza 

Paula Barra

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SÃO PAULO – Os analistas do Bradesco BBI se debruçaram sobre os números de 10 ações – sendo 5 empresas de grande porte; e 5, de pequeno porte – para saber qual delas estavam mais atrativas na bolsa. Mesmo com o desempenho melhor no acumulado no ano (o que poderia indicar que esses papéis estavam esticados na bolsa), eles foram enfáticos: “continuamos preferindo as small caps”, citando 3 fatores: melhores expectativas para os lucros em 2018, apostas de quedas de juros e surpresas positivas que podem vir do lado do crescimento. 

Segundo eles, enquanto o índice MSCI Brazil small cap precifica apenas 4 trimestres de crescimento de lucros, o MSCI Brazil large cap precifica 8 trimestres – mesmo tendo em vista que o primeiro grupo supera em 12% o desempenho do segundo no acumulado de 2017. “Nesse sentido, o MSCI small cap pode subir 37% apenas para precificar a expectativa do consenso do mercado  sobre o crescimento de lucro em 2018 (ou seja, os próximos 8 trimestres)”, comentam os analistas do banco.

No relatório, divulgado nesta quinta-feira (27), eles comparam 5 small caps com suas contrapartes large caps no mesmo setor. Delas, as 5 empresas de menor porte foram vistas como mais atrativas pelos analistas do Bradesco BBI. 

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Veja abaixo as empresas que foram comparadas e as respectivas explicações para as small caps terem consideradas as mais interessantes neste momento. Vale menção que para o Bradesco, Cesp e Iguatemi são enquadradas como small caps, pois são menores que seus pares analisados, Engie e BR Malls, respectivamente. Confira (Small cap x Large Cap):

Cesp (CESP6) x Engie (ENGI3): “Preferimos a Cesp dado o valuation mais atrativo e potencial de valorização, relacionado à potencial privatização, que pode implicar em um ganho de 37% a 71%, dependendo dos cenários de extensão de concessão”. Além disso, eles comentam que a TIR (Taxa Interna de Retorno)* da Cesp  é de 19% contra 7,5% da Engie.

Para quem se pergunta o que é a TIR, vale a menção que, quando fala-se em ações do setor elétrico, os analistas e gestores costumam olhar para esse indicador para mensurar a atratividade dos papéis. Dado a alta previsibilidade de fluxo de caixa dessas empresas, é possível calcular o valor presente líquido de seus fluxos de caixa e, assim mensurar o retorno anual desse investimento, assim como é feito, por exemplo, com os títulos públicos pré-fixados. Por isso, é comum fazer uma comparação da TIR de uma elétrica com uma NTN-B, que paga 5,4% ao ano + inflação, estimada em 4,04% para este ano, segundo último relatório Focus, do Banco Central. Ou seja, seria mais atrativo comprar um ativo, como a Cesp, com retorno estimado de 19%, do que aplicar em títulos públicos pré-fixados, que pagariam 9,44% ao ano. 

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Energisa (ENGI11) x Equatorial (EQTL3): “Preferimos Energisa também pelo valuation, embora ambas se beneficiem de retomada do PIB (Produto Interno Bruto) e tenham drivers semelhantes, como oportunidades de fusões e aquisições, por exemplo”.

Eles comentam também o fato de que a TIR da Energisa é mais atrativa quando comparado com a segunda empresa: “atualmente, a Energisa está negociando com uma TIR real implícita de 8,0%, melhor  do que os 4,5% da Equatorial”. Em relação ao preço-alvo do Bradesco BBI, a Energisa oferece ainda o maior potencial de valorização de 17%, contra 10% para Equatorial. 

Iguatemi (IGTA3) x BR Malls (BRML3): “Preferimos Iguatemi, que deve se beneficiar mais do atual ciclo monetário e recuperação de PIB, além de já estar apresentando números operacionais melhores e mais consistentes comparado à BR Malls, o que justificaria um prêmio a BR Malls”. 

Adicionalmente, eles comentam que a BR Malls está passando por um processo de retomada, que deve trazer impactos somente no longo prazo. 

Iochpe-Maxion (MYPK3) x Weg (WEGE3): “Preferimos a Iochpe, dado que ela deve se beneficiar mais rápido do crescimento doméstico (duráveis/auto devem se recuperar mais rápido do que bens capitais), além de ter valuation mais barato (P/L está 52% abaixo da média histórica) e se beneficiar do processo de desalavancagem”, citando que o indicador dívida líquida/Ebitda estava em 3,3 em 2016 e passou para 2,1 vezes em 2017.  

Magazine Luiza (MGLU3) x Pão de Açúcar (PCAR4): “Preferimos Magazine Luiza, uma vez que ela tem maior exposição a duráveis (100% contra 35% do Pão de Açúcar) e maior alavancagem operacional, que deve ser um driver importante para melhor performance relativa em um cenário de recuperação doméstica”.

Além disso, eles comentam que a Magazine Luiza deveria negociar a prêmio do Pão de Açúcar, dada a operação mais forte e melhor execução, sendo que ambas estão negociando a múltiplos similares: a MGLU a 4,9 vezes o EV/Ebitda estimado para 2017, enquanto PCAR4 está negociando a 4,7 vezes.