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SÃO PAULO – A quinta-feira começa com os investidores digerindo um turbilhão de drivers políticos e econômicos no Brasil e no mundo e a cautela dando o tom das bolsas globais. No radar do mercado, estão a agenda de Donald Trump após um anúncio vago de redução de impostos nos Estados Unidos, a manutenção da política monetária do BCE na Europa e a repercussão da aprovação do texto-base da reforma trabalhista na Câmara dos Deputados por 296 votos favoráveis — quórum mais baixo que o governo precisará para aprovar as mudanças na Previdência. Às 9h04 (horário de Brasília), os contratos futuros do Ibovespa com vencimento em junho operavam em alta 0,69%, a 66.055 pontos.
No mesmo horário, os contratos de juros futuros com vencimento em janeiro de 2021 recuavam 5 pontos-base, a 10,03%, após uma sequência de fortes altas nos últimos pregões. Os contratos de dólar futuro com vencimento em maio deste ano, por sua vez, recuavam 0,46%, sinalizando cotação de R$ 3,159.
Confira ao que se atentar neste pregão:
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Bolsas mundiais
A sessão é de queda para as bolsas europeias, após decisão de política monetária do BCE (Banco Central Europeu) manter a taxa de juros a zero e programa de quantitative easing nos mesmos patamares de 60 bilhões de até euros mensais. No mercado de câmbio, o peso mexicano e dólar canadense sobem após Casa Branca dizer que Trump não vai retirar imediatamente os EUA do tratado comercial da América do Norte. Na Ásia, o iene recua após BOJ (Bank of Japan) manter seus estímulos à economia. O BoJ fez sua mais otimista avaliação da economia em nove anos em sua reunião de política monetária, e descreveu a recente fraqueza da inflação como temporária, sinalizando confiança de que uma recuperação sustentada ajudará a alcançar sua ambiciosa meta de preços. Mas o presidente Haruhiko Kuroda admitiu que as percepções do público sobre as futuras altas de preços permanecem fracas, sugerindo que o banco central vai ficar atrás em relação às autoridades monetárias de Estados Unidos e Europa em encerrar seu forte programa de estímulo. Já na China, os mercados acionários reverteram as perdas na sessão e encerraram em alta nesta quinta-feira, com uma forte recuperação das empresas menores elevando a confiança em meio a preocupações persistentes sobre o crescimento econômico e regulamentos mais rígidos. Entre as commodities, o petróleo cai e se aproxima de US$ 49 com mercado pesando produção maior e queda de estoques, ainda elevados, nos EUA. O dia foi de leve queda para o minério negociado em Qingdao, mas vale ficar de olho: o sell-off da commodity pode dar sinais de piora, com BHP e Banco Mundial alertando sobre oferta. Este era o desempenho dos principais índices: *FTSE 100 (Reino Unido) -0,43% *CAC-40 (França) -0,26% *DAX (Alemanha) -0,19% *Xangai (China) +0,37% (fechado) *Hang Seng (Hong Kong) +0,49% (fechado) *Nikkei (Japão) -0,19% (fechado) *Petróleo brent -1,04%, a US$ 51,28 o barril *Petróleo WTI -1,03%, a US$ 49,11 o barril *Minério de ferro negociado com 62% de pureza no porto chinês de Qingdao -0,30%, a US$ 66,42 a tonelada *Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dailian +0,40%, a 506 iuanes Agenda de indicadores
Os destaques domésticos ficam com o resultado primário do governo central, ainda sem hora marcada, e o leilão tradicional de LTN e NTN-F, às 11h30. Nos Estados Unidos, atenção à balança comercial, aos estoques no atacado, às encomendas de bens duráveis de março, que serão conhecidos às 9h30, mesmo horário em que serão divulgados os pedidos de auxílio-desemprego de abril. Às 11h, serão divulgadas as vendas pendentes de moradias e, ao meio-dia, a sondagem industrial do Fed de Kansas. Os investidores também devem acompanhar de perto a coletiva de imprensa com o presidente da autoridade monetária, Mário Draghi, às 9h30. Mais cedo, às 9h, a Alemanha divulga a inflação ao consumidor medida pelo CPI. Noticiário político
Em destaque nesta data, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou a reforma trabalhista na madrugada desta quinta-feira (27), após a rejeição de dez destaques apresentados pelos partidos de oposição e de partidos da base aliada que pretendiam modificar pontos do projeto (PL 6.786/16) aprovado na noite de ontem (26). Os outros destaques que seriam votados nesta quinta-feira foram retirados e o texto segue para o Senado. A sessão que aprovou a reforma foi aberta na manhã dessa quarta-feira e foi encerrada às 2h06. Vale destacar que a votação do texto-base teve 296 votos a favor, ante 177 contra. A Eurasia destacou que a aprovação reforma trabalhista é bom presságio para a Previdência. “Cerca de 300 votos a favor de um projeto altamente controverso que exigiu apenas maioria simples para passar é uma forte vitória por qualquer padrão”. Já Lucas de Aragão, sócio da Arko Advice, afirmou que a votação da reforma trabalhista na Câmara não chega a empolgar, mas mostra que as reformas estão encaminhadas. A reação inicial do governo à aprovação da reforma trabalhista foi de comemoração. O apoio de 296 deputados na noite desta quarta-feira foi avaliado como uma “vitória com larga margem”. Apesar do tom, governistas reconhecem que o placar gera apreensão sobre o futuro porque revela que será necessário esforço extra para aprovar a reforma da Previdência – tema ainda mais polêmico e que exige apoio de 308 votos. Apesar da comemoração minutos após a vitória, governistas já admitem nos bastidores que o esforço necessário para conquistar os votos necessários para a reforma da Previdência poderá ser ainda maior do que o imaginado inicialmente. Enquanto parte do governo trabalha com a possibilidade de que o tema poderia ser votado ainda em maio, já há quem acene com a necessidade de prazo ainda mais longo para conquistar apoio dos parlamentares. InfoMoneyTV
A InfoMoneyTV receberá o vice-prefeito, Bruno Covas, às 13h30. Ele será entrevistado pelo editor do InfoMoney, Thiago Salomão, e pelo economista Alan Ghani, professor e blogueiro do InfoMoney. Noticiário corporativo
O noticiário corporativo é bastante movimentado, com destaque para os resultados da Vale e do Bradesco. A mineradora teve alta do lucro líquido de 25% na comparação com os primeiros três meses do ano passado, passando de R$ 6,311 bilhões para R$ 7,981 bilhões, com a ajuda de uma maior produção de minério de ferro. Já o Bradesco teve lucro líquido ajustado de R$ 4,648 bilhões no primeiro trimestre, alta de 13% em relação ao mesmo período do ano passado, ajudado pelo aumento das receitas com prestação de serviços e pela redução de despesas com provisões de inadimplência. A Natura lucrou R$ 189 milhões, a Via Varejo fechou o primeiro trimestre com lucro atribuído aos sócios de R$ 97 milhões, contra 9 milhões registrados no mesmo período de 2016. Restoque, OdontoPrev, Multiplan, Localiza, Estácio, Duratex também divulgaram seus números. Já a Petrobras informou que revelará seus números em 11 de maio, após o fechamento do mercado. Além dos resultados, destaque para Usiminas, que disse à CVM não ver elementos para concluir que procedimento da siderúrgica para substituir conselheiros tenha tido objetivo de prejudicar a acionista CSN. (Com Reuters, Agência Brasil, Agência Estado e Bloomberg)